Desaventuras Amorosas Em Série – Pt 6

Querido diário,

Três meses se passaram desde a última postagem deste quadro. Como o tempo passa rápido! 😱 Enfim, eis que retorno com mais uma nova experiência desses boys de aplicativo (Bumble). Decepcionante para mim e divertido para vocês! Incrível como os caras de hoje em dia não estão servindo nem pra sexo! 🥴

“O Folgado”

Demos match num domingo e rapidamente ele conduziu para que eu lhe passasse o meu WhatsApp. Fui na onda, afinal, perder tempo pra que?

No dia seguinte, ele chamou no meu número. Novamente sendo rápido na condução das coisas, propondo de irmos beber alguma coisa e trocar ideia, naquele mesmo dia. Eu tinha acabado de chegar em casa de um atendimento de casal, ainda estava um pouco alegrinha das taças que tomei no encontro e achei que seria legal outra aventurinha, em plena segunda-feira. Aceitei. Por volta das 17h ele passou para me buscar em casa (adorei que tinha carro) e seguimos para um barzinho roots, na Santa Cecília, chamado “Moela”, por sugestão dele. Me arrumei bem básica, afinal, encontro no meio da tarde, num barzinho na Santa Cecília, não era algo que merecesse uma grande produção, sem ficar over. 

Minhas percepções sobre ele: não era um Brad Pitt, mas daria pra dar uns pegas. O estilo dele não era muito o que eu curto normalmente, mas, estava com a mente aberta para conhecer novos ares. Eu gosto dos Faria Limers e ele era um Santa Cecilier. Suas roupas pareciam de skatista, nada a ver com a patricinha que vos fala. Mas era independente, tinha carro, morava sozinho e trabalhava com publicidade. “Deixa a vida me levar”, pensei, empolgada com o encontro. 

O papo fluiu super gostoso, bebemos dois drinks, cada um, e comemos uns croquetes. Ficamos umas 2h no bar. Eu já tinha avisado que não poderia ficar muito tempo, por conta da minha aula online a noite (que na verdade era um Job, eu que não iria perder dinheiro por causa dele).

Dividimos a conta (ele perguntou se eu queria dividir e respondi que poderia ser), 100 conto pra cada. Paguei de bom grado, mas, confesso que não vejo com bons olhos homem que não faz esse cortejo num primeiro encontro. Contudo, as minhas expectativas já estavam baixas, então não foi uma grande surpresa. Ao me deixar de volta em casa, demos um beijo na hora da despedida. Achei gostosinho.

Na mesma noite ele me enviou um invite do Spotify, coisa que eu nem sabia que era possível, para a plataforma criar uma playlist compartilhada com as músicas dele e as minhas. Achei criativo. Como também sou vidrada em música, foi bom para mantermos a conversa, graças a isso a interação rendeu bastante, ora eu comentando de alguma música dele que eu gostei, ora ele falando de algumas minhas também. 

Na noite seguinte, ele, ousadamente, me enviou a seguinte mensagem:

– Tá de boa? Tomo um banho e passo ai pra gente jantar? haha

Eu já estava jantando num restaurante, com uma amiga que eu não via há muito tempo. Levei horas pra responder sua mensagem. Combinamos de sair no fim de semana, mas, na noite seguinte, antecipamos o encontro. 

*

Quando ele chegou no meu apê, lhe servi uma taça de vinho e nos sentamos no sofá. Conversamos bastante, demorou até que rolasse o beijo e começássemos com a pegação.

Quando o sexo foi desenrolando, foi muito frustrante perceber que ele não tinha muita iniciativa na cama. Não me chupou em nenhum momento, o que me decepcionou profundamente. Ainda que muitas vezes eu prefira chupar, do que ser chupada, valorizo muito quando o parceiro demonstra essa vontade em agradar. E tenho bastante experiência com homens para saber que se ele não me chupa de primeira, dificilmente vai chupar depois. E como não me chupou, direitos iguais, também não me prontifiquei em fazer sexo oral nele. 

Daí lá vem ele com aquele dedo mexendo na minha pepeka, podia ser a língua, né? Mas tudo bem. Já que era masturbação que ele queria, era masturbação que ele iria ter. Fui com a minha mão para o pau dele também. 

