Desaventuras Amorosas Em Série – Pt 6

Querido diário,

Três meses se passaram desde a última postagem deste quadro. Como o tempo passa rápido! 😱 Enfim, eis que retorno com mais uma nova experiência desses boys de aplicativo (Bumble). Decepcionante para mim e divertido para vocês! Incrível como os caras de hoje em dia não estão servindo nem pra sexo! 🥴

“O Folgado”

Demos match num domingo e rapidamente ele conduziu para que eu lhe passasse o meu WhatsApp. Fui na onda, afinal, perder tempo pra que?

No dia seguinte, ele chamou no meu número. Novamente sendo rápido na condução das coisas, propondo de irmos beber alguma coisa e trocar ideia, naquele mesmo dia. Eu tinha acabado de chegar em casa de um atendimento de casal, ainda estava um pouco alegrinha das taças que tomei no encontro e achei que seria legal outra aventurinha, em plena segunda-feira. Aceitei. Por volta das 17h ele passou para me buscar em casa (adorei que tinha carro) e seguimos para um barzinho roots, na Santa Cecília, chamado “Moela”, por sugestão dele. Me arrumei bem básica, afinal, encontro no meio da tarde, num barzinho na Santa Cecília, não era algo que merecesse uma grande produção, sem ficar over. 

Minhas percepções sobre ele: não era um Brad Pitt, mas daria pra dar uns pegas. O estilo dele não era muito o que eu curto normalmente, mas, estava com a mente aberta para conhecer novos ares. Eu gosto dos Faria Limers e ele era um Santa Cecilier. Suas roupas pareciam de skatista, nada a ver com a patricinha que vos fala. Mas era independente, tinha carro, morava sozinho e trabalhava com publicidade. “Deixa a vida me levar”, pensei, empolgada com o encontro. 

O papo fluiu super gostoso, bebemos dois drinks, cada um, e comemos uns croquetes. Ficamos umas 2h no bar. Eu já tinha avisado que não poderia ficar muito tempo, por conta da minha aula online a noite (que na verdade era um Job, eu que não iria perder dinheiro por causa dele).

Dividimos a conta (ele perguntou se eu queria dividir e respondi que poderia ser), 100 conto pra cada. Paguei de bom grado, mas, confesso que não vejo com bons olhos homem que não faz esse cortejo num primeiro encontro. Contudo, as minhas expectativas já estavam baixas, então não foi uma grande surpresa. Ao me deixar de volta em casa, demos um beijo na hora da despedida. Achei gostosinho.

Na mesma noite ele me enviou um invite do Spotify, coisa que eu nem sabia que era possível, para a plataforma criar uma playlist compartilhada com as músicas dele e as minhas. Achei criativo. Como também sou vidrada em música, foi bom para mantermos a conversa, graças a isso a interação rendeu bastante, ora eu comentando de alguma música dele que eu gostei, ora ele falando de algumas minhas também. 

Na noite seguinte, ele, ousadamente, me enviou a seguinte mensagem:

– Tá de boa? Tomo um banho e passo ai pra gente jantar? haha

Eu já estava jantando num restaurante, com uma amiga que eu não via há muito tempo. Levei horas pra responder sua mensagem. Combinamos de sair no fim de semana, mas, na noite seguinte, antecipamos o encontro. 

*

Quando ele chegou no meu apê, lhe servi uma taça de vinho e nos sentamos no sofá. Conversamos bastante, demorou até que rolasse o beijo e começássemos com a pegação.

Quando o sexo foi desenrolando, foi muito frustrante perceber que ele não tinha muita iniciativa na cama. Não me chupou em nenhum momento, o que me decepcionou profundamente. Ainda que muitas vezes eu prefira chupar, do que ser chupada, valorizo muito quando o parceiro demonstra essa vontade em agradar. E tenho bastante experiência com homens para saber que se ele não me chupa de primeira, dificilmente vai chupar depois. E como não me chupou, direitos iguais, também não me prontifiquei em fazer sexo oral nele. 

Daí lá vem ele com aquele dedo mexendo na minha pepeka, podia ser a língua, né? Mas tudo bem. Já que era masturbação que ele queria, era masturbação que ele iria ter. Fui com a minha mão para o pau dele também. 

Em algum momento perguntou se eu tinha camisinha (por que ele mesmo não trouxe a dele?) e após encapado o dito cujo, pediu que eu fosse por cima. Se eu já não tinha gostado que ele não me chupou, o achei ainda mais preguiçoso, querendo que eu trabalhasse primeiro. 

Todas essas minhas queixas não transpareci na hora, para não azedar o clima, e fui por cima sem falar nada. Até que estava gostoso sentar nele, porque o abençoado tinha sorte de ter um pau apetitoso. Porém, quando invertemos e ele veio por cima, não gostei nada do jeito que ele metia. Ficava quase tirando e colocando, detesto quem transa assim, primeiro porque me dá aflição de entrar no buraco errado, segundo que a camisinha vai secando, não sendo mais tão gostoso com o negócio entrando seco. 

Por conta do meu trabalho, estou tão acostumada a transar em prol do prazer do outro, que quando estou em encontros civis, às vezes esqueço de me priorizar também. Então por mais que não estivesse tão gostoso e confortável transar com ele daquele jeito que ele fazia, não interrompi logo de cara, pois pensei que ele pudesse estar quase gozando e não quis cortar seu barato, mas, pra variar, ele não gozava nunca, e eu só deixei para interromper quando chegou no meu limite de desconforto com aquilo. Deveria ter interferido bem antes. 

Daí ele tirou a camisinha, e se sentou do meu lado, de modo que seu pau ficasse na altura do meu rosto. Percebi o que ele estava tentando fazer, olhei pra cara dele e dei uma risadinha, do tipo “é sério isso?”, daí ele perguntou se eu não queria chupar. Afffff. O cara que nem chegou perto da minha pepeka, estava querendo ser chupado? 😒 A minha vontade foi de responder: “você não me chupou”, mas, respirei fundo e consenti, pra evitar um climão na hora. 

Enfim, gozou na minha barriga. 

Após meu banho, ficamos deitados na cama conversando, até que o bonitão se convidou pra dormir, dizendo: “Você não vai desligar a TV e a apagar as luzes?”. Minha vontade era de dizer: “Sim, depois que você for embora”, mas, novamente não quis ser indelicada e consenti que ele dormisse comigo. Ainda reclamou que um dos meus travesseiros parecia uma pedra. 😒

Eu não quis ficar de chamego, nem dormir abraçadinho, quando ele vinha encostando em mim, eu já dava um chega pra lá. Permiti que ele dormisse apenas por ser de madrugada, acreditando que ele iria embora bem cedo na manhã seguinte. Mas, o meu grande erro é sempre esperar que as pessoas tenham o mesmo bom senso que eu teria. 

De manhã, ele veio tentar um sexo matinal, já cortei, falando pra parar de mexer comigo, pois queria dormir mais. Por volta das 9h acordei e o bonitão ainda estava capotado. Levantei, fiz meu pré treino, peguei minha roupa de academia e fui me trocar no banheiro. 

Quando voltei para o quarto, felizmente ele já tinha acordado, estava mexendo no celular, mas, reforçando a minha percepção de ser um folgado, continuou a vontade na minha cama, como se a casa fosse dele, mesmo vendo que eu já estava na ativa. Abri a persiana e nada do bonitão levantar e se arrumar pra ir embora, só faltou pedir um café da manhã na cama. 

Vendo que ele não se levantava e como eu também não estava a fim de fazer sala, comecei a fazer minhas tarefas domésticas, como, tirar o lixo e ir limpar a areia dos gatos, colocar roupa pra lavar e lavar a louça. Nem arrumar a minha cama, que ele dormiu, o folgado não teve a educação de fazer. Se vestiu e foi sentar no meu sofá, esperando não sei o quê para ir embora. 

Ele tentou puxar assunto, comentando de um quadro que eu tinha na parede, respondi seca, sem dar muita conversa. Em outro momento, ele ainda teve a audácia de pedir para que eu colocasse uma música, pois estava muito silêncio. A minha vontade foi de responder: “Já não deu a hora de você ir embora não, querido?” Mas novamente fui educada e apenas respondi que não gostava de ouvir música pela manhã, o que é uma grande mentira, só não queria que ele se sentisse ainda mais a vontade e confortável de continuar na minha casa.

Em algum momento ele justificou que estava esperando dar 10h por conta do rodízio do seu carro, o que não justificou pra mim, pois, se eu estivesse na casa de alguém e percebesse que a minha presença não era mais bem vinda, eu já teria vazado e esperado no carro. Mas vai saber se ele percebeu, né? Pelo visto não.

Depois que eu já tinha adiantado todas as minhas tarefas, me sentei e falei que só ia esperar ele ir embora para poder estudar um pouco. Daí ele se tocou e disse que já estava indo, faltando 10 para as 10. Geralmente, quando recebo um boy que eu curto muito, fico fazendo companhia até o elevador chegar, mas com ele só falei: 

– -2 tá?

E fechei a porta. 

Uma semana depois…

Ignorei.

A Instituição do Casamento

Querido diário,

Hoje estou aqui para divagar sobre um tema que tem aparecido muito no meu TikTok (criei a conta há uma semana) e caixinha de perguntas no Instagram. Algumas pessoas têm me perguntado nos comentários dos meus vídeos, sobre a minha profissão atrapalhar o meu futuro, quando eu decidir constituir uma família.

Percebi que essas perguntas começaram a me incomodar, como quando você vai visitar um parente distante e vem aquela tia chata perguntando: “e os namoradinhos?”, como se isso fosse o mais importante de tudo. Como se eu devesse alguma satisfação por ter esse estilo de vida. Como se eu não fosse uma mulher de valor ao ponto de um dia me casar, tendo toda essa bagagem.  Por outro lado, também me incomodou por alguém induzir que por eu ser mulher, é claro que eu quero tudo isso.

Essa questão me abriu uma série de reflexões comigo mesma sobre a instituição do casamento, filhos e como isso foi moldável a vontade da mulher. Afinal, é da natureza feminina querer ser mãe, casar e viver no padrãozinho da sociedade perfeita.

Continuei indo mais fundo nas minhas reflexões e cheguei à conclusão de que, para início de conversa, talvez, eu não acredite na instituição do casamento. E eu não sou uma pessoa fria, muito pelo contrário, sou bastante romântica e acredito no amor. No amor, mas não no casamento.

Não estou dizendo que não existam casamentos genuinamente felizes, que dão certo e duram até o fim da vida. Mas acredito que esses são as exceções e não a regra. E antes que você pense: “Que propriedade essa menina tem para falar do assunto?”, te digo que eu tenho muita, pois, atendo muitos clientes casados e também já vivi esse modelo de relacionamento.

Não julgo os meus clientes, pois, já estive do mesmo lado. Você ama a pessoa, mas se atrai por coisas novas. Aí vem os moralistas e falam que é falha de caráter, a falha é obrigar a pessoa a viver num sistema monogâmico porque assim foi estipulado pela sociedade há milhões de anos. 

Com meu último namorado moramos juntos e terminei sem que nada de grave tivesse acontecido. Simplesmente aquilo perdeu o sentido para mim. Desde então fui buscar terapia, pois, na minha cabeça também era inconcebível que eu tivesse me cansado daquele modelo lindo e seguro de relacionamento.

Eu mesma, quando era mais nova, achava que queria tudo isso. Estava dentro de um namoro desgastado de 8 anos, com o meu primeiro, e mesmo não sendo plenamente feliz, queria intensificar ainda mais os laços com ele, pois achava que era assim que tinha que ser. Você namora, casa, tem filhos e é isso. O ciclo da vida. Como se eu tivesse sido programada para ser assim.

Não eu.

Eu gosto de ser livre, independente e o casamento é uma privação de tudo isso. Isso não quer dizer, obviamente, que não quero ter alguém legal para dividir alguns momentos da vida. Mas por que precisa ser 8 ou 80? Quando eu falo sobre ter contatinhos, muitos se divertem achando que estou contando uma piada, não, eu realmente acho que a vida é curta demais para ficarmos presos a uma única pessoa, nos privando de termos várias experiências diferentes, com pessoas diferentes.

Sim, não vou ser hipócrita e dizer que quando estou apaixonada por alguém, eu não me iludo com o pensamento de que quero ficar somente com aquela pessoa até o fim, também. Todo mundo é fiel no estágio da paixão. O grande ponto aqui é que isso não se sustenta. Em algum momento, o fato de a pessoa sempre estar disponível pra você, te tirará a grande emoção do desafio.

Daí os moralistas vão dizer: “É natural você desejar outra pessoa, mas o que não pode é se sucumbir aos desejos”. Que merda de vida é essa que você precisa ficar se reprimindo, transando com a pessoa que você está junto e pensando em outra? Por que as pessoas não podem simplesmente aceitarem que é normal você estar com alguém e se atrair por outra? Que é normal você não querer ficar passando vontade?

Daí você me pergunta: “Então quer dizer que quando você casar será compreensiva se for traída?”, esse é o X da questão, eu não quero casar e passar por isso, porque eu já sei que o modelo de casamento não é compatível.

Então a pergunta certa não é se eu não acho que o meu estilo vida vai me atrapalhar, como se eu tivesse que me moldar ao que é aceito e bem-visto pelo/alguns homens, mas sim, o que será que é preciso para um homem me conquistar a este ponto?

A Decisão de Mostrar o Rosto

Querido diário,

Tenho reparado que toda vez que abro uma caixinha de pergunta no Instagram, sempre surge alguém querendo saber o porquê que eu decidi mostrar o rosto, logo eu, que sempre fui muito cuidadosa e restritiva quanto a isso. Por que decidi mostrar só agora e não desde o início? O que me motivou para tal? Andei refletindo bastante sobre o momento de vida em que estou vivendo e resolvi trazer um pouquinho nessas páginas.

Já faz algum tempo que vivo um grande conflito interno sobre o que devo fazer da minha vida. Sou acompanhante de luxo, ganho um bom dinheiro, alcanço as minhas conquistas dessa maneira, mas, o que farei futuramente? Afinal, tenho plena ciência de que em algum momento não poderei mais exercer tal atividade, e o que eu terei construído profissionalmente até lá para poder migrar sem passar nenhum perrengue?

Nessa incessante busca por um direcionamento, participei de uma imersão muito importante que vem contribuindo para esse meu processo. Chegou até mim através de uma postagem patrocinada no Instagram e captou a minha atenção com um chamado sobre procrastinação. De fato sou muito – ou pelo menos era – procrastinadora. Tenho vários projetos literários e não consigo finalizar nenhum. Começo mil coisas e não termino. A postagem do Instagram foi de um cara chamado Fábio Fray e ele convidava para uma palestra gratuita num hotel, que ocorreria em determinada data.


Encaminhei para mais dois amigos, que também se interessaram, mas, no dia, acabei indo sozinha. Cheguei um pouco atrasada, a sala estava cheia, notei que o público era mais velho e me senti orgulhosa de mim mesma por estar buscando essa evolução consideravelmente cedo, em relação aos demais. O palestrante já estava falando, por sorte encontrei um lugar vazio na primeira fileira, me sentei ao lado de uma senhora e me desconectei completamente do mundo lá fora.

Eu fiquei hipnotizada pelo conteúdo da palestra. Ele falava sobre crenças limitantes, inteligência emocional, PNL, rolou até um exercício bem simples, para nos mostrar o quanto a nossa própria mente nos bloqueia. Antes que a palestra se encaminhasse para a venda de alguma coisa, eu já tinha um Sim bem grande dentro de mim, mesmo sem saber o que de fato ele venderia. “O que esse cara vender, eu quero comprar!” Senti no fundo da minha alma que eu precisava daquilo.

No final o Fray vendeu um pacote de dois dias de imersão, que aconteceria no Expo D. Pedro, em Campinas, dali a alguns meses, com uma condição especial para quem fechasse ali na hora, no término da palestra. Comprei sem pensar duas vezes. A parte da hospedagem e alimentação era por nossa conta, então fechei o hotel indicado com bastante antecedência, o ideal era ir para Campinas numa sexta a noite, já que a imersão seria sábado e domingo bem cedo, das 8h às 22h30!

