Alugamos um quarto de hotel. Uma diária cara, apenas para passarmos uma data comemorativa fora de casa. Quando chegamos no local, me surpreendi que fosse um hotel que no passado já fui para me encontrar com algum cliente. Deu uma nostalgia de leve pelos velhos tempos e tive a ideia de usar isso a meu favor. Propus que brincássemos de acompanhante e cliente. Depois de nos acomodarmos como hóspedes, pedirmos uma refeição e conhecermos a suíte, me ausentei por breves minutos, fazendo hora no corredor, enquanto dava-lhe o tempo para adentrar no espírito da coisa. A regra que impus era para que não saíssemos do personagem. Bati na porta como se fosse realmente um encontro pago com um desconhecido.
Sara Müller sou eu, mas também uma personagem. Uma doce mulher que não tem problemas, que está sempre feliz e disposta a agradar. Sim. A Sara é também um pouco de mim, mas em determinados aspectos ela é melhor, por estar sempre contente e com muita vontade de dar. ?
Não achei que fosse conseguir encarnar esse meu eu com alguém que eu já conhecesse em outro contexto, mas deu super certo! Toda tímida e sorridente, adentrei não suíte fingindo não conhecê-lo. Coloquei minha bolsa na mesa e logo nos beijamos, após um rápido cumprimento. Era como se eu realmente estivesse atendendo de novo, mas com o plus de ser com alguém que eu sabia que seria muito gostoso. ?
Depois de um longo tempo nos beijando, com ambos ainda de pé, ele me ofereceu algo para beber, me deixando escolher entre vinho e espumante. Optei pelo espumante. ? Comecei a puxar assunto como se realmente não o conhecesse, perguntando de onde ele era, por conta do sotaque que eu, particularmente, já nem percebo mais, rs, e engatamos uma conversa introdutória.
Perguntei se ele já teve outras experiências com acompanhantes, o que geralmente eu perguntava nos encontros mesmo. É sempre interessante saber se você é a primeira vez do cliente ou se é um consumidor frequente do serviço. ? Ele disse que já fazia muito tempo que não saía com ninguém e seguimos brindando nossas taças. Elogiei seu bom gosto para música e então voltamos a nos beijar.
Depois ele delicadamente retirou a taça da minha mão e perguntou se eu gostaria de ir para o quarto. Respondi que sim, mas não conseguimos ir de imediato, pois ele me virou de costas para beijar minha nuca e eu imediatamente comecei a esfregar, de leve, a minha bunda no seu pau, ainda por cima da roupa.
Ai que delícia. ?Eu só conseguia pensar que precisávamos praticar aquilo mais vezes! ? Quando enfim fomos para a cama, as coisas ficaram ainda mais quentes. ? Ele me deitou e já foi se posicionando na beirada da cama para me chupar. Ahhh como é bom quando a iniciativa do sexo oral parte primeiro deles. Ainda que às vezes possa ser um trabalho, e que a preocupação de agradar o outro deva ser da prestadora do serviço, quando eles o fazem primeiro parece que rompe a barreira do dinheiro, como se fosse uma situação real e casual, em que a mulher é mais paparicada para o homem conseguir o que ele quer, aos pouquinhos. (Não que ela não quisesse também, mas vocês me entenderam! ?)
Daí ele me chupou por algum tempo e quando parou já comecei a me movimentar para chupá-lo também. Ele ficou de pé e começou a descer sua cueca e bermuda, ao que eu me ajoelhava na sua frente, na mesma altura em que o seu pau entraria na minha boca. ? Comecei a chupá-lo mentalizando que aquele não era um pau conhecido e sim uma completa novidade. Funcionou. O ambiente contribuiu muito para que me sentisse dentro de outra situação, embarquei completamente na brincadeira.
Pensei em chupar até que ele pedisse para transar, deixar que ele conduzisse conforme suas vontades, como eu costumava fazer para agradar os clientes. Mas decidi fazer melhor. A vantagem de ser uma brincadeira, é poder agir diferente quando lhe convém, então não esperei que ele pedisse e sem sentir qualquer insegurança de que ele pudesse pensar que eu estava acelerando o processo, fiquei de pé na sua frente, acomodando seu pau entre as minhas pernas. Comecei a roçar. ?
Roçando o seu pau todo babadinho na minha entrada, sem sentir a menor preocupação de estar fazendo aquilo. Eu sabia que era alguém conhecido, mas ao mesmo tempo mentalizava que não era e conseguia sentir as duas coisas mais antagônicas ao mesmo tempo: a segurança e o perigo. Logo ele me deitou, vindo por cima de mim e agi como se a presença de um preservativo fosse algo importante. “Espera, calma, o que você está fazendo? Precisamos de uma camisinha”. Ele seguiu ignorando, como se soubesse que no fundo eu também estava pouco me importando com aquilo.
Todo mundo que já transou sem camisinha com alguém que não estava comprometido, sabe muito bem como é deliciosa essa sensação. Por mais receio que tenhamos de pegar uma DST, o tesão, poucas vezes, consegue se sobressair a esses pensamentos. A loucura se apresenta tão apetitosa e tentadora, que você não consegue considerar que possa existir uma consequência ruim, vivendo algo tão incrível e prazeroso daquela magnitude. Você então o faz e o durante é tão forte e intenso quanto o grande ápice do final.
Olhei para ele me comendo no frango assado, na beirada da cama, no pelo, e mentalizei que aquela de fato fosse a primeira transa que estávamos tendo. Primeira transa. Sem proteção. No primeiro encontro. Foi um tesão tremendo imaginando isso! ???
Estava tão gostoso que nem tive pressa de pegar o vibrador e após um tempo curtindo a pura sensação da penetração, comecei a masturbar o meu clitóris com os meus próprios dedos. Quando decidi usar o vibrador, ele quis trocar de posição, para comigo de quatro. ? Nesse exato segundo de troca de posições, em que seu pau precisou fazer uma rápida pausa ao sair de mim, o interfone do quarto tocou. Parecia até que tinha sido planejado.
A refeição que tínhamos pedido chegou muito antes do previsto! Nesse momento percebi que ele quase saiu do personagem, ao dizer “O pedido chegou”, mas rapidamente o fiz voltar, quando o questionei se ele tinha pedido alguma coisa, como se eu não soubesse de nada, rs. ? Ele fechou a porta do quarto para que eu ficasse mais à vontade e quando retornou senti que tínhamos deixado escapar um pouco do clima. Então voltei a chupá-lo, como no início, e recomeçamos todo o processo. Me comeu novamente no frango assado, até que avançamos para de quatro outra vez. Que delícia de transa! ? Voltei a mentalizar que era a nossa primeira e percebi que ele fez o mesmo, pois metia com uma força e gemidos que não me lembrava de já ter visto!
Gozamos quase ao mesmo tempo, mas fui poucos segundos antes. Totalmente extasiados, deitamos, trocamos algumas carícias, até que decidimos nos alimentar, com o pedido que havia chegado. Achei que manteríamos a brincadeira, mas, ao nos direcionarmos para a cozinha, ele soltou: “Posso ter a ***** de volta?” Ele reconheceu que entrar na personagem deixou meu comportamento diferente. Mais tímida, menos íntima, e me alegrou saber que o meu verdadeiro eu era ainda mais encantador aos seus olhos, apesar dos meus rompantes e momentos, de uma pessoa normal, rs. A partir disso voltamos a ser o casal que somos, aquele que se conhece há mais tempo, que conversa sem receio e que ainda trocam confidências.
Resolvi vir aqui compartilhar essa situação, como uma dica para os casais que estiverem lendo. Mesmo que a sua(eu) parceira(o) nunca tenha sido uma acompanhante, arrisquem brincar disso também! Aposto que será uma experiência muito louca e diferente para vocês. É muito verdade quando dizem que as brincadeiras sexuais apimentam a relação e de fato isso acontece. Vocês saem do comum, da mesmice e vê como o outro reage numa situação completamente diferente. É instigante. Atraente. Inovador. Deixo o campo dos comentários para que compartilhem alguma experiência diferente que já fizeram também, que tenha agregado na relação do casal. Vamos trocar figurinhas! ?
Último dia do ano! 31 de dezembro de 2019. Estávamos eufóricas!! Tínhamos comprado uma festa de Réveillon e as expectativas estavam altas! Nem vou falar de como foi o nosso dia e pularei logo para a parte principal dos acontecimentos. Vou começar falando da nossa produção para a virada de ano.
Gabi passou com o tradicional branco. Um cropped e uma saia longa de cintura alta, um charme! Ela até fez um penteado com trança! Make não muito pesada, afinal, passaríamos na praia. Rasteirinha no pé.
Eu sou o tipo de pessoa que adora um brilho! Se tem glitter, paetê ou strass é 99,9999999…% de chances de eu adorar! Sendo assim, usei um vestido belissímo que comprei na Zara há não sei quantos meses e ainda não tinha tido a oportunidade de usar. Cor de rosa – porque sou a verdadeira Penélope Charmosa e AMO essa cor – , todo de paetê (os paetês que eram rosa, no caso) que me faziam brilhar até mesmo no escuro absoluto.
Dizem que a cor que você usa no réveillon representa o que você quer que o universo reserve para a sua vida no próximo ano – por exemplo: branco significa paz, amarelo: dinheiro, vermelho: paixão, verde: esperança e etc… – eu queria amor – aí entra a cor rosa – e os paetês brilhosos e reluzentes: o sucesso! Queria brilhar em 2020 tanto quanto eu brilhava naquela noite. Até a minha rasteirinha tinha pedrinhas brilhosas! A make foi aquela que eu não perderia tempo fazendo todo dia. Enfim, estávamos maravilhosas!!!
Fomos até a Marina da Glória, pois a tal festa era lá. Daí você pensa: “Poxa, que legal, deve ter sido o máximo”. Vocês não tem noção de como, rs. Eis o momento de eu revelar mais um pouco sobre o tal evento. Talvez o que eu diga a seguir já te dê um belo spoiler, ou talvez não, já que não deu para nós: Escuna. Essa é a palavra chave. Fez algum sentido pra vocês? Se não fez, terão que aguardar mais um pouquinho então.
Paramos na fila de uma das escunas e já de início sentimos uma leve frustração. As pessoas que estavam na fila eram tudo famílias. Pais, avós, crianças, nada de pessoas da nossa idade, com seus respectivos amigos e amigas, como era o nosso caso. Óbvio que chamamos a atenção de geral, foi como se tivéssemos sido convidadas para a festa errada.
Já estávamos aceitando a nossa iminente derrota, quando, após um tempo na fila, decidi confirmar se estávamos na fila certa. Não estávamos! Quase dei pulinhos de felicidade na frente de todas aquelas pessoas que nos fuzilavam, como se fôssemos duas intrusas.
A nossa escuna estava bem mais a frente e quase a perdemos. A mesma já tinha dado partida e voltaram só para nos buscar. Na hora achamos aquilo incrível, afinal, não queríamos perder a festa em alto mar pelo qual pagamos com tanto gosto. Contudo, horas depois, a nossa perspectiva mudou e compreendemos que o fato de quase termos ficado para trás, na verdade, foi um sinal divino que, não muito espertas, ignoramos. No começo o passeio estava legal, mas isso porque estávamos iludidas. A verdade daquela experiência ainda estava por vir.
Tocavam músicas brasileiras que eu gosto, artistas como Iza, Karol Conká, Ludmilla e Anitta. A festa era open bar e open food, mas não conseguimos usufruir. Quando fui tentar pegar algo para nós, a desorganização era tanta que até desisti. Quando voltei para onde a Gabi estava, até o meu lugar ao seu lado eu tinha perdido – faltou pulso firme dela em falar para a tal pessoa que ali tinha gente, mas ok – . Consegui um espaço na lateral, ao lado de um senhor, muito simpático, que se espremeu para que eu conseguisse me sentar ao seu lado. Começamos a conversar e dali a pouco recebo uma mensagem da Gabi, me zoando.
Muito abusada! Se eu estava ali, tendo que socializar com um estranho, agradecida por ter me cedido um assento, era tudo culpa dela!! Rs. Respondi com uma figurinha de mim mesma sorrindo meio sem graça, razão pela qual precisei ocultar no print acima a minha resposta para esse afronte.
*
Aos poucos o brilho do evento foi sumindo e fui me dando conta da real furada em que tínhamos nos metido. De repente as músicas mudaram, continuaram nacionais, mas umas completamente desconhecidas, aquele estilo de funk zero comercial, se é que vocês me entendem. Eu sou o tipo de pessoa que é apaixonada e fascinada por música, então, se a música é ruim, automaticamente o rolê também estraga. Parece que a energia fica meio estranha, sabe?
A cada música tocada, renovava a minha esperança de que aquela playlist, de péssimo gosto, fosse passageira, mas infelizmente ela tinha chegado para ficar. A minha segunda grande decepção foi quando o barco parou na posição em que ia ficar até a virada do ano. Olhei para os lados e não tinha nada, nem sinal das balsas. “Cadê as balsas??” Perguntei alarmada. Sem as balsas por perto, isso significava que a queima de fogos estaria longe, o que fugia completamente do meu propósito para aquela noite.
Em algum momento liberou espaço ao lado da Gabi e consegui voltar para o meu posto.
-O Moreno Gato e o Árabe Boss estão naquela festa do Sheraton que eles falaram para a gente. O Árabe Boss acabou de me mandar uma mensagem. – Noticiou-me a Gabi, logo que voltei a sentar do seu lado.
Aqui vou adicionar um pequeno adendo. Lá atrás, quando eles nos levaram na mureta da Urca para ver o pôr do sol, perguntaram o que faríamos na virada do ano. Enchemos a boca para falar desse evento que compramos com certa antecedência, quando ainda estávamos em São Paulo, como se fosse a festa mais incrível do mundo. “Virada em Alto Mar”, era esse o título da festa.