Em algum momento perguntou se eu tinha camisinha (por que ele mesmo não trouxe a dele?) e após encapado o dito cujo, pediu que eu fosse por cima. Se eu já não tinha gostado que ele não me chupou, o achei ainda mais preguiçoso, querendo que eu trabalhasse primeiro. 

Todas essas minhas queixas não transpareci na hora, para não azedar o clima, e fui por cima sem falar nada. Até que estava gostoso sentar nele, porque o abençoado tinha sorte de ter um pau apetitoso. Porém, quando invertemos e ele veio por cima, não gostei nada do jeito que ele metia. Ficava quase tirando e colocando, detesto quem transa assim, primeiro porque me dá aflição de entrar no buraco errado, segundo que a camisinha vai secando, não sendo mais tão gostoso com o negócio entrando seco. 

Por conta do meu trabalho, estou tão acostumada a transar em prol do prazer do outro, que quando estou em encontros civis, às vezes esqueço de me priorizar também. Então por mais que não estivesse tão gostoso e confortável transar com ele daquele jeito que ele fazia, não interrompi logo de cara, pois pensei que ele pudesse estar quase gozando e não quis cortar seu barato, mas, pra variar, ele não gozava nunca, e eu só deixei para interromper quando chegou no meu limite de desconforto com aquilo. Deveria ter interferido bem antes. 

Daí ele tirou a camisinha, e se sentou do meu lado, de modo que seu pau ficasse na altura do meu rosto. Percebi o que ele estava tentando fazer, olhei pra cara dele e dei uma risadinha, do tipo “é sério isso?”, daí ele perguntou se eu não queria chupar. Afffff. O cara que nem chegou perto da minha pepeka, estava querendo ser chupado? 😒 A minha vontade foi de responder: “você não me chupou”, mas, respirei fundo e consenti, pra evitar um climão na hora. 

Enfim, gozou na minha barriga. 

Após meu banho, ficamos deitados na cama conversando, até que o bonitão se convidou pra dormir, dizendo: “Você não vai desligar a TV e a apagar as luzes?”. Minha vontade era de dizer: “Sim, depois que você for embora”, mas, novamente não quis ser indelicada e consenti que ele dormisse comigo. Ainda reclamou que um dos meus travesseiros parecia uma pedra. 😒

Eu não quis ficar de chamego, nem dormir abraçadinho, quando ele vinha encostando em mim, eu já dava um chega pra lá. Permiti que ele dormisse apenas por ser de madrugada, acreditando que ele iria embora bem cedo na manhã seguinte. Mas, o meu grande erro é sempre esperar que as pessoas tenham o mesmo bom senso que eu teria. 

De manhã, ele veio tentar um sexo matinal, já cortei, falando pra parar de mexer comigo, pois queria dormir mais. Por volta das 9h acordei e o bonitão ainda estava capotado. Levantei, fiz meu pré treino, peguei minha roupa de academia e fui me trocar no banheiro. 

Quando voltei para o quarto, felizmente ele já tinha acordado, estava mexendo no celular, mas, reforçando a minha percepção de ser um folgado, continuou a vontade na minha cama, como se a casa fosse dele, mesmo vendo que eu já estava na ativa. Abri a persiana e nada do bonitão levantar e se arrumar pra ir embora, só faltou pedir um café da manhã na cama. 

Vendo que ele não se levantava e como eu também não estava a fim de fazer sala, comecei a fazer minhas tarefas domésticas, como, tirar o lixo e ir limpar a areia dos gatos, colocar roupa pra lavar e lavar a louça. Nem arrumar a minha cama, que ele dormiu, o folgado não teve a educação de fazer. Se vestiu e foi sentar no meu sofá, esperando não sei o quê para ir embora. 

Ele tentou puxar assunto, comentando de um quadro que eu tinha na parede, respondi seca, sem dar muita conversa. Em outro momento, ele ainda teve a audácia de pedir para que eu colocasse uma música, pois estava muito silêncio. A minha vontade foi de responder: “Já não deu a hora de você ir embora não, querido?” Mas novamente fui educada e apenas respondi que não gostava de ouvir música pela manhã, o que é uma grande mentira, só não queria que ele se sentisse ainda mais a vontade e confortável de continuar na minha casa.

Em algum momento ele justificou que estava esperando dar 10h por conta do rodízio do seu carro, o que não justificou pra mim, pois, se eu estivesse na casa de alguém e percebesse que a minha presença não era mais bem vinda, eu já teria vazado e esperado no carro. Mas vai saber se ele percebeu, né? Pelo visto não.

