O Perspicaz | Parte 6: O Retorno

Querido diário…

Enfim venho te rechear com novas histórias!! E volto com a segunda temporada de uma saga antiga, postada em março de 2020!

Quem aí se lembra do Perspicaz? Aquele meu ex crush do Tinder, que desconfiávamos dele saber que eu era acompanhante? Bom, quem não lembra (confesso que muitos detalhes nem eu mesma lembrava direito) recomendo relerem essa história em todas as suas instâncias (como quando reassistimos uma série antiga, após anunciarem uma nova temporada hehe).

Já vou deixar aqui na mão para vocês:

O Perspicaz | Parte 1: Pré-encontro

O Perspicaz | Parte 3: Pós-encontro

O Perspicaz | Parte 4: Segundo Encontro

O Perspicaz | Parte 5: O Príncipe Virou Sapo

Ele foi o último homem que fiquei antes de começar a namorar. Naturalmente deixei de segui-lo no Instagram durante esse período. No entanto, solteira novamente, decidi voltar a seguir, quando o notei curtindo uma foto minha recém postada e vi sua carinha olhando os meus stories. Pensei: “Quer saber? Por que não voltar a segui-lo?” e o gesto não passou despercebido:

– Poxa vida… nem me seguia mais…

– Veja pelo lado bom, voltei a seguir, rs.

– Que bom! Fico feliz!! Você é uma lembrança muito boa que eu guardo…

Oi? Eu estava falando com a mesma pessoa? Isso vindo de um boy que na época não me deu muita bola… ?

– Lembranças podem ser revividas. – Respondi audaciosa.

– Uau.. você continua sendo desconcertante! Eu adoraria revivê-las!

Apenas curti e não falei mais nada.

Sete horas depois veio o convite:

– Já tem rolê pra hoje?

Eu não conseguiria encontrá-lo. Ele me chamou para sair numa sexta e eu só poderia terça, da próxima semana.

– E quando você vai ter um tempinho livre? – Ele insistiu.

– Terça a noite. Que tal?

– Tá longe, mas ok! Combinado.

– Tá nada, terça tá logo aí rs.

Mais próximo do dia o chamei no whatsapp, até mesmo para relembrá-lo do meu número:

– Oie. Tudo bem? Vamos combinar por aqui depois sobre terça.

Ele respondeu uma hora depois:

– Hey! Sim! Vamos. Estou ansioso!

Tivemos mais algumas conversas esporádicas, mas nada relevante e diferenciado que merecesse destaque aqui.

Chegaste, então, a terça-feira e lhe contatei novamente:

– Bom dia. Confirmado hoje? Caso sim, não sei o que pensou, mas acho que seria legal sairmos pra comer em algum lugar. O que acha?

Novamente ele respondeu uma hora depois:

– Bom dia!! Confirmadíssimo. Acho uma boa! Tem alguma sugestão? Algum lugar novo para conhecer?

– Algumas opções: Bar dos Arcos, Restaurante Tantra, Eu Tu Eles Bar, Quintal do Espeto. Nunca fui em nenhum desses. – Respondi engajada.

Ele comentou sobre cada opção e decidimos pelo Bar dos Arcos, um que ele já conhecia e achava bacana. Combinamos para 20:30, direto no local.

Se preparem para esse reencontro! ?

Milagrosamente eu, que sempre sou a atrasada do rolê, cheguei pontualmente e antes dele. O vi descendo do Uber quatro minutos depois. O Bar dos Arcos estava com fila de espera (apenas três mesas na nossa frente) e ele já estava cogitando trocarmos para a Casa do Porco, o que não me agradou muito na hora, mas me mantive aberta às possibilidades. Por sorte, antes que conseguíssemos contato com o referido restaurante para saber sobre a sua lotação naquele momento, fomos chamados, pois a nossa mesa já estava disponível. Ufa.

Eu gostei demais do Bar dos Arcos! Me senti dentro de uma caverna medieval, foi bem legal! O ruim de lá é que as mesas não são individuais, na verdade, não são propriamente mesas e sim bancadas compartilhadas. Ficamos na quina de uma e ao meu lado tinha outro grupo de pessoas. Mas não atrapalhou, achei a composição bem descontraída. Pedi um drink chamado “Descalço”, que acertei muito, estava bem gostoso! Ele também pediu um drink para si e uma entrada para nós.

Conversa vai, conversa vem, estava agradável o papo, ainda que eu notasse uma certa incompatibilidade de assuntos. Como, por exemplo, quando ele veio falar de política. Não gosto de falar sobre política. Vamos falar de filmes, música, relacionamentos, sexo, assuntos leves, mas política não, por favor. Por sorte nessa hora eu ainda estava comendo o meu prato principal (um risotto de queijo com chorizo picado, delicioso!!) então só acenava com a cabeça, soltando pequenos argumentos, nada que me fizesse dizer algo fundamentado.

Ele ficou todo alegrinho com apenas um drink! ?

– Vamos fumar um? – Soltou em algum momento.

Homem de atitude, gosto assim!

– Você trouxe? – Dei corda.

– Tenho uma pontinha.

– Vamos fumar onde? – Perguntei só pra ver o que ele ia responder, pois já estava mal intencionada de levá-lo pra minha casa.

– Vamos lá pra casa. – Ele convidou e novamente gostei da iniciativa.

– Melhor irmos pra minha, é mais perto. – Falei.

Logo pedimos a conta e fomos para o caixa. Ofereci divisão por educação, mas ele me surpreendeu positivamente quando pediu que passassem a maior parte no cartão dele. Enquanto o Uber não chegava, rolou o maior clima, achei que fosse ser beijada. Ele se aproximou da minha boca, mas se conteve no meio do caminho. Será que ele tinha algum problema em beijar em público? Não entendi muito bem, mas fiquei na minha. No uber fomos papeando com o motorista, então nada de amassos no carro também.

Quando chegamos no meu apê, já fui conectando meu celular na caixinha de som, colocando a minha playlist: Músicas Sensuais para tocar. Ele sacou o beck dele, que não era nenhuma pontinha e sim metade de um cigarro inteiro (como ele era modesto, rs) e foi para a varanda acender.

Enfim rolou o beijo!! Delicioso, excitante, com ele encostado na minha lavadora, enquanto dávamos o primeiro trago. Estava muito sensual aquele momento. Somente a luz da varanda acesa, aquela música tocando, um beijo extremamente sexy com amasso. Tinha me esquecido do quanto ele era envolvente. ?

Interrompi quando senti a embalagem do beck, que ele segurava, arranhando as minhas costas. Tal embalagem, por acaso, era do meu beck, que ele queria experimentar. E quando ele foi bolar, ocorreu uma situação bem quebra clima. Ele ficou extremamente indignado por eu não ter piteira! ? Mas indignado mesmo! O que achei um tanto exagerado na hora. Justifiquei que não sou uma fumante assídua como ele, que só fumo para escrever (me dá vários gatilhos de criatividade) e para assistir filme/série, justificativa essa que em nada amenizou a sua decepção.

– Como você é chato! – Soltei diante daquele piti todo.

