Querido diário,
Aconteceu uma coisa muito inédita! Muito inédita mesmo! Algo que eu já tinha aceitado que nunca aconteceria comigo. Mas aconteceu… quero dizer… quase. Mas nem o quase nunca tinha acontecido, então senti que foi um grande progresso!
O Desconfiado
O mais curioso dessa história é que o cliente que contribuiu para que eu tivesse essa descoberta sexual, foi um que, confesso, no início, achei mala. Ou seja, de onde menos imaginamos podem surgir coisas boas, rs.
– Então é só marcar o horário e eu te esperar no lobby do hotel. – Ele alinhou. – Você tem RG contigo, né?
Não gostei dessa pergunta do RG. Primeiro que era óbvia, qual adulto não tem? Rs. Segundo que para encontrá-lo no lobby e subirmos direto, era irrelevante o meu RG.
– Você tem horário hoje ainda?
– 21h. Talvez 20h.
– Mais cedo?
– Já falei os horários que consigo. – Que irritante quando eu falo o horário que eu posso e a pessoa pede algo diferente do que eu acabei de dizer!
– Você vai estar vestida como?
– Agende e verá. – Oxe, o cara nem agendou e já quer spoiler?!
– Pode ser às 20h então?
– Pode ser. Quanto tempo gostaria? Qual hotel? Qual seu nome? – Aquelas perguntas de praxe para seguir com o agendamento.
– 1h, contando a partir da entrada no quarto. – Que desnecessário ele dizer isso. – Você tem RG contigo? – De novo ele querendo saber do meu RG.
– Combinado então. Quando eu tiver chegando pedirei que me encontre na entrada do hotel para subirmos direto sem eu precisar passar pela recepção. – Ignorei a pergunta do RG, pois, diante desse meu esquema de entrar com o cliente, seria indiferente.
– Por que você não quer passar pela recepção? – Senti uma pitada de desconfiança, por acaso ele achava que eu era uma criminosa?
– Para não perder tempo.
– Podemos tentar… mas você vai trazer identidade caso eles parem e perguntem?
– Sempre que atendo em hotel faço dessa maneira e nunca tive problema. O hotel não fica monitorando se entrarmos juntos, pois será como se estivéssemos hospedados, voltando de algum lugar. Passar pela recepção na maioria das vezes tem fila e demoram até tirar xerox do meu documento, então me aguarde na entrada do hotel e subimos direto para o elevador.
– Okay, mas você tem identidade… se por um acaso? – Gente que insistente!
– Todo adulto tem documento. Desnecessária essa pergunta. – Sim, eu sei, fui um pouco grossa, estava sem paciência, mil vezes fazendo a mesma pergunta. Talvez eu estivesse de TPM também, somado ao fato de tê-lo achado um tanto mala por esses detalhezinhos na abordagem.
– Se puder vestir jeans, eu gosto.
Não pretendia ir de jeans, na verdade, eu mal uso calça jeans hoje em dia (só tenho uma no meu guarda-roupa), contudo, não me recusei, pois também não queria passar uma imagem de chata.
– Jeans e tênis? – Ofereci. Se é pra sair do meu look de encontros, então vamos com tudo.
– Tô começando a gostar de você, melhor ainda!
– E você tava querendo sair com quem não gostava?
– Um rostinho e corpinho bonito não são tudo. Adoro garotas inteligentes.
Enfim, combinamos.
– Chego em 10 min. – Avisei quando já estava perto.
– Okay, já vou descendo. Vou estar sem o celular, pois a Paulista está um horror.
– É importante você estar com o celular para saber quando de fato cheguei.
Sério mesmo que ele pretendia ficar incomunicável bem na minha chegada?! E se nos desencontrássemos? Ambos não nos conhecíamos, não sabíamos como era o rosto um do outro, achei muito sem noção.
– Okay.
Eu tinha pedido uma foto dele para eu ter uma noção de quem estava indo encontrar, ele me enviou uma de óculos escuro que não deixava ver seu rosto direito, e, para completar, chegando lá, constatei que a foto devia ser muito antiga, pois não vi nenhuma semelhança com a pessoa que me aguardava. Nem consegui sorrir nesse primeiro contato, o achei muito mentiroso. Todo desconfiado e mala, mas do lado dele também não passava nenhuma segurança.