Depois que eu já tinha adiantado todas as minhas tarefas, me sentei e falei que só ia esperar ele ir embora para poder estudar um pouco. Daí ele se tocou e disse que já estava indo, faltando 10 para as 10. Geralmente, quando recebo um boy que eu curto muito, fico fazendo companhia até o elevador chegar, mas com ele só falei: 

– -2 tá?

E fechei a porta. 

Uma semana depois…

Ignorei.

Desaventuras Amorosas Em Série – Pt 5

Querido diário,

Tive uma nova aventura sexual, pós Brigadeiro, e, posso dizer? Foi uma catástrofe!

O cara da vez é um galego do Sul. Nos conhecemos no Bumble há alguns meses e o que trarei a seguir serão relatos de três encontros, sendo o mais recente essa semana, que culminou num grande mal-estar, do meu lado.

“O Galego”

Quando demos match, ele já não estava mais em São Paulo, então conversamos um pouco e migramos rapidamente para o Instagram, para que quando ele voltasse a SP, tivéssemos um meio de contato mais rápido.

Quando postei sobre a apresentação que faria no teatro, ele se empolgou em ir me assistir e fez questão de comprar dois ingressos, um para a estreia e outro para a última apresentação, convenientemente seriam nos dias que ele estaria por aqui. Achei super fofo, visto que nem nos conhecíamos pessoalmente ainda. Na época, o Brigadeiro também tinha se interessado em ir me assistir, mas este só comprou para um dia (que nem foi a estreia) e ainda chegou atrasado, olha que diferença!

Combinei de sair para jantar com o Galego, pós apresentações. Enfim, chegou o dia, e lá fomos nós no Camélia Ododó, por sugestão minha, um restaurante vegano delicioso, da filha do Gilberto Gil, situado na Vila Madalena.

Primeiro Encontro

O achei bonito de rosto, loiro, olhos claros, mas também não pude deixar de reparar que tinha uma leve pancinha. Usava uma calça jeans, uma camisa branca de abotoar, mais soltinha, e coturno, o achei bem-vestido. O papo não fluiu tão incrível assim, percebi sutis incompatibilidades, o achei mais cult do que eu gostaria, alguns assuntos de livros e autores fiquei boiando, até chegar o momento em que só ele estava falando. Quando percebeu que fazia um grande monólogo, brincou com a própria chatice, rs. Mas ele não era esnobe, pelo contrário, um estilo bem good vibes.

Eu não tinha me encantado por ele, mas estava a fim de transar, afinal, ele era bonito, tinha ido me assistir duas vezes e eu já estava um pouco alcoolizada do vinho. Ele propôs de irmos para um barzinho depois do restaurante, mas sugeri irmos logo para onde ele estava hospedado, pois, se emendássemos em outro rolê ia acabar ficando tarde, correndo um grande de risco de eu começar a ficar com sono. Ele concordou.

Estava hospedado em um airbnb, ajeitadinho, num prédio antigo pelo Centro. Foi muito gostoso ficar com ele. Apesar da barriguinha saliente, tinha um beijo bom, seu pau era médio e grosso, tinha camisinhas Skyn (adoro quando o homem entende das coisas) e, impressionantemente, ele era muito dedicado na cama. Raramente consigo gozar no sexo oral em encontros casuais, mas ele alcançou esse feito, não saiu da minha pepeka até me fazer chegar lá. Vale ressaltar que gozei pensando no negão, na época ainda estávamos na fase dos flertes, combinando o primeiro encontro, então gozei imaginando algo que sequer ainda tinha acontecido.  

A única coisa que não curti no Galego, foi o fato dele não gozar. Ele transa muito e não goza nunca. Transas em que o cara não goza são um pouco ruins, primeiro pelo fato de parte do meu prazer envolver o outro gozar também, segundo que se o cara não goza, se torna uma transa infinita e aí a responsabilidade de interromper recaí sobre mim, que vou ficando assada e cansada. Relevei tudo isso e atribui a um possível nervosismo, por ser a nossa primeira vez.

Insistiu para que dormíssemos juntos, mas recusei prontamente, com a desculpa de ter que colocar comida para os meus gatos. Não me agrada dormir fora de casa e não achei que valia o sacrifício.