Eles tentaram nos alertar que não seria bom e até nos convidaram para ir na mesma festa que eles. Mas recusamos, pois eu realmente acreditava no potencial da nossa festa. Acreditei cegamente que o barco estacionaria ao lado das balsas – já que ambos ficavam no mar – e que a queima de fogos seria bem em cima das nossas cabeças. Muito leiga, eu sei. Mas é errando que se aprende.
*
De repente, em meio aquele barulho horroroso, que era tudo menos música, começou a contagem regressiva. Não era possível que nem durante a contagem eles não desligariam aquele som!!! Fiquei extremamente indignada. Para variar, a contagem deles estava atrasada, antes que chegassem no um, já começou a queima de fogos láááá longeee, há quilômetros de distância!
Eu tenho a crença de que para o ano ser incrível, a entrada tem que ser mais incrível ainda e quando me vi naquele barco, cercada de gente estranha e desinteressante, com aquela música, de péssimo gosto, comendo nos meus ouvidos e a tão sonhada queima de fogos so far away, lágrimas de desgosto escorreram pelos meus olhos. Por que eu não dei ouvidos a Gabi, quando sugeriu que fôssemos para Búzios ou Angra dos Reis? Por quê??! Defendi tanto a ideia de passar em Copa, por algo que sequer tive.
Quando ela percebeu que eu estava chorando, se compadeceu e me abraçou, pedindo que eu não ficasse daquele jeito. Eu só consegui dizer uma coisa:
-Se e a virada está sendo assim, imagine como será o ano!
Agora eu te pergunto: Como foi mesmo 2020??? Ah tá! Rs.
Imaginem passar por tudo isso sem nenhuma gota de álcool para ajudar. Observávamos uma menina toda feliz e saltitante dançando e invejei toda aquela animação. Especulei com a Gabi como era possível alguém se divertir tanto num evento mega caído daqueles e ela, no alto da sua sabedoria, respondeu:
-Ah amiga, ela tem cara de ter uns quatorze anos, nessa idade não somos exigentes. Isso aqui deve estar sendo O evento pra ela.
A festa duraria até quatro horas da manhã e fiquei pedindo à Deus mentalmente para que não fôssemos obrigadas a ficar ali até o seu término. Felizmente ele me ouviu e logo mais anunciaram que voltaríamos para a Marina da Glória, pois a festa continuaria com o barco estacionado lá. Seria a nossa chance de dar no pé.
Durante esse trajeto de volta, a estadia foi ficando cada vez mais desagradável. Estávamos sentadas de frente para as escadas que davam no banheiro e inevitavelmente assistimos a muitas pessoas vomitando toda a bebida que ingeriram ao longo da noite. E que noite! ?
Quando o barco finalmente encostou e liberaram a saída de quem quisesse ir embora (p.s.: não fomos as únicas a abandonar o barco) , sentimos uma sensação de alívio tão grande, como se estivéssemos sendo resgatadas do inferno.
Na própria Marina da Glória avistamos uma outra festa, bem mais potencial, rolando em terra firme e fomos até lá, numa tentativa desesperada de salvar a nossa noite. Infelizmente não estavam mais recebendo ninguém aquela altura e o jeito foi voltarmos para o hotel mesmo. ?
A fila para pegar táxi estava gigantesca e decidimos ir até a avenida para chamarmos algum pelo aplicativo. Mais uma escolha ruim. O sinal da internet estava péssimo, a localização não era muito favorável e ficamos ali por mais tempo do que se tivéssemos aguardado na fila anterior. O risco e o medo de sermos assaltadas era grande, até porque o vestido que eu usava era mega chamativo e luxuoso demais para o ambiente.
Quando finalmente conseguimos embarcar, o que foi mesmo um milagre dos céus – nosso anjo da guarda devia estar fazendo hora extra – , mais uma vez tivemos aquela deliciosa sensação de alívio, sensação essa que não durou muito tempo, pois, mais ou menos próximo do nosso destino final, o taxista anunciou que não poderia seguir com a viagem, visto que as ruas estavam fechadas. Teríamos que seguir a pé.
Ele disse isso sem a menor delicadeza, como se fôssemos um estorvo no seu carro. Gabi perguntou o que poderíamos fazer, explicando que não éramos dali, que não sabíamos por onde seguir e novamente ele foi grosseiro, do tipo: “Se virem queridas, isso não é problema meu”. Não com essas palavras, mas foi exatamente essa mensagem que quis nos passar.
Ainda por cima tentou dar um de esperto pra cima da gente, querendo que pagássemos a corrida no débito, alegando que o aplicativo estava com problema. Realmente deu um bug lá na hora de encerrar a corrida, porém foi cobrada normalmente depois. Ainda bem que fui firme e não cedi.
Descemos do carro e fomos pedindo informação para as pessoas na rua. Não estava propício ver o mapa no celular, além de estarmos quase sem bateria. Foi uma boa caminhada até chegarmos no hotel, ainda bem que tinha bastante gente na mesma situação que nós, geral voltando pra casa a pé.
As primeiras horas de 2020 foram tão ruins e desmotivadoras quanto como quando surgiu a pandemia. Acredito piamente que o nosso réveillon de merda foi mesmo um prelúdio do que seria o ano.
O lado bom de tudo isso é que a virada de 2020 para 2021 foi imensamente diferente e muuuuito melhor! Então, segundo a minha crença, prevejo um 2021 repleto de muitas alegrias e sucesso para todos nós!!
Agora, para fechar, respondo-lhes a pergunta que não quer calar: Será que o meu brinco foi encontrado?? – Minutos de suspense… –
Sim!! Mas até o seu regresso para as minhas mãos foi trabalhoso. O encontraram e deixaram na portaria para que eu enviasse um loggi retirá-lo. Antes disso, até surgiram convites para que encontrássemos os rapazes novamente, mas como os nossos dias no Rio estavam acabando, demos prioridade para outras coisas, programas entre amigas. Tais como bater perna no shopping – quase fomos à falência na Sephora, rs – almoçar uma lasanha deliciosa no Abbraccio, saborear o irresistível Grand Gateau do Paris 6, enfim, coisas comuns que poderíamos fazer em São Paulo, mas que queríamos fazer no Rio também, rs.
Então, continuando com a narração, enviei um loggi e quando o entregador chegou lá, o porteiro dificultou, pois se recusava a entregar o meu brinco para alguém que não fosse eu mesma. Ele não compreendia que o entregador estava lá me representando. Tivemos todo um desgaste de ligar para o Árabe Boss e pedir que ligasse na portaria e autorizasse o porteiro a entregar meu brinco para o motoboy que estava lá esperando.
-Amiga, o porteiro deve estar achando que o seu brinco é uma joia.
Era a única explicação plausível para tanta dificuldade. Mas não se tratava de nenhuma joia não. Não precisa ser algo tão caro para que eu valorize. Enfim, o loggi ficou o dobro do preço, só pelo tempo de espera do entregador em conseguir retirar o item. Ahh, ainda por cima veio sem a tarracha!!
Nessa reta final da viagem, já começou a bater aquela saudade de casa. Acho que a nossa alma, o nosso interior, em qualquer viagem, de fim de semana ou meses, sempre sabem a hora certa de voltar. E como é gostoso esse regresso! Voltar para a sua casa, sua rotina, suas coisas, seus gatos!! ?❤️?
Retornamos para São Paulo de avião, enquanto dois lugares no ônibus – previamente comprados – lamentariam a nossa ausência. Sabe aquela frase: “O barato sai caro”? É completamente verdade. Se tivéssemos fechado, desde o início, ida e volta de avião, teria ficado beeeem mais em conta do que pagamos somente para voltar, comprando em cima da hora. Mas o nosso conforto, desta vez, falava mais alto que o nosso bolso.
Voltamos com a bagagem cheia de lembranças e histórias. “Embarque para Congonhas, portão 8”.
Hello meus lindos! Olha eu aqui de novo!! Tudo bem com vocês??
Não queria lhes deixar na curiosidade da continuação por tanto tempo, mas final de ano, sabem como é, né? Viajei na última semana de dezembro, retornei esta segunda e precisei desses dias para reorganizar a minha vida.
Bom… sem mais delongas, vamos lá!
Mulheres Sofredoras
Mulher apaixonada e de coração partido é uma coisa muito triste e ao mesmo tempo engraçada. Fazemos coisas ridículas em busca daquela atenção masculina que tanto almejamos. Minha amiga estava tão desesperada para conseguir, de alguma maneira, reatar seu namoro, que ainda que estivéssemos no Rio, prospectando no Tinder e conhecendo rapazes promissores na praia, teve o empenho de pagar o Tinder Gold, colocar a localização do ex e ficar na investigação se ele também estava cadastrado no aplicativo.
Adivinhem só, ele estava! O intuito dela era lhe causar ciúmes, caso ele também a visse, porém, o tiro saiu pela culatra. Ele ligou para ela e a excomungou por ser tão fria de já estar na caça. – Sendo que ele também estava, né?! – Eu, como boa amiga que sou, filmei ela discutindo com ele no telefone, chorando, se exaltando – apenas para arquivo pessoal – e hoje, quando lhe mostro o vídeo, sente a maior vergonha de si mesma. Pra você ver ao que nos sujeitamos!
Já eu, ficava toda hora trocando a foto do WhatsApp, na tentativa frustrada de que alguma das que eu colocasse, despertasse a vontade de um certo alguém puxar assunto comigo. Não, não me refiro ao Moreno Gato que estava pendente de encontrar o meu brinco, mas ao outro que eu realmente nutria algum sentimento, aquele que citei na primeira postagem, o que precisou parar de sair comigo por motivo de força maior. Você tenta encontrar uma nova distração, mas quando vê que não vai adiante com o novo que apareceu, volta a sofrer pelo antigo.
Novamente a viagem não estava sendo tão promissora quanto merecíamos. A caça no Tinder permanecia, eu e a Gabi dávamos match com praticamente os mesmos caras, rs.
Teve um que estava hospedado no mesmo hotel que nós, um gringo que me secou de tal maneira no elevador ao ponto de me deixar constrangida. Poucos minutos depois lá estava ele me dando super like no Tinder – isso que dá usar as mesmas roupas das fotos – , pelo jeito não era só nós que estavámos tentando a sorte no aplicativo, rs, deslizei o dedo para a esquerda.
Ainda tive um pequeno estresse com outro meliante que se achava o Don Juan. Este aqui deu match primeiro comigo e começamos a combinar logo um encontro. Quando chegou no ponto de definirmos o horário e local, ele acabou dando match com a Gabi também.
Nesse momento, eu já previra que ele seria cafajeste com uma das duas e fomos dando corda para ver até onde ele iria. Falamos de marcar encontro para o mesmo dia e aguardamos ver como ele se sairia dessa. Daí o cretino simplesmente parou de me responder e passou a combinar com a Gabi o que antes estava combinando comigo. Arrrgh, não queiram conhecer a fúria de uma ariana!!!
Demos o troco que ele merecia. Mandei mensagem para ele dizendo que sabia que ele estava combinando algo com a minha amiga – surpreendentemente ele voltou a me dar atenção imediatamente – e que só para ele saber, não gostávamos de homens baixinhos, que só fomos dando corda para ver com qual das duas ele seria um cuzão. Ele respondeu algo entre risos, tentando se justificar, mas já era tarde demais. As duas desfizeram o match e ele ficou sem ninguém.
Gabi conseguiu marcar encontro com outro rapaz e ele levou um amigo também. Fomos numa lanchonete. Ambos eram bonitos, mas estava nítido que o tal amigo que ele levou para me conhecer tinha muito mais a ver com a Gabi, enquanto ele, por sua vez, tinha mais a ver comigo.
Concordávamos nos mesmos assuntos, enquanto a Gabi também tinha mais sintonia com os gostos e o jeito do amigo dele. Não haveria o menor problema invertermos os casais, porém, contudo, todavia, na hora de nos despedirmos – os rapazes sequer pagaram a conta, tudo foi dividido – faltou atitude.
Mesmo tendo ficado claro que rolou mais afinidade comigo, ele preferiu não trocar o que considerava certo pelo duvidoso – afinal, o match pelo aplicativo tinha sido com a Gabi – e pediu para ficar com ela, quando a mesma também se decepcionou pela falta de iniciativa do amigo dele em investir nela. Ficamos todos no zero a zero.
O jeito foi nos aventurarmos de outras maneiras…
Aventura de verdade
Agora vou lhes contar duas coisas sobre mim. Não sou o tipo de mulher que curte fazer trilhas. Já fiz algumas vezes, o bastante para saber que prefiro a tranquilidade de um sítio, campo ou fazenda. Quando estou em contato com a natureza, gosto de relaxar, apreciá-la bem quietinha enquanto leio um bom livro, ouvindo o canto dos pássaros.
Também detesto acordar cedo, ainda mais estando de férias. Sabe quando o Seu Madruga diz em algum dos episódios do Chaves: “Quem ousa me acordar às 10h da madrugada?”, então, essa frase me define, essa sou eu, rs. Gosto de acordar sem despertador, não há maneira melhor de começar o dia! No entanto, a Gabi insistiu muito para que fizéssemos esse passeio e o que os nossos amigos não nos pedem sorrindo que não fazemos chorando?
Lá estávamos nós, saindo de Copacabana super, hiper, mega cedo, pois tínhamos que estar na Barra da Tijuca às 7h. Durante os dates que tivemos no Rio, sempre que falávamos que faríamos essa trilha, os rapazes faziam uma careta e diziam que éramos corajosas. Não entendíamos muito bem o que aquilo significava. Depois a Gabi descobriu que fechou a trilha errada. Ela pensou se tratar da Pedra do Telégrafo, uma trilha muito mais rápida e tranquila, quando, na verdade, estava nos levando para a trilha do mal.