– Ahhh eu sou mesmo! – Rebateu azedo.

Passado esse pequeno estresse, voltamos ao momento dos beijos. De repente comecei a ficar muito chapada (só tinha fumado o dele até então) e me dei conta que o seu era forte demais. Forte mesmo. Fiquei chapada de um jeito que não gosto. Travada e levemente paranoica. Estávamos nos beijando e tive que interromper para entender aquela brisa. “Nossa, seu beck é muito forte”, externei e, nesse momento, ele, delicadamente, se afastou, indo para a sala.

– Onde você vai?

– Dar espaço pra você respirar. – Respondeu compreensivo.

Eu não queria ficar daquele jeito. Pouco tempo depois ele voltou para onde eu estava e retomei os beijos, afinal, é melhor brisar beijando, do que paranoica com os meus pensamentos. A transa foi desenrolando. Ele se sentou na minha cama, me sentei ao seu lado e voltamos aos beijos.

Uma coisa que eu gosto muito nele é a sua energia masculina. Ele domina na cama. Em todas as instâncias, quem dava o primeiro passo era ele. Depois de alguns beijos já deitados, com ele inclinado por cima de mim, se voltou para o meu decote e sem tirar o meu cropped, afastou o sutiã para chupar os meus seios. Ai que gostoso. Adoro quando chupam os meus peitos!! Depois voltou a me beijar e então foi tirando a minha parte de baixo. Também não me lembrava de que ele chupava tão bem! Percebi que mudava o jeito várias vezes, provavelmente tentando descobrir de qual eu gostava mais. Sinceramente, eu estava gostando de todas as formas que ele fazia, um jeito era mais gostoso que o outro! No entanto, como eu estava muito chapada, não consegui relaxar para gozar. ?

Depois que voltamos a nos beijar, interrompi para pegar um copo de água. Minha boca estava sequíssima! Ele veio atrás de mim e retomamos a pegação na cozinha. Nessa hora o danadinho conduziu para que eu o chupasse, dizendo que uma coisa que ele não esquecia, era como eu chupava bem! ? E enquanto terminava de dizer a frase, já foi abrindo a calça, ao mesmo tempo. Achei aquela cena muito sexy!! ? Me ajoelhei no chão da cozinha, entre o fogão e a pia, e o abocanhei por completo! ? Depois de um reconhecimento daqueles, é claro que eu capricharia! Chupei por um tempo e só parei quando ele mesmo me levantou, me conduzindo de volta para a cama.

Ele pediu pela camisinha e enquanto encapava, apreciei a visão daquele homem pelado na minha frente, se preparando para me comer bem gostoso. Veio por cima de mim. Ele sequer colocou a mão no pau para direcionar ao caminho certo, sem precisar olhar, mirou na bucetinha e veio de uma vez, todo confiante! Que precisão!! ? Que transa maravilhosa! Mesmo mais chapada do que eu gostaria, eu conseguia sentir o quanto aquilo estava gostoso. Ele metia muito bem. E ainda que o meu corpo acompanhasse os seus movimentos, ele fazia tudo praticamente sozinho, eu só tinha o trabalho de curtir e relaxar.

Ele acelerava como se fosse gozar, até que, de repente, retrocedia e recomeçava todo o percurso novamente, uma nuance perfeita! Ele ofegava bastante, mas em nenhum momento pediu arrego, também não me ofereci para ir por cima, deixei que ele conduzisse tudo do seu jeito. Após um tempo me comendo naquela posição, pediu que eu ficasse de quatro. Que tesão! Sem ter a menor ideia, ele me comia nas minhas duas posições preferidas! ?

Quando ele me penetrou de quatro, meu tesão aumentou muito! Eu o assistia pelo espelho da minha cabeceira, o que só realçava as sensações. Visual e sensorial unidos. Quando o percebi acelerando, pedi que não gozasse ainda e perguntei se podia pegar meu brinquedinho, ao que ele respondeu: “Estranhei que você não tinha pegado ainda”. Maroto.

A única parte ruim desta transa é que ele não conseguiu me esperar para gozar e foi antes de mim. ? Também não continuou depois. Triste. ? Mas a transa tinha sido muito boa e não fiquei chateada por isso. Ele saiu de dentro de mim e desmaiou por dois minutos ao meu lado. Depois, repentinamente, voltou a abrir os olhos, levantou a cabeça e disse: “Voltei!”. Achei engraçado, rs.

Daí ficamos conversando sobre relacionamentos. Perguntei se ele já tinha se apaixonado muitas vezes e me respondeu que não gosta de se apaixonar, pois, das poucas vezes que ocorreu, não foi correspondido. Daí filosofamos sobre como ficamos idiotas quando estamos apaixonados por alguém. Nosso comportamento muda completamente, não conseguimos ser nós mesmos e se a pessoa não está na mesma sintonia, é só pagação de mico. Ele disse que agora estava blindado. Não que eu quisesse que ele se apaixonasse por mim, só buscava entender toda aquela independência de envolvimento. Ele também namorou, enquanto eu estava namorando, e disse que achava que só deu certo porque no fundo ele sabia que tinha prazo de validade, já que em determinada data ela iria embora do Brasil e consequentemente terminariam.

Após um tempo de conversa, começou a atacar a sua alergia (tenho gatos), ele não quis tomar o antialérgico que eu tinha e anunciou que dali a pouco iria embora. Não pedi que ficasse. Já estava tarde, eu sabia que não rolaria segunda rodada e também não queria dividir a minha cama.

Quando ele estava saindo, quase não me deu beijo de despedida, um selinho fajuto que reclamei, mas, me explicou que seu nariz estava começando a escorrer por conta da alergia kkkkk. Muito sincero! ?

 Uma semana depois combinamos mais um encontro.

– E aí, quando vamos ter um remember? – Intimei o boy.

– Hey! Essa semana apesar do feriado, está corrida. Vamos combinar, semana que vem!! Levo um beck meu diferente pra você experimentar.

Aguardem os próximos capítulos… ?

O Perspicaz | Parte 5: O Príncipe Virou Sapo

 
Eu já estava desistindo dele.
 
Da mesma maneira que ele dizia algo em mim não se encaixar, nele também muitas coisas eram um grande mistério. Se o cara desde o princípio te diz que não é para casar e não acredita em exclusividade sexual, o que se espera de um sujeito desses? Muito sexo. Que ele seja do tipo que transa bastante e com várias mulheres. Contudo, o que tivemos? Um homem sem a menor empolgação sexual, muita frieza nas mensagens e programas de namoradinho quando juntos. Nada combinava, tudo muito contraditório! Não pretendia mais investir nele.
 
Curti meu carnaval, também fui em bloquinhos (apenas dois dias e adorei) e no Vila JK com uma amiga. Foi uma noite mega agradável, assistimos ao show de um grupo chamado: “Atitude 67”, que gostei bastante, ainda que eu não tivesse o menor hábito de ouvir pagode (até salvei algumas músicas deles depois, destaque para a canção “Tão Linda”), e depois o estabelecimento virou uma balada.
 