Foram dois dias MUITO INTENSOS. É o tipo de experiência que eu recomendo para qualquer pessoa. Se você for na palestra do Fray e se conectar com as coisas que ele disser, então é o seu momento! Posso lhes garantir que senti uma grande mudança de chave na minha vida depois disso. Tive insights valiosos, descobri coisas em mim que eu não fazia a menor ideia que existiam (trarei tais descobertas só na minha biografia rsrs), e lá ainda acabei comprando mais dois cursos dele, a fim de me desenvolver ainda mais como pessoa.

Ao regressar da imersão, nos dias que se seguiram pude sentir as coisas a minha volta fluindo diferente e, principalmente, também me senti diferente. Voltei dia 29 de julho. Dia 19 de agosto, pela primeira vez, gravei um storie no Instagram falando e mostrando o rosto, respondendo justamente uma pergunta sobre isso.

Disponível no Destaque “Perguntas” no meu Instagram

Eu já vinha mostrando mais o rosto em algumas publicações do meu último ensaio, mas, gravar storie falando e mostrando, nesse dia foi a primeira vez!

Nesse storie eu respondi que o meu último ensaio fotográfico, o que originou as fotos de fundo vermelho, foi a centelha para que eu fosse desbloqueando isso em mim, pois achei as fotos belíssimas e seria um desperdício postar cortando o meu rosto. O que não deixa de ser verdade, mas, talvez, isso não aconteceria se já não fosse algo que eu estivesse buscando internamente. E a imersão veio para me desprender ainda mais.

Comecei a mostrar o rosto e mudei a cor do meu cabelo (agora estou morena). Está sendo um longo processo de autoconhecimento e rompimento de barreiras. Não estou 100% destemida, claro que carrego alguns receios do que está por vir, conforme as pessoas que me conhecem na vida pessoal forem descobrindo, no entanto, seria um retrocesso com o meu amadurecimento interromper agora.

Essa sou eu. Não estou fazendo nada de errado para ter que me esconder. Quero fazer a diferença na vida das pessoas e não poderei alcançar tais propósitos me escondendo.

Então… eis aqui uma explicação mais completa sobre o porquê de eu estar mostrando o rosto para o mundo somente agora. E quem concorda e está curtindo essa minha nova fase, deixa o seu comentário de incentivo! 🙂

Uma Vez Que Provar o Brigadeiro, Não Quer Mais Saber do Beijinho – Parte 3

Querido diário,

Confesso que foi um processo trabalhoso continuar essa história, pois, tudo que estou trazendo são fatos de dois, três meses atrás e, no decorrer destas postagens, eu e o Brigadeiro paramos de sair. E como é desafiador ter que retornar aos momentos bons, quando eles já não existem mais.

*

– Pensei numa coisa bem legal para o nosso encontro! – Comecei, toda empolgada. – Lembra lá atrás, quando tentei te chamar para sair pela primeira vez, que você não pôde por conta do compromisso familiar? Então, aquele comediante que te chamei para ir no stand up, vai apresentar de novo esse sábado! É bem legal, ele faz piadas sobre sexo. O show dele se chama “Imoral”. Eu consigo descolar ingressos pra gente ir, bora?

– Não sei.

– Nossa eu mandei três áudios super animada, empolgada, e ele só responde: “Não sei”. Não sabe o quê?

– Não saio muito, mas me parece um programa de amigos.

– Não estou te entendendo, já não estava combinado o barzinho? É a mesma coisa só que teremos um plus pra deixar a noite ainda mais divertida, com stand up. É um programa tanto pra amigos, quanto casal, o cara faz piada de sexo.

– Tá bom, como falei vc que escolhe.

– Assim que eu gosto. Te vejo hoje na academia?

– Possivelmente.

– Pq possivelmente e não com certeza?

– Pq a vida é imprevisível. Nos programamos, mas ela sempre muda os planos. Vc não mudou nosso encontro de sexta para sábado? Acontece.

– Propus uma mudança para ser ainda mais legal do que já seria.

– Se tá falando que será melhor, assume a responsabilidade se não for rsrs.

– Se você não tiver senso de humor pra piadas de sexo, quem assume a responsabilidade é você haha. Mas serão piadas do ponto de vista de um homem hétero, então acho que a chance de dar ruim é quase zero.

– Meu senso de humor é ótimo, mas um tanto quanto crítico para piadas ruins.

– Veremos se achará ruins. Acho que vai se identificar.

– Eu tinha em mente algo mais intimista.

O cara que em nenhum momento propôs nada, tinha algo em mente.

– Será intimista rs. É um barzinho com penumbra.

– Mas vamos lá.

– Mas vai com um pensamento de que será legal, se já ir achando que será ruim, aí será ruim mesmo. Emanamos aquilo que pensamos.

– Ok.

*

Uma pequena pausa na história para falar sobre esse tal humorista que faz piadas sobre sexo. Descobri o Guto Andrade por acaso no Sympla, ano passado, quando estava pesquisando por algum stand up legal para ir com um boy que eu estava saindo. – Adoro propor coisas diferentes pra fazer. – O banner do seu show me chamou muito a atenção:

Comprei dois ingressos, mas a apresentação aconteceria um mês a frente e, até lá, adivinha? Eu já não estava mais saindo com o cara. 😒 Chamei uma amiga para ir comigo, no dia ela se enrolou com o horário e acabei indo sozinha, perdi um ingresso. No entanto, valeu super a pena, me apaixonei pelo show do Guto, dei muita risada, ele é muito engraçado e desbocado. Tirei foto com ele quando o show acabou e até nos seguimos nas redes sociais. Meses se passaram e voltei no seu show, agora com um amigo gay, que, mesmo não sendo hétero, se identificou e se divertiu bastante. Não satisfeita, voltei no show do Guto uma terceira vez, com um outro boy que eu estava saindo e ainda combinei com o humorista, de na parte do show que ele escolhe um casal da plateia para que o cara diga no microfone que vai chupar a buceta da sua parceira mais tarde, escolhesse a gente, pois queria ver o boy passando por esse constrangimento kkkk. Para a minha surpresa, ele até que se saiu muito bem, falou sem a menor vergonha, mal sabia ele que tinha sido tudo previamente combinado kkkkk. Enfim, lá estava eu, pela quarta vez, no show do Guto, novamente levando um boy diferente kkkk.

– Daqui a pouco o humorista vai fazer piada sobre você. Uma fã que sempre leva um cara diferente nos seus shows. – Brincou meu amigo gay. – Se tornou seu ritual de iniciação, né?

– Acho muito válido pra testar se o cara tem a mente aberta, vai que um dia a relação evolui e preciso revelar que sou acompanhante? Já testo logo como ele lida com o tema sexo.

Inclusive, a cada um que estiver lendo, recomendo ir no show do Guto! Na página dele no Instagram sempre tem as datas das próximas apresentações, lembrando que se chama “Imoral”.

Enfim, chegou o dia do nosso date, combinamos de encontrar direto no barzinho, em Moema, onde aconteceria a apresentação.

Primeiro Encontro

Cheguei um pouco atrasada e o Negão já me aguardava na calçada. Fui vestida bem sexy e fofa, basicamente, um dos looks que uso para atender: saia curta de prega, courino, preta, um cropped branco, levemente decotado, e uma botinha preta, de salto alto grosso. Desci do uber a atravessei a rua desfilando, sentindo seu olhar em cada parte do meu corpo. Ele estava todo lindão, vestia uma camisa preta, uma calça mais clara e tênis. Me fitava parado, com as mãos no bolso, todo charmoso, nunca tinha saído com um cara tão alto, tão musculoso e com tanta presença como ele. Quando nos cumprimentamos, ainda pude reparar que ele estava usando um perfume diferente daquele que eu não tinha gostado e, desta vez, o aroma estava aprovadíssimo!!

Entramos no barzinho, nos acomodaram numa mesa mais alta e conversamos um pouco, enquanto não começavam os shows dos outros comediantes que antecederiam ao Guto. Aquele encontro foi uma delícia, foi a primeira e única vez que saímos juntos para algum evento. Ele perguntou se eu gostaria de pedir algo, me contentei com água e pegou um energético para si, não comemos nada, era um bar que só tinha fritura e não queria ficar com gosto de comida na boca, já pensando no nosso beijo. Entre um flerte e outro começou o show dos comediantes e, infelizmente, nenhum era tão bom, fazendo com que eu sempre acrescentasse que o show do Guto seria imensamente melhor.

Em algum momento nos beijamos e o safadinho já foi com a sua mão boba pra baixo da minha saia, alisando minha coxa. Não achei ruim, tava doida pra dar pra ele depois. Quando enfim o Guto entrou, cerca de duas horas depois, estávamos tão envolvidos na nossa bolha, que a apresentação se tornou pano de fundo e não mais o evento principal. Não o vi rindo e se divertindo tanto quanto com o último boy que levei, mas interpretei como uma coisa positiva, por estar mais focado na gente. Quando o show acabou, dei uma enrolada pra ver se ele tomaria a iniciativa de me convidar para ir a sua casa – algo quase impossível, pois ele mora com a mãe idosa – , mas como eu já tinha dito lá atrás que se o nosso beijo fosse bom, eu o arrastaria para casa depois, então meio que já estava subtendido que iríamos para a minha.

– E agora? – Ele perguntou.

– Vamos lá pra casa. – Falei por fim.

Quando chegamos no meu apartamento, a tensão sexual que tinha se instalado no barzinho, por conta da interrupção e mudança de ambiente, havia se dissipado. Para variar, ele ficou um bom tempo entretido com os meus gatos. A princípio achei fofinho, de todos os poucos caras que tiveram o privilégio de conhecer o meu apartamento, ele foi o único que deu tanta atenção para os meus filhos bichanos, mas, após um tempo, comecei a achar que ele estava de enrolação e sem iniciativa. Sobrou pra mim conduzir para que o sexo desenrolasse. Apaguei as luzes e deixei aceso apenas o meu ring light, uma iluminação mais suave, aconchegante e acendi uma vela aromática. Lembro que após eu fazer tudo isso, ao me voltar para ele, percebi um sutil olhar julgador, como se eu estivesse sendo a apressada da história.

Pude experimentar com ele algo que há muito eu sentia falta: Sexo com conexão. E quando digo isso, não quero dizer que não tenho conexão com meus clientes mais frequentes, que já saem comigo há algum tempo, apenas que é diferente quando você transa com alguém fora do contexto profissional, ainda mais sendo alguém que você está alimentando um certo tesão e curiosidade há algum tempo. Senti como se eu não estivesse transando com um estranho – ainda que de certa forma ele fosse – .

Seu corpo nu é a coisa mais linda que eu já vi. Peitoral saltado, pernas musculosas, barriga chapada, minha vontade era de ficar só apreciando por algum tempo, queria poder tirar uma foto e guardar de lembrança. Seu pau, bem, confesso que me desapontou só um tiquinho. Era grande no tamanho, mas não muito grosso, pra não dizer fino. Mas tudo bem também, decidi que isso não diminuiria em nada o meu prazer, seria até benéfico, pois poderíamos transar várias vezes, sem que eu ficasse assada. Ele me chupou e, confesso, seu oral não foi muito bom, mas deduzi que devia ser falta de prática. Depois já foi pegando a camisinha, sem esperar que eu o chupasse, mas antes que encapasse falei que queria chupá-lo também, imagina se eu, que adoro fazer um boquete, não ia sentir o dele na minha boca. 😛

Enquanto o chupava, ele aparentou gostar bastante, mas não me deixou muito tempo lá, já quis encapar e transar logo. Começamos com ele por cima. Desde a primeira fincada foi uma delícia do início ao fim. Senti apenas um leve desconforto quando ele queria ir muito fundo, nessas horas pedia para ir devagar, pois como era muito comprido, alcançava até onde não tinha mais para onde ir. Ficamos um tempão transando nessa posição, nossos rostos se encostando, olho no olho, beijos ardentes, uma conexão deliciosa, estava tudo muito incrível.

– Sua buceta agora é minha. – Ele disse.

Que tesão.

Depois pediu que eu ficasse de quatro e, posso dizer, que descobri uma nova experiência nessa posição com ele, pois a forma como metia, era muito diferente do que eu conhecia. Vamos combinar que essa posição é muito safada, mas ele conseguiu transformar em amorzinho. Ele não metia muito forte enfiando tudo, quando queria ir mais fundo, avançava lentamente e deitava seu corpo sobre as minhas costas, beijando a minha nuca e os meus ombros, muito carinhoso, delicioso! Daí sempre que eu sentia a cabeça do seu pau encostando lá no fundo, me dava um tesão inexplicável, acho que tocava algum ponto que eu desconheço. Estiquei a mão e peguei meu vibrador na prateleira da cama, posicionei no meu clitóris e senti muita vontade de gozar nesses momentos que ele ia fundo devagar, só com a cabecinha. Eu estava quase lá, quando, inesperadamente, ele disse no pé do meu ouvido:

– Goza no pau do seu negão.

Ali eu fui com Deus. Era como se ele soubesse o que estava faltando para eu gozar. Foi surreal de bom. Eu já estava há algum tempo me masturbando enquanto o sentia, e quando ouvi sua voz, grossa, e ainda mais sexy naquele momento, pronunciando essa frase tão baixinho, veio a explosão. Como é gostoso transar com quem você também sente imenso tesão. Depois que gozei, pedi que ele se deitasse, era a minha vez de retribuir todo o seu empenho. O fiz gozar na minha sentada, e não demorou muito, como se ele só estivesse me esperando ir primeiro.

Me aninhei naquele peitoral macio e ele disse algo, no pós sexo, que gostei bastante. Revelou que para os homens, após gozar, pode ocorrer dois tipos de sensação: A primeira é o sentimento de fuga, quando repele a outra pessoa e já quer ir embora – o famoso gozou, tchau – e a outra sensação era a que ele estava tendo, de querer permanecer e ficar ali junto. Ainda teve a audácia de dizer em outro momento:

– Não vai se apaixonar, hein. – Como se ele também não tivesse correndo esse perigo.

Transamos duas vezes nessa noite, mas não gozamos na segunda, desde o princípio percebi que ele é o tipo de homem que só goza depois, e se, a parceira também gozar. Acabamos não comendo nada desde o momento em que nos encontramos, até sentimos fome, falamos sobre pedir algo no Ifood, mas nenhum dos dois assumiu a tarefa de fato. Ele até brincou depois que comigo era só “pau e água”, rs.

Ficamos acordados até 3h da manhã, não só transando, mas também conversando. Tivemos um matinal delicioso na manhã seguinte, mantendo as mesmas posições exploradas até aquele momento. Antes dele ir embora servi granola com iogurte pra gente e conversamos mais durante o café da manhã. No decorrer do dia, me surpreendi com ele me enviando mensagens, compartilhando como estava sendo seu domingo em família.

No outro dia, a sua primeira mensagem foi:

– Sentiu falta do travesseiro humano rsrs.

– Me diz você se sentiu falta do meu corpinho aninhado no seu.

– Olha eu vou ser sincero, senti sim.

– Bom, nesse caso, então posso dizer que senti também.

Combinamos que nos encontraríamos uma vez por semana para transar. Eu estava vivendo o paraíso, finalmente tinha encontrado um contatinho fixo que rolasse uma química gostosa e muita conexão.

– Vc estava há quanto tempo sem transar? – Ele perguntou.

– Isso não vem ao caso. – Desconversei.

– Rsrs. Responde. Vc já sabe quanto tempo eu estava.

– Com um negão desse, a minha vida toda, você já sabe tb.

– Rsrs. Sei não. Quanto tempo a senhora não transava? – Ele insistiu.

– Que diferença isso faz? Rs. – Segui me fazendo de sonsa. Esse tipo de pergunta nunca favorece a mulher na resposta, ou passa a imagem de vagabunda ou de desinteressante, que ninguém quer comer, rs.

– Danadinha.

Na véspera do nosso segundo encontro, resolvi dar uma atiçada:

– Sabe, eu tava lembrando das nossas transas e notei uma coisa interessante.

– Já são tantas assim? – Tinham sido só três, rs. – O que?

– Que as duas vezes que você gozou foram do mesmo jeito…

– Vc por cima.

– Aham. Você gosta da mulher por cima né.

– É pq eu segurei, senão ia gozar quando estava te comendo de 4.

– Quero sentar bem gostoso em você amanhã.

– Pode sentar. Tbm gosto de ir por cima de vc, te esmagando. Colocando pressão nessa bucetinha.

– Adoro você por cima de mim.

