Após entrarmos no táxi, começamos a conversar sobre a nossa noite incrível. Daí perguntei para os meninos, o que eles tinham achado das meninas. O R – apesar de ter reparado que as unhas do pé da B não estavam pintadas rsrs -, só disse elogios; Já o D criticou a N, dizendo que pela sua foto do perfil no face, ela parecia uma modelo, e pessoalmente não era nada daquilo. Claro que gosto cada um tem o seu, mas o D estava sendo crítico demais, pois não se referia ao fato dela ser bonita ou feia, mas sim ao seu peso. Falei para ele que estava sendo preconceituoso e que ele também era gordinho (e era mesmo). Imagina que coisa hilária, um gordinho falando mal de outro por também ser gordinho, aquilo não tinha nexo! O R riu da minha sinceridade, e por um momento achei que o D fosse ficar ofendido, mas daí ele disse: “Sim, eu sei disso! Mas não fico mostrando uma coisa que não sou”. Como assim gente? Ele estava se baseando só pela foto do perfil, qualquer um que visse as outras fotos dela, veria que não era tão magra assim, suas coxas eram bem grossas, típicas de uma mulher com mais corpo.
Não me aprofundei muito nesse assunto, pois logo lembrei de algo muito mais importante: “Gente, cadê a cinta da N????” Perguntei alarmada, e imediatamente o R também ficou preocupado. Nos viramos para o D (afinal foi ele que retirou nossas coisas na chapelaria). Ele estava boiando pois nem sabia da existência da cinta (não sei mesmo em que mundo ele estava durante a balada rs), e disse: “Não sei de cinta nenhuma, a mulher só me entregou isso”. Daí o R caiu em si, e lembrou que quando foi levar, a moça disse que não iria abrir a sacola para colocar junto com as nossas coisas, mas que ia deixar em cima. Então quando o D foi retirar, a moça deve ter achado que não era nosso por não estar dentro, e como ele também não disse nada, adeus cinta! “Puts, e agora??!” exclamei preocupada. Daí o R, desencanado como sempre, falou: “Relaxa! Elas compram outra! O que é uma cinta pra elas?!” E como as meninas são super bem de vida (a B até tem carro), acabei me tranquilizando.
Ahh mas não foi só isso que deixamos para trás não. Lembram na primeira parte da história, quando eu disse que perdemos algo que estava dentro da minha bolsinha? Pois então, ainda viriam mais catástrofes!
Quando chegamos na estação de metrô em que pegamos mais um ônibus, eu e o R fomos para um lado da estação, e o D para o outro. Daí o R comentou que queria comprar uma água de coco, e paramos para eu pegar seu dinheiro na minha bolsinha. Daí bem nesse momento, meu celular começou a tocar, e como eu estava super atrapalhada procurando o dinheiro, a pessoa que estava ligando preferiu vir ao nosso encontro, que era o D. “Minha chave!”, ele disse enquanto se aproximava, tirando o celular do ouvido, me lembrando que estava comigo. Procurei na bolsa e lhe entreguei.
Assim que ele foi embora, o R percebeu que após eu lhe entregar a chave, não restou mais nenhuma na minha bolsa. “E a minha, cadê???” ? Ele perguntou desesperado. Puts! Revirei aquela bolsinha mais de cinco vezes, como se ela fosse uma bolsa gigante com muitos bolsos escondidos, e nada, nem sinal de outra chave! Procurei no bolso da minha jaqueta, e nada também, nela só havia meu fone e a minha chave de casa. “Não acredito que você perdeu minha chave de casa” ? se lamentava, o R. Tanto eu, quanto ele, já estávamos sonhando com o momento em que chegaríamos em sua casa e nos deitaríamos para descansar, e sem as chaves, parecia ainda mais desesperador não podermos fazer o que planejávamos.
