Primeira noite no Cruzeiro…
Saturday night…
A bordo da MSC Seaview…
Lá estava eu, em uma das baladas disponíveis a bordo, situada num ambiente conhecido como “Garagem”, com sua decoração colorida e americanizada que nos remetia aos anos 90. O DJ ficava dentro de um carro parecido com aqueles de parque de diversão, também havia algumas mesas altas pelos cantos e um balcão enorme onde pedíamos as bebidas.
Eu já havia feito amizade com três meninas (impressionante como é fácil se enturmar a bordo), todas menores de idade (16 e 17 anos), que se espantaram quando revelei não ter a mesma idade que elas rs. Nessa primeira noite eu não estava muito animada, talvez só não estivesse bêbada o suficiente, o que fez com que eu não me interessasse quando eles se aproximaram de mim.
Vou chamá-los de Juninho e Betinho, já que, posteriormente, se apresentaram com nomes no diminutivo rs. O Betinho passou por mim primeiro e pegou na minha mão. Lhe dei uma olhada, até que era bonito, mas esnobei. Não estava na vibe de ficar com alguém, então me desvencilhei da sua mão e continuei dançando como se nada tivesse acontecido. Ele foi embora.
Passados alguns minutos, veio então o Juninho, mais bonito que o anterior, com uma tentativa de aproximação similar. Pegou na minha mão, novamente me esquivei, mas ao contrário do Betinho, ele foi mais insistente. A princípio pareceu que acatou a minha vontade e foi embora. Olhei para trás, para checar se ele tinha ido mesmo, e me surpreendi ao vê-lo conversando com o Betinho. Os dois me fitavam.
Continuei dançando com as meninas, até que, após um tempo, o Juninho deu o ar da graça novamente. Tentei ignorá-lo mais uma vez, mas ele já chegou todo sorridente perguntando o meu nome e fiquei sem graça de ser mal educada. Lhe respondi e perguntei o dele também. Daí dançamos juntos a música que estava tocando (não lembro qual era).
Totalmente xavequeiro, perguntou se eu já tinha ficado com um baiano antes e mediante a minha negativa, disse que toda mulher depois que fica com um nunca mais esquece. Dei risada do seu jeito convencido e não me convenceu. Me disse que o Betinho era seu irmão, mas depois o peguei na mentira e descobri que o título de irmão era apenas simbólico por serem grandes amigos.
Dançou comigo à noite inteira, mas não ficou o tempo inteiro do meu lado, o que apreciei, pois não queria ninguém no meu encalço. Ele ia e voltava. Ora dançava com seu amigo, ora sumia e depois reaparecia de novo.
Após muitas investidas, fui vencida pelo cansaço e deixei que me beijasse. Seu beijo encaixou legal, mas não me deixou excitada, pois como falei, não estava muito animada e isso se aplicava a tudo. Nem a balada estava me agradando muito naquela noite. Tocava uns funks da moda que eu não conhecia direito (mas que voltei sabendo as letras de cór kkkk), além de não conseguir acompanhar o requebra da mulherada. (Sou mais do rock’n roll.)
Enfim, eu tinha curtido o beijo dele, mas sinceramente falando, estava cagando pra ele. Conhecia bem o seu tipinho. Aquele que se acha o rei da balada, o gostosão, que quer passar o rodo em todas as mulheres presentes e eu não queria ser só mais uma na sua cama.
Ele me arrastou para uma área mais privativa e tentou me seduzir com um papo de “quero deixar você louca, molhadinha”, além de, ousadamente, tentar enfiar o dedo na minha calcinha, que sabiamente não deixei. Sei lá eu onde ele esteve com aquele dedo cheio de micróbios.
Nisso fui salva pelo gongo e as meninas estavam de partida. Aproveitei a deixa e falei que ia com elas. Ele tentou fazer com que eu ficasse, mas sou dura na queda e fui embora um tanto aliviada por me livrar dele. Lhe ofereci o meu número de telefone como prêmio de consolação, que obviamente não diminuiu a sua frustração. Certeza que na minha ausência ele continuaria a sua busca e tentaria levar outra para a sua cabine.