Segundo Encontro

Não me orgulho do que vou dizer, mas não posso mentir nessas páginas. A segunda vez que encontrei o Galego, não o chamei por estar com real vontade de transar com ele, mas, sim para descarregar um tesão reprimido pelo Brigadeiro, (já tinha rolado nosso batalhado primeiro encontro).

Certa noite, estava eu trocando umas mensagens de putaria com o negão, que me deixou super excitada e simplesmente foi dormir. Fiquei num ponto em que não me satisfaria apenas com uma masturbação e, sabendo que o Galego ainda estava na área, o chamei imediatamente para a minha casa. Eu sei, também me senti muito cafajeste.

Ele chegou, transamos deliciosamente, curti bastante o sexo, mas, outra vez, nada dele gozar. Depois que gozo fico sensível e quero que a transa finalize, no entanto, aguentei mais um pouco, na esperança de que ele também viesse a qualquer momento. Isso não aconteceu e quando notei que o meu esforço estava sendo em vão, interrompi para ir ao banheiro. Quando voltei já engatei uma conversa, dando a entender que não gostaria de voltar para o abate.

Depois de um bom tempo papeando, senti vontade de tomar um belo banho e lavar qualquer fluido de suor que tivesse secado no meu corpo. Perguntei se ele gostaria de tomar banho também e respondeu que não, dizendo que provavelmente suaria mais e ali cortei qualquer esperança de um segundo round, acrescentando que não sabia se aguentaria transar de novo. – Na verdade, até aguentaria, mas não estava a fim mesmo. – Ele foi todo fofo e me abraçou, dizendo que não tinha problema, mas, ainda assim, preferiu deixar para tomar banho quando chegasse em casa.

Depois que me enfiei no pijama, percebi que rolou uma expectativa de que eu o convidasse para dormir comigo, mas obviamente não era algo que eu gostaria, então não contestei quando ele anunciou que iria embora, mesmo ele enrolando para de fato ir.

Terceiro Encontro

Chegamos agora no grande X da questão, nosso último encontro, cujo não paro de pensar e refletir muito a respeito.

Observando a minha pequena trajetória com o Galego, perceba que saí com ele em todas as instâncias do meu lance com o Brigadeiro: Antes, Durante e Depois. Conforme a tabela abaixo:

Primeiro encontro com o GalegoAinda não tinha ficado com o Brigadeiro (ANTES)
Segundo encontro com o GalegoJá estava saindo com o Brigadeiro (DURANTE)
Terceiro encontro com o GalegoTinha rompido com o Brigadeiro (DEPOIS)

Três meses após nosso segundo encontro, o Galego retorna a São Paulo e combinamos de nos encontrar mais uma vez.

– Se tu quiser posso preparar uma jantinha aí. Ou tbm podemos pedir algo se tu achar melhor. Mas quero chegar beijando teu pescoço na entrada… – Propôs ele, já que combinamos o date na minha casa.

– Qual seria o cardápio? 👀 – Falou em comida é comigo mesma!

– Então, posso fazer algo simples e rápido, tipo uma massa com cogumelos salteados, ou um pouquinho mais elaborado, tipo um risoto. Um nhoque com mussarela de búfala com manjericão tbm é bom. Envolve um pouco de forno só. A sobremesa fica por tua conta. 😏 Ahahaha.

– Humm que delícia, gostei da ideia. Gosto da opção da massa ou risoto.

No dia seguinte, me surpreendi com uma nova mensagem dele:

– Tu gosta de azeitona? (Tou no super pegando coisas pra janta amnanhammm)

– Gosto!! ❤️

– Comprei o básico pra janta de amanhã já. Tu tem azeite de oliva aí?

– Tem sim!! Qual será? Massa ou risoto?

– Surpresinhaaaaaa.

– Olha que danadinho.

Até que eu estava empolgada para esse encontro, achei que agora que o Brigadeiro tinha saído da jogada, eu estaria com a cabeça livre para me divertir com quem eu quisesse, mas, me iludi achando que o Galego seria o tal substituto, uma vez que já o conhecia e tinha rolado uma boa química.

Assim que o vi, ao abrir a porta, não senti nada pulsando dentro de mim e não sentir a devida empolgação com a chegada de alguém é um péssimo sinal. Após ele mostrar as coisas que tinha trazido e colocarmos o vinho para gelar, nos encaminhamos para a cama, com ele todo carinhoso, beijando meu pescoço.