Dois caras nos abordaram lá. Minha amiga se deu bem. Já eu não estava com o menor saco para a conversinha furada do outro que tentava ficar comigo. Definitivamente não tenho paciência para xaveco de cara mais novo do que eu. Mostrar os milhares de seguidores que possui no instagram é um marketing pessoal muito péssimo! Não estou atrás de homem narcisista. ?? Tentei ser simpática no começo, mas, após um tempo estava estampado na minha cara que eu queria que ele fosse embora. Foi ficando cada vez mais chato manter a conversa, até que finalmente ele se tocou e chamou o amigo dele para darem uma volta.
 
Assim que ele saiu, enviei uma mensagem para o Perspicaz no WhatsApp. Era cinco e pouco da manhã de uma segunda-feira de carnaval.
 

-Beijou muito no bloquinho? – Sabe quando você se depara com uma nova merda e passa a valorizar a merda anterior? Foi exatamente isso que aconteceu aqui.

-Caramba. Eu fico de cara com esses seus horários de vida. – Ele respondeu umas nove e pouco da manhã.

-Como você mesmo disse uma vez: “é carnaval”.

-Hahahaha. Tá certa, é carnaval! Beijei não. Já passei dessa fase haha. – Ué, então por que dá tanta importância para esses bloquinhos? ?

-Ótimo. Não quero pegar sapinho. Supondo que irá rolar um terceiro encontro né.

-Hahahaha. Será? ?

*

-E os bloquinhos hoje? – Ele puxou assunto naquele mesmo dia, já de noite.

-Bombando. – E enviei uma foto minha belíssima fantasiada, não que ele já não tivesse visto no meu insta.

Naquela mesma noite, ou melhor, na madrugada de segunda para terça, ele me chamou para dormir com ele. Foi um lance muito de repente…

-Tá acordada? – Era duas da manhã. – Eu vi que você tá acordada. – Olha ele dando um de espião.

-Estou. Viu como??

-Eu sei… Você vive online. Tô indo pra casa, vem dormir comigo. 

-Estava onde?

-Fomos pro Trabuca. – Ou seja, não deve ter rolado nada potencial no rolê dele e agora me chamava como um legítimo contatinho de stand-by. 

-Que convite tentador. Acho que vou aceitar hein. – Dignidade zero, eu sei. 

-Vem. Vamos dormir de conchinha. 

-Só vou por causa da conchinha. Vou jogar uma água no corpo e já vou.  Na verdade só queria terminar de comer a minha pizza.

-Tá bom. Tô te esperando.

Tive que ligar para ele quando já estava chegando – não me lembrava o número do seu apartamento – e o Don Juan havia cochilado! Comecei a me sentir uma idiota por estar me dando ao trabalho de ir até lá (o Uber ainda tinha ficado o dobro do valor devido a tarifa dinâmica), encontrar uma pessoa que estava caindo de sono, incapaz de me esperar acordado. Só não desisti porque não tinha mais como. Dentro do elevador a minha cara era de poucos amigos. Porém, quando ele abriu a porta, a minha chateação se dissipou. Estava muito sexy com aquela carinha de sono! Agradeceu por eu ter ido, pegou a minha mão e me levou para o quarto. Me deitei de roupa e tudo – quase não tive tempo de tirar os óculos – com reais intenções de dormir.

Deitamos de conchinha, mas ele não ficou parado. Começamos a nos beijar, em pouco tempo pediu para eu tirar a minha calcinha – eu estava de vestido – , ele também tirou sua bermuda e cueca e sem nenhuma preliminar decente foi entrando, se deparando comigo já molhada, sem precisar de uma chupada para isso. (Camisinha não mencionada no texto, apenas para não quebrar a fluência da narração. Mas é claro que a mesma esteve presente.) Ele me surpreendeu naquela noite. Transamos, dormimos, transamos de novo no meio da noite, dormimos, transamos pela terceira vez de manhã – somente dessa vez ele gozou – e voltamos a dormir. Aquele  era seu novo recorde. Me passando uma ideia errada de que dali em diante teríamos muito sexo.

Estamos chegando na reta final desta história…

Enfim chegou o dia dele me assistir na peça!

Se sentou na primeira fileira. Me assistiu com muitos olhares de admiração e todo sorrisos. Quando a peça terminou e fui cumprimentar os meus amigos, ele marcou presença como se fosse meu namorado. Muitos selinhos e abraços em público, o que me surpreendeu bastante, esperava uma postura mais libertária. Viemos para a minha casa depois da apresentação e a minha expectativa para aquela noite estava bem alta!

Tomei um caprichado banho, passei o meu óleo corporal mais cheiroso, coloquei a minha melhor camisola e… ele não tentou absolutamente NADA! Novamente fizemos brigadeiro – ele que fez – , assistimos um filme (Chamada de Emergência), pedimos pizza, comemos enquanto o filme ainda estava rolando e antes do filme acabar ele já tinha cochilado.

Amiga 1:

Amiga 3:

Nada minha gente. Absolutamente nada rolou naquela noite. Demos um único beijo de língua, porque em certa altura EU pedi, porém, nada desenrolou daquela troca salivaria. Parei de tomar a iniciativa desde que ele disse se sentir “pressionado”, no entanto, se ele se sentia assim, já eu me sentia podada. Com tesão e tendo que me comportar como se fosse moça virgem. ?

Eu ali, do lado dele no sofá, toda cheirosa, sensual e era como se tivesse usando um moletom velho. Se ele não tinha mais tesão em mim, afinal, eu já estava “conquistada”, porque ainda saía comigo? ? Acho que agora entendo porque ele nunca teve relacionamentos longos. Mulher nenhuma soube lidar com tanta falta de sexo assim. 

Naquela noite dormi frustradíssima. Na verdade, demorei bastante tempo para conseguir pegar no sono. Eu olhava para ele dormindo do meu lado e só pensava: “Só atraio os caras errados. Era pra eu estar transando agora…”

No dia seguinte, pela manhã, despertei antes dele, ainda indignada com toda a situação. Resolvi tomar a iniciativa. Comecei a alisá-lo enquanto ele ainda dormia e novamente nada aconteceu. Ele se manifestou três vezes ao meu toque e não foi positivamente. Na terceira vez até se virou de costas para mim!! Nesse momento desisti.

Mereço sexo ardente todos os dias, se eu quiser. Mereço um cara que quando me olhar, sinta uma mescla de amor e desejo incontrolável. Mereço um cara que nunca me diga não. Um cara que ao me atiçar vá até o fim. Cadê aquele cara dedicado do primeiro encontro??

Amiga 2:

 
 

Amiga 3:

A voz da experiência rs

Se já não bastasse todo o meu desencanto até este ponto da história, ficou ainda pior quando ele acordou. Exatamente do nada ele descobriu nós dois, me fazendo acordar sobressaltada. Perguntei o que ele estava fazendo e daí ele pegou a minha mão e levou até seu pau. Nossa que sutil. ? Fingi interesse e daí ele pediu para eu tirar a minha calcinha, semelhante ao nosso terceiro encontro, que narrei mais acima. Só que aquela vez eu estava animada para o ato, desta vez não, tinha acabado de acordar e ainda foi bruscamente. Retruquei:

-Tira você.