– Percebi. Ei, lembrei agora que você deu um tapa na minha bunda.

– Foi mesmo. Um só. Quer mais? Rs.

– Rsrs. Eu que bato nessa relação.

– Como ele é mandão. Tbm sou viu, cuidado.

– Kkk. Agora que já foi amorzinho, tá na hora de vc apanhar um pouquinho.

– Quero continuar falando sobre.

– Rs. Vai dormir.

– Sem graça.

– Amanhã eu vou te comer de todas as formas que vc quiser.

– Assim espero. Boa noite.

– Rs. Boa noite.

Segundo Encontro

Ele já chegou chegando, pegando na minha bunda e me dando um beijo de língua super ardente, ainda na porta. Trouxe um vinho, que já coloquei para gelar na mesma hora. Cuidei para que desta vez não fosse só “pau e água” e preparei um jantar pra gente, nada demais também, uma comida que eu já tinha, com o adicional que assei um frango temperado para ele, um que estava há mil anos no meu congelador, minha última compra antes de parar de comer carne. Transamos três vezes antes do jantar. A gente transava e conversava, até algum assunto dar gatilho para iniciarmos uma nova transa, isso aconteceu umas três vezes. Nossas transas eram bem amorzinho, descobri, inclusive, que aquele papo de homem mandão era só da boca pra fora, ele não era nada agressivo na cama, o máximo que fazia era parecer possessivo, como se eu fosse exclusivamente dele, como quando me mordeu tão forte na bunda, ao ponto de eu gritar com a mordida!

– Deixar minha marca aqui, que você vai lá pra Itália, pra verem que você tem dono.

Confesso que adoro essas coisas na hora da intimidade.

Durante o intervalo entre as transas, numa das pautas que conversamos, ele disse que quando está saindo com alguém, o prazo que ele se dá é três meses.

– 3 meses? – Levemente confusa.

– É, geralmente, em três meses eu já não quero mais.

– É… dizem que em três meses ou é tchau ou é… amor. – Falei pausadamente, fazendo um charme na última palavra, finalizando com uma piscadinha e mandando um beijo.

Ele deu uma risadinha gostosa. Senti que estávamos muito sintonizados.

Gozamos as duas primeiras transas e a terceira ficou inacabada. Enfim, fomos jantar. Foi uma delícia esse momento. Nossa primeira refeição, juntos. Comemos e trocamos bastante ideia, eu adorava o fato de conversar com ele ser uma coisa tão fácil e fluída. Após comermos, tendo em vista que já tínhamos transado 3x e estávamos de bucho cheio, sugeri de colocarmos algo para assistir. Ele concordou, daí, fuçando na Netflix, acabei escolhendo a série que todo mundo estava comentando: “Bebê Rena”. Dei um pega no beck sozinha – ele não fuma e em algum momento ainda me deu uma leve recriminada, dizendo que eu colaborava com o tráfico – e me deitei de conchinha com ele no sofá.

Posso dizer que nesse momento senti um bem-estar enorme ao lado dele. O primeiro episódio da série estava engraçado, comentávamos nossas percepções sobre alguma cena que víamos, senti que super combinávamos. Sabe quando você se sente “em casa” na presença de uma pessoa? Eu me sentia exatamente assim. Sem me preocupar se estava sendo sexy ou inteligente o bastante, sem precisar fazer nenhum esforço para impressionar, conseguindo ser eu mesma e tudo fluindo naturalmente.

Assistimos uns dois episódios e então fomos nos deitar para dormir. Numa conversa despretensiosa antes de adormecer, o tesão aflorou novamente e o sexo desenrolou de forma inesperada.

– Humm, alguém tá animado. – Constatei ao sentir seu pau duro.

– Eu animo.

– Eu também animo. 😈

Estava tudo escuro e eu só conseguia ver a silhueta daquele homem em cima de mim. Nessa transa ele ainda acrescentou algo novo. Ao invés de ir e voltar com o pau, ele começou a rodá-lo dentro de mim. Foi diferente, gostei bastante, pena que ele não ficou muito tempo nesse movimento, devia ser mais cansativo, rs. Não gozamos, mas, mesmo assim, foi um sexo delicioso de boa noite.

Terceiro Encontro

– Uma semana sem essa delícia já. – Reclamei.

– Pois é. Tá viciada.

– Uma vez por semana é uma frequência baixa pra ser considerado vício. Considero moderado.

– Kkk. Quer passar para uma vez por mês?

– Ele fala como se não fosse prejudicar a si mesmo também.

– Kkk. Verdade.

– Daqui a pouco vc enjoa aí diminui a frequência.

– Uma semana é pouco pra enjoar. Te falei que essa frequência é ótima. Não enjoa e dá saudade.

Nosso terceiro encontro seguiu a mesma linha do segundo. Sexo logo na sua chegada, bastante tempo conversando, jantamos pizza e mais episódios de Bebê Rena antes de dormir.

Tivemos um papo entre as transas que me despertou um pequeno alerta. Ele quis voltar na questão dos três meses, reforçando, e até brinquei que não achava que encerraríamos nesse prazo de fato, pois a data exata que completaria esse período, seria um dia depois do seu aniversário e um dia antes do Dia dos Namorados, duas datas importantes, não condizentes com um término. Daí ele acrescentou que apesar dele dizer isso, ele era a pessoa mais contraditória que existia, pois, ao mesmo tempo em que reforçava para a outra pessoa não se apaixonar – exatamente como fazia direto comigo –, ele seguia sendo todo fofo, carinhoso e isso fazia com a que outra pessoa tivesse uma interpretação errada das coisas, achando que ele estaria se envolvendo. Ali me despertou um alerta, pois, era exatamente a visão que eu estava tendo dele, em relação a nós, e eu tava curtindo essa ideia, de percebê-lo totalmente na minha. No entanto, ao mesmo tempo em que pensei isso, também desconfiei se essa sua fala não era uma estratégia, para disfarçar um possível envolvimento da parte dele.

*

– Estou com a buceta dolorida de tanto transar essa noite. – Compartilhei com ele no dia seguinte, após sua partida.

– Kkkk. Falei q estava inchada.

– Bom olho.

– Tá doendo muito?

– Eu não conseguiria transar hoje de novo.

– Vai ter que desmarcar o cara de hoje e o de amanhã também. – Ele brincou, sem ter a menor ideia do quanto sua piada era condizente, rs.

Quarto Encontro

Desta vez ele levou nuggets e kibe veganos para o nosso jantar de petiscos. Para acompanhar, comprei um vinho, molho trufado e pimenta, no supermercado. Nessa noite ainda assistimos a um episódio de Black Mirror, “Hang The DJ”, quarta temporada, o episódio mais romântico, sobre um tipo de “Tinder” do futuro. Coloquei para que ele conhecesse a série.

Não serei repetitiva em todo o resto, apenas posso dizer que nessa noite gravamos um caseiro sextape, naquela posição de quatro que eu amava fazer com ele. Alguns inscritos do meu OnlyFans já viram esse vídeo, inclusive. 😏

– Nossa tá muito foda esse vídeo. – Ele reconheceu.

– Tá um tesão! Eu amei! 😋 Quero fazer mais, com uma iluminação digna rs.

– Vai vender no onlyfans rs. – Mal sabia ele que eu ia mesmo, rs.

– Posso? 😏 Preciso do seu consentimento antes rs. – Entrei no jogo.

– Rsrs. Dividindo os lucros rsrs.

– Hahaha. Se tiver vendas eu repasso a sua parte então rs.

– Rsrs.

Quinto Encontro

Começou um pouco atribulado. Apesar da premissa para aquela noite ser bastante empolgante, já que ele até traria o seu videogame para termos uma interação diferente e divertida, juntos, no entanto, peguei no seu pé para que passasse numa farmácia e comprasse preservativos, antes de vir para a minha casa. Reconheço que fui um pouco chata nesse sentido, até porquê eu tinha preservativos, mas eu simplesmente não achava justo eu ter que gastar as minhas camisinhas, que comprei para os meus atendimentos, sendo que ele já estava me comendo de graça, na minha casa, e só tinha contribuído com o adereço no primeiro encontro, justo ele que nem deixava o pau roçar na minha xana e já corria pra encapar o menino. Então se ele fazia tanta questão, que arcasse com os custos.

– Não esquece de trazer preservativo. Skyn. – O relembrei da minha preferência pela marca, coisa que eu já havia lhe dito no nosso primeiro encontro, quando ele apareceu com Jontex (e não era nem a linha pele com pele).

Não tem Skyn não, vai ter que ser com a Jontex que tá aí mesmo, não tem Skyn, tô atrasado ainda, tem Skyn não, depois a gente fica só no videogame.

Tudo isso foi dito num áudio que recebi no mesmo minuto da minha mensagem, ou seja, ele sequer estava numa farmácia de fato, para afirmar que não tinha Skyn, e pelo seu jeito de falar, com tanta repetição negativa, recusando o que eu estava solicitando, fiquei com a impressão, nessa minha mente analisadora de jornalista investigativa, que o seu incômodo era por, talvez, não querer gastar dinheiro, comprando uma camisinha que era mais cara do que a que ele estava acostumado a comprar.

– 😒

– Tem quantas aí?

– Traz a olla azul então. E na próxima você vai em outra farmácia.

Chegou na minha casa bicudo, mas tinha comprado a Skyn que eu pedi. Ainda ficou indignado quando viu que eu tinha preservativo de sobra, dizendo que quase foi assaltado, com o videogame na mochila, por ter desviado da rota para ir na farmácia. Como se alguém tivesse a coragem de assaltar um negão daquele tamanho, sem ser a mão armada.

Enfim, felizmente esse estressezinho não estragou a nossa noite, transamos maravilhosamente, depois pedimos um Ifood e jogamos videogame. Foi divertido. A princípio, ele colocou um jogo de luta para que duelássemos e descobri que somos muito competitivos, só consegui ganhar dele uma única vez, fiquei até com meus dedos vermelhos de tanto dar meu sangue naquele controle. Depois colocou Resident Evil, e daí eu quis ficar só assistindo-o jogar, pois é o tipo de jogo que eu sempre fico tensa, se sou eu que estou jogando.

No dia seguinte, após nosso sexo matinal delicioso, enquanto conversávamos, coincidentemente, o tema PROSTITUIÇÃO entrou na conversa. 👀

Ele começou:

– Vou deixar você sem aguentar pau até semana que vem… não sei como garota de programa consegue aguentar.

Daí ele acabou emendando um assunto relacionado, contando que uma vez, um amigo dele tinha descoberto que a namorada era acompanhante de luxo, que anunciava em site e tudo. Perguntei qual site, pra ver se ele sabia da existência do site que eu me anuncio de vez em quando e ele não se recordava qual. Resolvi explorar mais o assunto e perguntei o que ele achava dessa situação, se acontecesse com ele.

– Ah foda, né.

– Por quê?

– Ahh sei lá, o cara fica exposto, né? A pegar coisas…

– Ué, mas dizem que as profissionais se cuidam bem mais que as demais mulheres, justamente por trabalharem com isso, precisam estar sempre saudáveis. – Tinha que defender a minha classe, né?!

Ele refletiu um pouco sobre o que eu falei, concordou brevemente, até que disse:

– Tá sabendo demais, hein?! Sei lá, nunca fiquei com uma pra saber.

– Tá ficando agora hahaha. – Trouxe a verdade em tom de brincadeira.

Ele me olhou desconfiado e aí acrescentei para disfarçar:

– Você não me chama de “minha putinha”?

– Minha putinha, não de todo mundo.

Daí, vendo que fiquei calada, mantendo um semblante enigmático, como se eu realmente fosse, ele me olhou com mais atenção e disse:

– Será que você é?? 👀

E eu só nas risadinhas, sem dizer que sim, nem que não. Ele continuou me olhando, tentando decifrar algo.

– Será que você é? Bom… você viaja bastante, né…

– Será?? 👀 – Brinquei ainda mais com a sua desconfiança.

– Mas acho que não, você é bem magrinha, só se fosse daquelas que só acompanha em eventos.

– Tem gosto pra tudo. – Olha ele me desmerecendo, achando que não tem mercado para as magras!

– Mas, se você fosse, a sua bucetinha também não seria assim…

Eu teria que ser arrombada?! Pensei, mas não externei. Fiquei preocupada se esse seria o mesmo pensamento da sociedade, que não conhece a intimidade das profissionais desse ramo. Cheia de doença, com a buceta larga, era desse jeito que uma garota de programa devia ser, na visão limitada dele?

– Você disse que meu pau era grande, só se você mentiu pra mim. – Continuou analisando o fato da minha buceta ser apertada.

“Grande, mas fino”, pensei.

E o assunto morreu aí. Apesar de tudo, achei bem positiva a conversa, não fiquei tensa em nenhum momento com a possibilidade dele descobrir, e pelo que observei não me pareceu preconceituoso, apenas alienado. Resta saber se estava de boa porque, no fundo, não se imaginava lidando verdadeiramente com este cenário ou por não ser um problema para ele, de fato.

Antes de sairmos da cama, ainda perguntou:

– Você sente vontade de transar mais de duas vezes por semana? Com pessoas diferentes?

A resposta sincera para essa pergunta seria “Sim” e “Não”. Se eu tiver sido bem comida, aguento dois dias sem sexo, depois já quero de novo, mas não necessariamente com pessoas diferentes, desde que eu tenha um contatinho gostoso que sempre represente. Mas me limitei a responder:

– Por quê? Você quer aumentar a frequência?

– Vou contar aqui suas camisinhas. – Pegou meu pote de preservativo e começou a contar mesmo.

– Quer monopolizar minha buceta sem estar namorando comigo? Vem com essa não! Tá com ciúme? Pega na mão e assume. Já ouviu a música da Ludmilla?

Passou pela minha cabeça ter que comprar novas camisinhas para não diminuir a contagem daquelas que ele sabia a quantidade, e não gostei nada desse pensamento.

Sexto Encontro

– Podíamos dar um pulinho em casa, depois do treino, antes de você ir pro trabalho. Só eu sinto falta de sexo aqui? Você iria trabalhar até mais feliz. 😏

Propus um encontro mais rápido, já que, por uma série de acontecimentos, não estávamos conseguindo casar as agendas.

– Antes de ir trabalhar eu passo aí para te ver. Que horas vc termina o treino?

– 12h.

– Então 12:30 eu passo aí.

Recebê-lo durante o dia, não teve o mesmo encanto, sei lá, a noite tem um Q de maldade. Pulamos as preliminares e fomos direto para a penetração, desta vez tive que recorrer ao gelzinho, a contragosto dele, que sempre espera que eu esteja pronta e lubrificada, ainda que não me chupe para isso. Iniciamos na nossa posição habitual, com ele por cima.

– Sabe o que eu tava lembrando aqui? – Soltei durante o sexo.

– O que?

– Que você ainda me comeu de ladinho. Não gosta dessa posição? Ou foi falta de oportunidade mesmo?

– Foi oportunidade mesmo e o tamanho que não encaixa.

– Verdade, tem a questão de você ser mais alto rs.

Após um tempo com ele me macetando, insisti para fazermos de ladinho. Foi engraçado que ele não aguentou dois minutos assim e já quis voltar para a posição anterior, dizendo que a minha bunda estava pressionando seu pau, tornando mais difícil dele segurar.

Pela primeira vez, em seis encontros, em mais de dez transas, gozamos juntos! ❤️ Eu me masturbava, ao mesmo tempo em que ele me penetrava e avisei que estava perto, incentivando para que viesse junto comigo. Nem acreditei, foi mesmo delicioso.

A forma como o outro se entrega na hora do orgasmo é uma coisa que reparo bastante e, dependendo do que eu ver, pode aumentar ainda mais o meu tesão pela pessoa. E o gemido que ele solta na hora H é muito sexy! Vê-lo gozando daquele jeito tesudo, junto comigo, só intensificou ainda mais o meu orgasmo. Que ápice espetacular. 🔥

Agora o fato mais curioso desse nosso sexto encontro, além de finalmente termos conseguido chegar lá juntos, é que essa acabou sendo a nossa última transa.

E nem sabíamos.

P.S.: Se houverem muitos pedidos, quem sabe escrevo um Epílogo. 😏

Uma Vez Que Provar o Brigadeiro, Não Quer Mais Saber do Beijinho – Parte 2

– Sabe como dizem, uma vez que experimentar o brigadeiro, nunca mais quer saber do beijinho.