Enquanto esperávamos a condução, pensamos em soluções! O que faríamos sem poder entrar na casa dele? Sua mãe estava viajando e também falaria um monte de merda, se soubesse que ele perdeu a chave numa balada. Sem contar que estávamos cansados, não queríamos ter que lidar com uma situação daquelas naquele momento. Falei de irmos para a minha casa, mas por minha mãe estar em casa, o R não quis, já que não teríamos nenhum tipo de privacidade.
Lembramos que há um chaveiro perto da nossa casa, e quando chegamos fomos direto lá. Eles cobrariam R$60 para abrir a porta, e depois fariam o orçamento da cópia da chave. A moça falou o valor com pesar, como se até ela achasse caro demais. O R disse que tudo bem, e perguntou se já poderiam ir com a gente naquele momento. Nos responderam que sim, mas depois voltaram atrás, alegando que a peça usada para destrancar a porta, não estava lá. Explicaram que teriam que ligar para tal pessoa, pedindo que fosse lá levar. Também foram vagos quanto ao tempo, o R tentava arrancar deles um horário preciso para irem na sua casa, mas eles diziam que dependia dessa outra pessoa levar a peça. Aff, que porcaria de pós-balada.
Novamente falei ao R para esperarmos na minha casa, mas ele estava irredutível, disse que queria a sua casa, a sua cama, e etc. Lembrou que sua vizinha tinha uma cópia da chave do portão (a mesma usa sua garagem para guardar o carro), então falou que conseguiríamos entrar, daí ficaríamos no quintal conversando, até o chaveiro chegar. Particularmente achei que seria bem mais confortável esperarmos na minha casa, mas como ele não concordou com a minha sugestão, não o deixaria sozinho nessa, até porque eu que perdi a chave, né? Falei então para passarmos na minha casa só para eu tirar aquelas botas e colocar um chinelo. Ele topou. Minha mãe achou que eu estava bêbada, e era melhor que pensasse isso do que saber a verdade rs. Realmente não seria legal ficarmos na minha casa com ela nos enchendo de perguntas.
Como uma grande brincadeira de mau gosto do destino, sua vizinha não estava em casa (para variar né), segundo seu filho, ela tinha ido ao mercado. Legal. O R não aguentou esperar até que ela voltasse e deu um jeito de pular o portão. Eu também pulo o portão da minha casa quando necessário, mas para mim era impossível pular o da casa dele rsrs, então fiquei esperando do lado de fora, enquanto ele tentava de várias formas abrir a corrente e o cadeado, sem sucesso.
Demorou cerca de trinta minutos para sua vizinha voltar, e me senti uma sem teto esperando todo aquele tempo do lado de fora rs; O chaveiro demorou ainda mais para vir. O R pediu para eu ligar lá questionando, mas, quem disse que eu achava o papel com o telefone?? Rsrs. Desconfiava tê-lo esquecido dentro do bolso da minha jaqueta, em casa.
Mandei mensagem para uma amiga nossa que morava praticamente do lado do tal chaveiro, perguntando se poderia nos ajudar, pedindo que fosse lá e pegasse o número de telefone, de novo para a gente. Ela nos respondeu que estava acabando de acordar, mas que nos ajudaria sim, toda solicita. Disse que levaria apenas alguns minutos para se trocar e escovar os dentes. Acreditem ou não, a queridinha demorou mais de uma hora para nos responder com o número de telefone!
Vendo que a menina não respondia e que os minutos estavam passando, o R decidiu que voltaria no chaveiro. Eu não fui com ele, pois me dava preguiça só de imaginar o percurso rs (e quem andou à noite toda de salto fui eu). Fiquei deitada num tapete pegando sol, enquanto ele foi e voltou.
Assim como eu, o R ainda estava fritando, e voltou com a maior cara de louco, dizendo para eu ligar em outro chaveiro, pois naquele não iriam resolver nada. Ainda contou que reclamou com eles, pois sequer nos ligaram para dar alguma satisfação da demora. Em sua defesa, eles disseram que não estavam conseguindo contato com a pessoa que estava com a tal peça, estando assim impossibilitados de nos atender.