As preliminares começaram com ele super se dedicando em beijar o meu corpo e me chupar, estava gostosinho, mas, eu, apressada, ansiava logo pela penetração. Já percebi isso em mim, em encontros casuais, me empolgo mais em sentir o pau dentro, do que a língua fora.

Ele atendeu ao meu pedido e me colocou de bruços, entrando bem aos poucos, se demorando bastante só na cabecinha. Transamos um bom tempo assim, até que lhe fiz algumas solicitações, como:

– Entra tudo, devagar.

Mas ele não executava, será que desta vez ele iria gozar e estava difícil executar o meu pedido para não oscilar seu autocontrole?

Pedi mais uma vez, para ter certeza de que ele tinha me ouvido e aí respondeu pedindo que, então, eu ficasse de frente. Estava delicioso, transamos mais um tempão assim, até que comecei a me masturbar. Em algum momento, após muitas estocadas, senti que a minha vontade de gozar não demoraria e já fui preparando o terreno, tentando conduzir para que, neste encontro, ele gozasse também.

Acho que ele deve ter algum problema nesse âmbito, pois, foi eu tocar no assunto, que percebi ele meio sem graça, até titubeou nas bombadas e o menino deu uma amolecida. Achei aquilo tudo muito estranho. Pedi que se deitasse, determinada a fazê-lo gozar na minha frenética sentada.

Me surpreendi em como estava gostoso sentar nele, por um instante, até pensei que talvez tivesse uma possibilidade de eu gozar sem me masturbar, só com a penetração – algo que ainda não vivenciei com ninguém –, mas parecia uma conquista um tanto distante e incerta, quis partir para o mais garantido, peguei meu vibrador clitoriano e assumi um movimento de agachamento, subindo e descendo no pau dele.

Eu estava quase gozando, mas, toda hora ele me desconcentrava, mudando o ritmo. Isso aconteceu algumas vezes e começou a me irritar, eu tava prestes a pedir que ele ficasse parado e me deixasse executar os movimentos sozinha. Por pouco não falei, acabei optando por me concentrar mais, pois, se eu tivesse que externar alguma coisa, provavelmente seria ainda mais difícil retomar daquele ponto em que eu estava muito perto. Daí, sabe o que fiz para chegar lá? Fechei os meus olhos e pensei numa transa imaginária, adivinha com quem? Não, não foi com o Brigadeiro. Me imaginei transando com o meu personal. Eu sei, muito safada.

Depois que gozei, sabendo que ele não chegaria lá tão cedo, sem a menor cerimônia, já saí de cima dele e me deitei de bruços ao seu lado, totalmente extasiada. A partir daqui, me senti muito como aqueles caras que depois que gozam não querem mais saber do outro que está ali, me observei e não me vi dengosa, deitando no peito dele após o sexo, como eu fazia com o Brigadeiro. Daí começaram a vir as comparações.

As Malditas Comparações

De repente, saltei da cama, fui ao banheiro e quando voltei já comecei a me vestir, agitando para irmos preparar o jantar. Servi uma taça de vinho pra gente e me sentei perto. Vê-lo ali, cortando os cogumelos para mim, seria o cenário perfeito para me deixar ainda mais encantada, afinal, não tem nada mais fofo do que um homem cozinhando pra você. No entanto, eu só conseguia reparar em como seu estilo de roupa não me agradava tanto – ele usava uma camisa branca com estampa de folhas – e fiquei imaginando que poderia ser o Brigadeiro ali, realizando uma de suas promessas não cumpridas, de cozinhar para mim.

Tive que fumar um beck para me ajudar no carisma, ele também curte e fumou comigo. Fiquei mais conversadeira, ainda que os assuntos que ele trouxesse não me animassem tanto, novamente veio mais comparações, pois, com o Brigadeiro o papo sempre fluía fácil, interessante e empolgante.

– Me fala dos seus relacionamentos anteriores. – Pedi, conduzindo para um assunto que me interessasse, não por estar querendo avaliar o passado de um possível pretendente, apenas porque assuntos amorosos alheios, realmente me entretêm.

A conversa rendeu até a massa ficar pronta e ele servir no nosso prato. A apresentação estava apetitosa, até tirei uma foto e postei um story. Levei o garfo a boca na maior expectativa, jurava que estaria delicioso, pois, não imaginei que ele arriscaria preparar algo que não tivesse o domínio e a certeza de que ficaria bom.