– Não se preocupe que não vou grudar em você rs, se for tão incrível assim, apenas buscarei outros similares. A não ser que você queira repetir também. 😏

*

Querido diário,

Antes de avançarmos para a parte que todo mundo está mega curioso para saber, preciso que conheçam mais desse personagem, o Negão, para que a expectativa de vocês se iguale a minha, nesse um mês de conversa, que antecedeu ao tão esperado (e batalhado) encontro.

Então, voltemos aos diálogos:

Relacionamento Inter-racial

– Qual seu biotipo de mulher? Negras também? – Por um momento considerei que todo aquele jogo duro fosse por ele ter valores tão arraigados de só querer se envolver com mulheres da mesma cor.

– Não tenho um biotipo, gosto de mulher bonita. Entretanto, negras bonitas procuram caras  brancos e com grana. Isso é uma coisa racial de ascensão, muito foda, mesma coisa de jogador negro, sempre com uma loira do lado.

– Como também tem muitos caras negros com mulheres negras e caras brancos com mulheres brancas.

– Sim, não é uma regra. Depende muito do contexto em que a pessoa está inserida.

Acabei voltando na sua primeira sentença, sobre envolvimento inter-racial:

– Isso foi uma crítica? Fiquei confusa.

– Não é uma crítica, mas o simbolismo que isso carrega é muito foda, igual a ditadura da magreza para vocês mulheres, colocam isso como um padrão.

– Continuo não entendendo a qual simbolismo se refere. Pq da mesma maneira que pode ter mulheres negras com caras brancos por dinheiro, tbm tem loiras com negão pelo mesmo motivo. Segundo vc trouxe os exemplos.

Daí ele me mandou um áudio.

– Está difícil de explicar porque é uma questão complexa mesmo. Isso merece um café, ou melhor, uma bebida, em algum lugar. Mas vou tentar te explicar rapidinho. Essa questão do negro, que prefere a loira, não são todos, mas a maioria, se você pegar os negros que ascenderam, eles vão estar ao lado do que? Da mulher loira, ou uma mulher de cabelos pretos, mas branca, porque foi implantado na cabeça dele, há muito tempo, que o sucesso é esse. Ter dinheiro, um carrão e uma mulher branca do lado. Por quê? Aí volta pra vocês, qual o padrão de beleza? Qual foi o padrão instituído, que agora estamos tentando mudar? Uma mulher branca, loira e magra. Então basicamente é isso, são barreiras que precisamos romper.

De repente me vi numa discussão sobre relacionamento inter-racial e precisei abrir a minha cabeça para o assunto.

– Mas será mesmo que o cara negro em ascensão está com a branca por conta disso ou porque ele GOSTA e se sente atraído por esse tipo de mulher? Tem muitos exemplos de caras negros que se deram muito bem na vida e que estão com mulheres negras ao lado. Barack Obama, Jay-Z, Will Smith, tem vários… então eu acho que pensar com esse viés, não sei se é o mais correto. Tudo bem, eu entendi que alguns pensam assim e adotam isso, mas eu acho que o cara negro que está com uma loira é porque se sente atraído por esse tipo de mulher. Sei lá, um relacionamento é uma coisa muito séria para você ficar com alguém sem um sentimento envolvido, apenas por aparência ou interesse nesse sentido.

– Perfeito. Eu quero que você escute o seu áudio e os exemplos que você deu. O “gostar” e “se sentir atraído” pode ser manipulado. Por que eu gosto de algo? Tem que ter alguma experiência com aquilo para eu gostar ou não gostar de alguma coisa. Em que momento foi embutido na minha cabeça que isso é o que eu gosto? Você deu exemplos de pessoas dos Estados Unidos. Lá, casais inter-raciais são até malvistos, fora que lá o racismo é tranquilo, se o cara não gosta de negro, ele pode falar abertamente. Lá, os negros tem uma comunidade muito mais forte, então negro acaba ficando com negro, visto várias exemplos que você deu aí, citar casais inter-raciais que é a exceção. No Brasil já é o contrário, o único casal negro que me recordo aqui é o Lázaro Ramos e a Taís Araújo, não me vem a cabeça nenhum outro casal famoso.

– Tá bom, entendi, faz todo o sentido tudo que você trouxe, realmente. Então, quer dizer que quando você tiver no seu auge, ganhando muito bem, tendo muito sucesso, você vai ficar com uma mulher negra, né? Afinal, uma mulher branca ao seu lado vai muito de encontro ao sistema.

– Não, aí a gente entra num outro problema que é, além de eu também estar inserido nesse sistema, outro desafio é você encontrar negros que tenham o mesmo pensamento que o seu. Existem, claro que eles estão por aí, em alguns lugares, não no meu contexto, isso é triste, mas é a verdade. Não conheço muitas negras advogadas, as que eu conheço, não são bonitas. De qualquer forma, não critico casais inter-raciais e não procuro uma esposa negra, apesar de ser o aconselhado, principalmente negros que estão em um patamar elevado, porque os filhos destes negros serão a próxima geração que vão romper esse estigma que a gente vive. E também tem outro ponto, eu não sou o cara de fazer o ‘approach’ (é mesmo?? Rs), você percebeu, não sou o cara de chegar e conversar, eu nunca gostei de ser o chato, o cara que incomoda, odeio sentir que estou incomodando alguém, então, acaba que, por acaso, as loiras que sempre chegam em mim. E agora, depois de formado, advogado, a gente sabe que qualquer coisa pode ser considerado assédio, então, juntou a fome com a vontade de comer e me mantive na minha, sem chegar em ninguém.

– Mas você percebe quando a pessoa está na sua.

– Rsrs, só quando deixa muito evidente.

– Exemplo?

– Vc quando veio falar comigo.

– Ou seja, desde o meu primeiro movimento você sabia, e diversas vezes se esquivava das minhas investidas. Então talvez você não estivesse tão a fim assim? 🤔

– Eu tentei fugir, mas agora vc sabe o contexto.

– O contexto que você só quer sexo sem compromisso kkkkk. O tipo de contexto que você não precisaria recusar meu convite rs.

– Nossa. Não queria nem sexo sem compromisso.

– Então te induzi a querer dar uma relaxada?

– Falando deste jeito realmente me faz pensar se é uma boa ideia. 😕

Oxe.

– E por que não seria? Não entendi. Falei algo que te ofendeu? – O papo com ele às vezes desandava do nada.

– Não ofendeu. Mas pareceu que estou saindo por aí procurando sexo casual.

– E se fosse, qual o problema? Rs. Isso não foi uma crítica, só quis dizer que vc não precisaria recusar meu convite para beber algo, sabendo que vc não quer se envolver, até pq tbm não quero.

– Eu sei. Mas não sou este tipo de cara. Vc que me convenceu.

– Nossa agora pareceu que vc nem queria sair comigo, que foi vencido pelo cansaço rs. Há um interesse mútuo ou me iludi aqui? Rs.

– Não é isso. Eu te olhava, pq te achei bonita. Aí quando você falou comigo, pensei ‘tô ferrado’.

– Pq ferrado?

– Pq vc tem uma energia boa. Como eu conseguiria manter distância?

– Mas pq precisaria manter distância se os dois estão se curtindo? 🤔

– Trauma meu.

Traumas

Em outra conversa anterior a essa, falamos sobre seu último relacionamento, enquanto eu tentava romper a barreira de marcarmos um encontro.

– 3 anos é tempo demais pra deixar trauma com ex te bloquear de viver a vida. – Sara psicóloga, valores in box.

– Rsrs. Verdade. Está quase me convencendo.

– Ainda não te convenci? Hahaha. Achei que já estivéssemos alinhados ref esse relaxamento rs. Eu fico me perguntando como um homem que treina tanto como você, não tem libido rs.

– Tenho rsrs, o treino é justamente a resposta. Treinar pesado para não sobrar testo livre. Mas quando não tem jeito é Brazino o jogo da galera. Sexo é energia. E não é toda energia que vc quer dentro de vc.

Se ele soubesse o tanto de energia que entra dentro de mim rs.

– Então as vezes é melhor o 5×1. – Ele continuou.

– Eu não me conformaria só com masturbação. Não sei como vc consegue. Precisamos resolver isso urgente rs.

– Tbm não sou esse punheteiro ai que vc tá pensando.

– Sexo é saúde. E você já não tá batendo bem das ideias há mais de 4 meses, rs. É uma necessidade fisiológica.

– Já fiquei 2 anos sem, de boa.

Agora me falem, como argumentar com um cara que não se importa de ficar sem sexo? Como seduzir alguém assim?

– 😳

– Vou te contextualizar. Relacionamento abusivo de 4 anos, terminou na pandemia, aí foquei 2 anos no que eu deixei de lado, depois voltei para as atividades, mas só conheci mulheres que ficaram apaixonadas, aí minha responsabilidade emocional falou mais alto. Então decidi que  isso tudo não era mais pra mim.

– Mas essas mulheres que se apaixonaram não eram boas o bastante para você se apaixonar também?

– Não sei se conseguiria. Meio que traumatizei um pouco.

– O que houve nesse relacionamento para você caracterizar como abusivo?

– Meu Instagram, vc viu que é novo, – e eu achando que ele fosse impopular mesmo, rs – tive que deletar. Pegava meu celular, ciúme de todos. Queria me engordar de todo jeito.

– Qual a vantagem dela nisso?

Daí ele enviou uma montagem, com ele antes, gordinho, e ele atualmente, malhadão.

– Namorando x 1 ano solteiro.

– Mas muitas pessoas dão uma relaxada quando estão namorando. Meu ex tbm engordou e não foi por minha culpa não rs.

– Mas eu não podia ir treinar que já fazia cara feia.

– Ela não treinava tbm?

– Nada. Por isso que vc precisa sempre encontrar alguém na mesma vibe. Claro que vc interage com todos, mas quem vai andar ao seu lado precisa ter algo em comum.

– Mas que mais? Ciumenta, possessiva… esperava um combo maior pra te bloquear por três anos. Tá faltando coisa aí.

– Eu acho  que perder o tempo que foi o pior.

Estava achando um pouco fraco os motivos que o traumatizaram e trouxe a minha experiência como contraponto, num lindo podcast de 3:41. Sara psicóloga ataca novamente, para todos os traumatizados que também estiverem lendo esse post! 😄

– Danilo, o meu primeiro relacionamento também foi abusivo, só que assim, não dá pra você se fechar depois disso. E não me refiro nem a se fechar para outros relacionamentos e sim para novas aventuras mesmo, entende? Você mencionou 4 anos ser perca de tempo, com o meu primeiro, foi 8 anos! 8! E foi num nível muito pior que o seu. Eu tive vaginismo, não sei se você sabe o que é, um resumo rápido aqui, caso você não saiba, vaginismo é uma contração involuntária da vagina que impede a pessoa de ter relações sexuais. Então, a gente começou a namorar, logo de início ele não gostou de saber que eu era virgem, pensando no trabalho que lhe daria, (no final das contas ele teve um trabalho ainda maior, por conta do vaginismo, rs) aí depois de um ano tentando transar e não conseguindo, foi quando levei a questão para o médico. E como resolve o vaginismo? Com psicólogo e também com determinados exercícios que incentivam a dilatação da vagina, enfim, não vou entrar em mais detalhes, desnecessários agora, mas a questão é, por conta do vaginismo, a nossa relação ficou uma calamidade, a gente não conseguia transar – o sexo anal, que eu conseguia fazer uma vez por semana, não supria mais (mas não falei essa parte para ele, rs) – e um relacionamento não se sustenta sem sexo. Uma coisa é quando você já está velho e sem tesão, outra coisa é um casal jovem, né? Ainda mais ele que tinha muita disposição sexual. Foi um caos e se tornou muito abusivo, pois, chegou num ponto que ele já não tinha mais paciência comigo. Pra você ter uma ideia, uma vez que fomos tentar pela milionésima vez, ele ficou tão nervoso por não termos conseguido, que se levantou da cama e deu um soco na parede. 😱 Como se isso já não fosse assustador o bastante, como consequência ainda quebrou o dedo mindinho e tive que ouvir que a culpa era minha, porque EU NÃO FUNCIONAVA. Como se eu fosse um objeto com defeito de fabricação. E não foi abusivo só por isso, constantemente ele me diminuía, não me apoiava, me chamava de burra, enfim… eu poderia muito ter me fechado depois disso também, ainda mais que foram 8 anos. Claro que isso me criou certos bloqueios, no sentido de eu levar um tempo para botar fé em mim mesma, de não me achar boa o bastante para algo que eu estivesse me propondo a fazer, pensando que se ainda tivéssemos juntos, com certeza ele apontaria algo de errado na minha performance, e aí, somente com meus próximos relacionamentos que fui, cada vez mais, desbloqueando coisas em mim, ao perceber como o tratamento dos meus outros namorados era COMPLETAMENTE diferente. Então não é você se fechando pra vida que irá desbloquear esses traumas, pelo contrário, somente se envolvendo com outras pessoas, tendo outras experiências, que aí você vai vendo que a vida não é essa crueldade, entende? Não tô falando que você tem que fazer isso agora, comigo, mas é um conselho pra vida, pra você se abrir mais para as pessoas.

E todo esse discurso porque eu queria transar com o cara.

– Realmente, perto da sua história a minha não é nada.

– Não diria não é nada, também não vamos desprezar a sua, mas a sua é mais branda pra você se bloquear desse jeito, isso que quis dizer.

Eu já saí com uma garota que tinha vaginismo, é complicado.

Me conta dessa experiência.

– A garota sentia dor na penetração, engraçado pq ela namorou antes e meu pênis é normal.

– Essa foi uma das que se apaixonou e você deu o pé na bunda, ou é outra ex namorada? Rs.

– Não, essa foi uma vez só e não foi legal. Não tinha clima para continuar, aí depois ela voltou para o ex.

– Acho que já falamos bastante sobre relacionamentos anteriores e traumas. Já podemos voltar a falar do nosso date. – Voltei o assunto pra gente.

– Podemos.

– Até pq isso me fez imaginar coisas. – Voltei no trecho que ele dizia o pênis dele ser ‘normal’.

– Pq espera algo maior rsrs por eu ser negão rsrs.

Simmmm!

– Não exatamente rs, só fiquei pensando se a nossa percepção de “normal” seria a mesma rsrs.

– Não sei, mas vou te dar uma dica para perceber, esquece o tamanho do pé, se fosse assim eu estaria bem (45) tem relação e proporção com a mão.

Verdade isso, homens??

Eu achava que tinha a ver com o tamanho do pescoço…

– Dica interessante rs. Não reparei na sua.

– Acho que tem um tamanho ok.

– Acho que está sendo modesto rs.

– Em relação ao meu peso e tamanho, se eu fosse magrelo, talvez aparentaria ser maior rsrs,  mas não tenho nenhuma questão com isso. Todas as vezes que precisei ele foi eficiente, tirando essa menina com vaginismo.

– Você será o meu primeiro… – Negão, no caso – então não sei o que esperar rs. Mas estou bem excitada e curiosa.

– Ixi então melhor desmarcar rsrs.

– Nada disso.

– Sabe como dizem, uma vez que experimentar brigadeiro, nunca mais quer saber de beijinho.

E aí chegamos no diálogo do início desse post, que, inclusive, deu nome ao título desta saga. 😏

Chamando na Chincha

Outro dia, em meio a tantas conversas aleatórias, mais uma vez voltei na questão do date. Não pensem que foi fácil desenrolar isso, rs.

– Vamos combinar nosso date pra semana que vem? Já está mais adepto a ideia do barzinho?

– Ok. Vc quer fazer o que, ir beber? Semana ou final de semana?

– Final de semana é melhor né? Ou sexta a noite. 😏 Você bebe o q?

Não sou de beber, mas quando saio, acompanho.

– Cerveja? Vinho? Drink?

– Depende muito do que vamos fazer depois, o tipo de bebida rsrs.

– O que vc quer fazer depois? 😏

– Vc decide! A escolha sempre deve ser de vocês. Se alguém falar algo diferente disso, afaste-se.

– Assim eu me apaixono. – Dei corda.

– Rs, é que fui criado de forma tradicional. Homem antes de tudo tem que ser o protetor da mulher, em prol do seu bem estar. Depois eu fiquei forte e também fui ensinado que é dever cuidar dos fracos e oprimidos rsrs.