Esperávamos pelo guia num bar qualquer. Eu encostei minha cabeça na mesa e aproveitei para tirar um belo cochilo enquanto o cara não chegava. Logo mais ele chegou, um rapaz simpático, mas franzino, me deixando não muito segura quanto à sua força em nos amparar caso fosse preciso. Gabi estava toda animada e sua empolgação tomou forma quando saímos do bar. Ao sair do estabelecimento, sem mais nem menos, ela caiu de joelhos no chão, se ralando toda, já queimando a largada. Não tive como não rir! Não é todo dia que vemos uma beldade daquelas se estatelando no chão.
Eu já estava com preguiça da trilha antes mesmo de começar, mas em determinado momento dei aquele gás, com o pensamento de que quanto mais rápido andássemos, mas rápido terminaríamos. Doce ilusão. Quanto mais andávamos, mais distante o topo parecia. Não desejo a ninguém aquela trilha. O guia nos perguntou: “Vocês querem com emoção ou sem emoção?”, é injusto perguntar isso para alguém que não tem a menor noção do que está sendo perguntado. Ele pegou o caminho da emoção. Coitadas de nós!
Essa trilha só foi interessante por uma razão: Autoconhecimento. Eu, que detestava trilha, que preferia estar na cama do hotel dormindo, acabei me saindo melhor que a Gabi. Algo que surpreendeu a nós duas. Em muitos trechos ela precisou de ajuda e eu, querendo que aquilo acabasse logo, ia subindo sozinha antes que o guia voltasse para me ajudar a subir também, pois não queria perder tempo.
O rapel foi apavorante!!! Eu tenho medo de altura, então imaginem como foi. Gabi foi primeiro e lá de cima ficou tensa me assistindo subir. Ficava ainda mais chocada quando topávamos com pessoas fazendo aquela trilha sem um guia. Muito perigoso!!
Posso dizer que quase morri num trecho logo após o rapel da subida. Estávamos num penhasco muito, mas muito alto, só se via o verde da natureza e morros em volta. Estávamos escalando uma parte de terra pisando e segurando em apenas algumas pedras que estavam grudadas na terra. Teve uma hora, enquanto eu me segurava numa dessas pedras, que a mesma saiu na minha mão!! O que me salvou foi os meus pés estarem firmes em outra pedra mais abaixo. Fiquei apavorada quando isso aconteceu. Comecei a subir cada vez mais rápido para sair logo dali, ao passo que a minha amiga ficava para trás com o guia a ajudando.
Gabi sofreu ainda mais. Já estava ralada e com os joelhos ardendo do tombo inicial, fora os escorregões e tropeços que vieram depois. Ela também passou por sufocos naquele mesmo ponto que a pedra saiu na minha mão ao ponto de chorar de medo. Mesmo com guia a trilha é perigosíssima!
Enfim chegamos no topo, a primeira parte do desafio tinha sido concluída!
Depois de todo aquele sufoco, você me pergunta: “Valeu a pena, não valeu? Aquela vista não é mesmo maravilhosa?” Sim, a vista é perfeita, nos rendeu fotos incríveis, mas se me dissessem que seria aquele nível de dificuldade para chegar até lá, eu, com certeza, teria recusado. Minha vida vale muito mais que uma visão de cima do Rio e eu quase morri real naquela bendita pedrinha.
A descida foi um pouco, só um pouco mais tranquila, mas ainda assim teve seus desafios horrorosos. Se eu já tinha achado aterrorizante o rapel da subida, imagine o da descida em que você precisa descer de costas, sem saber direito onde está pisando??! Eu gritava desesperada, queria que um helicóptero estivesse ao meu dispor para me tirar dali. Depois daquilo ainda tiveram pedras gigantes extremamente inclinadas, dificílimas de descer.
Bom, meus caros, ficamos naquela trilha por pelo menos nove horas. Nove horas em atividade física direto, sem uma refeição decente, apenas a base de barras de cereais, água e frutas, que levamos. Às 7h00 tiramos uma foto na entrada da trilha, pleníssimas, e às 16h00 tirávamos outra foto, no mesmo ponto, completamente destruídas. – Fiz questão de deixar até mesmo a foto desfavorável no meu destaque do Instagram (pessoal), para que todos vissem, em nossas fisionomias e aparência, como foi difícil! –
Ao final de tudo, até mesmo a Gabi, que insistiu tanto por aquele passeio, reconheceu que não foi uma boa escolha. Só nos restou dar risada pelo apuro que tínhamos passado e darmos graças a Deus por ter acabado e termos sobrevivido.
A próxima parte da história será a última. O gran finale com o desfecho fantástico do nosso réveillon – que não foi tão fantástico assim, rs – . Prometo não demorar tanto para postar!
P.S. Comentários são sempre bem vindos, me motivam a continuar escrevendo e postando!
O terceiro dia no Rio foi bem light. Decidimos conhecer a piscina do hotel e nos surpreendemos positivamente. Tranquila, quentinha, pouquíssimas pessoas, era a paz que estávamos buscando, depois de uma experiência esquisita na praia de Copacabana, no dia anterior. Perto do sol se pôr demos um pulinho na praia de Ipanema, mas ficamos pouco tempo, sequer entramos no mar.
O babado mesmo foi no dia seguinte…
Quarto dia no Rio. Quando finalmente as coisas desenrolaram a nosso favor.
Localização: Praia do Leblon.
Sortudos: Dois homens atraentes, sentados na areia bem na nossa frente.
Codinomes: Árabe Boss e Moreno Gato. – Impressionante como o mais gato é sempre o menos simpático. –
Moreno Gato: era de longe o mais atraente. Corpo em forma (via-se que frequentava academia), pele bronzeada, menos falante que o Árabe Boss. Lhe daria uns 34 anos.
Árabe Boss: Bonito também, mas com uma leve pancinha. Bronzeadinho, olhos claros, todo conversador. Lhe daria uns 39.
A interação começou quando o mais simpático deles – que mais tarde descobrimos ser dono de um restaurante árabe, badalado no Rio, (por isso o “Boss”) – pediu para a Gabi cuidar dos pertences deles, enquanto davam um mergulho. Eu estava no mar nesse momento e quando voltei peguei a conversa no meio do caminho.
Quando voltaram, após agradecerem, já engatamos uma conversa. Papo vai, papo vem, nos convidaram para conhecer a mureta da Urca. Fizemos um pequeno charminho, mas, obviamente aceitamos. Estávamos em busca de aventura e a oportunidade se apresentou finalmente. ✨
O carro pertencia ao mais gato/menos simpático, nomeado como “Moreno Gato”, que estava ao volante. Eu e a Gabi fomos no banco de trás. Fizemos uma rápida parada na casa de um deles para que pegassem uma garrafa de vinho, mas não descemos do carro, aguardamos que retornassem com a birita. Conversamos bastante durante o trajeto e os rapazes pareciam ser super do bem, bancando os guias turísticos da gente.
Nesse primeiro momento pareceu que a Gabi ia dar match com o mais gato, mas o outro reverteu a situação, marcando presença com a Gabi, deixando o mais gato para mim, que aliás, gostei muito. ?
Quando chegamos na mureta da Urca, a vista era realmente linda. Avistamos até um restaurante flutuante no meio do mar! Uma lanchonete badaladíssima, logo em frente a mureta, estava lotada – saudade de quando podia aglomerar – , mas os rapazes conseguiram comprar uns petiscos deliciosos pra gente. Bolinho de bacalhau, talvez? Confesso que não me recordo o que comemos exatamente, só sei que era muito bom. ? Depois nos encostamos na mureta e passamos o finzinho de tarde ali, conversando e socializando, enquanto aguardávamos pelo pôr do sol.
Dali a pouco o Árabe Boss chamou a Gabi para ir com ele num restaurante próximo, de um amigo dele, buscar mais vinho para nós, já que nas lanchonetes próximas só vendiam cerveja. Fiquei sozinha com o Moreno Gato.
Conversa vai, conversa vem e nada de algo acontecer. Começou a me incomodar a falta de iniciativa dele. Ou ele realmente era lerdo ou simplesmente não estava interessado em mim.
Quando começou a anoitecer, Gabi e o Árabe Boss voltaram, já engalfinhados, super entrosados. Gabi, disfarçadamente, usando nossos códigos femininos, sondou se eu também já tinha beijado e revelei que não, frustradíssima. Ela também se espantou com a lerdeza do bonitão.
Não muito depois fomos embora. Precisávamos de um banho para nos preparar para a night e foi nesse momento que comecei a notar uma coisa estranha. O Árabe Boss, que estava ficando com a minha amiga, começou a ser muito atencioso comigo também. Sentou no meio de nós duas no carro (o banco da frente estava ocupado por um outro amigo deles que apareceu na mureta depois) e vez ou outra pegava na minha mão. Eu fiquei confusa, não queria que a Gabi pensasse que eu estava furando o seu olho, mas ele fazia tudo isso na frente dela também, me deixando na dúvida se o safadinho, vendo que o amigo não tomou nenhuma atitude, cogitava algo a três. ? Deve ser coisa de árabe, querer sempre um harém.
Nos deixaram no hotel e seguiram para suas casas. Tomamos nosso banho, nos arrumamos e, como era de se esperar, o Árabe Boss queria encontrar a Gabi ainda naquela noite. Entretanto, como estávamos em duas, é claro que ela não me deixaria sozinha para sair com ele. Daí nesse momento ela aproveitou para investigar:
-Seu amigo não curtiu a minha amiga?
-Curtiu sim!! É que ele já tem um esquema aqui no Rio. […] E então, vamos sair?
-Não vou deixar a minha amiga sozinha.
-Tem o DJ!
DJ era o tal amigo deles que chegou lá na mureta depois. Um homem super simpático e aparentemente gente boa, porém, zero atraente aos meus olhos.
-Bom, então tá. Se mudarem de ideia, manda mensagem! – Deixando a porta aberta, diante da nossa recusa.
Quando a noite cai…
Eu e Gabi fomos para uma balada. Chegamos super cedo e abrimos a pista de dança. Encontramos uns amigos nossos gays que também estavam passando o final de ano no Rio e foi tudo incrível. ✨
Mais tarde, quando íamos embora para o hotel, Gabi conferiu seu celular e o Árabe Boss não parava de mandar mensagem. Ele insistia para que fôssemos encontrá-lo, dizendo que estava com outro amigo para me apresentar. ? Acabamos indo mais pela insistência dele.
Quando chegamos no tal prédio, adivinhem quem era o outro amigo que ele queria que eu conhecesse? O mesmo que estava com ele na praia mais cedo. ? Ele tinha mentido para que fôssemos até eles. Broxei e fiquei com vontade de ir embora.
Lá dentro do apto, acabei ficando sozinha na presença do Moreno Gato, fumamos um e conversamos. Ele disse que assim como eu devia ter meus esquemas em São Paulo, ele também tinha os dele no Rio e, basicamente, naquele momento eu estava servindo de stand-by (não com essas palavras) por ele ter brigado com a tal garota. Não foi algo que gostei, mas era o que tinha para aquela noite. Era gato e serviria para satisfazer as minhas vontades.
A moradia era do Moreno Gato, mas, infelizmente, ficamos sem acesso a um cômodo mais privativo, porque a pistoleira da Gabi foi mais rápida e já escoltou o Árabe Boss para o quarto, nos deixando com um mísero sofá, sem a devida privacidade.
Ele me agarrou quando estávamos voltando da cozinha. Eu tinha pedido um copo de água (boca seca, devido ao beck) e no corredor ele fez toda uma cena sensual, me pressionando contra a parede e subindo os meus braços acima da minha cabeça. “Quero que seja especial”, ele disse, todo seduzente. Me beijou ardentemente e desceu com seus beijos pelo meu pescoço, até chegar no meu decote. Na sequência fomos para o sofá.
As preliminares foram de respeito. Na brisa que estávamos, as sensações foram ainda mais intensas e calorosas. ? Ele me chupou, eu o chupei, fizemos 69, até que chegou o momento da penetração.
-Você tem camisinha? – Perguntei.
-Está no quarto. – Ele respondeu depois de uma longa hesitação.
-Não consegue pegar?
-Eles estão no quarto. Não consigo entrar lá agora.
Xinguei muito a Gabi nesse momento.
-E agora? – Perguntei novamente.
-Você que sabe…
Eu que sei o quê? Ele queria transar sem preservativo?? Fiquei no maior dilema, minha gente. Hora H, morrendo de tesão, não tinha como buscar a camisinha e também não tinha a menor possibilidade de eu fazer com ele sem, por mais chapada que eu estivesse. No entanto, o tesão estava gritando dentro de mim e não conseguia me enxergar saindo de lá sem saciar a minha vontade. Em um milésimo de segundo pensei em várias possibilidades, até que me ocorreu olhar na minha bolsa. Eu sempre saio prevenida, afinal, vai que a balada resultasse em alguma coisa, rs, e lá estava ela! Uma camisinha solitária da minha marca preferida (Skyn)! Uhuuuu, alguém gozaria naquela noite! Minha última transa do ano! ?
Começamos comigo por cima, sentada no seu colo. Transamos em várias posições (não vou me aprofundar nos detalhes, pois a memória está comprometida), só lembro que ele bombou por um tempão comigo de quatro, ajoelhada no sofá, até finalmente gozar nessa última posição. Depois ficamos abraçados, no maior chamego, completamente nus, conversando sobre banalidades. Ele perguntou quando eu ia embora e me chamou para voltar lá depois. Estávamos absortos e aconchegados nos braços um do outro, até que fomos surpreendidos pelo Árabe Boss e a Gabi abrindo a porta do quarto. Me cobri rapidamente e Gabi, a estraga prazeres, soltou um:
–Vamos embora amiga? – Tesourando o meu momento.