Não estava bom.

O macarrão estava seco e os cogumelos e tomates não deram aquele tempero. Jogou um pouco mais de sal para tentar salvar, mas não resolveu. Ele mesmo reconheceu que não tinha ficado do jeito que esperava, que devia ter picado mais cogumelos e tomates e deixado ficar mais molhadinho. Procurei ser gentil e falei que estava ótimo, que só dele ter se prontificado a cozinhar algo para gente tinha sido um grande gesto. Até repeti o prato.

Depois fomos para o sofá e sugeri assistirmos alguma coisa. Procurando por algo legal na Netflix, ele indicou a série “The Office”, coloquei e assistimos uns dois episódios. Nesse momento vieram mais comparações, pois, quando eu ia assistir alguma coisa com o Brigadeiro, deitávamos de conchinha ou ficávamos abraçados no sofá, e com o Galego, eu não tinha a menor vontade de ficar no mood amorzinho.

Depois foi me dando um sono, levantei para escovar os dentes e ele veio na onda. Após colocar meu pijama, me visualizei deitando com ele na cama e torci para que não tentasse nada, pois estava com zero vontade de transar com ele de novo, torci mais ainda para que também não quisesse/tentasse dormir abraçadinho. A grande verdade é que eu gostaria que ele fosse embora, mas não tive coragem de ser indelicada a esse ponto.

Me deitei de um jeito que minava suas chances de uma conchinha: de bruços, e ainda pedi que ele fosse um pouco mais para o outro lado, toda vez que tentava colar em mim.

Eu sei, uma situação de merda, tanto para ele, que esperava uma mulher mais amorosa, quanto para mim, que o queria fora da minha cama e ainda ficava comparando em como eu me sentia diferente, mais completa, quando dormia com o Brigadeiro.

Com o negão, dormíamos grudados A NOITE INTEIRA. Começávamos comigo deitada no seu peito e ele de barriga para cima, depois, no meio da noite, quando eu queria mudar de posição, íamos para conchinha. Quando eu queria sair da conchinha, ele voltava a ficar de barriga para cima e eu me deitava novamente no seu peito. A noite inteira fazíamos essa dança. Sem esquecer de mencionar que sempre rolava uma transa despretensiosa antes de dormir. Com o Galego eu não queria nem triscar a pele.

Por volta das 2h da madrugada, acordei me sentindo um pouco sufocada, por estar dividindo a cama com ele. Sentei, bebi uma água, vi que ele deu uma despertada e justifiquei que ia abrir a persiana, pois estava achando o ar abafado. Ainda fui até a varanda e abri uma folha do envidraçamento.

Voltei a me deitar e lá veio ele querer se aproximar, me afastei sutilmente, até que me vi com pouco espaço e pedi que ele fosse mais para o outro lado. Num desses momentos ele até justificou que não queria que eu pensasse que ele era espaçoso, mas que apenas estava querendo ficar pertinho de mim. Como se eu não tivesse sacado as suas intenções.

Duas horas depois, quatro e pouco da manhã, acordei de novo, me sentindo ainda mais sufocada por ele ainda estar ali. Outra vez me sentei para tomar mais água e novamente ele veio tentar se aproximar, quando voltei a me deitar.

– Você está muito longe. – Se queixou, dengoso.

– Me dá agonia dormir junto, me sinto sufocada. – Falei logo.

Essa noite foi um martírio, tentei todas as posições possíveis, até de barriga para cima e não estava rolando de eu pegar no sono novamente, senti real um sufocamento, tamanho meu desconforto. Em algum momento desisti e fui deitar no sofá, com os meus gatos. – Nem eles tinham vindo para a cama, como sempre fazem, para dormir comigo. – Me senti imensamente melhor.

