Réveillon no Rio – Parte 3

O terceiro dia no Rio foi bem light. Decidimos conhecer a piscina do hotel e nos surpreendemos positivamente. Tranquila, quentinha, pouquíssimas pessoas, era a paz que estávamos buscando, depois de uma experiência esquisita na praia de Copacabana, no dia anterior. Perto do sol se pôr demos um pulinho na praia de Ipanema, mas ficamos pouco tempo, sequer entramos no mar. 

O babado mesmo foi no dia seguinte…

Quarto dia no Rio. Quando finalmente as coisas desenrolaram a nosso favor.

Localização: Praia do Leblon.

Sortudos: Dois homens atraentes, sentados na areia bem na nossa frente.

Codinomes: Árabe Boss e Moreno Gato. – Impressionante como o mais gato é sempre o menos simpático. – 

Moreno Gato: era de longe o mais atraente. Corpo em forma (via-se que frequentava academia), pele bronzeada, menos falante que o Árabe Boss. Lhe daria uns 34 anos.
 
Árabe Boss: Bonito também, mas com uma leve pancinha. Bronzeadinho, olhos claros, todo conversador. Lhe daria uns 39.
 
A interação começou quando o mais simpático deles – que mais tarde descobrimos ser dono de um restaurante árabe, badalado no Rio, (por isso o “Boss”) –  pediu  para a Gabi cuidar dos pertences deles, enquanto davam um mergulho. Eu estava no mar nesse momento e quando voltei peguei a conversa no meio do caminho.
 
Quando voltaram, após agradecerem, já engatamos uma conversa. Papo vai, papo vem, nos convidaram para conhecer a mureta da Urca. Fizemos um pequeno charminho, mas, obviamente aceitamos. Estávamos em busca de aventura e a oportunidade se apresentou finalmente. ✨
 
O carro pertencia ao mais gato/menos simpático, nomeado como “Moreno Gato”, que estava ao volante. Eu e a Gabi fomos no banco de trás. Fizemos uma rápida parada na casa de um deles para que pegassem uma garrafa de vinho, mas não descemos do carro, aguardamos que retornassem com a birita. Conversamos bastante durante o trajeto e os rapazes pareciam ser super do bem, bancando os guias turísticos da gente. 
 
Nesse primeiro momento pareceu que a Gabi ia dar match com o mais gato, mas o outro reverteu a situação, marcando presença com a Gabi, deixando o mais gato para mim, que aliás, gostei muito. ?
 
Quando chegamos na mureta da Urca, a vista era realmente linda. Avistamos até um restaurante flutuante no meio do mar! Uma lanchonete badaladíssima, logo em frente a mureta, estava lotada – saudade de quando podia aglomerar – , mas os rapazes conseguiram comprar uns petiscos deliciosos pra gente. Bolinho de bacalhau, talvez? Confesso que não me recordo o que comemos exatamente, só sei que era muito bom. ? Depois nos encostamos na mureta e passamos o finzinho de tarde ali, conversando e socializando, enquanto aguardávamos pelo pôr do sol.
 
Dali a pouco o Árabe Boss chamou a Gabi para ir com ele num restaurante próximo, de um amigo dele, buscar mais vinho para nós,  já que nas lanchonetes próximas só vendiam cerveja. Fiquei sozinha com o Moreno Gato.
 
Conversa vai, conversa vem e nada de algo acontecer. Começou  a me incomodar a falta de iniciativa dele. Ou ele realmente era lerdo ou simplesmente não estava interessado em mim. 
 
Quando começou a anoitecer, Gabi e o Árabe Boss voltaram, já engalfinhados, super entrosados. Gabi, disfarçadamente, usando nossos códigos femininos, sondou se eu também já tinha beijado e revelei que não, frustradíssima. Ela também se espantou com a lerdeza do bonitão. 
 
Não muito depois fomos embora. Precisávamos de um banho para nos preparar para a night e foi nesse momento que comecei a notar uma coisa estranha. O Árabe Boss, que estava ficando com a minha amiga, começou a ser muito atencioso comigo também. Sentou no meio de nós duas no carro (o banco da frente estava ocupado por um outro amigo deles que apareceu na mureta depois) e vez ou outra pegava na minha mão. Eu fiquei confusa, não queria que a Gabi pensasse que eu estava furando o seu olho, mas ele fazia tudo isso na frente dela também, me deixando na dúvida se o safadinho, vendo que o amigo não tomou nenhuma atitude, cogitava algo a três. ? Deve ser coisa de árabe, querer sempre um harém. 
 
Nos deixaram no hotel e seguiram para suas casas. Tomamos nosso banho, nos arrumamos e, como era de se esperar, o Árabe Boss queria encontrar a Gabi ainda naquela noite. Entretanto, como estávamos em duas, é claro que ela não me deixaria sozinha para sair com ele. Daí nesse momento ela aproveitou para investigar:
 

-Seu amigo não curtiu a minha amiga?

-Curtiu sim!! É que ele já tem um esquema aqui no Rio. […] E então, vamos sair?

