Prazer Noturno

De repente lá estava eu, deitada ao seu lado sem um pingo de sono, enquanto você dormia profundamente. Tão profundo, como se estivesse dormindo há horas e não acabado de deitar há dois minutos. Incrível como o sono pode ser altamente rápido e poderoso. 

Comecei a olhá-lo, assisti-lo enquanto dormia lindamente e vários pensamentos positivos vieram à minha cabeça, como se o universo estivesse me dizendo que aquele momento era o melhor que eu estava vivendo. 

O melhor… mas que poderia se tornar ainda mais interessante. Comecei então a lhe fazer carinhos no rosto, ainda que você estivesse tão longe que sequer sentisse. Às vezes você se mexia, como se a minha mão fosse um mosquito querendo te atazanar, mas meus dedos continuaram insistindo, pois sou teimosa e você iria receber os meus carinhos sim! 

Em certo momento, percebi que quando eu deslizava os dedos lentamente indo da sua bochecha para a orelha, seu pau piscava. Precisou umas três piscadelas para eu entender do que se tratava. Meu carinho em sua orelha inconscientemente estava te excitando? 

Aproximei mais o meu corpo do seu e senti mais algumas vezes para ter certeza. Sim. Mesmo dormindo, você estava ficando excitado comigo de alguma maneira. E a mesma mão que antes estava lhe fazendo carícias no rosto, agora descia cuidadosamente para seu pau, iniciando uma delicada masturbação, subindo e descendo com a sua pele peniana. 

Sua respiração ficou sutilmente ofegante. Você deveria estar sentindo aquele prazer, sem saber de onde exatamente ele vinha. Continuei masturbando, pensando se conseguiria te fazer gozar assim, até que tive uma ideia ainda melhor. Você estava deitado de lado, virado para mim. Coloquei minhas duas pernas por cima de você, como se eu estivesse sentada de lado no seu colo, só que ainda deitada. Essa posição eu costumo chamar de “ladinho meio de frente”. Eu estava de camisola e com calcinha, que a deslizei gentilmente pelas minhas pernas, com movimentos leves para não te acordar. 

Posicionei seu membro rijo e apetitoso na minha entrada, mas não ia empurrar, pois fiquei um pouco confusa se aquilo seria estupro, já que você estava inconsciente. Porém, surpreendentemente, quando seu pau encostou no portal do paraíso, seu braço que estava livre do colchão, me enlaçou pelas costas e pressionaram meu quadril na sua direção. Pensei que você havia despertado, mas seus olhos continuavam fechados. Seria você um sonâmbulo? Ou estava acordado mas, com os olhos muito pesados para abri-los? Bom… acordado ou não, aquilo já não seria mais um estupro, uma vez que você que me puxou para si. Permiti, então, a sua entrada sem medo.

 Ahhhh… que delícia te sentir pela quarta vez naquela noite. Meus movimentos eram auxiliados pelos seus, que, mesmo “dormindo”, se movimentava com a mesma feracidade que o meu. Após um tempo curtindo aquela sensação maravilhosa do entra e sai, que só quem transa também sabe, foi inevitável não levar a minha mão para aquela parte do corpo da mulher que torna tudo ainda mais gostoso. 

Meu clitóris. Meu grande e safado amigo, aquele que me garantiu o apelido de Linguaruda. Demorei a ir para você, pois sabia que quando eu fosse, aquela brincadeira acabaria rapidamente. Do jeito que você estava, me faria gozar em pouquíssimo tempo. Não me equivoquei, definitivamente conheço muito bem o meu corpo. Em menos de dois minutos gozei tão gostoso, como se fosse a nossa primeira vez. “Que delícia”, você deixou escapar ainda de olhos fechados, ao perceber que aquele tinha sido o meu grande momento. 

Me forcei a sair do êxtase em que me encontrava, focada em te fazer passar pelo mesmo. Retomei os movimentos freneticamente. Porém, fui percebendo que lhe faltava algo que eu não estava conseguindo alcançar com nossos corpos daquele jeito. Então, rapidamente virei o meu corpo, sem que você saísse de dentro de mim, indo para cima de você, com minha bunda virada para ti. Ainda que você continuasse de olhos fechados e não a estivesse vendo, suas mãos podiam senti-las, ao que você movimentava o meu quadril para frente e para trás, daquele jeito colado, com meu clitóris roçando na sua pele.

Confesso que nessa transa você me deu mais trabalho do que eu esperava, mas era a quarta gozada da noite e você estava dormindo, vamos lhe dar um desconto. Minha respiração foi ficando cada vez mais ofegante, tanto quanto a sua, ao que seu clímax se aproximava e contra o meu cansaço eu lutava. E então chegou o seu momento… 

Transar para mim é igual comer um doce muito gostoso. Enquanto você o mastiga e saboreia o seu gosto, você está passando pelo mesmo processo do vai e vem da penetração. Aqueles movimentos te permite saborear o corpo do outro. Assim como uma mastigação em que você sobe e desce com o seu maxilar, usufrui daquilo que está dentro de você. Você pode comer rápido como um esfomeado, ou mastigar devagar para que aquilo dure mais um pouco. 

Gozar, pode ser comparado ao processo de engolir um alimento. Ainda que o prazer de um seja absurdamente maior que o outro. Pensemos na comparação de maneira mais técnica. É o desfecho de tudo aquilo. A conclusão daquele processo. Não dizem que o “durante” de uma transa, pode ser mais gostoso do que o orgasmo em si? Pois então, comer algo gostoso também. O momento de saborear é mais aproveitado do que o seu desfecho. 

E assim foi a nossa transa. Quando você gozou, acabou aquele momento de frenesi. Mas não foi um daqueles finais que você lamenta ter acabado ou que fica triste porque acabou. É como a conclusão de um ciclo. Você voltaria a dormir lindamente e eu, agora mais exausta, dormiria com a mesma facilidade que você, levando para o meu subconsciente a lembrança do que acabara de sentir.

4 comentários em “Prazer Noturno

  1. Sara concordo com os comentários, vc deveria escrever mais contos. Vc consegue deixar quando vc escreve com a sua imaginação, a leitura mais intensa de emoções.
    Parabéns

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