-Claro amiga.
Me vesti e sem muitas delongas partimos. Chegamos no hotel e começamos a trocar figurinhas. Ela contou que o Árabe Boss não deu muito no couro e se surpreendeu quando contei que o Moreno Gato tinha um pau mais modesto, diferente do que imaginávamos por conta do seu porte físico.
-Você sabe que era pra EU ter transado no conforto do quarto, enquanto VOCÊ na simplicidade do sofá, né? – Acusei.
-Ai amiga, fui falando pra ele me mostrar o apto, até que chegamos no quarto. Sorry.
-Piranha.
Na manhã seguinte…
Eu já estava super in love pelo Moreno Gato! Não que tivesse sido a melhor transa da vida, mas eu estava carente e me apaixonando por qualquer transa bem sucedida. Ele não tinha pegado meu telefone, mas o Árabe Boss tinha o da Gabi e para solicitar o meu era dois palitos.
Porém, contudo, todavia, o Moreno Gato não fez a menor questão de descolar o número do meu telefone. ? E isso me incomodou MUITO! Afinal, ele não tinha falado para eu voltar lá depois??
Para variar, eu tinha perdido um dos meus melhores brincos enquanto estávamos transando. Movi céus e terras para recuperá-lo, mas essa minha determinação por um mísero acessório, passou a ideia errada de que eu estava inventando qualquer pretexto para contatá-lo.
-Gabi, fala com o Árabe Boss do meu brinco.
-Já falei amiga, ele não encontrou.
-Fala pra ele procurar direito!! ? Arrastar aquele sofá! Lembro muito bem do momento em que o meu brinco caiu. Eu ainda consegui recuperar a tarracha e a coloquei numa dobra do sofá! O brinco deve ter caído pelo chão.
-Tá amiga, vou falar pra ele procurar novamente.
Estava desagradável ter que terceirizar a busca, porque o comedor de meia tigela não me mandava uma mensagem! Seria muito mais prático falar com ele – que sabia muito bem como utilizamos aquele sofá – , para procurar o meu brinco nos pontos certos!
-Amiga, admite que você está usando o brinco como desculpa para se aproximar dele… – Gabi, viajando na maionese.
-Amiga… não é desculpa! Eu paguei caro naquele brinco e adoro ele! Faço questão de ter o meu brinco de volta!!
Qual a dificuldade de entenderem que eu sou uma mulher vaidosa, que preza pelos seus pertences?? Quando senti meu brinco caindo, enquanto ele bombava fortemente comigo de quatro, rapidamente salvei a tarracha, que ainda estava grudada na minha orelha, e mentalmente esquematizei: “Depois que terminarmos vou procurar o brinco”. Porém esqueci. Acontece. Juro pra vocês que a minha vontade de recuperar o brinco era genuína. Apenas isso.
Terceira vez que a Gabi falava com o Árabe Boss…
-Amiga e o meu brinco??
-Ele não encontrou amiga.
-Não é possível! Ele não procurou e está dizendo que não achou, sem sequer ter procurado! Impossível não estar naquele chão!
-Amiga, já está chato eu ficar cobrando isso dele.
-NÃO INTERESSA!! QUERO O MEU BRINCO!! ??? Se tiver ruim pra você, me passa o número dele que eu mesma mando a mensagem cobrando!!
[…]
-Meu, a minha amiga tá me irritando aqui com a história do brinco dela. Será que você poderia procurar mais uma vez?
Eu não voltaria para São Paulo sem a porra do meu b-r-i-n-c-o!
Primeiro dia de praia, ai que delícia! Aquele sol escaldante, somado ao calor abundante, era exatamente tudo o que a gente precisava! Compramos nossas canguinhas, alugamos um guarda sol com duas cadeiras e lá estávamos nós, lindas e belas, pleníssimas estendidas na areia. Estávamos tão maravilhadas por estar na praia num belíssimo dia de sol e calor como aquele, curtindo nossas férias maravilhosamente, em frente ao Copacabana Palace, tão absortas no nosso mundinho, dentro da nossa bolha, que, nesse primeiro momento, não percebemos a quantidade de pessoas estranhas e esquisitas que jaziam por todos os lados naquela areia.
A primeira ilusão visual foi quando chegou um casal e se instalaram a poucos metros da gente. Os apelidamos de “O falso jogador de futebol e sua mulher gringa”. Quando eles chegaram, foi uma entrada triunfal. Eles trouxeram uma caixa de som gigantesca e colocaram uma música eletrônica que ecoava por toda a praia. Chegaram no exato momento em que a Gabi tinha acabado de comprar, de um camelô, uma caixinha de som vagabunda, só para ouvirmos entre nós duas ali mesmo. Quando o casal vizinho chegou e colocou a caixa de som deles pra funcionar, a nossa ficou apagada e até brinquei com a tal gringa que o som deles tinha humilhado o nosso. Ela deu um sorriso amarelo, como se não tivesse entendido a piada, e atribuímos o seu não entendimento a sua possível origem estrangeira.
– Aposto que ele é jogador de futebol, que nem o Neymar! E essa namorada dele é gringa! – Análise prematura da Gabi.
A tal gringa usava uma canga branca de bolinhas pretas, algo que realmente parecia refinado. Com o passar do tempo, notamos uma constante movimentação no vizinho ao lado. Sempre ia alguém falar com ele e ele, o tal jogador de futebol, mostrava uma corrente dourada para a tal pessoa.
– Ele está vendendo correntes de ouro na praia! Que chique! – Novamente Gabi, a iludida.
Ficamos algumas horas curtindo o sol e cuidando da vida alheia, até que, com o passar do dia, o filtro da riqueza foi se esvaindo dos nossos olhos, principalmente dos da Gabi, que desde o princípio pintou uma imagem glamourosa deles.
Quando a tal gringa tirou a canga, revelando uma tatuagem de péssimo gosto na região do bumbum – era um tribal – , Gabi caiu em si que aquela mulher não era gringa coisa nenhuma! Dito isso, instantaneamente, a tal gringa já não parecia mais tão bonita e exótica, mas sim uma mulher comum e sem atitude, ao lado de um cara que dava mais atenção para as pessoas que vinham até ele, do que para ela que estava o tempo inteiro ali.
Mais tarde ainda, uns dois policiais rondaram onde estávamos e caímos em si que, na verdade, aquelas correntes douradas deveriam ser fachada para um esquema de venda de drogas. Ou seja, estava rolando o maior tráfico ali, bem debaixo dos nossos narizes e a Gabi achando que o possível traficante era jogador de futebol! ???
*
Paralelamente, observamos também uma mulher, alguns metros à frente, descolorindo seus pelos como se estivesse no quintal da sua casa. Uma visão horrorosa, minha gente! Ficamos abismadas com a coragem daquela mulher, não se importando com o ridículo.
– Vai ver, aqui isso é normal. – Ponderou Gabi, tão confusa quanto eu, diante dos hábitos cariocas.
*
Uma outra situação estranha foi quando, de repente, alguém jogou areia na gente. As duas espalhafatosas gritaram e quando olhamos para o lado, tinha sido uma criança que estava junto com a sua família. Todos os membros presentes nos encararam, com a maior cara de poucos amigos. Gabi, para disfarçar o climão que se instaurou, falou: “Me assustei, rs”, como se as erradas fôssemos nós, por termos gritado. Eles, no entanto, sequer pediram desculpas pela sapecagem da criança e continuaram nos fuzilando, como se fôssemos duas intrusas.
– É amiga, acho que as pessoas que moram em Copa já foram tudo viajar. Essas que estão aqui são pessoas que moram em bairros mais distantes. – Mais uma análise da Gabi, agora sim, mais certa do que nunca.
Voltamos para o hotel, levemente desapontadas. Esperávamos paquerar na praia, encontrar pessoas bonitas e interessantes, mas não foi bem isso que aconteceu.
Pelo menos ainda nos restava a noite…
Nos arrumamos lindamente e fomos num Pub chamado: “The Rock Bar”. Estava bastante promissor. Teve um show de música ao vivo, tínhamos reservado uma mesa, comemos, bebemos algumas bebidas – infelizmente não conseguimos ficar bêbadas – e até fui reconhecida por um cara que dei match no Tinder na noite anterior.
Contudo, nada significativo acontecia naquele pub. Éramos as gatas que não deram certo no rolê. Impressionante. Saímos de lá e fomos para outro lugar. Nesse outro – que sequer lembro o nome – , pagamos entrada para irmos embora em menos de uma hora. Tocava pagode, depois mudou para eletrônico, o que em outro momento teria nos animado, porém, como estávamos vindo de outro agito, à essa altura já não tínhamos mais tanto pique. Voltamos para o hotel, novamente frustradas.
– É amiga, a viagem não está sendo como imaginávamos. – Falei um pouco desanimada, enquanto estávamos no Uber, rumando de volta para o hotel.
– É amiga, não está mesmo não. – Respondeu Gabi, vencida pelo cansaço.
Mas a viagem estava apenas começando!! Dias melhores viriam!!
Essa é uma história baseada em fatos reais, cujos momentos ocorreram em meados de dezembro de 2019. Aquele tipo de experiência que depois que passa você ri, vira assunto em rodas de conversa, você verdadeiramente se diverte lembrando, mas, no tempo real dos acontecimentos não foi bem assim. Quem nunca passou por isso ainda não viveu nessa vida!
Final de ano chegando e você, que ainda não tem nada planejado, começa a pensar nas possibilidades para o seu réveillon. Eu queria ir para o Rio. Tinha uma lembrança antiga de um ano novo que passei com uns amigos em Copa (de 2015 para 2016) e queria muito vivenciar tudo de novo. A queima de fogos na praia tinha sido algo tão lindo, tão mágico e tão belo, que me fez sentir algo tão especial por dentro, como se tudo aquilo – toda a experiência visual e sensorial – fosse a confirmação de que o ano que entraríamos seria incrível.
Como realmente foi. Em 2016 realizei o meu tão sonhado objetivo de sair de casa e morar sozinha, escrevi meu primeiro livro, enfim, foi um ano de muitas conquistas e crescimento pessoal e atribui todas essas conquistas à mágica invisível presente na virada do ano. Como uma superstição. Se a virada de ano for incrível, então o ano que entrará será melhor ainda. Eu queria ter esse mesmo sucesso em 2020. Estava decidido. Eu iria para o Rio de Janeiro no réveillon outra vez!
Depois que você decide o que fazer, o próximo passo é pensar “com quem”. Com os amigos que fui anos atrás não seria mais possível, as rotinas mudaram, não éramos mais tão próximos.
Coincidentemente, uma grande amiga minha terminou seu namoro bem nessa época de festas de final de ano. Seu relacionamento de três anos tinha sido rompido abruptamente e ela estava inconsolável. Foram dias difíceis. A intimei passar uns dias na minha casa e quando eu achava que finalmente estava conseguindo distraí-la, dali a pouco a flagrava chorando de novo. Decidi então arrastá-la para o Rio comigo. Réveillon na praia, solteira e com uma amiga alto astral do meu lado (que naquele momento não estava tão alto astral assim, rs) tinha tudo para dar certo! Ninguém seguraria a gente!
Ela tentou me convencer a irmos para Búzios ou Angra dos Reis, algo mais glamouroso, mas eu, teimosa como sou, a convenci de que assistir a queima de fogos em Copacabana seria muuuuuito melhor! Partiu Rio!
… de ônibus.
Não que não tivéssemos dinheiro para ir de avião, mas eu estava num momento de reeducação financeira, levemente pão dura, lendo muito Nathalia Arcuri, optando sempre pelo mais em conta e não o mais confortável.
Péssima escolha.
Pegamos muito trânsito e a viagem que começou animada, se tornou cansativa e desgastante. E assim foi dada a largada!
*
O hotel que nos hospedamos, bem… também deixou a desejar. Para um quatro estrelas, ele estava mais para três, quase duas. Minha amiga – a partir daqui vou chamá-la de Gabi, para fluir melhor o texto – estava mais conformada, dizendo que, pelas fotos, sabia que não era grande coisa. Já eu era a cara da decepção. Com o valor que pagamos, para passar uma semana inteira, esperava algo muito melhor do que aquilo.
A boa notícia é que depois que arrumamos o quarto com as nossas coisas, instantaneamente mudou a energia do lugar, ficando bem mais aconchegante. “Mal vamos ficar no hotel, amiga”, relembrou Gabi, no alto de sua sabedoria.
Contudo, Gabi não estava plenamente certa de suas palavras. Afinal, tínhamos um plus nessa viagem: o coração partido. Levá-la para o Rio não curou as suas mágoas num passe de mágica e a fossa tem o poder maligno de tirar o brilho das coisas – só fico na dúvida se numa Nova York, Las Vegas ou Califórnia, o efeito ainda seria o mesmo, rs – .
Como se já não bastasse a Gabi estar na maior fossa, nível hard, eu também estava um pouquinho abalada amorosamente. Não tanto quanto ela, mas também não estava 100%. No meu caso, o que aconteceu foi o seguinte, o boy que eu saía na época teve uns problemas pessoais e tivemos que parar de sair. Saíamos por três meses, pouco tempo, mas com muita intensidade, se é que vocês me entendem. Para variar, coincidentemente ele morava no Rio – juro que não foi por esse motivo que eu quis ir para lá – o que me deixava ainda mais emotiva durante a viagem.