Não sou fraca e oprimida, mas entendi que foi no melhor dos sentidos.

– Que cavalheiro. Se o beijo for bom te arrasto pra casa depois.

– Colocou uma condicionante perigosa.

– Pq perigosa?

– Jogou pressão pra cima. Agora se não me convidar vou saber que o meu beijo é ruim.

– Da mesma maneira que você disse que só sairia comigo se a peça fosse boa rs.

– Rsrs, verdade.

– E você precisa gostar do meu beijo tbm, é uma via de mão dupla, né rs.

– Eu sei que o beijo será bom. O que precisa ver é só a química na hora que a minha língua encostar na sua, aí já vamos ver como vai ficar o PH.

– Já sinto a química a distância. 🧨

– Te falei que sou apaixonante.

– Preciso lembrar de não me apaixonar, senão você dá o pé igual com as outras que se apaixonaram rs.

– Não é assim, mas eu também sou a incoerência em pessoa, peço que não se apaixone, mas trato bem, sou atencioso, carinhoso, e dizem que transo bem. Aí fica difícil.

– Um perigo esse homem. Ai de mim. Difícil não se apaixonar nesse combo. Mas saiba que do que lado de cá será difícil pra vc tbm viu. 😏

– Eu imagino, mas liguei o modo não apaixonar, há muito tempo.

– Vou deixar o meu modo bem ativado também. Criar uma armadura forte diante desse homem cheio de borogodó.

Focado demais para se deixar envolver

Em outro ponto da conversa, falamos sobre outra coisa muito importante para a construção deste personagem. Descobri que ele está totalmente fechado emocionalmente, não só pela questão do trauma com o relacionamento anterior, mas também por estar extremamente focado nos estudos, querendo prestar concurso para promotor, algo que é muito difícil e que ele já vem tentando há alguns anos.

– Focado. – Reconheci sua dedicação.

– Ou simplesmente burro demais para desistir.

Você está tentando há quanto tempo?

Focado, sem deixar mulher me distrair, uns 2 anos. Sem foco, dividindo a atenção, tem uns 6. O que aprendi com isso? Uma coisa ou outra Danilo, as duas vc não consegue.

– Só encontrar uma que te apoie. – Eu sempre trazendo as coisas para o meu lado, rs.

– É bem difícil.

– Difícil mas não impossível. Um sexo de vez em quando faz bem pra saúde e te ajuda a focar no que precisa.

Quando namorava passei na primeira fase do MP, minha ex virou e falou: ‘agora vc me larga’. 😕

– E vc largou? Rs.

– Larguei. Mas não foi pq eu passei na primeira fase e bombei na segunda, foi pq ela não tinha o perfil  para acompanhar, ninguém tem. É uma vida sofrida, limitada.

Ninguém é uma palavra muito forte. Não acho bacana você generalizar por poucas experiências.

– Ok. Vou reformular. Penso que ninguém merece isso, ficar esperando alguém.

– Ninguém merece o que? Uma pessoa dedicada em alcançar o que almeja pra si, mesmo que isso custe menos tempo juntos? Uma vez por semana livre você não conseguiria? Já vai conseguir na próxima sexta né, para sairmos. Acho ótimo, sem grude e com uma pequena saudade. Uma vez por semana não rola pra vc?

– Claro que rola. Mas todos sempre querem mais e mais.

Todos vc tá incluindo vc? Ou seria ‘todas’? Rs.

Todos.

– Um vez por semana acho uma frequência excelente, não enjoa e dá saudade. – Eu lutando para enfim conseguir o meu contatinho.

– Pois é, eu também acho.

– Então vamos nos dar muito bem. Supondo que vamos repetir.

– Rsrs.

– Ou você não gosta de repetir?

Tudo que é bom, merece replay.

– Pensamos igual então.

– Muito para o meu gosto.

– Estou te falando, faltava eu na sua vida.

– Rsrs.

Digo, na sua vida 1 vez por semana rs.

– Ligeira.

Mas fiquei curiosa para entender como será sua vida depois que conseguir chegar onde vc quer. Daí terá menos tempo para relacionamentos, né?

Sim.

Ou conseguirá ter uma vida conjugal satisfatória? Rs. Você pretende continuar solteiro ou casado?

– Aí seria hora de casar.

– Olha só, o rapaz bloqueado de se apaixonar quer casar no futuro rs. Realmente incoerente rs.

– Neste ponto não, imagina o seguinte, o que faz quando termina de escalar uma montanha? Vc desce, todo o foco está em chegar, não em permanecer. Não tenho nada contra relacionamento, é que pra mim realmente não funcionou.

– Não encontrou a pessoa certa ainda.

Ou o tempo certo. Sei lá, não me prendo a essas questões.

Não tem que se prender mesmo, apenas deixar fluir leve.

– De pesado basta eu, com 105 kg rs.

*

Eu sei que você deve estar achando tudo isso trabalhoso demais e que eu deveria ter largado de mão há muito tempo, mas eu realmente vi potencial nele, fora que as conversas estavam interessantes, ele tinha conteúdo. O fato de não ceder tão facilmente, só o valorizava ainda mais. E se tem uma coisa que eu sou é determinada. Quando eu quero uma coisa, vou até o fim para conseguir!

O Primeiro Beijo

Na semana do nosso encontro, nos vimos na academia, na quarta-feira, como de costume. Quando terminei o meu treino, ele gentilmente também encerrou o dele e o esperei, por poucos minutos, para que tomasse um banho, pois, iríamos embora juntos e de lá ele iria para o trabalho, que era perto. Eu também moro próximo da academia, então calhou dele vir me trazer até a minha casa.

Assim que entramos na minha rua, ele lembrou que tinha um restaurante vegano na rua de cima (não estou mais comendo carne animal, exceto peixe) e andamos mais um pouco, para que me mostrasse. Daí, após me indicar a localização do tal restaurante, chegamos num ponto da caminhada em que teríamos que nos despedir, ele pegaria o caminho para o seu trabalho e eu voltaria em direção ao meu apartamento.

Ficou aquele silêncio cheio de significado, não foi preciso dizer nada, nos aproximamos e nos beijamos. Na calçada, sem nenhum romantismo, mas foi a forma como as coisas aconteceram, eu não ia interromper e dizer: “só vamos ter nosso primeiro beijo no date”, então foi ali mesmo.

Que beijo! 💋 Aquela boca carnuda sabe o que faz! Encaixou muito!! Só não foi mais perfeito por conta do lugar e do seu perfume que, não pude deixar de reparar, era muito forte e enjoativo. Aff como eu sou chata, né? Um beijo delicioso daquele e eu reclamando do perfume do cara, kkk. Rolou uma encoxada de leve, mas nada muito indecente.

Voltei pra casa tão excitada, que a primeira coisa que fiz foi me jogar na cama e me masturbar. 😛 Ainda me dei ao luxo de cochilar depois de gozar, imaginando como seria aquele encontro!

C O N T I N U A

Sonho Mirabolante

Querido diário,

Acho que nunca compartilhei aqui uma peculiaridade minha. Eu sou uma pessoa que sonha muito. Literalmente, no sentido real da palavra. Tenho sonhos fantásticos, muitas vezes mirabolantes, do tipo que se eu acordasse lembrando de cada detalhe, poderia escrever roteiros incríveis. Lembro que um ex-namorado meu até brincava, perguntando se eu não tinha usado drogas antes de dormir, pois meus sonhos eram uma verdadeira viagem, rs.

Quando eu acordo e consigo não esquecer de imediato, vou correndo tomar nota, o que acaba me rendendo uns textos confusos, pois muitas vezes são coisas completamente plausíveis no sonho, mas quando tento trazer em palavras, fica muito sem sentido. Tenho várias anotações assim, que espero um dia, quem sabe, quando estiver com a minha criatividade mais apurada, possa transformar na composição de alguma história, rs.

Enfim, tudo isso para dizer que esta noite tive mais um desses sonhos! Um sonho tão mágico e especial, que fiquei o dia inteiro vibrando na energia do que vivenciei dormindo, se é que eu estava mesmo dormindo, pois acredito muito em viagem astral.

Sonhei que eu viajava para outras dimensões de vida. E cada dimensão diferente era uma aventura muito gostosa. Algumas eram submarinas e nelas eu podia respirar e enxergar embaixo d’água, como se aquela forma de vida fosse o meu natural. Em todas as dimensões eu me via como uma humana e houve interações com outros viajantes, assim como eu, ou seres locais daquele plano. 

Em determinada dimensão, parecia que eu tinha filhos, um casal, o menino era um pouco mais velho que a menina. Ele, uns 10 a 13 anos e a menina, uns 5. O menino era muito aventureiro, queria viajar toda hora, eu tentava contê-lo para que não viajasse sem supervisionamento, pois, por mais que aquelas viagens fossem inocentes e, aparentemente, livres de qualquer perigo, se viajasse sozinho, corria o risco de ir para uma dimensão mais avançada que o nosso discernimento e nesse tipo de dimensão corríamos alto risco de nos tornarmos uma presa, não conseguir voltar ou, pior, morrer na tal dimensão. 

Em uma dessas dimensões eu vi a existência de ET e foi a que eu mais senti medo, por não ter o controle da situação. Após essa dimensão quis evitar um pouco de viajar e foi quando tive que me esforçar para driblar o garotinho de querer viajar sozinho. 

Havia um truque mágico que fazíamos com o nosso olhar, tentando hipnotizar a pessoa para que fizesse a nossa vontade. Mas a pessoa não poderia ter a menor percepção da sua intenção, senão a tentativa de hipnose não funcionava. Eu travava uma pequena batalha com o garotinho nesse sentido, pois, ele tentava me hipnotizar para que ele pudesse se aventurar sozinho e eu tentava hipnotizá-lo para que desistisse e caísse no sono. Numa dessas tentativas ele conseguiu me vencer, mas depois voltou assustado de uma dimensão e decidiu ser obediente, rs. 

Depois eu tive um duelo com um homem, que estava competindo algo em determinada dimensão comigo, disputávamos algo que não me lembro. Até que a disputa tomou um rumo mais sexy. Duelávamos com nossos corpos atracados um no outro, era uma forma de sexo, mas diferente do que conhecemos, não eram movimentos repetitivos e contínuos, a cada tentativa de impedir que o outro partisse para outra dimensão, sentíamos o prazer da penetração com o corpo do outro e nosso duelo se tornou uma coisa muito prazerosa. Não me lembro do seu rosto, apenas pequenos detalhes físicos, loiro, robusto e bonito. 

Tínhamos a mesma energia sexual e o mesmo apetite, como se ele fosse a minha versão masculina. Foi uma troca de energia maravilhosa. Era como se durante o ato sexual sentíssemos, além das nossas próprias sensações internas, também o que o outro estava sentindo. Então a sensação de prazer duplicava, pois eu conseguia sentir as minhas próprias, somadas a dele e vice-versa. Sério, foi muito prazeroso aquilo. Acordei muito com a sensação de que esse homem pudesse ser a minha alma gêmea, em outra dimensão rsrs. 

Quase gozamos juntos, eu só não consegui, pois, uma parte de mim tinha consciência daquilo não ser real e me veio um sentimento muito realista de que eu nunca consigo gozar quando sonho que estou transando kkkk, chega muito perto, mas sempre retrocede. Então a minha própria mente me sabotou, pois na hora H, eu pensei: “Estou sonhando e nunca gozo sonhando, então não vou conseguir gozar agora”. Nossa mente às vezes atrapalha, rs.

Já ele gozou e foi uma delícia. Mas não teve fluidos. E o sentimento do pós sexo não foi de me sentir usada ou abusada, pelo contrário, foi de pertencimento. Não ficou claro se ele era da mesma dimensão que os meus filhos, assim como não sei dizer se ele era o pai deles, naquele plano era como se uma coisa não dependesse da outra para existir, ou seja, eu não precisava de um esperma para conseguir reproduzir uma vida, fisiologicamente falando.

Meu cérebro despertou logo depois disso, demorei a abrir os olhos, não queria sair da energia daquela experiência. E o mais curioso de tudo, é que enquanto eu estava lá, vivenciando tudo aquilo, as viagens e as aventuras dimensionais, sentia como se eu já tivesse estado ali antes.

Foi tudo muito nítido e rico em detalhes visuais, tão extraordinário, que não consigo acreditar que foi apenas um sonho, aleatório e sem significado. Acordei muito reflexiva sobre a vida. Alguém aí também acredita que possa existir outras possibilidades de existência? É muita prepotência achar que só existe a nossa. Da mesma maneira que uma formiga não consegue enxergar a grandiosidade do que é um humano, por ser tão pequena e fisicamente limitada, penso que talvez existam outras formas de vida superiores a nossa, que não conseguimos enxergar com as ferramentas que temos.

Mais alguém aí já se pegou pensando sobre isso e chegou a esta mesma inexplicável conclusão?

Amizade Tóxica

Querido diário,

Hoje mergulharei em uma reflexão sobre um tema delicado: amizade tóxica. Todos nós, em algum momento de nossas vidas, nos deparamos com relações que, apesar de antigas e aparentemente sólidas, revelam-se prejudiciais e desgastantes.

Minha jornada com uma amizade de longa data me proporcionou uma visão mais profunda nesse âmbito, me levando a questionar o verdadeiro sentido desse relacionamento.

De antemão, lhe aviso que esse post está bastante longo (10 páginas do word), então, sinta-se a vontade para ler um pouco por dia. Decidi trazer todas as situações complexas que vivenciei nessa amizade, para refletirmos juntos e quem sabe te desperto insisghts sobre determinada amizade da sua vida também?

DESDE A ÉPOCA DA ESCOLA

A minha amizade mais antiga é com uma pessoa que conheço desde a época da escola. Nos aproximamos por razões contraditórias, ele queria recuperar algumas coisas que foram dele e que estavam em minha posse – mais precisamente pôsteres e revistas da Avril Lavigne – daí se aproximou por puro interesse, mas viu que eu era uma pessoa muito legal e acabamos nos tornando amigos, ainda mais pelos gostos em comum, visto que éramos fãs da mesma artista. 

A nossa primeira briga ocorreu certa vez que ele estava me devendo dinheiro, apenas R$ 5, mas naquela época essa quantia tinha outro valor e para um adolescente que não trabalha e não tem mesada, qualquer quantia é muito. 

Ele não me pagou no dia que tinha prometido, o período foi se estendendo, até que tive uma urgência, usaria o dinheiro para vacinar a minha cachorra – época incrível em que uma vacina custava só R$ 5 – e fui cobrá-lo sem mais tanta gentileza. Percebendo que ele só me enrolaria e nunca pagaria, estruturei um plano maquiavélico para fazer com que me pagasse. 

Fui até a casa dele num dia e horário que eu sabia que ele não estaria e coloquei meu lado atriz em ação, fazendo com que sua mãe me deixasse entrar no seu quarto para pegar algo que eu sabia que ele ficaria puto para que eu devolvesse. Funcionou como eu planejara, no mesmo dia ele apareceu na minha casa, furioso, querendo tal objeto de volta (se tratava de uma pasta catálogo com várias papéis de artistas da música e cinema, que ele colecionava).

– Devolve a minha pasta! 😡

– Paga os meus R$ 5! 🫴🏻

Ele pagou, na maior má vontade, ainda teve o descaramento de ficar segurando a nota para que eu puxasse e rasgasse. Ficamos meses sem nos falar depois disso, até que um dia ele me procurou com uma carta de 5 páginas, dizendo o quanto sentia falta da minha amizade, que eu era importante na vida dele e pediu desculpas. Achei o gesto super fofo e voltamos a nos falar imediatamente. 

ME METENDO EM FURADA

Anos mais tarde, quando éramos mais velhos e já estávamos trabalhando (inclusive no mesmo primeiro emprego, eu comecei antes e arrumei pra ele), me meteu numa grande enrascada.

Ele estava indo para a minha casa e no meio do caminho presenciou o atropelamento de um cachorro. Ficou desesperado, me ligou chorando, pedindo que eu fosse encontrá-lo. Chegando lá, fiquei tão aflita quanto ele e providenciamos o socorro para o animalzinho. 