Ainda sem conseguir voltar a dormir, bombardeei minha amiga de mensagens:

– Menina. Não gostei do encontro com o menino do sul. Não temos nada a ver, energias muito diferentes. Quando eu te mandei a foto mais cedo, parecia que o encontro estava incrível, mas eu tava achando um pouco chato a presença dele, é muito bixo grilo. Transamos só uma vez e nem fiquei com vontade de transar mais, pra vc ter noção. Na hora de dormir, eu nem dei boa noite, evitei ficar de amorzinho. Uma hora ele disse: “vc tá longe”, pq ele tentava colocar a mão em mim e eu dura igual uma estátua, sem corresponder e me afastando sempre que podia. Que triste ter essa experiência tão contrastante, tá me fazendo comparar com o Brigadeiro a todo momento, com ele a gente dormia abraçado o tempo inteiro, muito diferente amiga, até o papo com ele ontem à noite eu achava entediante em vários momentos, e com o Brigadeiro era tão diferente, o papo encaixava o tempo inteiro. Fiquei tão agoniada deitada com esse menino que levantei e vim pro sofá, os gatos nem foram na cama tbm, estavam aqui no sofá, me deitei com eles e tô me sentindo muito melhor, mas ainda sem sono. Falando no Brigadeiro, fiquei curiosa de rever a nossa última conversa, daí vi que ele tinha postado um status. Fui olhar:

Será que todo ***** já nasce destinado a ser um cuzão?

Postou essa imagem, com essa legenda, por o autor ter o mesmo nome que o dele.

Sei que não devia, mas não resisti, acabei interagindo com a postagem:

– Está lidando bem com a solidão?

*

– O boy acordou e veio ver pq eu não tava na cama. – Retomei as mensagens com a minha amiga, diante do novo acontecimento. – Falei uma meia verdade, que fazia tempo que eu não dormia com alguém (com exceção do Brigadeiro, faz tempo mesmo) e que não estou habituada a dividir a cama, que tô acostumada a dormir com meus gatos e eles estavam no sofá. Ele até tentou fazer um movimento de ir embora, chegou a pegar a roupa dele, mas ficou parado no escuro, provavelmente esperando que eu o interceptasse. Daí falei pra ele que não tinha problema dele dormir na cama, que era melhor ir depois que amanhecesse o dia. Precisei repetir umas duas vezes, até que ele cedeu, devia tá com preguiça de ir embora esse horário tbm rs.

Como era de madrugada, minha amiga não me respondeu em tempo real e em algum momento consegui adormecer, finalmente.

Acordei por volta das 6 da manhã, com ele sentado ao meu lado, já vestido, passando a mão no meu braço, avisando que estava indo embora, pelo menos foi o que entendi, mas, daí ele se deitou ao meu lado, de costas para mim. Um dos meus braços estava esticado e sua cabeça ficou na altura da minha mão, acabei lhe fazendo um cafuné, apenas para que a sua partida não fosse tão rude.

Ele falou algumas coisas que não compreendi, devido ao meu sono, estava meio dormindo, meio acordada, mas quis que ele parasse com aquela falação, pois estava me despertando e queria dormir mais, daí parei de mexer a minha mão na sua cabeça, para que achasse que de fato peguei no sono e se calasse.

Os minutos foram passando e ele não se levantava para ir embora, aquilo começou a me irritar profundamente, se eu já não quis dormir com ele na cama, ele achava mesmo que seria diferente no sofá?!

Comecei a achá-lo inconveniente pela insistência e carência. Me sentei, ele demorou uns segundos para notar que eu tinha me levantado e se levantar também. Daí, para o meu movimento fazer algum sentido, anunciei que ia ao banheiro.

Quando voltei, ele continuava sentado no sofá, zero movimento de ir embora. Cara, se eu percebo que a outra pessoa não está feliz com a minha presença – coisa que ele já percebeu pelo simples fato de eu ter abandonado a cama – eu tomaria o meu rumo imediatamente e não ficaria ensebando.

– Você quer que eu separe as coisas pra você levar? – Achei que fosse esse o motivo pra ele ainda estar ali.

– Ahh, pode ser.

Fui para a cozinha e comecei a organizar o que sobrou das coisas que ele tinha trazido. Tinha uma sobra do macarrão feito, pouca quantidade, e perguntei, por educação, se ele gostaria que eu colocasse numa vasilha para levar. Considerando que aquele macarrão tinha ficado ruim e que naquele momento deveria estar pior, esperava que ele tivesse o bom senso e dissesse que não, que poderia jogar fora.

– Ahh, pode ser.

Não queria ter que me desfazer de alguma vasilha minha, pois, nitidamente, não iria reencontrá-lo para pegar de volta, mas, não tive escolha. Depois que ajeitei tudo na sacola e até dei uma geral na pia, voltei para a sala e ele continuava lá, sem a menor iniciativa de partir. O que estava faltando????