Então, sendo assim, eu e Gabi, Gabi e eu, após desfazermos as nossas malas e nos depararmos com os cinquenta tons de cinza das paredes do quarto, sem nenhum cronograma do que fazer naquela noite carioca, decidimos então baixar o Tinder! Isso mesmo, o Tinder! – Não nos orgulhamos disso. – Até mesmo um corretor de imóveis carioca, que eu conhecia de São Paulo, encontrei no abençoado aplicativo – devia ter ido passar o final de ano com a família, rs – .
Por fim, consideramos saudável ficar no hotel naquela primeira noite, por vários motivos. Primeiro: estávamos cansadas da viagem de ônibus; Segundo: além do cansaço do trajeto, ainda tivemos mais tarefas ao chegarmos, arrumando o quarto e o deixando do nosso jeitinho; E por último, mas não menos importante, não tínhamos A MENOR ideia do que fazer no Rio! Não pesquisamos nada com antecedência, não nos planejamos, simplesmente fomos! Então usamos esse tempo no quarto para descansar e ao mesmo pesquisar boys potenciais no Tinder para nos trazer um pouco de aventura nos próximos dias que viriam.
Da mesma maneira que ele dizia algo em mim não se encaixar, nele também muitas coisas eram um grande mistério. Se o cara desde o princípio te diz que não é para casar e não acredita em exclusividade sexual, o que se espera de um sujeito desses? Muito sexo. Que ele seja do tipo que transa bastante e com várias mulheres. Contudo, o que tivemos? Um homem sem a menor empolgação sexual, muita frieza nas mensagens e programas de namoradinho quando juntos. Nada combinava, tudo muito contraditório! Não pretendia mais investir nele.
Curti meu carnaval, também fui em bloquinhos (apenas dois dias e adorei) e no Vila JK com uma amiga. Foi uma noite mega agradável, assistimos ao show de um grupo chamado: “Atitude 67”, que gostei bastante, ainda que eu não tivesse o menor hábito de ouvir pagode (até salvei algumas músicas deles depois, destaque para a canção “Tão Linda”), e depois o estabelecimento virou uma balada.
Dois caras nos abordaram lá. Minha amiga se deu bem. Já eu não estava com o menor saco para a conversinha furada do outro que tentava ficar comigo. Definitivamente não tenho paciência para xaveco de cara mais novo do que eu. Mostrar os milhares de seguidores que possui no instagram é um marketing pessoal muito péssimo! Não estou atrás de homem narcisista. ?? Tentei ser simpática no começo, mas, após um tempo estava estampado na minha cara que eu queria que ele fosse embora. Foi ficando cada vez mais chato manter a conversa, até que finalmente ele se tocou e chamou o amigo dele para darem uma volta.
Assim que ele saiu, enviei uma mensagem para o Perspicaz no WhatsApp. Era cinco e pouco da manhã de uma segunda-feira de carnaval.
-Beijou muito no bloquinho? – Sabe quando você se depara com uma nova merda e passa a valorizar a merda anterior? Foi exatamente isso que aconteceu aqui.
-Caramba. Eu fico de cara com esses seus horários de vida. – Ele respondeu umas nove e pouco da manhã.
-Como você mesmo disse uma vez: “é carnaval”.
-Hahahaha. Tá certa, é carnaval! Beijei não. Já passei dessa fase haha. – Ué, então por que dá tanta importância para esses bloquinhos? ?
-Ótimo. Não quero pegar sapinho. Supondo que irá rolar um terceiro encontro né.
-Hahahaha. Será? ?
*
-E os bloquinhos hoje? – Ele puxou assunto naquele mesmo dia, já de noite.
-Bombando. – E enviei uma foto minha belíssima fantasiada, não que ele já não tivesse visto no meu insta.
Naquela mesma noite, ou melhor, na madrugada de segunda para terça, ele me chamou para dormir com ele. Foi um lance muito de repente…
-Tá acordada? – Era duas da manhã. – Eu vi que você tá acordada. – Olha ele dando um de espião.
-Fomos pro Trabuca.– Ou seja, não deve ter rolado nada potencial no rolê dele e agora me chamava como um legítimo contatinho de stand-by.
-Que convite tentador. Acho que vou aceitar hein.– Dignidade zero, eu sei.
-Vem. Vamos dormir de conchinha.
-Só vou por causa da conchinha. Vou jogar uma água no corpo e já vou.–Na verdade só queria terminar de comer a minha pizza.
-Tá bom. Tô te esperando.
Tive que ligar para ele quando já estava chegando – não me lembrava o número do seu apartamento – e o Don Juan havia cochilado! Comecei a me sentir uma idiota por estar me dando ao trabalho de ir até lá (o Uber ainda tinha ficado o dobro do valor devido a tarifa dinâmica), encontrar uma pessoa que estava caindo de sono, incapaz de me esperar acordado. Só não desisti porque não tinha mais como. Dentro do elevador a minha cara era de poucos amigos. Porém, quando ele abriu a porta, a minha chateação se dissipou. Estava muito sexy com aquela carinha de sono! Agradeceu por eu ter ido, pegou a minha mão e me levou para o quarto. Me deitei de roupa e tudo – quase não tive tempo de tirar os óculos – com reais intenções de dormir.
Deitamos de conchinha, mas ele não ficou parado. Começamos a nos beijar, em pouco tempo pediu para eu tirar a minha calcinha – eu estava de vestido – , ele também tirou sua bermuda e cueca e sem nenhuma preliminar decente foi entrando, se deparando comigo já molhada, sem precisar de uma chupada para isso. (Camisinha não mencionada no texto, apenas para não quebrar a fluência da narração. Mas é claro que a mesma esteve presente.) Ele me surpreendeu naquela noite. Transamos, dormimos, transamos de novo no meio da noite, dormimos, transamos pela terceira vez de manhã – somente dessa vez ele gozou – e voltamos a dormir. Aquele era seu novo recorde. Me passando uma ideia errada de que dali em diante teríamos muito sexo.
Estamos chegando na reta final desta história…
Enfim chegou o dia dele me assistir na peça!
Se sentou na primeira fileira. Me assistiu com muitos olhares de admiração e todo sorrisos. Quando a peça terminou e fui cumprimentar os meus amigos, ele marcou presença como se fosse meu namorado. Muitos selinhos e abraços em público, o que me surpreendeu bastante, esperava uma postura mais libertária. Viemos para a minha casa depois da apresentação e a minha expectativa para aquela noite estava bem alta!
Tomei um caprichado banho, passei o meu óleo corporal mais cheiroso, coloquei a minha melhor camisola e… ele não tentou absolutamente NADA! Novamente fizemos brigadeiro – ele que fez – , assistimos um filme (Chamada de Emergência), pedimos pizza, comemos enquanto o filme ainda estava rolando e antes do filme acabar ele já tinha cochilado.
Amiga 1:
Amiga 3:
Nada minha gente. Absolutamente nada rolou naquela noite. Demos um único beijo de língua, porque em certa altura EU pedi, porém, nada desenrolou daquela troca salivaria. Parei de tomar a iniciativa desde que ele disse se sentir “pressionado”, no entanto, se ele se sentia assim, já eu me sentia podada. Com tesão e tendo que me comportar como se fosse moça virgem. ?
Eu ali, do lado dele no sofá, toda cheirosa, sensual e era como se tivesse usando um moletom velho. Se ele não tinha mais tesão em mim, afinal, eu já estava “conquistada”, porque ainda saía comigo? ? Acho que agora entendo porque ele nunca teve relacionamentos longos. Mulher nenhuma soube lidar com tanta falta de sexo assim.
Naquela noite dormi frustradíssima. Na verdade, demorei bastante tempo para conseguir pegar no sono. Eu olhava para ele dormindo do meu lado e só pensava: “Só atraio os caras errados. Era pra eu estar transando agora…”
No dia seguinte, pela manhã, despertei antes dele, ainda indignada com toda a situação. Resolvi tomar a iniciativa. Comecei a alisá-lo enquanto ele ainda dormia e novamente nada aconteceu. Ele se manifestou três vezes ao meu toque e não foi positivamente. Na terceira vez até se virou de costas para mim!! Nesse momento desisti.
Mereço sexo ardente todos os dias, se eu quiser. Mereço um cara que quando me olhar, sinta uma mescla de amor e desejo incontrolável. Mereço um cara que nunca me diga não. Um cara que ao me atiçar vá até o fim. Cadê aquele cara dedicado do primeiro encontro??
Amiga 2:
Amiga 3:
A voz da experiência rs
Se já não bastasse todo o meu desencanto até este ponto da história, ficou ainda pior quando ele acordou. Exatamente do nada ele descobriu nós dois, me fazendo acordar sobressaltada. Perguntei o que ele estava fazendo e daí ele pegou a minha mão e levou até seu pau. Nossa que sutil. ? Fingi interesse e daí ele pediu para eu tirar a minha calcinha, semelhante ao nosso terceiro encontro, que narrei mais acima. Só que aquela vez eu estava animada para o ato, desta vez não, tinha acabado de acordar e ainda foi bruscamente. Retruquei:
-Tira você.
-Eu quero ver você tirando.
-Você não quer é ter trabalho.
-Terei trabalho daqui a pouco. – Ele sempre vem no papai e mamãe.
Parecia aqueles velhos brutos sem o menor tato para o sexo. Ele me lembrou o personagem do José Wilker no remake de Gabriela:
Tirei a calcinha sem a menor vontade, esperando que ao menos ele fosse me chupar primeiro. Isso não aconteceu. O bonitinho queria enfiar o pau a seco – lubrificante de camisinha não é o suficiente se a mulher não estiver miseramente molhada – . Ele começou com as investidas e aquilo me incomodou fortemente, tanto pela postura dele, quanto pelo desconforto físico do ato. Falei para ele que se fosse pra transar daquele jeito, que então pegasse o gelzinho que estava na prateleira sobre as nossas cabeças. Ele recusou, dizendo que não estava com pressa e foi empurrando devagarzinho até entrar tudo. Que porcaria de transa. Não fingi prazer e continuei com a minha cara de bunda. Eu poderia ter interrompido, mas não sei porque não o fiz.
Após um tempo de estocadas, repentinamente ele parou de transar, dizendo que precisava de água (estava com a boca seca) e saiu de dentro de mim para ir em direção a cozinha. Quando retornou, percebeu a minha falta de empolgação e perguntou o que estava havendo. Sincerona, como sou, não deixei por menos.
-Eu queria ter transado ontem a noite e não achei bacana começar a transa assim.
-Tem que ter um ritualzinho? – Sim querido, tem que ter.
-Não deu nem tempo de eu lubrificar…
-Você quer que eu chupe a sua buceta? É só falar…
-Quero.
-Eu te chupo então, quando for assim é só pedir. – Pedir? Isso é o tipo de coisa que deveria ser obrigatório!
E desceu para me chupar. A chupada dele não me cativou. Logo interrompi e pedi que retomasse a transa. O que tinha acontecido com aquele oral incrível do primeiro encontro? Parecia que tudo estava perdendo a graça.
Quando a transa terminou e nos deitamos lado a lado, o encurralei na parede:
-Vou te fazer uma pergunta e gostaria que fosse extremamente sincero. – O encarei com atenção. – Você não gosta de sexo? – Eu estava realmente incomodada com tudo aquilo que estava rolando. Nossa sintonia no primeiro encontro não parecia mais existir e eu queria entender o porquê.
-Gosto. Ontem não transamos porque tínhamos comido, eu estava pesado.
Que desculpa mais deslavada!!! A pizza chegou bem depois do meu banho!!! Tivemos muito tempo para transar antes de comer, ele que não tomou nenhuma iniciativa para isso!!!
-Estou perguntando por que você é diferente de tudo que já tive. – Justifiquei.
Ele disse que nunca tinham falado isso para ele e ficou me olhando pensativo em silêncio. O incentivei a dizer o que estava pensando naquele momento, já que me encarava muito compenetrado, achando que viria algum comentário relacionado ao que estávamos falando, até que ele me solta:
-Do que você trabalha, mesmo?
O danadinho tirou o foco dele e jogou para mim! Fiquei mega constrangida com a pergunta inesperada e dei uma enrolada, repetindo o mesmo discurso fictício que eu já tinha lhe dito uma vez. Nesse momento fiquei super desconfiada que ele soubesse a grande verdade sobre mim. Sem contar que durante a manhã, eu tinha sonhado justamente com isso, com ele me dizendo: “Eu sei que você é puta”. Será que ele sabia?? Muita coincidência eu sonhar com aquela revelação e horas depois ele vir com uma pergunta dessas! Eu tive uma premonição?! Será que neste momento ele também está lendo isso??? ?
Depois que respondi a sua pergunta, ele me abraçou de maneira carinhosa, como se dissesse: “Pobre alma, eu te absolvo dos seus pecados” e encerramos o assunto. Preparei panquecas para nós de café da manhã e ele foi escolhendo um filme para assistirmos. Me deu duas opções de escolha. Falou a sinopse de cada um e como nenhum me interessou, ele mesmo que escolheu, sendo um chamado: “O Limite da Traição”. Foi a minha vez de cochilar durante o filme. Adormeci com a cabeça deitada no seu colo. Acordei com aquele agito das cenas finais e… vocês não vão acreditar…!!! A personagem que se revelou vilã no final da história, se chamava Sarah Miller!!!! E quando o filme acabou, ele me solta essa:
–É… Sara Miller era do mau…
Ele se referia a personagem do filme ou a mim?! Ouvir o meu pseudônimo saindo dos seus lábios me causou uma forte sensação de que ele sabia. Que ele sabia de toda a verdade sobre mim e que escolheu aquele filme de propósito. Sem contar que, enquanto eu preparava as panquecas, antes dele começar a procurar um filme, foi até a minha estante de livros e pegou justo o “Kama Sutra Moderno” para folhear! Será que, por acaso, ele também já tinha notado um outro com o título: “As Prostitutas na História” sobre aquelas prateleiras?! Gelei minha gente. Olhando para a tela da TV eu estava, olhando para a tela da TV eu fiquei. Começaram a subir os créditos e eu não disse nada perante o seu comentário suspeito.