Na clínica veterinária, o custo para operar o dog (precisaria amputar sua pata) ficaria em R$ 2.500. Não tínhamos essa quantia e acabei enfiando o meu namorado na história, pedindo que passasse no seu cartão de crédito, que, obviamente, não gostou nada, e fez muito a contragosto, com a condição de eu me comprometer a pagar todas as parcelas pontualmente, inclusive assumindo o risco, caso o meu amigo não pagasse a parte dele.

Depois que operaram o cachorro, descobriram que não bastaria somente uma cirurgia, teriam que fazer outra, por mais uma pequena fortuna. Nesse momento, o meu amigo, vou nomeá-lo Renato, lavou as mãos, tentando me convencer que a melhor alternativa era dar eutanásia no cachorro. Eu sou muito mole para essas coisas e para mim era inconcebível ter que sacrificar o bichinho. Não podia mais contar com a ajuda do meu namorado e não tinha dinheiro para outra cirurgia. Foi uma situação bem difícil.

Voltei para casa arrasada, chorei muito e fiquei pesquisando alguma solução na internet. Consegui apoio de alguns amigos e descobri que existia o hospital público veterinário em São Paulo (na época eu morava em Guarulhos). Acabei levando o cachorro debilitado para a minha casa. Ainda vivia com a minha mãe, que não gostou nadinha de eu levar um cachorro de rua, todo arrebentado, sem consultá-la. Enfim, não vou me prolongar nesse episódio da minha vida, tudo isso pra contar da enrascada que esse meu amigo me meteu e depois me abandonou com a bucha sozinha. 

PREJUDICADA POR TERCEIROS

Anos mais tarde, agora morando sozinha e já trabalhando como acompanhante, mais uma vez vejo minha vida ser prejudicada por conta dele. Renato começou a namorar um cara perturbado, extremamente tóxico, que começou a me atacar, no intuito de me afastar, devido a sua possessividade. Ele me expôs na minha faculdade, revelando aos coordenadores do meu curso de jornalismo, que eu fazia programa. Foi uma situação bem estranha, acho que já comentei aqui no blog. 

Eu tinha tirado uma foto bem sexy no banheiro da universidade (sozinha, obviamente), e postei no Twitter com a seguinte legenda: “Aquela brincadinha antes da aula

Na semana seguinte fui chamada para conversar na coordenação. Disseram que tinha chegado para eles de uma “colega de sala” minha, que fui flagrada tirando fotos inapropriadas no banheiro e que ao me pedir que parasse, eu fui agressiva. Que era para eles tomarem uma providência, senão a tal colega iria na polícia. 

– Essa situação não aconteceu. – Falei com firmeza, diante de tamanho constrangimento. – Se fosse pra eu tirar uma foto nua no banheiro, concordam que eu não tiraria com outra pessoa dentro?!

Não menti, mas também não neguei. 

– Entendo. Você sabe de alguém que esteja querendo te prejudicar?

– Sei, e não é da faculdade. 

– Bom, então só toma cuidado. 

Ainda me deram carona para o campus que eu teria aula naquele dia. Uns fofos. Anos mais tarde, quando fiz o meu TCC, um livro reportagem sobre “O Preconceito Com a Prostituição” (que, vale ressaltar, tirei a nota máxima), fiz questão de convidar essa mesma professora para fazer parte da minha banca. 😌

O Renato me pediu ajuda para sair da casa desse tal namorado tóxico (já estavam morando juntos), eu ajudei, fui atrás de carro para transportar suas coisas, lhe arrumei dinheiro para algumas despesas, fiz todo um movimento, para dois dias depois ele voltar para os braços do namorado, mesmo ele tendo ferrado com a sua amiga. 😒 Sério, me senti uma grande palhaça. Nos afastamos por anos, não estava mais disposta a comprar essa briga. 

Quando enfim se separaram e o tal namorado precisou ser internado, nos reaproximamos.

Zero Ponta Firme

Na vida adulta, novamente ele sempre pisando na bola. Desde que saí da casa da minha mãe, já me mudei duas vezes e na última mudança pedi encarecidamente pela sua ajuda. Eu estava exausta e precisava muito de alguém para me ajudar a arrumar as coisas. Ele disse:

– Tá bom amiga, só vou colocar ração pros gatos e tô indo. 

Ele sumiu. Só foi dar sinal de vida no dia seguinte. Disse que tinha dormido. Aquilo me chateou muito, pois, de todos os meus amigos, ele era o mais íntimo, a última pessoa que poderia me deixar na mão daquele jeito.

Zero Confiança ou Credibilidade

Começamos a ter brigas mais sérias quando passou a envolver dinheiro. Me pedia emprestado e nunca me pagava. Por mais que eu já fosse acompanhante e tivesse mais condições do que ele, isso não lhe dava o direito de abusar da minha bondade. E ele é o pior tipo de devedor que existe, aquele que deve e ainda fica irritado de ser cobrado.

Chegamos num ponto em que eu tive que por um fim naquilo e deixar claro que nunca mais lhe emprestaria nenhum centavo, ainda perdoei a última dívida, percebendo que ele nunca me pagaria, a fim de evitar mais briga.

Uma pessoa que eu não podia contar quando eu precisava, não me agregava em nada e só me sugava. Ele sempre estava na merda, precisando de ajuda, era exaustivo demais ser sua amiga. Qualquer relação saudável precisa ter uma troca, e eu não tinha nenhuma contrapartida.

Decidi me afastar pois cheguei no meu limite. Aos olhos dele eu estava sendo uma péssima amiga, por virar as costas quando ele mais precisava, mas quantas e quantas vezes eu não estive lá e não fui reconhecida?

Anos se passaram e novamente nos reaproximamos. Ele agora estava numa fase melhor, finalmente empregado, engrenando e crescendo. 

Amizade, Não Significa Liberdade

Em novembro do ano passado fomos no show da Taylor Swift, pista premium, ingresso caríssimo, ganhei de presente, duas entradas, de um cliente e chamei o Renato para ir comigo, pois não conhecia mais ninguém que fosse tão fã da Taylor (como eu) quanto ele. Voltamos com uma energia tão boa do show, que perdurou por semanas. Viemos para a minha casa e não deixei que ele fosse embora, fui lhe dando abertura para que continuasse e estava mesmo agradável a sua companhia em tempo integral ao longo dos dias. Eu saía e voltava para casa e o encontrava trabalhando no seu home office, quando terminava conversávamos e assistíamos alguma coisa juntos. 

Quase dando um mês, bateu a vontade de ter a minha privacidade de volta e, gentilmente, pedi que ele fosse embora. Aceitou numa boa, o que foi mesmo ótimo. Nossa relação permanecia satisfatória. 

Numa noite que eu estava quase indo embora de um rolê, com uma amiga, o Renato me ligou e propôs de esticarmos a baguncinha na minha casa. Achei a ideia interessante, ele providenciaria umas bebidinhas e traria mais uma pessoa com ele, alguém que eu conhecia só de nome, pelas coisas que ele me contava. 

As coisas entre nós voltaram a azedar a partir desse dia. Ele chegou na minha casa com duas pessoas estranhas, uma eu já tinha autorizado e a outra foi alguém que ele conheceu poucas horas antes, no rolê que ele estava antes de emendar na minha casa. Achei aquilo uma puta falta de respeito, em nenhum momento me perguntou ou avisou que estaria levando mais alguém que eu não conhecia. Não era uma festa aberta, era uma coisa mais íntima para quatro pessoas, fui surpreendida com alguém estranho dentro da minha casa e tive que agir normalmente, para não ser indelicada. 

Continuando as decepções da noite, de repente tive a ideia de abrir uma garrafa de vinho, que eu tinha ganhado de um cliente e estava guardando para um momento especial. Quando peguei a garrafa, adivinhem? Ela estava vazia! 

– Eu não estou acreditando que você bebeu a garrafa do meu vinho, que eu ganhei de presente, não me pediu, não me avisou e ainda guardou de volta vazia!!!

Gente, fala se não é MUITA FOLGA?! 😒

– Ai bebi, tava um dia aqui sozinho e fiquei com vontade. Depois te compro outra. 

“Depois te compro outra”, isso vindo do maior caloteiro de todos!

Para não ser deselegante com os convidados, engoli a minha raiva, pois ninguém ali sabia do meu histórico de decepções para entender o grande chilique que eu queria dar. Inclusive, aquela noite eu entendi como é péssimo dar festinha em casa. Teve um momento que eu queria que todo mundo fosse embora para eu ficar em paz, no silêncio, mas como eu era a única com a bateria fraca, fiquei sem graça de ser a estraga prazeres. Simplesmente abandonei todos na sala e fui dormir, tentei pelo menos, sendo impossível um digno descanso, com todo aquele barulho. 

Mais alguns dias se passaram e determinada noite, o Renato me mandou uma mensagem, falando sobre nos encontrarmos para assistir uma série. Eu estava me arrumando para ir num pernoite, falei que ia atender e voltaria só no dia seguinte. 

No outro dia, quando cheguei na minha casa, flagrei o Renato dormindo no meu sofá. Não me avisou que iria, não me perguntou se podia, simplesmente apareceu, como se a casa fosse dele. Respirei fundo e pensei: “não vou me estressar”, eu tinha combinado de passar o dia na minha mãe e não quis deixar essa energia influenciar o meu dia. Peguei o que precisava e saí de novo, com ele dizendo seus motivos, que só ia dormir mais um pouco e então partiria. 

Naquele mesmo dia, quando voltei da casa da minha mãe e me deparei com algumas coisas fora dos conformes na minha casa, cheguei no meu limite e decidi lavar toda a roupa suja! 😡

– Amigo, vou te falar, de coração, atitudes suas que estão me incomodando e em nome da nossa amizade, peço que você dê muita importância para isso. O fato de você ter acesso ao meu prédio e ao meu apartamento, não te dá o direito de fazer o que bem entender aqui. Eu não engoli até hoje você ter tomado o vinho que eu ganhei de presente, que eu estava guardando para uma data especial, sem me perguntar se podia, como se fosse seu!! E ainda ter a cara de pau de guardar a garrafa vazia de volta, como se nada tivesse acontecido!! Além de você não ter me pedido, você sequer teve a decência de me comunicar depois que tinha tomado, fazendo com que eu descobrisse ali na hora, naquele dia com visita aqui em casa. Você acha isso bacana?! Falando em visita, no dia da baguncinha, você apareceu aqui com uma terceira pessoa que eu não conhecia e não estava esperando. Fui pega completamente de surpresa. Em nenhum momento você me perguntou se podia trazer mais gente ou sequer avisar que tinha mais uma pessoa com vocês e que ficaria chato não chamar. Você tem que ter bom senso quando estiver lidando com coisas que não são suas, Renato! Não é a sua casa pra você trazer quem você bem entender. Essa madrugada, você se aproveitou que eu não estaria aqui, pois sabia que eu estava no pernoite, pra vir, sem me perguntar se podia, ou sequer me avisar que viria. Não falei nada na hora pra evitar a fadiga, mas, novamente, aqui é a minha casa, não a sua, exijo o mínimo de respeito! Você foi embora e deixou o meu ventilador ligado gastando energia, sendo que quando você chegou estava tudo desligado. Ainda deixou meu envidraçamento aberto, sendo que não estava daquele jeito quando você chegou. Por fim, o meu enxaguante bocal de tratamento para a gengiva, que estava cheio, agora está vazio, pq não sei que diabos você fez pra acabar com ele. Eu sei de tudo que tenho aqui, tudo que tenho é fruto do meu suor! Estou muito decepcionada e de saco cheio das suas atitudes. Falta de senso e de respeito. Pra amenizar um pouco do sentimento ruim que estou sentindo em relação a você nesse momento, quero que me reembolse a garrafa de vinho que você tomou sozinho e o enxaguante bocal que estava cheio. Meu pix: ******* Assim que fizer já me manda o comprovante.

Nem era nem pelo valor, mas pela falta de respeito mesmo!

– Sobre ter ido no seu prédio, já falei que fui pois eram 3h da manhã e não estava achando Uber pra voltar pra casa, como estava próximo fui pra dormir em seguida acordando iria embora! Pois como sabe o perigo que está São Paulo, eu achei melhor ir aí dormir ao invés de voltar a pra casa a pé. O seu enxaguante não me recordo de estar cheio, mas como você diz que estava, eu te reembolso o valor e você compra outro, assim como farei com o vinho, sem problema. Combinado 🤝 Assim que eu te fizer o Pix te aviso.

Se passou 1h e nada. 

– E então?!

– Não mandei ainda, falei acima que “assim que eu fizer eu aviso”. Vou te mandar assim que eu receber meu segundo pagamento, isso daqui pra semana que vem, creio que não tem problema. Ou tem algum problema? Muito estranho isso desse enxaguante pois do jeito q você fala dá impressão que joguei fora o que tinha dentro, ou que estava cheio e eu usei muito até ficar vazio, não entendi nada kkk.

– Quem não entendeu nada fui eu. Muito estranho digo eu. De todo o texto que te mandei, em nenhum momento você teve a humildade e decência de se desculpar por todas as suas mancadas que apontei. Agora ainda insinua que eu que acabei com meu enxaguante e não você. Olha pro contexto como um todo. Coloca a mão na consciência.

– Como disse não usei, tipo coloquei nada na boca, não entendo como está vazio ou se já estava e você não se deu conta. De qualquer forma desculpe. E tenha um feliz natal. Ótimo domingo. 

Falta de Amadurecimento

Quatro meses depois, chegando na situação atual, outro desentendimento.

Ele me contou uma situação ridícula em que não conseguiu embarcar num ônibus de viagem, por não estar com o documento original. O fato é que há anos ele possui apenas a xerox, em péssimo estado. Nunca mais se preocupou em providenciar um RG novo. Ele veio me contar a situação, se colocando como a vítima da história, recriminando o motorista e em nenhum momento reconhecendo a sua culpa no ocorrido. 

– É amigo, acho que é um sinal pra você tirar um novo documento. 

Ao invés da pessoa concordar, reconhecer o seu desleixo, ficou se justificando, com uma soberba de ser muito ocupado e não ter tempo para ir no poupa tempo, sendo que estávamos falando de algo que deveria ser tratado como prioridade. Percebendo que os meus conselhos estavam sendo completamente ignorados, decidi poupar minha saliva e deixei ele falando sozinho. 

Poucos dias depois ele voltou nesse assunto, dizendo que, diante da humilhação de não ter conseguido embarcar por o motorista não querer liberar a sua viagem, decidiu que ia comprar um carro (como se ele tivesse condições para tal), pois assim não seria mais impedido de ir e vir. Eu só respondi isso:

– Eu acho que antes de pensar em comprar um carro você precisa tirar um novo documento. Até porquê, para comprar o carro você precisa de documento, se for parado numa blitz, também precisará de documento. 

Fiquei indignada com aquilo. A pessoa estava errada, continuava culpando o motorista e falava de comprar um carro, quando até pouco tempo atrás mal tinha dinheiro na conta. Não me aguentei e gravei um story desabafando sobre aquela situação no meu Instagram pessoal. Não falei quem era a pessoa e ocultei ele para que não visse. 

Passaram-se dias, até que, de alguma forma, esses stories chegaram ao seu conhecimento. Uma bela tarde, quando estávamos combinando dele ir me assistir no espetáculo que eu atuaria, do nada ele disse: 

– Não vou ir te assistir, você não merece, sabe o que você faz? Vai lá no seu story e posta, faz um desabafo para os seus amigos e me oculta igual você fez. Fazendo story falando sobre mim e zombando sobre meus sonhos, péssimo. Não vou, não tenho interesse, passar bem.

Respondi:

– Primeiro, não falei que era você, ngm sabe quem é a pessoa. Segundo, não zombei dos seus sonhos, se alguém fez fofoca pra você, então pede pra passar a informação direito, falei sobre um amigo que não tinha maturidade de reconhecer que as coisas ruins que acontece com ele não são culpa dos outros, que não é legal ficar nessa zona de vitimismo. Basicamente o que eu já tinha te falado e você cagou. Então sim, desabafei nos stories, pois acho uma puta imaturidade alguém estar te dando conselhos construtivos e vc preferir culpar o outro, como você fez de culpar o motorista, sendo que o errado era você de estar sem o documento original. Independente dele ter aberto exceção para outras pessoas e não ter aberto pra você (como você fez questão de enfatizar que as pessoas ficaram com dó de você), não é obrigação do motorista abrir exceções, o papel dele é seguir as regras. Te falei tudo isso e em nenhum momento você reconheceu estar errado, adotando uma postura de ficar apenas se justificando, justificativas não adiantam, você está só enganando a si mesmo. Amigos não são aqueles que passam a mão na nossa cabeça e concordam com as nossas reclamações, pelo contrário, amigos mesmo são aqueles que falam o que vc não quer ouvir, no intuito de te ajudar a crescer e evoluir. Não quer ir na peça, não vai. Desde o princípio não acreditei que você fosse mesmo. Agora tenta pegar as coisas que falei e absorver para algum aprendizado. Sai dessa bolha de ficar com raiva de quem vai contra você. Você vai ver como a sua vida vai dar um salto.