-Não vou deixar a minha amiga sozinha.

-Tem o DJ!

DJ era o tal amigo deles que chegou lá na mureta depois. Um homem super simpático e aparentemente gente boa, porém, zero atraente aos meus olhos.
 

-Bom, então tá. Se mudarem de ideia, manda mensagem! – Deixando a porta aberta, diante da nossa recusa.

Quando a noite cai…

Eu e Gabi fomos para uma balada. Chegamos super cedo e abrimos a pista de dança. Encontramos uns amigos nossos gays que também estavam passando o final de ano no Rio e foi tudo incrível. ✨
 
Mais tarde, quando íamos embora para o hotel, Gabi conferiu seu celular e o Árabe Boss não parava de mandar mensagem. Ele insistia para que fôssemos encontrá-lo, dizendo que estava com outro amigo para me apresentar. ? Acabamos indo mais pela insistência dele.
 
Quando chegamos no tal prédio, adivinhem quem era o outro amigo que ele queria que eu conhecesse? O mesmo que estava com ele na praia mais cedo. ? Ele tinha mentido para que fôssemos até eles. Broxei e fiquei com vontade de ir embora.
 
Lá dentro do apto, acabei ficando sozinha na presença do Moreno Gato, fumamos um e conversamos. Ele disse que assim como eu devia ter meus esquemas em São Paulo, ele também tinha os dele no Rio e, basicamente, naquele momento eu estava servindo de stand-by (não com essas palavras) por ele ter brigado com a tal garota. Não foi algo que gostei, mas era o que tinha para aquela noite. Era gato e serviria para satisfazer as minhas vontades. 
 
A moradia era do Moreno Gato, mas, infelizmente, ficamos sem acesso a um cômodo mais privativo, porque a pistoleira da Gabi foi mais rápida e já escoltou o Árabe Boss para o quarto, nos deixando com um mísero sofá, sem a devida privacidade. 
 
Ele me agarrou quando estávamos voltando da cozinha. Eu tinha pedido um copo de água (boca seca, devido ao beck) e no corredor ele fez toda uma cena sensual, me pressionando contra a parede e subindo os meus braços acima da minha cabeça. “Quero que seja especial”, ele disse, todo seduzente. Me beijou ardentemente e desceu com seus beijos pelo meu pescoço, até chegar no meu decote. Na sequência fomos para o sofá.
 
As preliminares foram de respeito. Na brisa que estávamos, as sensações foram ainda mais intensas e calorosas. ? Ele me chupou, eu o chupei, fizemos 69, até que chegou o momento da penetração.
 

-Você tem camisinha? – Perguntei.

-Está no quarto. – Ele respondeu depois de uma longa hesitação.

-Não consegue pegar?

-Eles estão no quarto. Não consigo entrar lá agora.

Xinguei muito a Gabi nesse momento.
 

-E agora? – Perguntei novamente.

-Você que sabe…

Eu que sei o quê? Ele queria transar sem preservativo?? Fiquei no maior dilema, minha gente. Hora H, morrendo de tesão, não tinha como buscar a camisinha e também não tinha a menor possibilidade de eu fazer com ele sem, por mais chapada que eu estivesse. No entanto, o tesão estava gritando dentro de mim e não conseguia me enxergar saindo de lá sem saciar a minha vontade. Em um milésimo de segundo pensei em várias possibilidades, até que me ocorreu olhar na minha bolsa. Eu sempre saio prevenida, afinal, vai que a balada resultasse em alguma coisa, rs, e lá estava ela! Uma camisinha solitária da minha marca preferida (Skyn)! Uhuuuu, alguém gozaria naquela noite! Minha última transa do ano! ?
 
Começamos comigo por cima, sentada no seu colo. Transamos em várias posições (não vou me aprofundar nos detalhes, pois a memória está comprometida), só lembro que ele bombou por um tempão comigo de quatro, ajoelhada no sofá, até finalmente gozar nessa última posição. Depois ficamos abraçados, no maior chamego, completamente nus, conversando sobre banalidades. Ele perguntou quando eu ia embora e me chamou para voltar lá depois. Estávamos absortos e aconchegados nos braços um do outro, até que fomos surpreendidos pelo Árabe Boss e a Gabi abrindo a porta do quarto. Me cobri rapidamente e Gabi, a estraga prazeres, soltou um:
 

Vamos embora amiga? – Tesourando o meu momento.

-Claro amiga.

Me vesti e sem muitas delongas partimos. Chegamos no hotel e começamos a trocar figurinhas. Ela contou que o Árabe Boss não deu muito no couro e se surpreendeu quando contei que o Moreno Gato tinha um pau mais modesto, diferente do que imaginávamos por conta do seu porte físico.
 

-Você sabe que era pra EU ter transado no conforto do quarto, enquanto VOCÊ na simplicidade do sofá, né? – Acusei.

-Ai amiga, fui falando pra ele me mostrar o apto, até que chegamos no quarto. Sorry.

-Piranha.