Transamos mais uma vez e acabou sendo melhor que a primeira transa do dia. Daí ele se banhou e quis assistir outro filme, mas, voltou atrás e disse que talvez fosse melhor ir embora. Percebi que esperou que eu dissesse algo do tipo: “Tá cedo, fica mais”, porém eu tinha cliente mais tarde e fiquei com receio de que se ele não fosse embora naquela hora, eu não conseguiria me livrar dele para ir atender depois. Fiquei um tempo quieta refletindo, até que disse:
-É, eu poderia dar uma estudada também.
-Captei.
-Captou o que?Você que falou de ir embora primeiro. – Um ficou jogando para o outro o peso da sua partida. Fiquei com a sensação de que ele gostaria de ficar mais, mas talvez fosse só cena da parte dele.
Não saímos mais depois disso. No entanto, até hoje continuamos trocando mensagens. Conversas esporádicas. Às vezes ele parece continuar interessado, outras vezes não, como se eu fosse nada mais que um contatinho que ele quer manter para os momentos de insucesso nos seus outros esquemas. Isso me frustrou por um tempo – mais pela questão do ego, do que por ele ser o fodão, já que nem me come direito – , mas decidi que aos poucos irei cortando o contato.
Agora lhes pergunto: Será que ele sabe a verdade sobre mim? Ou tudo isso não passou de uma série de coincidências?
Vocês acreditam em coincidências?
Eu não.
Amiga 2:
Amiga 1:
Vamos fechar esta série com os comentários de vocês? ? O que acham disso tudo?? Será que ele sabe? Por que as vezes demonstra estar interessado e outras não? Por que esse desinteresse sexual? ? Quero ler a opinião de vocês mais uma vez!!! ❤️
-Que gostoso, que bonito acordar e as primeiras coisas a ler serem essas palavras tão doces e carinhosas, muito gostoso. Obrigada ********** (disse meu nome no diminutivo e depois deu uma risadinha). …Ô, mas deixa de ser palhaça, sabe que tudo isso aí não é verdade, que eu não sou isso, que eu não estou te tratando assim. É só porque é carnaval né, carnaval é diferente. Mas eu quero muito te ver. O que é que você vai fazer hoje?
Não imaginava que a minha mensagem da noite anterior fosse me render um áudio – positivo – de 30 segundos!! Fiquei bastante feliz com o resultado!!! ?
-Agora ele vem querendo me reconquistar jogando todo o seu charme sonoro pra cima de mim! Ai ai. – daí enviei uma figurinha com os seguintes dizeres: – Hoje eu to disponível! Amanhã também…
-Hahaha. Boa! Quando eu sair do trabalho te aviso.
-Que seria mais ou menos que horas?
-Eu saio tal hora. Quero comprar uma camisa de carnaval, bora?
Me chamando para ir às compras com ele?? Interessante… ?
-Topo! Vou te convencer a comprar uma bem feia e cafona pra não fazer tanto sucesso nesses bloquinhos.
-Hahahaha.
E assim fomos combinando o nosso segundo encontro…
Ele falou de irmos numa loja que, a propósito, ficava muito perto da minha humilde residência, fazendo com que ideias de trazê-lo para conhecer o meu cafofo brotassem na minha mente. Porém, acabamos não indo para a tal loja, por conta da repentina chuva que acometeu São Paulo. No entanto, ele foi para a minha casa, algo que me rendeu uma certa adrenalina!
Quando ele estava pegando o Uber, saindo do trabalho dele, eu também estava dentro de um Uber, voltando de um cliente. Ele saiu antes do previsto. Cheguei em casa toda esbaforida, fui direto para o chuveiro e com o tempo que me restou dei uma ajeitada mais severa no apartamento, camuflando possíveis pistas que ele não poderia descobrir (tão já) a meu respeito.
Interfone tocou. O boy já estava na portaria. Vocês também sentem um friozinho na barriga sempre que recebem alguém na sua casa pela primeira vez? Confesso que não me sinto tão confortável sendo a anfitriã, prefiro muito mais ser a hóspede, mas, lá estava eu, apresentando a ele o meu paraíso particular. Esperei por ele na porta e assim que saiu do elevador, o vi se direcionar para o lado contrário rs. Estudou e andou pelo meu apartamento como se aqui fosse um museu. Viu minha estante de livros e filmes, comentou sobre certos quadros na parede e até o banheiro dos meus gatos virou pauta de assunto. Depois de todo “esse tour”, se sentou no sofá e me sentei no colo dele.
–Sentiu saudade? – Ele perguntou.
-Me diz você… – Não entreguei o jogo.
-Hahaha, olha como você é… toda misteriosa… – pausa – senti sim.
Nos beijamos. Aquele costumeiro beijo gostoso e, por um segundo, achei que as coisas fossem desenrolar ali. Mas, não. Ele puxou mais assunto e entendi que não queria transar tão rápido. Daí falei de um texto que precisei desenvolver para a aula – o teatro também trazendo à tona os meus talentos como escritora – e levantei para buscar o meu caderno de estudo. Primeiro li para ele o texto que me foi dado como referência e depois o meu, que desenvolvi orgulhosamente. Quando terminei a leitura, olhei para ele e perguntei o que tinha achado. Ele pareceu impressionado e pegou a folha da minha mão, relendo direto da minha escrita. Fiquei mais uma vez orgulhosa com aquele texto, acho que consegui impressionar o boy. ?
Depois a conversa caminhou naturalmente para outros assuntos e dali a pouco, quando eu menos esperava, ele se voltou para o meu caderno que estava abandonado do seu lado. O meu caderno de estudo, devo alertá-los, é um mini diário de bordo, pois, muitos textos postados aqui foram primeiramente rascunhados lá. Então imaginem o meu pequeno pânico interior, quando ele começou a folhear as páginas, temendo que ele caísse ou chegasse numa página errada. ?
O texto “Eu, Tu e Ela”, por exemplo, também nasceu lá e de todos que escrevi era o mais destacado, escrito em caneta vermelha, com o gritante título: “Ménage à trois”. Ao mesmo tempo já comecei a pensar num plano de fuga, caso o pior acontecesse e decidi que se fosse preciso eu tomaria o caderno da mão dele repentinamente, com alguma desculpa que ainda não tinha conseguido elaborar.
Eu sei que não deveria escrever esse tipo de coisa num espaço destinado para outras finalidades, mas, sempre aproveito os momentos de inspiração onde quer que eu esteja. Imaginem só, a professora explicando sobre determinado conceito que, por acaso está me entediando, e eu lá dissertando sobre algo completamente inapropriado. ??
Felizmente não foi preciso nenhuma atitude desesperadora da minha parte, ele folheou as páginas por mais um tempo na ordem que as folhas se apresentavam e perdeu o interesse antes de chegar no primeiro rascunho. Nos beijamos mais uma vez e quando voltamos a nos olhar, ele me observou por tempo que considerei demais em silêncio. Acabei lhe perguntando: “o que foi?” e ele, inesperadamente disse que eu tinha “alguma coisa”.
-Como assim, alguma coisa? – Perguntei confusa e curiosa ao mesmo tempo.
-Sei lá, alguma coisa. Alguma coisa não encaixa em você.
-Como assim?? Rs. – Que papo mais estranho era aquele?
-Sei lá, talvez você seja mesmo uma louca.
-Louca??! Como está na minha frase do Tinder? – O tal texto fora da casinha que bolei.
-Sim.
-Hahahahahaha. Já pensou??
O boy estava desconfiado. Disse que me achava misteriosa demais e que alguma coisa havia. E realmente havia, afinal, um segredo muito importante sobre mim estava sendo ocultado dele e, de alguma maneira, na sua visão coisas em mim não estavam encaixando. Talvez fosse a minha independência mesmo parecendo tão nova, sei lá, ele não foi mais claro e eu tratei de mudar de assunto.
Daí começamos a conversar sobre música e acabei colocando um videoclipe da Lana Del Rey que é brisa total:
Depois tivemos a ideia de assistir um filme e o escolhido foi: “Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças”. Durante a sessão sugeri fazermos brigadeiro de panela e coloquei o boy para “cozinhar” pra mim. ? O brigadeiro dele não ficou tão bom quanto o dos meus amigos, mas, ainda assim estava gostoso. (Qual brigadeiro consegue ser ruim??)
Em determinada parte do filme, fiquei com vontade de fazer uma pausa para intercalarmos com alguma outra atividade juntos (tipo sexo) e joguei a isca:
-Você não quer deitar mais o sofá?
-Não, melhor não, senão vou ficar com vontade de te agarrar e quero terminar de assistir o filme – Mas era justamente esse o intuito!
-Ahh, mas o filme dá pra pausar e voltar… – Fiz minha última tentativa, que ele ignorou.
Fiquei levemente desapontada, pois, não havíamos nos beijado pra valer ainda, muito menos transado e pelo visto somente eu estava preocupada com isso. Não forcei a barra e voltei a prestar atenção no filme, ainda que eu estivesse subindo pelas paredes. ?
Quando enfim o filme terminou, fomos para a minha cama de uma maneira um tanto ensaiada e me senti um pouco estranha, como se ele só quisesse seguir um script e não porque estivesse realmente excitado. Foi gostoso porque eu estava com muita vontade, mas, de longe via-se que não houve a mesma dedicação do primeiro encontro. Tomamos um banho, voltamos para a cama e fiquei na expectativa de um segundo round. Que não veio. Ele conseguiu perceber a minha empolgação por mais uma rodada e me jogou um grande balde de água fria, dizendo:
-Você é taradinha, né?
-Sou?
-Sim, você é muito sexual.
-Por que você diz isso?
-Aquele dia na minha casa, logo que terminamos de transar você já disse que queria de novo (verdade, eu disse mesmo) e antes de ir embora ficou querendo uma terceira…
-Ué, você que ficou me provocando antes de eu ir…!
-Eu estava só brincando… e agora durante o filme de novo você deu uma investida.
-Isso é ruim? – Fiquei realmente confusa já que ele percebia e não correspondia ao meu ritmo.
– Não, mas, às vezes me sinto pressionado.
Oi???? Eu não acreditei no que estava ouvindo. A gente mal se via e estávamos nos conhecendo, era completamente normal que rolasse muito tesão de ambas as partes no começo, ou pelo menos de alguma parte, já que o tesão aparentemente só vinha do meu lado. Estranho, muito estranho…
Dito isso, não rolou o segundo round que eu gostaria e saímos para comer fora. Os olhos dele estavam irritadíssimos da alergia dos meus gatos, então descartamos a possibilidade de pedir algo para comer no apartamento. Fomos numa pizzaria que não lembro o nome agora – uma que fazia pizza sem glúten – e foi engraçado nos depararmos com um público tão diferente de nós. Somente famílias e gente mais velha, sendo nós o único casal no estabelecimento.
Ele não gostou da pizza, achou mal servida e cara. Já eu, que estou acostumada com coisa boa, achei m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a. Ele não me deixou contribuir no momento de pagar a conta (ainda que tivesse reclamado do valor, dizendo que eu pagaria só na próxima) e em contrapartida pediu apenas que eu chamasse o Uber para nós, dali até a sua casa, que era bem mais perto de onde estávamos do que voltar para a minha.
Para a minha infelicidade, o que já estava lento parou de vez. Não transamos de novo em sua casa, ele colocou um filme para nós (um bastante sinistro, chamado: “Demônio de Neon”) e adormeceu com a cabeça deitada sobre as minhas pernas.
Após algum tempo que ele dormiu, pausei o filme e fui para o celular bombardear as minhas amigas de mensagens…
Para amiga 1:
Sim, minhas amigas sabem o que faço!
Sou mesmo muito detalhista, relatório completo!
Para a amiga 2:
Quando o filme acabou fomos para a cama, dormimos juntos naquela noite, porém nada de conchinha. Ele estava capotado. Dormi depois dele e acordei primeiro.
Amiga 1:
Esperei ansiosamente ele acordar para termos um matinal de respeito – já que não transamos na noite anterior, quando voltamos da pizzaria – e para o meu grande desapontamento, o matinal foi bem sem graça. Novamente fiquei com aquela sensação estranha de que ele estava executando a atividade somente por minha causa e não porque quisesse de fato.
Teve uma hora que fui por cima e ele fechou os olhos. Achei aquilo péssimo. Enquanto no primeiro encontro ele até acendeu a luz para me assistir gozar, agora ele ficava de olhos fechados, enquanto eu, lindamente, dava o meu melhor em cima dele. Gosto de olhar para a pessoa que estou transando e gosto mais ainda quando o outro também retribui o olhar. Fechar os olhos em algum momento ok, agora, permanecer o tempo inteiro de olhos fechados é broxante! Como se durante aquele tempo contínuo de ausência visual estivesse se utilizando da própria imaginação para pensar em outra pessoa. Me pareceu desinteresse e não me contive em interromper a transa. Saí de cima dele e falei que achava melhor fazermos uma pausa. Ele ficou sem entender, já que, afinal, a taradinha aqui parece estar sempre disposta e interessada.
Depois ele foi no mercado comprar algumas coisas para o nosso café da manhã e eu voltei a dormir mais um pouco. Não sei ao certo quanto tempo ele demorou para voltar, mas, tive a sensação que foi muito. Quando ele chegou, acordei na mesma hora com o barulho. Perguntei sobre a demora – apenas para me certificar que não era impressão minha – e ele disse que tal mercado estava fechado, fazendo com que precisasse ir até outro mais distante.