Ele respondeu super arrogante, dizendo pra deixar ele na bolha dele, que ele estava sem tempo pra isso, que muita coisa boa estava acontecendo na vida dele e blá blá blá. 

– Isso aí, continua na sua bolha de ignorância que só vai te fazer bem. Se um dia decidir sair dela, estarei aqui. Beijos. 

Dois dias depois eu fiz aniversário e ele não mandou nenhuma mensagem de parabéns. Uma semana depois foi o aniversário dele e retribui a gentileza. Seguimos sem nos falar desde então, mas tá lá, sempre acompanhando a minha vida e olhando os meus stories. 

Conclusão…

É muito triste ver uma amizade de anos, que tinha tudo para ser cada vez mais forte e consolidada, sempre balançando e ruindo, porque um dos lados é incapaz de evoluir e aprender com os erros. Custei muito a entender que o fato de ser algo antigo, não quer dizer que será vitalício, tem pessoas que realmente precisamos nos afastar para continuarmos crescendo. 

Após refletir sobre as experiências vividas, percebi que manter uma amizade não é apenas sobre nostalgia ou história compartilhada, mas também sobre crescimento e respeito mútuo. É preciso saber quando é hora de seguir em frente, mesmo que isso signifique abrir mão de uma relação que um dia foi significativa.

No final das contas, aprendi que algumas amizades podem não resistir ao teste do tempo e das adversidades, e tudo bem deixá-las para trás. O importante é seguir em frente com gratidão pelos bons momentos e com a esperança de encontrar conexões mais saudáveis e enriquecedoras no futuro.

Enfim, um longo e diferente desabafo por aqui…

Alguém aí se identificou? Já passou por algo parecido com alguém? Vamos trocar figurinhas nos comentários. 🙂

O Meu Melhor Contatinho

Já fazia algum tempo que não nos víamos, meses, na verdade. Após uma longa saga de encontros medianos, nada excepcionais, resolvi que valeria a pena resgatar esse contatinho, pois estava precisando de alguém que me desse um trato do jeito que eu gosto. Ele está no meu top 3 de melhores transas. Daquelas que você mantém na memória e resgata sempre que necessário. 😏

Lancei a ideia de nos encontrarmos e fui recebida com um convite para que fosse naquela mesma noite. Vibrei por dentro! Toda mulher fica eufórica quando sabe que vai ser bem comida! 🥰 Sempre que saímos eu vou até a casa dele e logo que nos encontramos na portaria, ambos já abriram um sorrisão. 😁

Ele bolou um beck pra gente e conversamos amenidades enquanto isso. Beck bolado, pronto para ser fumado, saímos da bancada da cozinha, direto para o sofá da sala. Na TV rolava um set de house, num lugar lindo, com muitas montanhas e neve. 

De repente, enquanto conversávamos, ele começou alisar os meus cabelos e eu, instintivamente, me aproximei, sentando mais perto dele. Nosso beijo foi uma grande explosão! Sabe aquele beijo que encaixa, conecta e excita desde o primeiro toque? Eu sinto tudo isso e mais um pouco com ele. Achei que as coisas desenrolariam calmamente, mas ele já estava num nível de tesão urgente. Gostei disso e fui na onda! Com poucos beijos já passei minha perna por cima dele, me posicionando no seu colo, com sutis movimentos de vai e vem, ambos ainda de roupa. 

Após alguns amassos faiscantes, ele tirou a minha saia, poucos minutos depois a minha blusa e então o meu sutiã. Foi deixar meus seios livres que já começou a chupá-los de um jeito carinhoso e gostoso, que eu gosto muito! Olhei para baixo e registrei aquele momento, ele de perfil, chupando os meus seios, ficava ainda mais lindo!

Depois tratei de tirar a sua camisa, me deparando com seu peitoral imponente, levemente cabeludo. Conforme a pegação foi desenrolando, ele me deitou no sofá e já tirou a sua calça. Se deitou por cima de mim e, enquanto me beijava, levou sua mão para dentro da minha calcinha, começou a me masturbar… ai que gostoso! Introduziu seu dedo em mim, me fazendo desejar que outra coisa entrasse ali. Estava tão delicioso, que me deu vontade de tocá-lo também e levei minha mão para dentro da sua cueca. O pau dele é uma coisa que precisa ser discutida. É um dos poucos que chega no meu ideal de vida. Médio para grande, na medida. Se fosse um pouquinho maior me machucaria. Grossura excelente, aquela que preenche toda a boca, mas não cansa. 

Comecei a bater uma pra ele, enquanto o danadinho fazia o mesmo em mim. Conforme foi ficando mais intenso, aos pouquinhos, não resisti e fui aproximando o seu pau da minha bucetinha, devagarzinho, como quem não quer nada… o tesão estava tanto que entrou daquele jeito! Arredei a calcinha para o lado, ele também ainda estava de cueca, transamos sem nem tirar toda a roupa! Isso que era vontade! 🔥 Ele me envolveu num papai e mamãe delicioso.

– Como você é gostosa. 

– Você que é gostoso. Não pode ficar tanto tempo sem me comer.

– Não mesmo.

Me sentindo completamente preenchida por aquele pau que sabe trabalhar como ninguém, eu poderia ficar a noite inteira sentindo ele entrando e saindo de dentro de mim, que não me cansaria. A cada movimento eu só queria mais e mais. Após um tempo intercalando entre rápido, suave e devagar, ele fez uma breve pausa para tirar a cueca e eu aproveitei para também tirar a calcinha. Depois retomamos na mesma posição e ficamos mais um tempão nessa delícia. “Meu Deus, quando eu namorar, quero que seja exatamente assim”, pensei comigo mesma, enquanto ele me comia.

– Fica de quatro pra mim. – Ele pediu após algum tempo. 

– Deixa eu sentar um pouco antes?

– Você quer sentar? – Visivelmente gostando da ideia. 

– Quero. – Com aquele meu olhar de safada. 😏

Ele se deitou, mas não sentei direto e já aproveitei para cair de boca. 👄 Comecei dando umas lambidinhas na cabeça, mas continuei descendo, rumo as bolas. Não me lembrava que ele tinha um saco tão bonito. Pele firme, nada pendurado, tudo ali bem juntinho. Minha boca trabalhou em conjunto com a minha mão, que o masturbava lentamente, enquanto eu chupava suas bolas. Depois subi para o tronco, para senti-lo inteiro na minha boca, ainda que eu não conseguisse todo por conta do tamanho. 🍆 

Me deliciei um tempinho ali, saboreando as suas reações, e então deixei ele bem babado para a minha sentada. Ai que delícia. A cada movimento, o sentia pulsando lá dentro. 

– Você senta muito gostoso. 

E diante do seu elogio, caprichei ainda mais na sentada. 😈 Subir e descer nele, vendo aqueles olhos azuis se fechando de prazer e depois olhando para mim, somado a sensação que eu estava sentindo, da nossa foda deliciosa, parecia o paraíso. Sério, na minha vida pessoal, é muito difícil encontrar uma conexão dessa, acordei até de bom humor no dia seguinte, rs.

Após algum tempo sentando no maior gás, dando tudo de mim, começaram a vir os seus avisos de que estava quase gozando, pedindo que eu desse uma desacelerada. Ouvir que ele estava querendo gozar, me deixou com ainda mais tesão e comecei a me masturbar. Se já estava bom apenas senti-lo, caminhar para o orgasmo com ele movimentando lá dentro, foi ainda mais gostoso! Tive uma gozada muito intensa. O reencontro estava fervendo!! 🔥

Depois ele me pediu para ficar de ladinho, demorei a atender, por estar realmente gostando de sentar (mesmo depois de ter gozado, ainda não tinha me cansado), mas como constantemente me pedia para ir mais devagar, por estar quase gozando, decidi obedecer e deixá-lo fazer no seu ritmo. 

Daí fizemos uma pausa, para que ele pudesse aguentar mais tempo. Demos mais um pega no beck, fui buscar um copo de água e o meu brinquedinho. Daí retomamos, ainda de ladinho. Ele diz não se incomodar com o meu vibradorzinho, mas percebi que seu pau deu uma desanimada depois que inseri o apetrecho na parada, rs. Daí, numa tentativa de salvar o momento, voltei a ir por cima e após mais um tempo cavalgando, atendi o seu pedido inicial de transarmos de quatro. 😏

Enquanto ele me comia super gostoso nessa posição, uma coisa engraçada aconteceu. Seu interfone começou a tocar. Do nada. Foi muito estranho kkkkk. Ele interrompeu a transa, tirou o fone do gancho e apoiou na mesa. Fiquei impressionada que ele não tivesse atendido e deixado que a portaria ouvisse a gente transando. Voltamos para o ponto em que paramos e enquanto ele fincava fundo, começou a brincar com seu dedinho no meu cuzinho. Eu estava quase gozando, mas aquele dedinho me despertou uma vontade além.

Ressalto aqui que sexo anal é uma coisa muito atípica para mim. É muito raro eu fazer e nas poucas vezes que fiz, nunca foi com ninguém me pedindo, o cara simplesmente me deixava com vontade de dar. E ele tem esse dom, pois, mesmo com um pau daquele tamanho, fiquei com vontade de me entregar completamente a ele.

– Você quer comer o meu cu? – Ofereci, já sabendo a resposta. 

Levantei para pegar o gelzinho, mas nessa breve interrupção bateu um leve arrependimento, por conta do tamanho. Tentei voltar atrás, mas ele já estava atiçado, começou a me atiçar de novo e não resisti. 

– Vamos de ladinho, devagarzinho. – Ele cantou no meu ouvido. 

Lubrificou bem e foi entrando aos pouquinhos. Quando eu estava quase gozando, perguntei se ele iria gozar no meu cuzinho. 

– Vou. Vou encher você de porra. Você quer?

– Quero. 

Eu estava quase gozando também e senti que o que faltava para mim, era ver ele vindo junto. Aticei para que ele gozasse e o meu próprio orgasmo me pregou uma peça. Começou a vir, mas então retrocedeu e tive uma gozada estranha, incompleta, daquelas que você fica na dúvida se gozou mesmo, rs. Nunca tinha passado por isso, acho que foi muita emoção no momento kkk. Tudo bem, nem tudo é perfeito. Tinha sido muito gostoso do mesmo jeito!

– Nossa, você é o único que eu faço anal com um pau desse tamanho. (Essa era a segunda vez, em muito tempo, que tínhamos feito.)

– Sério?! Vou encarar isso como um elogio! – Claro que era um elogio. Para eu fazer anal tenho que estar com MUUUITO tesão. Sendo pauzão então, nem se fala!

Ficamos um tempo ali deitados, senti que ele deu até uns cochilos, sua perna deu aqueles pequenos espasmos, de quando a pessoa está embarcando no sono, rs. De repente seu interfone tocou, outra vez num momento inoportuno, nos tirando daquele aconchego. Ele nem se lembrava de ter colocado de volta no gancho, rs. (Tinha sido naquela pausinha, em que fui pegar o gel.) Novamente tirou e não atendeu. 

– Você não fica curioso? 

– Não, deve ser as encomendas do carnaval. 

Daí, como já estávamos de pé, fomos tomar banho. Conversamos bastante nesse meio tempo e depois, ambos de banho tomado, voltamos para o sofá. Perguntei se ele tinha ficado sério com alguém nesse período e contou que tentaram laça-lo, mas que conseguiu escapar, rs. Sorte a nossa! 😏

A conversa foi esquentando e voltamos a nos beijar. Logo eu estava sentada em cima dele mais uma vez (de lingerie), mas em algum momento ele interrompeu, dizendo que ia adorar transar de novo, mas que não conseguiria, pois estava muito cansado. Já era meia noite e ele disse que tinha acordado 5:30, fora que também trabalharia cedo no dia seguinte. Concordei que estava tarde e já fui me movimentando para ir embora. 

– Vamos marcar num fim de semana. – Ele disse. E logo me fez imaginar um dia inteiro regado a muito sexo. 🔥

Enquanto eu chamava o meu Uber (que demorou bastante para vir), o danadinho ficou me atiçando na saída, enfiando a mão dentro da minha calcinha e dedilhando lá dentro, enquanto me dava aquele beijo ardente. Provocou e depois parou, como se nada tivesse acontecido. Foi mesmo muito bom reencontrá-lo. Pessoas compatíveis no sexo não podem ser esquecidas! Você que estiver lendo, vá agora resgatar o seu contato de sexo incrível também! ❤️

Que delícia de remember! 

Por mais encontros como esse em 2024! 😈🔥

Desaventuras Amorosas em Série – Parte 3

Querido diário,

Nem acredito que já faz mais de um mês que não nos vemos. Muita coisa tem acontecido do lado de cá, mas hoje estou aqui para atualizar esse engraçadíssimo quadro, sobre a minha terrível vida amorosa. Preparado para entretenimento de qualidade?? 😁

O NERD TÍMIDO

Quando falei na parte 2 que eu tinha desanimado do Tinder, isso ainda se mantém até hoje, no entanto, esse era um contato antigo, que não tinha desenrolado no passado. Ele ressurgiu das cinzas. Tinha ficado pendente marcarmos um encontro, mas eu não pude, depois ele viajou, a conversa esfriou e não imaginei que ele voltaria para retomar daquele ponto.

Marcamos num domingo à tarde, por volta das 15h, um restaurante que eu não conhecia, no rooftop do Shopping Light. Ele até tentou combinar algo pela zona sul, mas eu ando um tanto preguiçosa de ir para lugares distantes – quando não é trabalho – e conduzi para que fosse algo mais perto da minha residência. Ele foi bastante flexível, todo proativo em vir até mim, o que achei bastante positivo.

Bonito, mais bonito pessoalmente do que nas fotos. No entanto, não sei explicar, algo nele não me despertou uma conexão imediata. Mas, conforme a conversa foi desenrolando, descobrimos que tínhamos várias coisas em comum, como, por exemplo, o fato de ambos gostarem de steak tartare (foi uma sintonia muito perceptível ao escolhermos a entrada) e ambos terem o gênero terror como o seu preferido. Falamos sobre determinados filmes de terror que os dois já tinham assistido e até indiquei a série “American Horror Story” que ele ainda não viu e que é simplesmente a supremacia para quem é fã do gênero.

O achei simpático, bonito, parecia ser uma pessoa bacana, mas nada que me despertasse a vontade de beijá-lo. Determinado momento levantamos para ir conhecer uma parte do espaço (esse restaurante tem um vista bem legal do centro), e foi quando percebi duas coisas nele que não curti tanto. O fato dele ser exatamente da minha altura (estou numa pegada de homens mais altos) e fumar tabaco. Se fosse maconheiro ok, mas tabaco achei zero atraente, rs. 

Ficamos no restaurante até o estabelecimento fechar, umas 17h. Dividimos a conta, o que não curti muito. Sou das antigas e acho gentil quando o cara paga a conta. Conversamos bastante na saída do shopping, enquanto seu Uber não chegava, e a conversa estava tão interessante, que ele quase perdeu o carro, devido ao tempo de espera, pela sua desatenção durante o nosso papo, sério, ele teve que sair correndo atrás do motorista, literalmente, rs. Uma bela partida kkkk.

Alguns minutos depois, me enviou a seguinte mensagem:

– Aproveitando, muito agradável nosso encontro, fica o convite para marcarmos um segundo… de repente pra rachar um vinho dessa vez 🍷:)

– Vamos marcar sim. 😉 – respondi sucinta. 

Dois dias depois ele me enviou um link de um restaurante, com a foto de um steak tartare muito bonito e apetitoso.

– Esse é o steak tartare que eu comentei com você no domingo!

– Nossa achei a cara muito boa. 😋 Esse picles também instiga.

– É muuuuito bom! O picles e essa alcaparra gigante que eles colocam. Você gosta de alcaparra?

