“O Ligado no 220”

Querido diário,

Combinamos no seu apartamento, apenas 1h de encontro. Ele me recebeu com uma taça de vinho em mãos e rapidamente iniciamos uma fluída conversa. Seu jeito é bastante carismático, jovial e um pouco afeminado. Seu apartamento era grande e muito aconchegante, para cada canto que você olhasse tinha um objeto de decoração interessante, seguindo a temática viagens, música ou vinho. Até brinquei que a sua diarista devia ter bastante trabalho, pois era muita coisa miúda para limpar, rs.

Conversamos por muito tempo, ao ponto de só iniciarmos as intimidades faltando, exatamente, 20 minutos para encerrar o nosso encontro. Sei disso, pois, enquanto ele andava na minha frente pelo corredor, a caminho do quarto, dei uma rápida espiada no meu relógio de pulso. Procurei não me demorar muito nas preliminares, não conhecia o seu ritmo e não sabia se ele era o tipo que gozava rápido ou se demorava, se fosse dos que demoram, o tempo para o sexo já estava apertado.

Preciso destacar que, antes do sexo, comecei a sentir vontade de fazer xixi, no entanto, segurei, para o caso de ser chupada, queria manter a pepeka limpinha. Durante a transa foi intensificando, e quando trocamos para a posição com ele por cima, se tornou ainda mais desconfortável para mim, com seu corpo e pau pressionando a minha bexiga. Segurei o máximo que pude, acreditando que ele poderia gozar a qualquer momento, mas, ao me dar conta de que a transa ainda poderia ir longe, precisei interromper, pedindo uma pausa.

Surpreendentemente, quando ele soube que eu estava apertada para ir ao banheiro, se interessou no assunto e sugeriu que eu urinasse nele, ali mesmo, na cama!! Achei a proposta descabida, jamais teria coragem de fazer lambança onde ele dormia, sequer faço chuva dourada, nunca fiz antes. Fui pega completamente de surpresa.

Fiquei sem graça de recusar, sem ao menos cogitar a ideia para agradá-lo, e daí ele quis que eu ingerisse mais líquido. Me levou de volta para a sala e me senti como se eu estivesse prestes a fazer um daqueles exames médicos, em que precisa ingerir bastante água, até que a bexiga esteja completamente cheia.

Daí ele pegou um violão, que até então eu não tinha reparado, e começou a tocar, cantando uma música do Silverchair, totalmente desafinado, me fazendo rir. Admirei sua cara de pau, ele não estava nem aí, rs. Nem preciso dizer que à essa altura já tínhamos passado do tempo, fiquei sem graça de tocar no assunto e tirá-lo do seu devaneio, confiando que no final ele teria o bom senso, de me acertar o tempo excedente. 

Após ele cantar duas músicas, anunciei que realmente precisava ir ao banheiro, se ele fosse querer chuva dourada mesmo, aquela era a hora! Nos direcionamos ao banheiro da suíte, entramos no box, o fechamos, ele se sentou no chão a minha frente, encostado na parede, e aguardou pelo jato. Se eu não estivesse com a bexiga explodindo, não sei conseguiria ter feito, foi uma situação um pouco estranha para mim, pois não é algo que eu gostaria que fizessem comigo. Fiquei dois minutos inteiros urinando nele, até abriu a boca, visivelmente se esbaldando. Não senti nojo, pois era a minha urina, mas fiquei curiosa para entender qual a brisa que dá em quem curte. Se alguém aí for adepto da prática e quiser trazer a sua visão, por favor, compartilhe nos comentários.

Depois nos banhamos, pedi que escovasse os dentes e então voltamos para a cama, afinal, ele ainda não tinha gozado. Descobri que ele não é o tipo que goza transando, no final tive que partir para o boquete e punheta, até que enfim ele veio! Ufa! 

Quando voltei, do segundo banho, para o quarto, estava tocando a música “Feeling Good”, aquela versão do Muse e ele tava todo empolgadão, enquanto ouvia, começamos a cantar e ficamos um pouco ali, curtindo a vibe. Daí ele se empolgou ainda mais, dizendo que queria me mostrar uns vídeos da banda cantando ao vivo. Só faltou me pegar pela mão e sairmos correndo para a sala, rs.

Novamente dei uma rápida conferida no relógio e naquele momento estava dando 2h de encontro. Pontualmente. Outra vez não falei nada, ele estava super empolgado para me mostrar os vídeos, não quis ser nenhuma estraga prazeres. Ficamos mais 1h inteira no sofá, só vendo os shows da banda, com ele apontando os detalhes sonoros em cada apresentação, realmente o vocalista é muito talentoso.