Ao entrarmos na suíte, ele, ainda desconfiado, guardou seu próprio celular no cofre e pediu que eu me virasse para colocar a senha. Eu ficava cada vez mais broxada. Depois pediu que eu me sentasse e contasse sobre mim. Eu não estava muito simpática por todo o contexto, mas me forcei a ser, afinal, ele estava pagando.
Quando enfim a parte sexual começou a desenrolar, rapidamente identifiquei que ele era o tipo que quer aproveitar até o último minuto. Como assim, Sara? Aquele cara que só vai deixar para gozar no último instante e foi exatamente assim que aconteceu. O pau dele era consideravelmente grande e grosso, então já me via indo embora esfolada. Desconfiado como ele era, também não me chupou, ainda bem que levei meu gel. O tempo inteiro foi somente eu o agradando.
A única parte boa desse encontro, que realmente foi muito boa mesmo, foi pela descoberta sexual. De repente, me pediu para ficar de quatro, com os meus pés no chão, comigo inclinada sobre a cama. Já transei nessa posição antes, talvez não com muita frequência, ou com alguém com o dote grande como o dele.
Assim que ele entrou em mim e iniciou os movimentos, comecei a sentir uma sensação diferente na penetração, muito parecida com quando estou me masturbando, mas, nesse caso, sem eu estar me tocando. Senti que o pau dele massageava o meu clitóris por dentro. Eu não estava acreditando que aquele cara mala, estava conseguindo me proporcionar um prazer diferente!
Nesse momento achei ótimo que ele demorasse para gozar, pois queria continuar explorando aquilo. Será que eu conseguiria gozar só com a penetração, sem estar me masturbando?! Em anos de vida sexual ativa, somente nesse encontro que descobri a possibilidade de eu conhecer um orgasmo só com a penetração. Impressionante, não?!
Agora a pergunta que não quer calar: eu cheguei lá??? Não, infelizmente ainda não foi dessa vez, mas descobrir essa possibilidade foi muito significativo. Pouquíssimas mulheres conseguem gozar só com a penetração e saber que posso fazer parte desse seleto grupo, me deixou muito emocionada!!
Quando enfim ele gozou, faltando 5 minutos para o término do tempo, deitou-se ao meu lado com a maior cara de bobo apaixonado e disse:
– Como você está se sentindo, meu amor?
– O que? – Aquele romantismo todo, vindo de alguém que eu nunca tinha visto na minha vida foi tão desproporcional, que até perguntei de novo, para ter certeza se tinha ouvido direito.
– Como você está se sentindo, meu amor? – Com um sorriso de orelha a orelha.
Achei cafona e já cortei logo:
– Estou apertada, vou fazer xixi.
Após usar o banheiro, já aproveitei para emendar o banho. Assim que liguei o chuveiro, ele me surge na porta, dizendo:
– Humm espertinha.
– Como assim “espertinha”? Não entendi.
Ele desconversou e saiu do banheiro. Será que estava me achando ‘espertinha’ por eu usar os míseros 5 minutos que restavam para tomar banho?! Não queria pensar que fosse isso.
*
Uma semana depois ele quis sair comigo de novo.
– Acabei de chegar do Rio. Pensei em você, está disponível hoje?
– Poderia encontrar por volta das 21h.
– 20h não daria??? – Eu não tinha acabado de falar 21h?! Novamente ele sendo irritante com a questão do horário.
– Talvez 20:30, mas talvez chegue atrasada. 21h chegaria mais tranquila.
– Okay, 21h então.
– Você pode vir de saia.
– Hoje irei do meu jeito.
– Pode dar uma dica do que isto quer dizer mocinha?
– Que não vou de saia.
Novamente eu não estava muito amigável com ele, no fundo acho que homem gosta de mulher que faz jogo duro, rs.
Após adentrarmos na suíte e trocarmos alguns beijos, ele fez questão de perguntar por que eu não quis ir de saia. Depois ele decidiu que naquele segundo encontro iria me chupar, daí pegou uma toalha de rosto e forrou no sofá para que eu me sentasse. Achei cuidadoso, mas com suas perguntas antes do ato, achei cuidadoso até demais.
– Ela está molhada mesmo? – Me perguntou com a maior cara de desconfiado, ao passar seu dedo pela minha pepeka e sentir um molhadinho.