Voltei para o sofá, fiquei meio deitada, meio sentada, me cobri, de olho meio fechado, para que se tocasse que eu só estava esperando ele ir embora para voltar a dormir. Lentamente, calçou o tênis e então veio querer me abraçar, para se despedir. O interceptei no meio do movimento e orientei que primeiro chamasse o uber, para não ficar esperando à toa lá embaixo. Ele teve um delay diante das minhas coordenadas e fiquei com a sensação de que, talvez, pretendia tentar reverter a situação com aquele abraço que nem deixei acontecer.

Daí ele deu uma respirada funda e se jogou no sofá, se sentando, para abrir o aplicativo e chamar o carro. Novamente fechei meus olhos, como se estivesse morrendo de sono e fiquei com a sensação de que ele demorou uma vida para de fato chamar um motorista.

Dei uma cochilada e acordei com ele tocando no meu braço, querendo confirmar o endereço. CARALHO! Ele sabia qual era a porra do meu endereço, pois ele foi de uber para a minha casa! Sério mesmo que preferiu me acordar para perguntar, do que checar na porra da conversa no whatsapp?!!

– Isso. Eu te mandei no whatsapp. – Eu estava ficando sem paciência com aquela enrolação para ir embora.

– Dois minutos. – Ele finalmente anunciou e me levantei para acompanhá-lo até a porta.

Dei apenas um abraço, nada de beijo, agradeci pelo jantar e me desculpei pelo ocorrido, reforçando que eu realmente não estava habituada a dormir com alguém na minha cama. Quando ele saiu e fechei a porta, enfim pude experimentar uma deliciosa sensação de privacidade. Voltei para a cama e capotei.

*

– Essas mensagens realmente me pegaram de surpresa! 😮 Eu imaginando que o encontro estava sendo um sucesso… – A resposta da minha amiga veio depois. – Você ficou com ranço real! Não tinha como você dispensar ele, antes de dormir? Com desculpa de dor de cabeça ou algo assim? Receber em casa é mais delicado mesmo, pq se tá na casa do outro, pra escapar é milhões de vezes mais fácil. Quando eu ficava com os caras dificilmente eu trazia aqui em casa e poucas vezes que trouxe, também me arrependi! Não sei se vai lembrar de um cara tatuado careca que acabou ficando com a minha chave do portão da garagem e sendo escroto, quase pelo mesmo motivo, que queria que ele fosse embora daqui e não dormisse. 😄 Tudo bem você não se sentir à vontade com ele aí, mas não fica comparando com o Brigadeiro, é normal, após uma experiência frustrante vir essa comparação, mas não vamos romantizar. Agora você precisa pegar essa experiência e aprender algo com ela, miga, pra não repetir. Será que vc repeliu o cara pq ele não era interessante o suficiente como companhia pra você? Pq vc não curte cara estilo santa cecilier, ou talvez o buraco seja mais embaixo, e essa aversão se tenha dado pelo fato dele estar disponível e não ter rolado rejeição? – Tá aí um bom ponto para refletir! – Você precisa analisar o que aconteceu com muita cautela pra entender.

Respondi assim que acordei:

– Mas acho que ter escrito sobre ele no blog, (pq tive que reviver as lembranças das partes boas), me deixou mais sensível. Talvez fosse bom eu escrever a parte 4 pra não ficar só lembrando das coisas boas e reforçar as ruins tbm, sei lá. Eu tava lidando bem com o fato de termos parado de sair, deixei de segui-lo muito convicta do meu ranço, o lance foi ter que reviver as partes boas e aí parece que as ruins ficaram apagadas. Xô xô!! Até interagi no status dele e ele respondeu.

– Tô chamando Uber, vou aí te dar uns tapas! Nada a ver você mandar mensagem pra ele! Normal nosso cérebro focar só nas coisas boas, se vc quiser eu faço uma LISTA de razões pelas quais ele não vale a pena e que vc romantizou muito!

E ela fez essa lista mesmo, num áudio informativo de quase 4 minutos, reforçando tudo que eu já sabia, mas que estava desbotado. Mas, deixemos esses detalhes para a Parte 4 do Brigadeiro…

– E qual foi a resposta dele, afinal? – Perguntou, curiosa.

– Ele disse: “Lido melhor com ela, do que magoar as pessoas.”

Ainda bem que tenho terapia nos próximos dias, muitas coisas a serem refletidas.