Quando estávamos indo para 3h de encontro, comecei a ficar com sono, já era onze da noite e ele é uma pessoa que demanda muita energia, estava exausta. Partiu de mim a iniciativa de encerrar o encontro, falei que estava tarde e que precisava ir. Ele ainda insistiu para que eu ficasse, mas nem me pagando mais, eu não aguentaria continuar com o date. Daí na hora de me pagar, ele fez o fatídico comentário:

– Combinamos 1h. – Buscando uma confirmação.

Acrescentei:

– Combinamos 1h e ficamos três. 

E aí foi iniciado o conflito. 

Ele não queria me pagar pelas três horas, dizendo: “Como assim? Eu achei que você iria embora quando o tempo acabasse.” Expliquei que eu apenas segui o ritmo dele, que não quis ser desagradável em trazer a questão do tempo, quando ele estava visivelmente se divertindo e que ele sabia que não tínhamos ficado só uma hora. Me senti um pouco insultada. Ele achava mesmo que eu fiquei aquele tempo a mais por pura simpatia? Por tê-lo achado tão incrível, ao ponto de querer ficar mais tempo, de graça, na sua presença? Tentei encarar com um elogio, pois isso demonstrava que o meu atendimento era mesmo muito natural e orgânico, ao ponto dele fantasiar que tínhamos ultrapassado essa barreira.

Eu estava muito exausta, só queria ir embora, então, para encerrar logo aquilo, propus que me pagasse pelo período de 2h (o tempo do sexo e afins, nem cobrei adicional pelo fetiche) e a última hora, que ficamos vendo vídeos, eu deixaria de brinde. Daí conseguimos chegar num acordo, ele concordou e pediu desculpas, dizendo que não sabia que era assim. (E ele achava que era como?)

Confesso que achei esse final bem trash, eu, na posição dele, não ia querer me indispor com a pessoa que estivesse me prestando um serviço, e pagaria logo sem criar caso, mas também não estava por dentro da sua situação financeira. De qualquer forma, achei muita ingenuidade, ele considerar que após termos ficado aquele tempão, eu fosse cobrar apenas pelo período de 1h. 😒

*

Recentemente tivemos um repeteco. – Esse primeiro encontro ocorreu em meados de novembro do ano passado. – Desta vez fiz questão de ativar o timer do relógio, para que apitasse quando encerrasse o tempo. E quando apitou, adivinha? Ainda estávamos transando. Eu não entendo por que certas pessoas, que gostam de aproveitar bastante, não fecham um período maior. Não é nada legal essa situação de ter que fazer malabarismo com o tempo. 

De qualquer forma, gostei de revê-lo, ele não passa uma vibe de maldoso ou aproveitador, tá mais pra sem noção mesmo. Se ele ler isso, espero que nas próximas marque sem miserê de cachê e tempo. 😄

3 comentários em ““O Ligado no 220”

  1. Deve ser o maior barato ter fetiches. Não tenho, pelo menos não tenho consciência dos meus. Digo que deve ser um barato pela liberdade mental de reconhecer, assumir e pratica-los.

  2. Eu não sou um fetichista, mas confesso que se alguém me pedir pra mijar nela eu iria me concentrar no sentimento de domínio, algo como “Você está tão entregue que eu mijo em você, e você gosta”. Então acho que a “brisa” deve ser mais ou menos isso.
    Mas não seria algo que eu fosse buscar ou sugerir.

    Essa questão do tempo é foda, sempre lave suas mãos, quando ele terminou as músicas e você se propôs a ir fazer o fetiche, já poderia ter anunciado:

    – Vamos lá que já passamos do combinado e tenho que ir.

    – Oh não Sarinha fique mais, eu suplico.

    – Tá mas eu preciso saber quantas horas adicionais você vai querer, porque eu também tenho hora.

    NUNCA suponha que a pessoa vai te dar mais dinheiro por bom senso, não é porque ela pagou uma, que ela pode pagar duas ou três horas. Não sei se você já assistiu o filme da Bruna Surfistinha, tem aquela cena que o cara pagou o programa dela com notas de 2 e moedinhas dizendo “eu juntei só pra te conhecer” hahaha
    E também o ditado popular “o combinado não sai caro”.

    Nos tempos que eu não tinha tanta grana, não podia me dar ao luxo de me perder no tempo haha, eu mesmo encerrava “Acho que já deu, o tempo voa né? Vou acertar com você e tomar um banho”

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