Fiz panqueca para nós, que não ficou das melhores já que alguns ingredientes tiveram que ser substituídos, mas, ele elogiou e comeu toda a sua parte. Durante a digestão do café da manhã assistimos a mais um filme – o convenci a assistirmos “A Família do Futuro” – e durante o filme rolou um negocinho!!!
De repente começou a rolar uma troca de carinhos. Talvez para ele fossem carinhos inocentes, mas, para mim pareceu uma abertura para algo mais, até porquê percebi que ele estava duro. Então abaixei a sua bermuda e comecei a chupá-lo. Ele entrou no clima e começou a me masturbar. Estava gostoso. Eu estava toda molhada. Ficamos naquela delícia por alguns minutos, até que interrompi para ir ao banheiro. Eu estava um pouco apertada e como todo o mundo sabe, transar com a bexiga cheia é mega desconfortável. Fui logo então, enquanto ainda estávamos nas preliminares ao invés de deixar para a hora H.
Daí, quando voltei, meus senhores, ele havia vestido a bermuda de volta!! Todo o clima tinha se dissipado e compreendi que não daria para retomar nada naquele momento. “Ok, vamos esperar o filme acabar”, pensei esperançosa. Lhes desafio a adivinhar o que aconteceu depois. Sim, acertou você que disse “nada”, absolutamente nada! Trocamos apenas alguns beijos e ele disse que também gostava só de carinhos, como se eu fosse uma ninfomaníaca que quisesse transar a todo momento.
Nem tentei fazer a seduzente para conseguir alguma coisa, pois, naquele contexto seria como implorar e eu não precisava disso. Queria ser conquistada e não ter que conquistar alguém, ainda mais alguém que parecia tão inacessível sexualmente. Nunca imaginei que um boy da vida real me negaria fogo desse jeito. Sou de áries, gosto de intensidade! ? Emoções fortes! ? Coisas mornas não me encantam. Por acaso estávamos casados há mais de dez anos para já estar escasso daquele jeito?!
Aceitei as considerações dele numa boa e dali a pouco me vesti para ir embora, o que já estava previsto, independente de rolar uma nova transa ou não. Ele gentilmente desceu comigo até a portaria e se despediu com o seu costumeiro: “tchau gata”.
Fui embora de lá sem uma saideira completamente frustrada! Como um cara que é apenas três anos mais velho do que eu, pode ter um ritmo sexual tão diferente?!
Amiga 2:
Maaaaaaaaaaas… apesar dos pesares, a história ainda não termina aqui! Ficamos juntos mais duas vezes e a próxima parte, que será a parte final – sim, acrescentei mais uma! – está ainda mais e-n-i-g-m-á-t-i-c-a!
Vocês não perdem por esperar!
Enquanto isso… gostaria que continuassem compartilhando aqui qual a opinião de vocês a respeito de tudo que viram até o momento.
Seria eu uma tarada incorrigível? Precipitada e eternamente insatisfeita? Ou estaria ele exagerando por simplesmente não ter o mesmo apetite, não ser tão compatível ou qualquer outra discriminação que só quem está de fora poderia analisar? Quero saber!! Estou amando a interação de vocês nas postagens!! Continuem comentando!! ❤️❤️❤️
-? Caramba! O que houve? Fala comigo! Tô preocupado!
-Estou brincando!! Hahahaha. -?
Para mim, mais importante do que o pré e o durante, é o pós! Tão importante quanto todo o resto, pois, é nesse momento que você descobre quais são, de fato, as reais intenções do sujeito. O nosso “pós-encontro” começou bem, mas, foi enfraquecendo, o que me deixou mega frustrada. Quando me dei conta, as nossas conversas estavam ficando cada vez mais mornas. O que eu esperava também? Trocas de mensagens a cada vinte minutos? Nem antes de sairmos não foi assim e o rapaz tem um trabalho convencional, não é todo mundo que tem essa disponibilidade que eu tenho para responder mensagens…
Ignorem o erro de português, estava nervosa! Rs
Não é que eu esteja atrás de um namorado, ou marido, ou pai dos meus filhos (ou talvez esteja inconscientemente), mas, me causa um certo desapontamento quando vejo que alguém aparentemente promissor nada mais foi que um encontro vazio e supérfluo. Sei que há quem diga que no Tinder só se encontra isso, porém, discordo. As exceções existem em todos os âmbitos e situações, só não me deparei com elas ainda.
Nem mesmo nas duas vezes que tive autocontrole e fiz a difícil, não transando no primeiro encontro, nem assim os caras permaneceram interessados. O que funciona para um, não necessariamente funciona para outros, não é mesmo? Então confesso, fiquei sim um pouco chateada, pois, pareceu que ele também tinha curtido e se tinha sido legal e gostoso para ambos, por que não continuar e repetir?
Entrei em conflito por um tempo, mas, depois cheguei a conclusão que estava dando importância demais para alguém que acabara de conhecer. Por acaso eu estava perto do meu período menstrual para estar tão emotiva e sentimental? Precisava ser mais prática. Então, dois dias depois do nosso encontro joguei a isca para descobrir se ele ainda estava interessado. Não que ele não fosse legal comigo no WhatsApp, mas, ele demorava horas para me responder e sua simpatia, a distância, não me permitia saber se era sincera ou apenas uma mera formalidade.
-Oie, tudo bem? Vai me assistir tal dia mesmo? (Convite formalizado)
Ele respondeu seis horas depois.
-Boa tarde gata! – Gata?? – Como você tá? Olha só que convite maneiro esse! Que horas é a peça?
-X hora.
-Então, eu quero muito ir. Mas, tenho que ir no bloquinho – é obrigado?? – com meu amigo que vai passar o carnaval aqui. Então se eu ficar muito louco e não ir vai ficar feio né?– À essa altura nem preciso dizer que achei a resposta dele péssima, né?! ?
-Muito feio, digno de separação! – Fiz a brincalhona, ainda que estivesse bem séria olhando para a tela.
-Hahahahaha.
E acabou aí. The end, game over, ele não disse absolutamente mais nada sobre o assunto. Fiquei decepcionadíssima! Desde a primeira conversa se mostrou tão interessado em me assistir e quando finalmente tinha a chance, me trocava por bloquinhos??! Faça-me o favor! Francamente! Onde já se viu?! ?
Naquela noite, antes de dormir, refleti demais sobre tudo aquilo. Refleti tanto, ao ponto de cair em mim, que eu estava exagerando. Só tínhamos saído uma única vez e era completamente normal que eu não fosse prioridade na sua vida. Eu mesma, não deixei de sair com uma amiga por causa dele, lá atrás, quando cancelei com ele repentinamente, antes mesmo de conhecê-lo. E daí que ele preferia ir para bloquinhos? Eu era o amor da vida dele por acaso? Não, né! E nem ele era o meu, então pra quê tanto drama?
Também estudei todo o nosso histórico de conversa desde o começo e cheguei a conclusão que quase sempre ele demorava para me responder do mesmo jeito e nunca fomos de conversar tanto no WhatsApp. Claro que, eu esperava que após nos conhecermos isso mudasse, mas não aconteceu, paciência.
Daí, como ariana teimosa e persistente que sou, dei a última cartada. Sim, eu sei que já disse lá em cima que tinha jogado a isca, mas, agora sim seria minha última tentativa. Revisitando nossas conversas, me deparei com uma brincadeira que ele fez comigo quando cancelei com ele da primeira vez (vide nesse post) e resolvi usar seus próprios truques contra si mesmo:
– Não sei não, eu to muito confusa com tudo isso que tá acontecendo. Homens são todos iguais. Prometem mundos e fundos antes da primeira transa e depois que rola partem em busca de novos contatinhos em bloquinhos. Te negam um terceiro round com a desculpa de se guardar para o próximo encontro e esse fica só na promessa. Homens, quem precisa deles??
Vocês homens sempre dizem isso, mas sei que não é verdade… Eu me dediquei, me anulei por vc, pus nosso relacionamento acima de tudo, mas nunca houve reciprocidade.. agora eu entendo que pra vc eu sempre fui apenas um contatinho…
Se lembram disso? Mudei algumas palavras, encaixando no meu contexto, mas, em suma a base textual veio toda dele, o que me permitia brincar sem medo de parecer uma louca obsessiva kkkk.
Agora eu lhe pergunto: será que teve um efeito positivo? Se coloque no lugar dele e me diga nos comentários qual seria a sua resposta, se esta mensagem tivesse sido direcionada a você!
Quanto a resposta dele… bem… farei um suspense até a próxima postagem. ?
Dezesseis horas. Foi esse o horário que combinamos de nos encontrarmos em um boteco pelas redondezas da Av. Paulista. A escolha do lugar foi ideia minha. A princípio sugeri um pub, mas, por ainda ser dia, reconsiderei. Cheguei a conclusão que encontrá-lo a luz do dia num lugar escuro e fechado, seria o mesmo que sabotar a mim mesma. Afinal, pouca maquiagem em lugar com pouca iluminação não é uma boa combinação. Minha make não seria valorizada e maquiagem forte seria muito over para o momento. Mulheres… sempre pensando nos detalhes.
Ele chegou antes de mim, pontual. Já eu, me atrasei dez minutos. O boteco estava completamente vazio, só dava ele lá me esperando. Entrei um pouco esbaforida pois, o motorista parou mais a frente e estava começando a chover. Ele se levantou para me cumprimentar e tenho que admitir… gostei do que vi. Fidedigno as fotos (tô parecendo alguns clientes falando agora rs). Pedimos algo para beber – ele cerveja e eu caipirinha de limão (não tinha outro sabor) – e então começamos a conversar.
Primeiros encontros para mim são como entrevistas de emprego. Você precisa causar uma boa impressão logo de cara, se esforça para mostrar que é bom o suficiente, o tempo inteiro é avaliado e ainda precisa lidar com o nervosismo. Eu pelo menos costumo ficar bastante nervosa quando, a primeira vista, a pessoa do outro lado da mesa me causa um certo interesse. Se eu não gostar do tal “pretendente” foda-se, vou ser eu mesma sem o menor pudor. Agora se gosto, fico ansiosa, tomando o maior cuidado para não cometer nenhuma gafe e objetivando me tornar o mais interessante possível aos olhos do outro. Chega a ser ridículo isso, pois é quando estamos mais relaxados que nos tornamos mais atraentes naturalmente. Que ironia da vida. Tão confiante na presença de um cliente, ainda que desconhecido, lidando com a nudez alheia e a minha própria da maneira mais tranquila e orgânica possível e em encontros da vida real sou a timidez em pessoa.
E você acredita que em pouco tempo de conversa, ele já me constrangeu??!
–Por que você está nervosa?
-Eu não estou nervosa. Por que você acha que estou nervosa?– Levemente nervosa.
-Porque você está balançado sua perna.
Droga! Contra linguagem corporal não há argumentos! Como ele sentiu minha perna balançando por baixo daquela mesa de madeira que não nos dava nenhuma visão do que tinha embaixo? Será que eu estava encostando nele e nem percebi? O rapaz era esperto mesmo! Foi aí que ganhou o adjetivo de Perspicaz (além de outras situações que descobrirão no decorrer das postagens seguintes). O jeito foi admitir o crime e justificar elegantemente:
-Estou um pouco pois, não estou acostumada com esse tipo de situação. Foram poucas as vezes que tive encontros derivados do Tinder.
-Por que?
E assim foi, um assunto trazendo outro. Daí, mais a frente na conversa, ele solta outra avaliação a meu respeito:
-Não achava que você fosse tímida assim, nas redes (Instagram, ele quis dizer) parece tão solta.
-Ahh é diferente quando estou na presença de amigos ou pessoas que já conheço. Em situações como essa me sinto menos a vontade.
-Por que não está a vontade agora?
Ou seja, sempre me lançando as perguntas cabulosas. Parecia um psicólogo me avaliando o tempo inteiro.
-Se bem que você é atriz, né? Como vou saber se não está aí interpretando uma personagem para mim? A tímida misteriosa…
Nesse momento dei apenas uma risadinha igualmente misteriosa. Queria eu que fosse isso e não a realidade dos fatos. Mas, que bom que ele especulou ser apenas um “charminho” meu rs.
No entanto, não vou dizer que ele também não estava sendo avaliado. Aliás, antes de ser atriz, também sou jornalista e como já dizia Truman Capote: “Deus está nos detalhes”. Não foram 100% das coisas que saíram dos seus lábios que me agradaram. Gostei menos ainda quando ele revelou ser um homem promíscuo, que não teve relacionamentos longos (menos de oito meses) e que não acredita em exclusividade sexual.
-Não sou um cara para namorar! – Foram exatamente essas palavras que ele usou.
-Poxa vida, só porque estou procurando o pai dos meus filhos? O que farei agora? – Zombei.
-Mas posso ser o pai dos seus filhos, não precisamos casar para isso.– E eu lá sou mulher de ser mãe solteira?!
O cara que diz isso logo de cara num primeiro encontro, está nitidamente dizendo: “só quero te comer”. Não precisa disso. Por acaso ele achou que eu me apaixonaria por ele perdidamente se já não me desse esse alerta de antemão? Relevei. Afinal, ele não sabia o que eu estava buscando no Tinder e preferiu ser transparente desde o princípio. Me desapontou um pouco, confesso, pois, caso viéssemos a sair mais de uma vez, eu teria que me policiar para não me envolver, o que é difícil. Mulheres costumam se envolver com maior facilidade do que os homens.
Conforme a bebida subia, ficamos com calor dentro daquele estabelecimento e o ar condicionado pelo visto não estava funcionando. Ele sugeriu sairmos de lá e darmos uma volta, irmos até o parque Trianon. Gostei da ideia de sair do boteco, mas, não tanto de ir para o parque, pois, sabia que requereria uma caminhada e eu estava de sandália, aquele tipo de sandália que você usa pra ficar mais bonita e não porque é confortável.