-Eu quero ver você tirando.

-Você não quer é ter trabalho.

-Terei trabalho daqui a pouco. – Ele sempre vem no papai e mamãe. 

Parecia aqueles velhos brutos sem o menor tato para o sexo. Ele me lembrou o personagem do José Wilker no remake de Gabriela:

Tirei a calcinha sem a menor vontade, esperando que ao menos ele fosse me chupar primeiro. Isso não aconteceu. O bonitinho queria enfiar o pau a seco – lubrificante de camisinha não é o suficiente se a mulher não estiver miseramente molhada – . Ele começou com as investidas e aquilo me incomodou fortemente, tanto pela postura dele, quanto pelo desconforto físico do ato. Falei para ele que se fosse pra transar daquele jeito, que então pegasse o gelzinho que estava na prateleira sobre as nossas cabeças. Ele recusou, dizendo que não estava com pressa e foi empurrando devagarzinho até entrar tudo. Que porcaria de transa. Não fingi prazer e continuei com a minha cara de bunda. Eu poderia ter interrompido, mas não sei porque não o fiz.

Após um tempo de estocadas, repentinamente ele parou de transar, dizendo que precisava de água (estava com a boca seca) e saiu de dentro de mim para ir em direção a cozinha. Quando retornou, percebeu a minha falta de empolgação e perguntou o que estava havendo. Sincerona, como sou, não deixei por menos.

-Eu queria ter transado ontem a noite e não achei bacana começar a transa assim.

-Tem que ter um ritualzinho? – Sim querido, tem que ter.

-Não deu nem tempo de eu lubrificar…

-Você quer que eu chupe a sua buceta? É só falar…

-Quero.

-Eu te chupo então, quando for assim é só pedir. – Pedir? Isso é o tipo de coisa que deveria ser obrigatório!

E desceu para me chupar. A chupada dele não me cativou. Logo interrompi e pedi que retomasse a transa. O que tinha acontecido com aquele oral incrível do primeiro encontro? Parecia que tudo estava perdendo a graça.

Quando a transa terminou e nos deitamos lado a lado, o encurralei na parede:

-Vou te fazer uma pergunta e gostaria que fosse extremamente sincero. – O encarei com atenção. – Você não gosta de sexo? – Eu estava realmente incomodada com tudo aquilo que estava rolando. Nossa sintonia no primeiro encontro não parecia mais existir e eu queria entender o porquê.

-Gosto. Ontem não transamos porque tínhamos comido, eu estava pesado.

Que desculpa mais deslavada!!! A pizza chegou bem depois do meu banho!!! Tivemos muito tempo para transar antes de comer, ele que não tomou nenhuma iniciativa para isso!!!

-Estou perguntando por que você é diferente de tudo que já tive. – Justifiquei.

Ele disse que nunca tinham falado isso para ele e ficou me olhando pensativo em silêncio. O incentivei a dizer o que estava pensando naquele momento, já que me encarava muito compenetrado, achando que viria algum comentário relacionado ao que estávamos falando, até que ele me solta:

-Do que você trabalha, mesmo?

O danadinho tirou o foco dele e jogou para mim! Fiquei mega constrangida com a pergunta inesperada e dei uma enrolada, repetindo o mesmo discurso fictício que eu já tinha lhe dito uma vez. Nesse momento fiquei super desconfiada que ele soubesse a grande verdade sobre mim. Sem contar que durante a manhã, eu tinha sonhado justamente com isso, com ele me dizendo: “Eu sei que você é puta”. Será que ele sabia?? Muita coincidência eu sonhar com aquela revelação e horas depois ele vir com uma pergunta dessas! Eu tive uma premonição?! Será que neste momento ele também está lendo isso??? ?

Depois que respondi a sua pergunta, ele me abraçou de maneira carinhosa, como se dissesse: “Pobre alma, eu te absolvo dos seus pecados” e encerramos o assunto. Preparei panquecas para nós de café da manhã e ele foi escolhendo um filme para assistirmos. Me deu duas opções de escolha. Falou a sinopse de cada um e como nenhum me interessou, ele mesmo que escolheu, sendo um chamado: “O Limite da Traição”. Foi a minha vez de cochilar durante o filme. Adormeci com a cabeça deitada no seu colo. Acordei com aquele agito das cenas finais e… vocês não vão acreditar…!!! A personagem que se revelou vilã no final da história, se chamava Sarah Miller!!!! E quando o filme acabou, ele me solta essa:

É… Sara Miller era do mau…

Ele se referia a personagem do filme ou a mim?! Ouvir o meu pseudônimo saindo dos seus lábios me causou uma forte sensação de que ele sabia. Que ele sabia de toda a verdade sobre mim e que escolheu aquele filme de propósito. Sem contar que, enquanto eu preparava as panquecas, antes dele começar a procurar um filme, foi até a minha estante de livros e pegou justo o “Kama Sutra Moderno” para folhear! Será que, por acaso, ele também já tinha notado um outro com o título: “As Prostitutas na História” sobre aquelas prateleiras?! Gelei minha gente. Olhando para a tela da TV eu estava, olhando para a tela da TV eu fiquei. Começaram a subir os créditos e eu não disse nada perante o seu comentário suspeito.

Transamos mais uma vez e acabou sendo melhor que a primeira transa do dia. Daí ele se banhou e quis assistir outro filme, mas, voltou atrás e disse que talvez fosse melhor ir embora. Percebi que esperou que eu dissesse algo do tipo: “Tá cedo, fica mais”, porém eu tinha cliente mais tarde e fiquei com receio de que se ele não fosse embora naquela hora, eu não conseguiria me livrar dele para ir atender depois. Fiquei um tempo quieta refletindo, até que disse:

-É, eu poderia dar uma estudada também.

-Captei.

-Captou o que? Você que falou de ir embora primeiro. – Um ficou jogando para o outro o peso da sua partida. Fiquei com a sensação de que ele gostaria de ficar mais, mas talvez fosse só cena da parte dele.

Não saímos mais depois disso. No entanto, até hoje continuamos trocando mensagens. Conversas esporádicas. Às vezes ele parece continuar interessado, outras vezes não, como se eu fosse nada mais que um contatinho que ele quer manter para os momentos de insucesso nos seus outros esquemas. Isso me frustrou por um tempo – mais pela questão do ego, do que por ele ser o fodão, já que nem me come direito – , mas decidi que aos poucos irei cortando o contato.

Agora lhes pergunto: Será que ele sabe a verdade sobre mim? Ou tudo isso não passou de uma série de coincidências?

Vocês acreditam em coincidências?

Eu não.