Na manhã seguinte…

Eu já estava super in love pelo Moreno Gato! Não que tivesse sido a melhor transa da vida, mas eu estava carente e me apaixonando por qualquer transa bem sucedida. Ele não tinha pegado meu telefone, mas o Árabe Boss tinha o da Gabi e para solicitar o meu era dois palitos.
 
Porém, contudo, todavia, o Moreno Gato não fez a menor questão de descolar o número do meu telefone. ? E isso me incomodou MUITO! Afinal, ele não tinha falado para eu voltar lá depois??
 
Para variar, eu tinha perdido um dos meus melhores brincos enquanto estávamos transando. Movi céus e terras para recuperá-lo, mas essa minha determinação por um mísero acessório, passou a ideia errada de que eu estava inventando qualquer pretexto para contatá-lo.
 

-Gabi, fala com o Árabe Boss do meu brinco.

-Já falei amiga, ele não encontrou.

-Fala pra ele procurar direito!! ? Arrastar aquele sofá! Lembro muito bem do momento em que o meu brinco caiu. Eu ainda consegui recuperar a tarracha e a coloquei numa dobra do sofá! O brinco deve ter caído pelo chão.

-Tá amiga, vou falar pra ele procurar novamente.

Estava desagradável ter que terceirizar a busca, porque o comedor de meia tigela não me mandava uma mensagem! Seria muito mais prático falar com ele – que sabia muito bem como utilizamos aquele sofá – , para procurar o meu brinco nos pontos certos!
 
-Amiga, admite que você está usando o brinco como desculpa para se aproximar dele… – Gabi, viajando na maionese.

-Amiga… não é desculpa! Eu paguei caro naquele brinco e adoro ele! Faço questão de ter o meu brinco de volta!!

Qual a dificuldade de entenderem que eu sou uma mulher vaidosa, que preza pelos seus pertences?? Quando senti meu brinco caindo, enquanto ele bombava fortemente comigo de quatro, rapidamente salvei a tarracha, que ainda estava grudada na minha orelha, e mentalmente esquematizei: “Depois que terminarmos vou procurar o brinco”. Porém esqueci. Acontece. Juro pra vocês que a minha vontade de recuperar o brinco era genuína. Apenas isso.
 
Terceira vez que a Gabi falava com o Árabe Boss…
 

-Amiga e o meu brinco??

-Ele não encontrou amiga.

-Não é possível! Ele não procurou e está dizendo que não achou, sem sequer ter procurado! Impossível não estar naquele chão!

-Amiga, já está chato eu ficar cobrando isso dele.

-NÃO INTERESSA!! QUERO O MEU BRINCO!! ??? Se tiver ruim pra você, me passa o número dele que eu mesma mando a mensagem cobrando!!

[…]

-Meu, a minha amiga tá me irritando aqui com a história do brinco dela. Será que você poderia procurar mais uma vez?
 
Eu não voltaria para São Paulo sem a porra do meu b-r-i-n-c-o!
 

Feliz Natal!!!

19 comentários em “Réveillon no Rio – Parte 3

  1. Rindo sozinho aqui. ?
    Consigo ver seu rostinho de contrariada por não recuperar seu brinco. Kkkk
    Mas o que eu queria mesmo agora era estar bombando em você de quatro.
    Coisa mais deliciosaaaa!!!
    Ainda bem que tenho guardado um certo vídeo…
    Continue inspirada. ?

  2. Finalmente Papai Noel chegou pra mim!!! Como sempre histórias deliciosas. Infelizmente curtas. Espero muito por um segundo livro. Adoro como podemos imaginar você e a Gabi na Urca e todos os pensamentos que vão por trás dessa cabeça que vai a mil por hora. Análise de tudo e de todos, vendo possibilidades e estratégias. Mas vamos e venhamos que no fundo um brinco de volta e uma transa não ia ser mal. Aposto que mais uma vez vc levou uma camisinha “just in case”. Beijos e Feliz Natal o meu já está completo

  3. Ah Sara, vc sabe como prender a gente com um bom texto! Li as três partes de uma vez só, esperando que ia acontecer! Fico imaginando todas as cenas lembrando do seu rosto e seu jeitinho…a parte do “piranha” foi a melhor! kkkkk!!! Como terminará a saga do brinco? Conseguirá a Sara ter uma transa decente do final de ano ou o moreno-gato-cafa se aproveitará de Sara com investidas broxantes? Conseguirá a Gabi divertir-se com o dono do restaurante ou ele realmente é ruim de habib? Os fogos do Rio vão ser fogosos ou uma ducha de água fria na nossa intrépida dupla? Pra estas aventuras e mais respostas, aguardem os próximos e emocionantes capítulos da Bat-saga da Bat-Sara neste mesmo Bat-blog! hahahaha!

  4. Como sempre, um belo texto escrito de forma descontraída e que prende a atenção do começo ao fim! Impressionante como vc consegue deixar o leitor envolvido com a narrativa.
    Sou seu fã! Saiba disso!

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