Não que eu estivesse morrendo de excitação, mas sim, ela até que estava colaborando naquele dia.
– Sim, ela tem uma lubrificação própria. – Respondi séria.
– Mas você se cuida, certo? – Ele perguntou cheio de dedos e já me causou uma leve irritação.
Seria o mesmo que eu querer transar com alguém sem camisinha e na hora H virar na cara da pessoa e perguntar: “Você não tem Aids, né?”, esse tipo de coisa ou você confia e vai, ou não faz, perguntar ali na hora é muito broxante.
– Sim, me cuido, mas esse tipo de pergunta é bem quebra clima, se está com medo, então não faz. – Falei logo.
Ele deu uma risadinha sem graça e acabou me chupando. Não preciso nem dizer que não curti seu oral. Depois voltamos a nos beijar e daí ele veio querer ficar passando o dedo pelo meu cu. Eu não estava nem um pouco na vibe e pedi que parasse.
– Você não gosta?
Ele já tinha lido aqui no blog o post do Meu Melhor Contatinho (comentou comigo no primeiro encontro) então sabia que eu até gosto e não deve ter entendido a minha recusa. Eu curto, mas não é sempre e não é com qualquer pessoa, essa é a questão. Somado ao fato de eu ter ido encontrá-lo no mesmo dia que tinha me depilado com uma depiladora diferente, a região estava mais sensível, além de eu não estar na vibe mesmo.
– Não.
Seu pau, que até então estava duro, começou a amolecer na mesma hora. Tentei reanimar no sexo oral, mas não estava funcionando, pelo visto ele era bem sentimental.
– Só por que pedi pra tirar o dedo, ele desanimou? Rs. – Perguntei, tentando descontrair.
– Pois é… – Ele respondeu, um pouco apreensivo.
Percebi que para reanimar o garoto não bastaria ser safada e sexy, eu teria que colocar meu lado romântico em ação. Levei ele para a cama e busquei ser o mais carinhosa possível. O olhava nos olhos com muita intensidade, enquanto meus dedos passeavam pelo seu peitoral e barriga, lhe fazendo muitos carinhos. Minha estratégia surtiu efeito e aos poucos seu membro foi voltando a ficar rijo.
Não muito depois encapamos e começamos comigo por cima. Quando fui ficando um pouco cansada, trocamos e ele veio no papai e mamãe. Algumas estocadas assim, até que me levou para aquela posição mágica, de quatro, com os pés apoiados no chão, inclinada sobre a cama. Quando ele me penetrou e começou a ir e voltar com velocidade, descobri que o ocorrido no primeiro encontro não foi sorte, realmente aquela posição, pelo menos com ele e com o seu pau que tinha aquelas medidas, funcionava muito bem!
Novamente senti que poderia chegar ao orgasmo apenas com a penetração e foquei em chegar lá. No entanto, descobri o que estava me barrando. Eu carecia de memórias sexuais ardentes para me auxiliar naquela jornada. Vou explicar melhor…
Para eu gozar não basta só o sensorial, o mental precisa estar alinhado junto, geralmente eu sempre penso em alguma putaria que me dá muito tesão, mas ali, com ele, todas as memórias que eu tinha pareciam fracas para atingir um orgasmo daquela magnitude. Faz tempo que não tenho sexo casual na minha vida pessoal, então não tinha nenhuma lembrança viva o bastante. Se eu me tocasse chegaria lá com certeza, mas o plano era atingir de um jeito diferente, né? Não quis usar a masturbação como muleta. Em algum momento ele gozou e a transa acabou.
Comentei com ele sobre essa minha descoberta sexual e passei a vê-lo com outros olhos.
– Você tem uma personalidade forte, né? – Ele observou, relembrando o início do encontro.
– Tenho. – À essa altura já bem mais simpática.
Brinquei que ele precisava vir mais vezes para São Paulo, para explorarmos mais isso. Meu leve rancinho tinha evaporado, ao constatar que ele tinha mesmo o borogodó.
Fico aqui pensando, será que só com pauzão é possível alcançar isso? A posição chave eu já descobri, agora preciso testar com outras amostras, enquanto ele não volta. Só digo uma coisa: quem conseguir, vai ganhar um relato fantástico aqui!! Rs.