Daí foi nesse momento que a queridinha nos respondeu com o número de telefone. ? Quase a respondi com um: “Se fosse pra morrer já teríamos morrido” mas o R me interceptou, dizendo: “Só diz pra ela que obrigado e tá bom”. Como podem ver, ele é bem mais sensato do que eu rs.
Pesquisei na internet e liguei em outro chaveiro. Na verdade eu liguei em um mercado que eu sabia que havia serviço de chaveiro do lado, perguntando humildemente se eles poderiam nos passar o telefone do chaveiro. A moça, muito simpática, pediu para eu aguardar, pois desconfiava ter o número anotado em alguma parte da sua agenda. Fiquei uns bons minutos esperando, e enquanto isso o R estava inquieto naquele quintal, tentando de várias maneiras entrar dentro de casa.
Ele conseguiu escalar até o andar de cima (sua casa é um sobrado), e deu muita, mas muita sorte, de uma das janelas de cima (justo a que ficava do lado da porta) estar destrancada! Daí ele abriu a janela, enfiou o braço e conseguiu pegar a chave que estava na porta. Primeiro ele tentou girá-la, mas como não conseguiu, a puxou (com muito sacrifício para que não escorregasse entre seus dedos) e então abriu por fora!
Seu quintal tem uma parte coberta, então não consegui ver o que ele tinha aprontado, só ouvi ele gritando feliz que tinha conseguido, descendo as escadas eufórico, me desafiando a adivinhar qual foi sua proeza rs. Quando a menina voltou comigo em linha, no mesmo momento o R abriu a janela da sala por dentro, para que eu pulasse. Daí, antes que ela me passasse o número, a interrompi, lhe agradecendo e dizendo que não precisava mais, pois tínhamos dado um jeito. Ela grosseiramente mudou seu tom, como se não tivesse gostado nada de eu tê-la feito procurar por um número que simplesmente não precisava mais. Sei o que você deve estar pensando, que eu poderia fingir que estava anotando e tal, mas vejam pelo meu lado, ela também me deixou um tempão na linha enquanto meus créditos iam embora, então se foi em vão para ela, para mim também tinha sido! Rsrs.
O R ficou todo feliz e satisfeito, por não ter sido preciso gastar dinheiro com isso. Quando sua mãe chegasse, lhe diria que não estava encontrando a sua chave, ela deixaria a dela, ele tiraria uma cópia rapidamente, e pronto, tudo estava resolvido!
Deitamos e relaxamos, ufa, agora sim dava para descansar! Lembram lá na primeira parte (The Week – Antes), quando eu disse que fiquei super desgostosa por ter de ir para a balada com um brinco sem graça? Nesse momento em que relaxávamos, passei os dedos pela minha orelha e percebi que havia perdido um dos brincos também! “Você tá perdendo tudo hein?! Mas veja pelo lado bom, ainda bem que você não foi com o brinco novo afinal, senão já teria perdido!” Avaliou o R no final das contas, e ele tinha razão rs.
Cerca de meia hora depois de termos entrado em casa, me ligaram do chaveiro (aquele perto de casa que estavam sem a peça), perguntando se o chaveiro poderia ir hahahaha. Falei: “Não precisa mais minha querida, demos um jeito aqui”, e assim que desliguei, o R finalizou: “Otários, perderam R$60”.
Essa questão estava resolvida. Mas tinha uma outra pendente:
Aquela cinta era bem mais importante do que imaginávamos!
Esse assunto rendeu até o dia seguinte, as meninas estavam desesperadas.
Por sorte a cinta ainda estava lá! Ufa, já tava achando que ia sobrar pra eu comprar uma nova. ? Nunca subestime a cinta de alguém! Rsrs.