Amiga 2:

Amiga 1:

Vamos fechar esta série com os comentários de vocês? ? O que acham disso tudo?? Será que ele sabe? Por que as vezes demonstra estar interessado e outras não? Por que esse desinteresse sexual? ? Quero ler a opinião de vocês mais uma vez!!! ❤️

O Perspicaz | Parte 4: Segundo Encontro

-Que gostoso, que bonito acordar e as primeiras coisas a ler serem essas palavras tão doces e carinhosas, muito gostoso. Obrigada ********** (disse meu nome no diminutivo e depois deu uma risadinha). …Ô, mas deixa de ser palhaça, sabe que tudo isso aí não é verdade, que eu não sou isso, que eu não estou te tratando assim. É só porque é carnaval né, carnaval é diferente. Mas eu quero muito te ver. O que é que você vai fazer hoje?

Não imaginava que a minha mensagem da noite anterior fosse me render um áudio – positivo – de 30 segundos!! Fiquei bastante feliz com o resultado!!! ?

-Agora ele vem querendo me reconquistar jogando todo o seu charme sonoro pra cima de mim! Ai ai. – daí enviei uma figurinha com os seguintes dizeres: – Hoje eu to disponível! Amanhã também…

-Hahaha. Boa! Quando eu sair do trabalho te aviso.

-Que seria mais ou menos que horas?

-Eu saio tal hora. Quero comprar uma camisa de carnaval, bora?

Me chamando para ir às compras com ele?? Interessante… ?

-Topo! Vou te convencer a comprar uma bem feia e cafona pra não fazer tanto sucesso nesses bloquinhos.

-Hahahaha.

E assim fomos combinando o nosso segundo encontro…

Ele falou de irmos numa loja que, a propósito, ficava muito perto da minha humilde residência, fazendo com que ideias de trazê-lo para conhecer o meu cafofo brotassem na minha mente. Porém, acabamos não indo para a tal loja, por conta da repentina chuva que acometeu São Paulo. No entanto, ele foi para a minha casa, algo que me rendeu uma certa adrenalina!

Quando ele estava pegando o Uber, saindo do trabalho dele, eu também estava dentro de um Uber, voltando de um cliente. Ele saiu antes do previsto. Cheguei em casa toda esbaforida, fui direto para o chuveiro e com o tempo que me restou dei uma ajeitada mais severa no apartamento, camuflando possíveis pistas que ele não poderia descobrir (tão já) a meu respeito.

Interfone tocou. O boy já estava na portaria. Vocês  também sentem um friozinho na barriga sempre que recebem alguém na sua casa pela primeira vez? Confesso que não me sinto tão confortável sendo a anfitriã, prefiro muito mais ser a hóspede, mas, lá estava eu, apresentando a ele o meu paraíso particular. Esperei por ele na porta e assim que saiu do elevador, o vi se direcionar para o lado contrário rs. Estudou e andou pelo meu apartamento como se aqui fosse um museu. Viu minha estante de livros e filmes, comentou sobre certos quadros na parede e até o banheiro dos meus gatos virou pauta de assunto. Depois de todo “esse tour”, se sentou no sofá e me sentei no colo dele.

Sentiu saudade? – Ele perguntou.

-Me diz você… – Não entreguei o jogo.

-Hahaha, olha como você é… toda misteriosa… – pausa – senti sim.

Nos beijamos. Aquele costumeiro beijo gostoso e, por um segundo, achei que as coisas fossem desenrolar ali. Mas, não. Ele puxou mais assunto e entendi que não queria transar tão rápido. Daí falei de um texto que precisei desenvolver para a aula – o teatro também trazendo à tona os meus talentos como escritora – e levantei para buscar o meu caderno de estudo. Primeiro li para ele o texto que me foi dado como referência e depois o meu, que desenvolvi orgulhosamente. Quando terminei a leitura, olhei para ele e perguntei o que tinha achado. Ele pareceu impressionado e pegou a folha da minha mão, relendo direto da minha escrita. Fiquei mais uma vez orgulhosa com aquele texto, acho que consegui impressionar o boy. ?

Depois a conversa caminhou naturalmente para outros assuntos e dali a pouco, quando eu menos esperava, ele se voltou para o meu caderno que estava abandonado do seu lado. O meu caderno de estudo, devo alertá-los, é um mini diário de bordo, pois, muitos textos postados aqui foram primeiramente rascunhados lá. Então imaginem o meu pequeno pânico interior, quando ele começou a folhear as páginas, temendo que ele caísse ou chegasse numa página errada. ?

O texto “Eu, Tu e Ela”, por exemplo, também nasceu lá e de todos que escrevi era o mais destacado, escrito em caneta vermelha, com o gritante título: “Ménage à trois”. Ao mesmo tempo já comecei a pensar num plano de fuga, caso o pior acontecesse e decidi que se fosse preciso eu tomaria o caderno da mão dele repentinamente, com alguma desculpa que ainda não tinha conseguido elaborar.

Eu sei que não deveria escrever esse tipo de coisa num espaço destinado para outras finalidades, mas, sempre aproveito os momentos de inspiração onde quer que eu esteja. Imaginem só, a professora explicando sobre determinado conceito que, por acaso está me entediando, e eu lá dissertando sobre algo completamente inapropriado. ??

Felizmente não foi preciso nenhuma atitude desesperadora da minha parte, ele folheou as páginas por mais um tempo na ordem que as folhas se apresentavam e perdeu o interesse antes de chegar no primeiro rascunho. Nos beijamos mais uma vez e quando voltamos a nos olhar, ele me observou por tempo que considerei demais em silêncio. Acabei lhe perguntando: “o que foi?” e ele, inesperadamente disse que eu tinha “alguma coisa”. 

-Como assim, alguma coisa? – Perguntei confusa e curiosa ao mesmo tempo.

-Sei lá, alguma coisa. Alguma coisa não encaixa em você.

-Como assim?? Rs. – Que papo mais estranho era aquele?

-Sei lá, talvez você seja mesmo uma louca.

-Louca??! Como está na minha frase do Tinder? – O tal texto fora da casinha que bolei.

-Sim.

-Hahahahahaha. Já pensou??

O boy estava desconfiado. Disse que me achava misteriosa demais e que alguma coisa havia. E realmente havia, afinal, um segredo muito importante sobre mim estava sendo ocultado dele e, de alguma maneira, na sua visão coisas em mim não estavam encaixando. Talvez fosse a minha independência mesmo parecendo tão nova, sei lá, ele não foi mais claro e eu tratei de mudar de assunto.

Daí começamos a conversar sobre música e acabei colocando um videoclipe da Lana Del Rey que é brisa total:

Depois tivemos a ideia de assistir um filme e o escolhido foi: “Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças”. Durante a sessão sugeri fazermos brigadeiro de panela e coloquei o boy para “cozinhar” pra mim. ? O brigadeiro dele não ficou tão bom quanto o dos meus amigos, mas, ainda assim estava gostoso. (Qual brigadeiro consegue ser ruim??)

Em determinada parte do filme, fiquei com vontade de fazer uma pausa para intercalarmos com alguma outra atividade juntos (tipo sexo) e joguei a isca:

-Você não quer deitar mais o sofá?

-Não, melhor não, senão vou ficar com vontade de te agarrar e quero terminar de assistir o filme – Mas era justamente esse o intuito!