– Gosto também. 😋

Achei que fosse vir um convite para irmos no tal restaurante, mas a conversa morreu aí rs. 

Dois dias depois, novamente ele mandou algum assunto. Dessa vez um link do Instagram, com uma postagem de determinado filme.

Esse é um dos filmes que falamos domingo passado (hereditário). A propósito, essa página é legal pra dicas 👌haha.

– Ahh legal! 😃 Falando em Instagram, nem trocamos né? – Tentei trazer a conversa para um tópico mais promissor. Funcionou. Ele me passou o ig dele e já tocou no assunto sobre um novo encontro. 

– E esse fds, tem planos? Tava pensando em tirar do papel aquela nossa ideia de sair de novo. 👀

Enfim combinamos um segundo encontro, desta vez no Bar dos Arcos. Outro restaurante próximo a mim, que, por acaso, eu já conhecia de outro date. 😏

Marcamos para um sábado à noite. Ele estava cheiroso, hálito refrescante, mais atraente que no primeiro encontro. A noite prometia! Conversamos muuuuuito no restaurante. Um papo alegre, engraçado, eu com certeza o beijaria desta vez! No total foram dois drinks para cada, três entradas e uma garrafa de vinho que terminamos de beber na minha casa. Ele pagou a maior parte da conta. 

Quando chegamos no meu apê, fomos direto para a varanda, que ele queria fumar, e lá ficamos bebendo e conversando, com a minha playlist de fundo. Conversamos sobre quase todos os assuntos que se pode imaginar. Ambos compartilhamos sobre o nosso último relacionamento, soube de algumas curiosidades sobre ele, como, por exemplo, que ele ouve podcast que faz análises sobre Freud, quando está praticando exercícios no seu quarto. O mais próximo que chegamos do tema sexo, foi ele dizer que tem curiosidade em conhecer uma casa de swing. O que nada combinava com ele, me parecia ser muito conservador e certinho, eu sequer conseguia me imaginar contando para ele que sou acompanhante.

Terminamos a garrafa de vinho, ele fumou uns seis cigarros (contei as bitucas no final e fiquei espantada com a quantidade), inclusive gastou as minhas sedas (esqueceu de trazer as suas), daí sugeri uma mudança de cenário e fomos para o sofá, quis colocar um episódio de American Horror Story para ele conhecer. Até estourei pipoca, se você quer saber. Assistimos um episódio inteiro.

Quando começou o segundo episódio, eu olhei para o relógio e já era 01h25. Eu não estava acreditando que ele ainda não tinha me beijado! Quando eu decido adotar uma outra postura, de não chegar atacando, para não assustar os caras e me acharem tarada, me deparo com um cara extremamente tímido, com zero iniciativa para um contato mais íntimo. Eu me recusava a ter que tomar atitude por ele, já fiz muito, o levando para a minha casa, o próximo passo tinha que ser seu!

Comecei a ficar com sono. Soltei um: “Nossa, já são 01:25” e, como eu esperava, ele se espantou com o horário, acrescentando que já ia embora. Consenti, se não tínhamos feito nada até aquele momento, agora eu que não queria mais, minha bateria já estava descarregando. Desci com ele e quando fomos nos despedir, já fui virando o rosto para o beijo na bochecha. Se não tinha me beijado dentro de casa, onde tinha muito mais potencial de rolar algo, não seria na minha portaria que rolaria. O pior ainda foi sua frase final:

– A gente combina uma próxima vez, talvez, quem sabe.

Talvez? Quem sabe? 🤔

Aquilo ficou martelando na minha cabeça. Eu já estava puta que não tinha rolado nada, sua frase de despedida me deixou ainda mais frustrada. Voltei para o apartamento e já mandei mensagem, repetindo as suas palavras:

– A gente combina uma próxima vez, talvez, quem sabe. Rs. Que vago.

– Hahaha. É verdade, ficou vago. A conversa foi tão boa que o tempo passou muito rápido. O que queria ter dito é que eu curti esse rolê com você hoje. Por mim podíamos ter esticado, mas tb não queria te atrapalhar 🙄 kk

Achei ridículo ele falar de esticar, quando sequer teve atitude de me beijar!!

– Você não deu indícios rs. – Cutuquei.

– Poxa eu não paro de pensar nisso Hahaha. Me perdi no tempo mesmo. Enfim, mas pra não ficar vago então.. eu achei muito bons nossos dois roles.

– Tbm gostei.

– Ah então vai ter que rolar de novo hahahaha. – Qual a graça?

– Acho que precisamos rs. – Finalizei.

O fato, minha gente, é que esse cara não me chamou mais para sair! Virou uma grande incógnita entender porque não rolou nada naquela noite. Eu até pediria palpites aqui, mas essa situação é um tanto antiga e já tiveram novas atualizações!

Um mês depois, numa solitária noite de sábado, me encontrava com muita vontade de transar, me restando reciclar esse contato. 👀

– Oie, tudo bem? – Mandei.

– Hellooo. Tudo bem e você? – Me respondeu 2 minutos depois.

– Bem também. Está livre hoje? – Diretíssima.

– Huuum que pensas? Eu tô na casa dos meus pais, mas jaja tô indo pra casa.

– Sendo bem honesta com você, até hoje não entendi pq não nos beijamos aquela noite. 🤔

– Hahahaha eu tb não. Enfim, fiquei me perguntando isso também vários dias. Aprecio a honestidade.

– Pois é, uma grande incógnita rs.

– O que vc tá pensando? De repente um vinho? (Preciso te repor uma seda tb hahah 😂)

– Pensei nisso, te convidar para tomar um vinho aqui em casa essa noite e resolvermos isso. 🙈

– Fechou. Vamos marcar tipo umas 22:00? Acho que dá tempo. O que vc acha?

Enfim combinamos. Ele chegou por volta das 22h30. Achei que fosse chegar chegando, mas me deparei com o mesmo comportamento devagar da última vez. 🙄 Abrimos o vinho que ele trouxe, sentamos no sofá, conversamos e somente quando, em algum momento, o encarei sem dizer nada, que finalmente nos beijamos. Aleluia senhor! Beijo bom, gostei!

Aos poucos as coisas foram desenrolando e então fomos para a cama. Gostei bastante da sua chupada! Teve outro momento, que um masturbou o outro, por um tempo, e o achei muito habilidoso com os dedos também! Mas apesar desses pontos super favoráveis, eu achei a transa muito vazia. Protocolar. Ocorreu tudo bem, mas não teve aquela super química, sabe? Matei minha vontade, me masturbei enquanto transávamos, gozei, mas, definitivamente, não repetiria.

Quando estou transando, o momento que o outro goza é muito importante. Cada homem tem um jeito de gozar e dependendo de como ele goza, o tornará ainda mais atraente ou desinteressante pra mim. Por exemplo, acho muito sexy quando o cara urra igual um animal e explode ferozmente. É muito másculo! É excitante quando você nitidamente percebe que o outro está gozando, o comportamento dele muda, adquirindo uma intensidade ainda não vista. Quando o cara goza em silêncio é muito monótono, linear e sem graça.

Enfim, o jeito dele gozar não me apeteceu. Foi a primeira vez que vi alguém me avisar que ia gozar, dizendo o meu nome junto, “Vou gozar Fulana”. Pra que dizer o meu nome? Achei muito estranho kkkkk. Seu gemido final também foi um tanto afeminado. Não passou no teste… kkkk.

– Era para termos feito isso no outro encontro. – Ele reconheceu.

– Pois é…

– Eu não sabia se você queria.

– Eu te trouxe para a minha casa, rs.

– É, eu sei que foi um sinal, mas sei lá.

Lerdo.

Quando ele foi no banheiro tirar a camisinha – ahh, um adendo aqui, ele trouxe preservativo da mesma marca que eu uso! Primeira vez que isso acontece, do boy também usar a Skyn 👏🏻 – , aproveitei para me vestir. Percebi o seu desapontamento quando me encontrou vestida, acho que esperava que transaríamos mais. Argumentei que estava com frio – e estava mesmo – como também satisfeita do sexo, mas isso eu não disse. Daí ele se vestiu e sentamos no sofá para ver um filme que ele tinha indicado, “De Olhos Bem Fechados”. Na metade do filme, tomou a iniciativa de ir embora:

– Acho que eu vou embora… – soltou.

– Está tarde, né? – Apoiei.

Não rolou aquele beijão de despedida, apenas um selinho meia boca. Não trocamos mensagens no pós e não voltamos a sair. Mas continua lá no meu instagram, me acompanhando e curtindo as coisas que eu posto.

Ainda não foi dessa vez que encontrei o meu contatinho perfeito! 😞

Mas calma, tenho muito mais para compartilhar! Contudo, como esse post ficou enorme – 7 páginas do word – dividirei as postagens e vou soltando durante a semana. Tenho mais dois pra relatar!

Me aguarde! 😈

Quem você é?

Alguém aqui sabe responder essa pergunta? Mas não é a pessoa que você descreve numa entrevista de emprego ou para alguém que acabou de conhecer. Digo o que você sabe sobre si mesmo. O que de fato você é, diferente do que você se mostra. As pessoas nos veem de uma maneira, nós nos vemos de outra, mas o que realmente somos, aquilo que buscamos constantemente descobrir, é muito mais profundo do que tudo isso.

E esse é o tipo de reflexão que você dificilmente vai ter na adolescência, ou recém-chegado a vida adulta, esse pensamento só vem com o tempo. Quando você vê a sua vida querendo tomar uma forma e ainda não sabe se é a forma que você realmente gostaria. Mas o que você quer, afinal? Descobrir o seu propósito de vida será o que te fará entrar no caminho certo. Quando você se conhece muito bem, aí sim conseguirá trilhar, sem medo ou qualquer dúvida, conhecendo todos os seus pontos fortes e fracos, sabendo usá-los a seu favor nessa jornada.

Eu estou muito nesse momento agora.

Pensando que voltei para esse ramo pela segunda vez, mas que não terei uma terceira, agora vai ou racha! Vai ou racha fazer tudo que eu quero para a minha vida acontecer. Vejo tantas possibilidades, tantos possíveis desfechos, contudo, me encontro com certos bloqueios em começar os movimentos certos para que lá na frente, possa colher tais frutos. Alguém mais já se deparou com esses pensamentos?

O que eu quero para a minha vida profissional? Focar mais na carreira artística? Fazer aulas de dança e canto para tentar um teatro musical? Ou talvez um curso de treinamento contínuo para atores e tentar o mercado audiovisual? Ou então fazer curso de dublagem e aproveitar essa voz linda que eu tenho? (É o que todos vocês dizem! 😅)

Ou será que o foco deveria ser na minha formação jornalística, já que escrevo tão bem? Procurar desenvolver mais isso, fazer um curso de roteiro e tentar escrever algo realmente rentável? Ou será que sigo investindo no ramo do sexo, concluo logo o meu livro, há meses no forno – que será destinado a todas as mulheres que também querem ser acompanhantes – e busco conquistar o sucesso literário com os textos “da Sara”?

Sério, é muito difícil olhar para frente e tentar adivinhar qual dessas possibilidades daria mais certo. O fato é que gosto muito de sexo, de ser mimada, dessa rentabilidade financeira, mas também sei muito bem que um dia isso acabará e preciso estar muito bem estruturada profissionalmente, quando esse momento chegar.

É muito complexo pensar quem você é e o que quer de fato para a sua vida. Isso em todos setores. Eu, por exemplo, achava que eu fosse uma mulher que quisesse ter filhos e me casar, mas hoje, apreciando tanto a minha liberdade mais uma vez, não sei se estou pronta para abrir mão disso, algum dia, de novo.

Quando eu conheço um cara interessante, é muito engraçado pois, já me imagino namorando e depois casando com ele, no entanto, após a primeira transa, eu só quero a minha cama vazia de novo.

Certa vez, no passado, conheci uma pessoa que era casada no papel, mas moravam em casas separadas, pois ambos acordaram manter a sua privacidade e independência. Quando ouvi aquilo pela primeira vez, achei um grande absurdo, mas hoje, analisando melhor, vejo que eram muito inteligentes. Porque a convivência desgasta qualquer relacionamento.

É gostoso ficar junto da pessoa que você ama todo dia, mas um dia, toda aquela convivência vai perder um pouco da graça. Eu nunca julguei meus clientes casados (no fundo no fundo, talvez um pouquinho, pois nutria aquela fantasia de que casar com a pessoa amada é algo mágico), mas só quando você está do outro lado, para saber como é (e olha que o meu foi menos de dois anos). Não gosto de dizer que fui casada, me sinto uma velha senhora divorciada dizendo isso, rs, então eu apenas morei junto com o meu namorado (ex no caso), sem qualquer vínculo documentado. 

Invejei os clientes casados que saem com acompanhantes, por viverem essas aventurinhas na rua, sem prejudicar o que possuem dentro de casa. É muito difícil para a mulher poder também descarregar desse jeito, quando não tem muitos michês no mercado. Não que eu tivesse procurado por um, mas, confesso que, algumas vezes, me peguei pensando em como gostaria de também poder recorrer a esse serviço. 😬

Afinal, será que em algum relacionamento você consegue não enjoar do que tem e sempre ficar plenamente satisfeito com aquilo? Só aquilo te bastar para o resto da vida? Nunca mais querer uma novidade? O ser humano não nasceu para ser monogâmico, você sabe, né? Mas ao mesmo tempo que gostamos de uma novidade, nos sentimos mais confortáveis com a exclusividade. Duas coisas completamente opostas, que só servem para confundir a nossa cabeça.

Agora falando sobre a parte de ter filhos. Eu sei que quando você tem um, tudo muda, a sua maneira de ver a vida, o mundo e etc, mas, falando com a cabeça de quem ainda não viveu essa magia: Nossos filhos nunca nos amarão com a mesma intensidade do qual amaremos eles, já vamos começar por aí. Você se doa e lá no futuro será deixado sozinho em casa com seu cônjuge (se você tiver a sorte ou azar de ter um), quando os seus filhos crescerem e saírem da sua aba. E até esse momento chegar, você pode ter dado a sorte de ser uma criança maravilhosa, de bom coração e amorosa, como pode vir uma pessoa de personalidade conturbada, duvidosa, birrenta, que só vai te dar dor de cabeça, por mais que você se esforce em educar do jeito certo. Tudo isso ainda vivendo num mundo que tentará o corromper de todas as maneiras possíveis.

Certa vez, um trecho de um livro me chamou muito a atenção, em que dizia: “Um filho é, obviamente, uma responsabilidade muito mais séria que qualquer outra, de qualquer ordem, que a vida possa apresentar. Acho que, se alguém por um segundo pensasse a fundo no que significa criar uma pessoa e fazer dessa pessoa alguém de quem o mundo vá se orgulhar, nenhuma criança mais nasceria no planeta.” (Trecho retirado do livro Louca Por Homem, de Claudia Tajes.) 

Profundo, não? Aí eu penso: “Será que eu quero mesmo ter esse tipo de vida ou fui condicionada a achar que sim, pelos filmes e novelas?” 🤔💭

Aos poucos estou descobrindo mais coisas sobre mim. O que gosto, o que não gosto, até onde me preocupo com o que os outros pensam a meu respeito. Eu sempre vejo postagens falando sobre a verdadeira felicidade estar nesse lugar, em que você não se importa com a opinião de mais ninguém, mas você só chega nessa posição, quando se conhece muito bem, ao ponto de jamais se sujeitar ao que não lhe agrada, independente de quem esteja do outro lado. 

Até mesmo nesse ramo, agora que voltei, comecei a aplicar isso. Antigamente eu só não saía de novo com os clientes relatados no menu desagradáveis. Hoje estou me respeitando mais e não deixando que chegue nesse extremo. Não repito encontros com quem eu simplesmente não tenha curtido, mesmo que o outro insista várias vezes. Trabalho por dinheiro, mas também por prazer.

O fato é que, pensando profundamente na resposta da pergunta inicial, ainda não sei quem eu sou. Sei que sou ambiciosa, focada quando quer, procrastinadora sem querer, engraçada, safada e sonhadora. Amo atuar, amo cantar, amo transar e escrever. Quero encontrar alguém legal, mas sem me sentir presa a qualquer relacionamento. Quero sucesso, quero muito sexo e quero, acima de tudo, alcançar cada vez mais esse autoconhecimento.