Pediu a conta e eis que chega um dos momentos em que o homem é extremamente avaliado. Será que ele vai pagar a conta sozinho ou vai aceitar minha sugestão de divisão? Particularmente não sou o tipo feminista e acho bacana sim o cara pagar a conta num primeiro encontro (ou demais encontros) como demonstração de gentileza. Sou das antigas. Cheguei a pegar o meu cartão na bolsa, mas ele se antecipou e entregou o dele para o garçom, sem mencionar qualquer divisão. Nesse momento perguntei se ele não queria dividir, ele apenas fez um careta que não e perguntou se eu tinha algum problema com isso. “Problema nenhum! Até prefiro!” pensei. Daí pedi licença para ir ao banheiro e o deixei colocando a senha do cartão.
Quando saímos do boteco e paramos para avaliar em qual direção deveríamos ir, ele lançou uma brincadeira um tanto boba, para conseguir um beijo meu. Eu dizia que o parque era para tal lado e ele dizia que era para o outro.
-Vamos apostar?
-Apostar o que?
-Apostar dinheiro seria feio, né? – Ele perguntou, já sabendo a resposta.
-Óbvio.
-Vamos apostar então que se você estiver errada terá que me dar um beijo. – Como se fosse preciso toda essa elaboração para eu ter que beijar ele rs.
Mas ele também me enganou nas informações transmitidas. Me fez acreditar que a Paraíso ficava para o lado contrário ao que ele estava indicando, fazendo com que eu apostasse num palpite fadado ao fracasso. Debati que nesse caso a aposta estava anulada, já que ele me sacaneou com fake news, mas, ele repetia que “aposta era aposta” rs.
Mas a brincadeira perdeu a graça quando nos deparamos com o parque fechado. Por algum motivo que desconhecemos. Nessa altura meus dedos dos pés começaram a doer naquela sandália linda, porém nada funcional, e pedi que fizéssemos uma pausa, momento esse em que até cogitei ele me carregar nas costas.
Durante esses minutos em que ficamos “desabrigados” sem saber para onde ir e eu com meus dedos doendo horrores de tanto andar, meu encanto por ele deu uma diminuída. Não estava sabendo lidar com as adversidades e passei a sentir uma pontinha de raiva dele por me fazer andar tanto, mesmo eu tendo avisado logo que saímos do boteco que estava de salto (não que fosse um salto alto, mas, em suma, nenhum salto costuma ser confortável).
Daí ele teve a ideia de irmos para um pub, já que havia um próximo de onde estávamos. E a cada passo que eu dava, conforme a borracha da sandália roçava esfolando a minha pele, sentia meu dedo queimar cada vez mais. Passei a olhar os táxis que passavam com apelo, mas, realmente não valeria a pena pegar um táxi para um trajeto que chegaríamos absurdamente mais rápido indo a pé.
Pedi por uma segunda parada um pouco mais a frente e me sentei num ponto de táxi. Não para esperar um táxi de fato, apenas para dar mais um descanso para os meus dedos. Outra vez cogitei ele me levar nas costas. Descartei a possibilidade pois, estava de vestido e não éramos mais adolescentes para fazer esse tipo de coisa na rua. Nesse momento até tirei a minha sandália para ver o estrago e provar-lhe que não era frescura minha. Revelei meus dedos vermelhos, ele viu e disse: “ihhh vai fazer bolha”. Imagino que do ponto de vista dele a situação também não estava mais tão atraente ou encantadora como inicialmente, mas fazer o que, né? Não tem como continuar plena sentindo a dor que eu estava sentindo.
Retomamos a caminhada e após um tempo finalmente avistamos o pub na esquina. Para mim foi como ver um lago no meio do deserto. Homens nunca conhecerão as mazelas femininas de ter um pé machucado por conta de um infeliz calçado. Me senti a mulher mais feliz do mundo quando sentei numa cadeira. Tirei a sandália e por baixo da mesa fiquei com meus pés descalços curtindo a total liberdade que podiam.
Novamente pedimos algo para beber – ele um chop e eu um drink sugerido pela garçonete – e retomamos a conversa. O ambiente estava mesmo mais interessante. Talvez no fundo não tenha sido uma boa ideia minha abortar o pub pelo boteco. Ali tínhamos uma penumbra sexy, uma música de fundo mais agradável, ar condicionado funcionando direito, ou seja, bem mais promissor e provavelmente o primeiro beijo sairia a qualquer momento.
Estávamos sentados numa mesa de três lugares – nos sentamos de frente uma para o outro – e após mais um tempo de conversa, de repente ele fez sinal para que eu me sentasse mais perto, na cadeira vazia que ficava ao nosso lado. Não cedi de primeira e pedi que ele que se aproximasse sentando naquela cadeira ao invés de mim – mandona – , mas ele venceu. Me sentei mais perto e então rolou, minha gente. Rolou o primeiro beijo! ?
Pausa para uma das músicas da trilha sonora que compôs meus momentos de inspiração, enquanto narrava essa história… ?
Que beijo foi aquele Brasil??! Encaixou muito! Em pleno pub comecei a ficar excitada. Não conseguia mais me imaginar voltando para casa sem antes transar com aquele homem. Um beijo, um único beijo foi capaz de me deixar toda animadinha. Continuamos conversando, intercalando beijos com conversas, mas, não muito depois, obviamente, decerto, com certeza, rumamos para o apê dele. Facinha, facinha. Eu com tesão sou pior que homem. ?
Nos comportamos no Uber. Alguns beijinhos aqui e ali, mas, nada que constrangesse o motorista. Até usamos cinto. A viagem demorou mais do que eu queria, uns vinte minutos, talvez? Confesso que não lembro. E quando chegamos, não foi aquela coisa insana de começar a se agarrar loucamente derrubando tudo que esbarrávamos pela frente. Pelo contrário. Foi como se tivéssemos retrocedido o tesão que nos levaste até ali. Ele fez algumas coisas primeiro, como ir ao banheiro, beber uma água, colocar uma música, trocar de roupa, bolar um beck e eu fiquei explorando o apartamento, olhando seus quadros, suas fotos, enfim, a decoração que estava a disposição para ser observada.
Depois também fui ao banheiro e me surpreendi quando vi um pacote de lenços umedecidos em cima da caixinha da descarga. Homem que se preocupa com esse tipo de coisa é louvável. ?? Aproveitei e dei aquela renovada na minha menina e sorrateiramente também já tirei o meu sutiã – como usava um vestido tomara que caia, o sutiã não era nada atraente, daquele que gruda na teta, sabe? – , seria muito estranho ele tendo que descolar aquilo de mim como se tivesse removendo um esparadrapo. ?
Saindo do banheiro, disfarçadamente fui até a minha bolsa e guardei o sutiã – no maior cuidado para um lado não grudar no outro – e guardei a calcinha junto – sei lá, fez mais sentido tirar logo tudo rs – e me juntei a ele no sofá. Iniciamos uma nova sessão de beijos…
Pausa para uma música de outra playlist mais condizente… ?
Conforme nos beijávamos, sua mão ia subindo pelas minhas pernas e ele se surpreendeu quando viu que eu estava sem calcinha – achei até um tanto curioso que ele tivesse percebido antes mesmo da sua mão chegar onde estaria o mísero pedaço de pano – .
-Você estava o tempo inteiro sem calcinha?
-Não rs.– Poderia ter dado uma resposta mais provocadora, mas não me ocorreu nada na hora.
Nos calamos com mais beijos, até que abaixou meu vestido, despindo os meus seios, para logo na sequência levar sua boca até eles. Depois me deitou no sofá e veio por cima de mim. Ahh como eu adoro quando o homem conduz as coisas!! ? Nos beijamos muito naquele sofá. 70% do tempo dispensado com as preliminares foram naqueles beijos. Beijos repletos de tesão e desejo, mas também havia carinho. Aquele tipo de beijo sem a menor pressa de acabar, sabe? Nossa… beijar é bom demais… ?
Após bastante tempo apenas nos beijando, ele me pegou no colo e me levou para seu quarto. Delicadamente me deixou na cama, continuou me beijando, até que desceu para me chupar. – Homem que faz as coisas primeiro na mulher para depois pensar em si próprio também é algo extremamente louvável! ?? – E quando sua língua encostou na minha menina, revirei os olhos de prazer. Que chupada deliciosa. Ou ele realmente era muito bom no que estava fazendo ou eu que estava menos exigente por conta do álcool já ingerido rs.
Me chupou com maestria por algum tempo, mas, não consegui gozar pois, estava muito eufórica. Anunciei que também queria chupá-lo e ele pareceu se surpreender com a minha iniciativa. Eu estava mega curiosa para conhecer seu pau, ainda não tínhamos sido apresentados. Comecei a chupá-lo com a maior dedicação, não muito diferente de quando estou atendendo alguém. Meu capricho não passou despercebido da sua perspicácia e me elogiou, dizendo que eu chupava muito gostoso. Internamente eu sorria de satisfação. Modéstia à parte, sei que mando bem no oral. ?
Depois me reteve por estar quase gozando e se levantou para pegar um preservativo dentro de uma gaveta. Nas poucas vezes que tive transas fora do profissional, quase nunca essa iniciativa partia do homem (a preocupação pela camisinha). Mais uma vez ele ganhou pontinhos. Encapamos e ele veio por cima, do jeito que eu gosto, no papai e mamãe. Foi uma transa deliciosa meus senhores. Depois de um tempo invertemos para que eu fosse por cima e nesse momento ele até acendeu a luz, pois, disse que queria me ver gozando. Safadinho.
Me masturbei ao mesmo tempo em que transávamos e gozei deliciosamente. Depois que fiquei com as pernas bambas demais para continuar conduzindo alguma coisa, ele me colocou de quatro e seguiu com as estocadas até o seu gran finale. Essa parte sexual não fugiu muito do que já tenho com os clientes. Fala se não sou uma pessoa privilegiada?! ?
Daí ele foi se banhar e depois retornamos para a cama. Conversamos bastante. Contei da minha primeira vez, do vaginismo e mais assuntos pessoais que não convém expor aqui. Até que acabou rolando o segundo round. ? Mas, infelizmente essa nova transa não deu pé. Eu, com essa minha constante preocupação em agradar (hábito adquirido com a profissão), acabei cortando o clima num momento em que falei pra ele que se tivesse cansado (ele estava bombando há bastante tempo), eu poderia ir por cima. Ele saiu de cima de mim um pouco incomodado, dizendo que eu precisava relaxar e deixar rolar, sem ficar me preocupando com isso, que não tinha maneira melhor de “morrer” de cansaço do que transando. Preciso relaxar mais mesmo.
Depois fui tomar um banho e nesse momento fui surpreendida com mais um elogio seu:
-Nossa, sou apaixonado por pelos loiros! – Eu estava com alguns pelinhos pubianos (já me encontro devidamente depilada) e sinceramente nunca achei que meus pelos fossem loiros. ?
Já ia me preparar para ir embora, quando ele monopolizou o meu vestido e me puxou para o sofá junto dele. Eu não estava com pressa de ir (na verdade, também queria ficar mais), então me permiti ficar mais um pouco. Enquanto isso, ele vasculhava o IFood por algo para comermos e eu, já me sentindo de casa, peguei o controle da TV e comecei a buscar por filmes.
-Você disse que ainda não assistiu “Divertidamente”, né?! – Perguntei despretensiosamente.
–Não assisti não. Coloca aí!– Ele topando assistir desenho numa boa?! Fiquei impressionada! ?
E lá estávamos nós, assistindo Divertidamente no pós-sexo. Dá para acreditar? Achei muito amorzinho esse rolê. ❤️ Quando o IFood chegou e ele desceu para buscar, eu aproveitei para vestir minha roupa, o que não passou despercebido por ele, que já voltou interrogando:
-Quem mandou você colocar a roupa?
-Não vou comer pelada rs.
Depois que comemos, ele deitou com a cabeça no meu colo e terminamos de assistir o desenho daquele jeito. Foi uma delicinha, rolou muita sintonia entre nós e quando vi já tínhamos piadas internas. Por exemplo, teve uma hora que eu estava lhe fazendo um cafuné e numa parte tensa da história do filme, cravei minhas unhas no cabelo dele inconscientemente (e olha que eu já tinha assistido antes e sabia o que ia acontecer rs). Ele resmungou que eu estava puxando seu cabelo, pedi desculpas, mas, dali a pouco fiz de novo sem querer.
– Você está arrancando os meus últimos fios de cabelo. – Ele se fez de bravo, mas via-se que não estava falando sério.
-Me deixa, que eu tenho tesão em careca! – Brinquei também. ?
Um outro momento que novamente ficamos de brincadeiras bobas desse tipo, foi quando estávamos no hall do prédio esperando meu Uber chegar. Eu estava sentada no seu colo e queria beijá-lo mais, mas, ele não compartilhava da minha vontade. Daí, com a minha cara de pau de quem não se contenta em não conseguir o que quer, perguntei se ele não queria beijar mais e ele disse que não, que estava sem cueca e não podia ficar de pau duro. Daí, dois segundos depois eu levantei seu queixo a força e enfiei a minha língua na boca dele, sem pedir permissão. Ousada ela. ??♀️
-Minha boca foi estuprada? É isso mesmo? – Ele se divertiu.
Foi gostoso. Ele até me convidou para dormir lá, mas, eu tinha coisas para fazer no dia seguinte pela manhã e dormir assim logo de cara foge das minhas regras. Além do que, já tínhamos passado muito tempo juntos. Voltei para casa duas horas da manhã.