-Ahh, mas o filme dá pra pausar e voltar… – Fiz minha última tentativa, que ele ignorou.

Fiquei levemente desapontada, pois, não havíamos nos beijado pra valer ainda, muito menos transado e pelo visto somente eu estava preocupada com isso. Não forcei a barra e voltei a prestar atenção no filme, ainda que eu estivesse subindo pelas paredes. ?

Quando enfim o filme terminou, fomos para a minha cama de uma maneira um tanto ensaiada e me senti um pouco estranha, como se ele só quisesse seguir um script e não porque estivesse realmente excitado. Foi gostoso porque eu estava com muita vontade, mas, de longe via-se que não houve a mesma dedicação do primeiro encontro. Tomamos um banho, voltamos para a cama e fiquei na expectativa de um segundo round. Que não veio. Ele conseguiu perceber a minha empolgação por mais uma rodada e me jogou um grande balde de água fria, dizendo:

-Você é taradinha, né?

-Sou?

-Sim, você é muito sexual.

-Por que você diz isso?

-Aquele dia na minha casa, logo que terminamos de transar você já disse que queria de novo (verdade, eu disse mesmo) e antes de ir embora ficou querendo uma terceira…

-Ué, você que ficou me provocando antes de eu ir…!

-Eu estava só brincando… e agora durante o filme de novo você deu uma investida.

-Isso é ruim? – Fiquei realmente confusa já que ele percebia e não correspondia ao meu ritmo.

– Não, mas, às vezes me sinto pressionado.

Oi???? Eu não acreditei no que estava ouvindo. A gente mal se via e estávamos nos conhecendo, era completamente normal que rolasse muito tesão de ambas as partes no começo, ou pelo menos de alguma parte, já que o tesão aparentemente só vinha do meu lado. Estranho, muito estranho…

Dito isso, não rolou o segundo round que eu gostaria e saímos para comer fora. Os olhos dele estavam irritadíssimos da alergia dos meus gatos, então descartamos a possibilidade de pedir algo para comer no apartamento. Fomos numa pizzaria que não lembro o nome agora – uma que fazia pizza sem glúten – e foi engraçado nos depararmos com um público tão diferente de nós. Somente famílias e gente mais velha, sendo nós o único casal no estabelecimento.

Ele não gostou da pizza, achou mal servida e cara. Já eu, que estou acostumada com coisa boa, achei m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a. Ele não me deixou contribuir no momento de pagar a conta (ainda que tivesse reclamado do valor, dizendo que eu pagaria só na próxima) e em contrapartida pediu apenas que eu chamasse o Uber para nós, dali até a sua casa, que era bem mais perto de onde estávamos do que voltar para a minha.

Para a minha infelicidade, o que já estava lento parou de vez. Não transamos de novo em sua casa, ele colocou um filme para nós (um bastante sinistro, chamado: “Demônio de Neon”) e adormeceu com a cabeça deitada sobre as minhas pernas.

Após algum tempo que ele dormiu, pausei o filme e fui para o celular bombardear as minhas amigas de mensagens…

Para amiga 1:

Sim, minhas amigas sabem o que faço!
Sou mesmo muito detalhista, relatório completo!

Para a amiga 2:

Quando o filme acabou fomos para a cama, dormimos juntos naquela noite, porém nada de conchinha. Ele estava capotado. Dormi depois dele e acordei primeiro.

Amiga 1:

Esperei ansiosamente ele acordar para termos um matinal de respeito – já que não transamos na noite anterior, quando voltamos da pizzaria – e para o meu grande desapontamento, o matinal foi bem sem graça. Novamente fiquei com aquela sensação estranha de que ele estava executando a atividade somente por minha causa e não porque quisesse de fato.

Teve uma hora que fui por cima e ele fechou os olhos. Achei aquilo péssimo. Enquanto no primeiro encontro ele até acendeu a luz para me assistir gozar, agora ele ficava de olhos fechados, enquanto eu, lindamente, dava o meu melhor em cima dele. Gosto de olhar para a pessoa que estou transando e gosto mais ainda quando o outro também retribui o olhar. Fechar os olhos em algum momento ok, agora, permanecer o tempo inteiro de olhos fechados é broxante! Como se durante aquele tempo contínuo de ausência visual estivesse se utilizando da própria imaginação para pensar em outra pessoa. Me pareceu desinteresse e não me contive em interromper a transa. Saí de cima dele e falei que achava melhor fazermos uma pausa. Ele ficou sem entender, já que, afinal, a taradinha aqui parece estar sempre disposta e interessada.

Depois ele foi no mercado comprar algumas coisas para o nosso café da manhã e eu voltei a dormir mais um pouco. Não sei ao certo quanto tempo ele demorou para voltar, mas, tive a sensação que foi muito. Quando ele chegou, acordei na mesma hora com o barulho. Perguntei sobre a demora – apenas para me certificar que não era impressão minha – e ele disse que tal mercado estava fechado, fazendo com que precisasse ir até outro mais distante.

Fiz panqueca para nós, que não ficou das melhores já que alguns ingredientes tiveram que ser substituídos, mas, ele elogiou e comeu toda a sua parte. Durante a digestão do café da manhã assistimos a mais um filme – o convenci a assistirmos “A Família do Futuro” – e durante o filme rolou um negocinho!!!

De repente começou a rolar uma troca de carinhos. Talvez para ele fossem carinhos inocentes, mas, para mim pareceu uma abertura para algo mais, até porquê percebi que ele estava duro. Então abaixei a sua bermuda e comecei a chupá-lo. Ele entrou no clima e começou a me masturbar. Estava gostoso. Eu estava toda molhada. Ficamos naquela delícia por alguns minutos, até que interrompi para ir ao banheiro. Eu estava um pouco apertada e como todo o mundo sabe, transar com a bexiga cheia é mega desconfortável. Fui logo então, enquanto ainda estávamos nas preliminares ao invés de deixar para a hora H.

Daí, quando voltei, meus senhores, ele havia vestido a bermuda de volta!! Todo o clima tinha se dissipado e compreendi que não daria para retomar nada naquele momento. “Ok, vamos esperar o filme acabar”, pensei esperançosa. Lhes desafio a adivinhar o que aconteceu depois. Sim, acertou você que disse “nada”, absolutamente nada! Trocamos apenas alguns beijos e ele disse que também gostava só de carinhos, como se eu fosse uma ninfomaníaca que quisesse transar a todo momento. 

Nem tentei fazer a seduzente para conseguir alguma coisa, pois, naquele contexto seria como implorar e eu não precisava disso. Queria ser conquistada e não ter que conquistar alguém, ainda mais alguém que parecia tão inacessível sexualmente. Nunca imaginei que um boy da vida real me negaria fogo desse jeito. Sou de áries, gosto de intensidade! ? Emoções fortes! ? Coisas mornas não me encantam. Por acaso estávamos casados há mais de dez anos para já estar escasso daquele jeito?!

Aceitei as considerações dele numa boa e dali a pouco me vesti para ir embora, o que já estava previsto, independente de rolar uma nova transa ou  não. Ele gentilmente desceu comigo até a portaria e se despediu com o seu costumeiro: “tchau gata”.

Fui embora de lá sem uma saideira completamente frustrada! Como um cara que é apenas três anos mais velho do que eu, pode ter um ritmo sexual tão diferente?!

Amiga 2:

Maaaaaaaaaaas… apesar dos pesares, a história ainda não termina aqui! Ficamos juntos mais duas vezes e a próxima parte, que será a parte finalsim, acrescentei mais uma! – está ainda mais e-n-i-g-m-á-t-i-c-a!

Vocês não perdem por esperar! 

Enquanto isso… gostaria que continuassem compartilhando aqui qual a opinião de vocês a respeito de tudo que viram até o momento.

Seria eu uma tarada incorrigível? Precipitada e eternamente insatisfeita? Ou estaria ele exagerando por simplesmente não ter o mesmo apetite, não ser tão compatível ou qualquer outra discriminação que só quem está de fora poderia analisar? Quero saber!! Estou amando a interação de vocês nas postagens!! Continuem comentando!! ❤️❤️❤️

O Perspicaz | Parte 3: Pós-encontro

-Bom dia ******, chegou bem em casa?

-Bom dia ****, fui sequestrada! ?

-? Caramba! O que houve? Fala comigo! Tô preocupado!

-Estou brincando!! Hahahaha.
-?

Para mim, mais importante do que o pré e o durante, é o pós! Tão importante quanto todo o resto, pois, é nesse momento que você descobre quais são, de fato, as reais intenções do sujeito. O nosso “pós-encontro” começou bem, mas, foi enfraquecendo, o que me deixou mega frustrada. Quando me dei conta, as nossas conversas estavam ficando cada vez mais mornas. O que eu esperava também? Trocas de mensagens a cada vinte minutos? Nem antes de sairmos não foi assim e o rapaz tem um trabalho convencional, não é todo mundo que tem essa disponibilidade que eu tenho para responder mensagens…

Ignorem o erro de português, estava nervosa! Rs

Não é que eu esteja atrás de um namorado, ou marido, ou pai dos meus filhos (ou talvez esteja inconscientemente), mas, me causa um certo desapontamento quando vejo que alguém aparentemente promissor nada mais foi que um encontro vazio e supérfluo. Sei que há quem diga que no Tinder só se encontra isso, porém, discordo. As exceções existem em todos os âmbitos e situações, só não me deparei com elas ainda.

Nem mesmo nas duas vezes que tive autocontrole e fiz a difícil, não transando no primeiro encontro, nem assim os caras permaneceram interessados. O que funciona para um, não necessariamente funciona para outros, não é mesmo? Então confesso, fiquei sim um pouco chateada, pois, pareceu que ele também tinha curtido e se tinha sido legal e gostoso para ambos, por que não continuar e repetir?

Entrei em conflito por um tempo, mas, depois cheguei a conclusão que estava dando importância demais para alguém que acabara de conhecer. Por acaso eu estava perto do meu período menstrual para estar tão emotiva e sentimental? Precisava ser mais prática. Então, dois dias depois do nosso encontro joguei a isca para descobrir se ele ainda estava interessado. Não que ele não fosse legal comigo no WhatsApp, mas, ele demorava horas para me responder e sua simpatia, a distância, não me permitia saber se era sincera ou apenas uma mera formalidade.

-Oie, tudo bem? Vai me assistir tal dia mesmo? (Convite formalizado)

Ele respondeu seis horas depois.

-Boa tarde gata! Gata?? – Como você tá? Olha só que convite maneiro esse! Que horas é a peça?

-X hora.

-Então, eu quero muito ir. Mas, tenho que ir no bloquinho – é obrigado?? – com meu amigo que vai passar o carnaval aqui. Então se eu ficar muito louco e não ir vai ficar feio né? – À essa altura nem preciso dizer que achei a resposta dele péssima, né?! ?

-Muito feio, digno de separação! – Fiz a brincalhona, ainda que estivesse bem séria olhando para a tela.

-Hahahahaha.

E acabou aí. The end, game over, ele não disse absolutamente mais nada sobre o assunto. Fiquei decepcionadíssima! Desde a primeira conversa se mostrou tão interessado em me assistir e quando finalmente tinha a chance, me trocava por bloquinhos??! Faça-me o favor! Francamente! Onde já se viu?! ?

Naquela noite, antes de dormir, refleti demais sobre tudo aquilo. Refleti tanto, ao ponto de cair em mim, que eu estava exagerando. Só tínhamos saído uma única vez e era completamente normal que eu não fosse prioridade na sua vida. Eu mesma, não deixei de sair com uma amiga por causa dele, lá atrás, quando cancelei com ele repentinamente, antes mesmo de conhecê-lo. E daí que ele preferia ir para bloquinhos? Eu era o amor da vida dele por acaso? Não, né! E nem ele era o meu, então pra quê tanto drama?

Também estudei todo o nosso histórico de conversa desde o começo e cheguei a conclusão que quase sempre ele demorava para me responder do mesmo jeito e nunca fomos de conversar tanto no WhatsApp. Claro que, eu esperava que após nos conhecermos isso mudasse, mas não aconteceu, paciência.

Daí, como ariana teimosa e persistente que sou, dei a última cartada. Sim, eu sei que já disse lá em cima que tinha jogado a isca, mas, agora sim seria minha última tentativa. Revisitando nossas conversas, me deparei com uma brincadeira que ele fez comigo quando cancelei com ele da primeira vez (vide nesse post) e resolvi usar seus próprios truques contra si mesmo:

Não sei não, eu to muito confusa com tudo isso que tá acontecendo. Homens são todos iguais. Prometem mundos e fundos antes da primeira transa e depois que rola partem em busca de novos contatinhos em bloquinhos. Te negam um terceiro round com a desculpa de se guardar para o próximo encontro e esse fica só na promessa. Homens, quem precisa deles??

Vocês homens sempre dizem isso, mas sei que não é verdade… Eu me dediquei, me anulei por vc, pus nosso relacionamento acima de tudo, mas nunca houve reciprocidade.. agora eu entendo que pra vc eu sempre fui apenas um contatinho…

Se lembram disso? Mudei algumas palavras, encaixando no meu contexto, mas, em suma a base textual veio toda dele, o que me permitia brincar sem medo de parecer uma louca obsessiva kkkk.

Agora eu lhe pergunto: será que teve um efeito positivo? Se coloque no lugar dele e me diga nos comentários qual seria a sua resposta, se esta mensagem tivesse sido direcionada a você!

Quanto a resposta dele…  bem… farei um suspense até a próxima postagem. ?

CONTINUA…

O Perspicaz | Parte 2: Primeiro Encontro

Dezesseis horas. Foi esse o horário que combinamos de nos encontrarmos em um boteco pelas redondezas da Av. Paulista. A escolha do lugar foi ideia minha. A princípio sugeri um pub, mas, por ainda ser dia, reconsiderei. Cheguei a conclusão que encontrá-lo a luz do dia num lugar escuro e fechado, seria o mesmo que sabotar a mim mesma. Afinal, pouca maquiagem em lugar com pouca iluminação não é uma boa combinação. Minha make não seria valorizada e maquiagem forte seria muito over para o momento. Mulheres… sempre pensando nos detalhes.

Ele chegou antes de mim, pontual. Já eu, me atrasei dez minutos. O boteco estava completamente vazio, só dava ele lá me esperando. Entrei um pouco esbaforida pois, o motorista parou mais a frente e estava começando a chover. Ele se levantou para me cumprimentar e tenho que admitir… gostei do que vi. Fidedigno as fotos (tô parecendo alguns clientes falando agora rs). Pedimos algo para beber – ele cerveja e eu caipirinha de limão (não tinha outro sabor) – e então começamos a conversar.

Primeiros encontros para mim são como entrevistas de emprego. Você precisa causar uma boa impressão logo de cara, se esforça para mostrar que é bom o suficiente, o tempo inteiro é avaliado e ainda precisa lidar com o nervosismo. Eu pelo menos costumo ficar bastante nervosa quando, a primeira vista, a pessoa do outro lado da mesa me causa um certo interesse. Se eu não gostar do tal “pretendente” foda-se, vou ser eu mesma sem o menor pudor. Agora se gosto, fico ansiosa, tomando o maior cuidado para não cometer nenhuma gafe e objetivando me tornar o mais interessante possível aos olhos do outro. Chega a ser ridículo isso, pois é quando estamos mais relaxados que nos tornamos mais atraentes naturalmente. Que ironia da vida. Tão confiante na presença de um cliente, ainda que desconhecido, lidando com a nudez alheia e a minha própria da maneira mais tranquila e orgânica possível e em encontros da vida real sou a timidez em pessoa.

E você acredita que em pouco tempo de conversa, ele já me constrangeu??!

Por que você está nervosa?

-Eu não estou nervosa. Por que você acha que estou nervosa? – Levemente nervosa.

-Porque você está balançado sua perna.

Droga! Contra linguagem corporal não há argumentos! Como ele sentiu minha perna balançando por baixo daquela mesa de madeira que não nos dava nenhuma visão do que tinha embaixo? Será que eu estava encostando nele e nem percebi? O rapaz era esperto mesmo! Foi aí que ganhou o adjetivo de Perspicaz (além de outras situações que descobrirão no decorrer das postagens seguintes). O jeito foi admitir o crime e justificar elegantemente:

-Estou um pouco pois, não estou acostumada com esse tipo de situação. Foram poucas as vezes que tive encontros derivados do Tinder.

-Por que?

E assim foi, um assunto trazendo outro. Daí, mais a frente na conversa, ele solta outra avaliação a meu respeito:

-Não achava que você fosse tímida assim, nas redes (Instagram, ele quis dizer) parece tão solta.

-Ahh é diferente quando estou na presença de amigos ou pessoas que já conheço. Em situações como essa me sinto menos a vontade.

-Por que não está a vontade agora?

Ou seja, sempre me lançando as perguntas cabulosas. Parecia um psicólogo me avaliando o tempo inteiro.

-Se bem que você é atriz, né? Como vou saber se não está aí interpretando uma personagem para mim? A tímida misteriosa…

Nesse momento dei apenas uma risadinha igualmente misteriosa. Queria eu que fosse isso e não a realidade dos fatos. Mas, que bom que ele especulou ser apenas um “charminho” meu rs.

No entanto, não vou dizer que ele também não estava sendo avaliado. Aliás, antes de ser atriz, também sou jornalista e como já dizia Truman Capote: “Deus está nos detalhes”. Não foram 100% das coisas que saíram dos seus lábios que me agradaram. Gostei menos ainda quando ele revelou ser um homem promíscuo, que não teve relacionamentos longos (menos de oito meses) e que não acredita em exclusividade sexual.

-Não sou um cara para namorar! Foram exatamente essas palavras que ele usou.

-Poxa vida, só porque estou procurando o pai dos meus filhos? O que farei agora? – Zombei.

-Mas posso ser o pai dos seus filhos, não precisamos casar para isso. – E eu lá sou mulher de ser mãe solteira?!

O cara que diz isso logo de cara num primeiro encontro, está nitidamente dizendo: “só quero te comer”. Não precisa disso. Por acaso ele achou que eu me apaixonaria por ele perdidamente se já não me desse esse alerta de antemão? Relevei. Afinal, ele não sabia o que eu estava buscando no Tinder e preferiu ser transparente desde o princípio. Me desapontou um pouco, confesso, pois, caso viéssemos a sair mais de uma vez, eu teria que me policiar para não me envolver, o que é difícil. Mulheres costumam se envolver com maior facilidade do que os homens.

Conforme a bebida subia, ficamos com calor dentro daquele estabelecimento e o ar condicionado pelo visto não estava funcionando. Ele sugeriu sairmos de lá e darmos uma volta, irmos até o parque Trianon. Gostei da ideia de sair do boteco, mas, não tanto de ir para o parque, pois, sabia que requereria uma caminhada e eu estava de sandália, aquele tipo de sandália que você usa pra ficar mais bonita e não porque é confortável.

Pediu a conta e eis que chega um dos momentos em que o homem é extremamente avaliado. Será que ele vai pagar a conta sozinho ou vai aceitar minha sugestão de divisão? Particularmente não sou o tipo feminista e acho bacana sim o cara pagar a conta num primeiro encontro (ou demais encontros) como demonstração de gentileza. Sou das antigas. Cheguei a pegar o meu cartão na bolsa, mas ele se antecipou e entregou o dele para o garçom, sem mencionar qualquer divisão. Nesse momento perguntei se ele não queria dividir, ele apenas fez um careta que não e perguntou se eu tinha algum problema com isso. “Problema nenhum! Até prefiro!” pensei. Daí pedi licença para ir ao banheiro e o deixei colocando a senha do cartão.

Quando saímos do boteco e paramos para avaliar em qual direção deveríamos ir, ele lançou uma brincadeira um tanto boba, para conseguir um beijo meu. Eu dizia que o parque era para tal lado e ele dizia que era para o outro.

-Vamos apostar?

-Apostar o que?

-Apostar dinheiro seria feio, né? – Ele perguntou, já sabendo a resposta.

-Óbvio.

-Vamos apostar então que se você estiver errada terá que me dar um beijo. – Como se fosse preciso toda essa elaboração para eu ter que beijar ele rs.

Mas ele também me enganou nas informações transmitidas. Me fez acreditar que a Paraíso ficava para o lado contrário ao que ele estava indicando, fazendo com que eu apostasse num palpite fadado ao fracasso. Debati que nesse caso a aposta estava anulada, já que ele me sacaneou com fake news, mas, ele repetia que “aposta era aposta” rs.

Mas a brincadeira perdeu a graça quando nos deparamos com o parque fechado. Por algum motivo que desconhecemos. Nessa altura meus dedos dos pés começaram a doer naquela sandália linda, porém nada funcional, e pedi que fizéssemos uma pausa, momento esse em que até cogitei ele me carregar nas costas.

Durante esses minutos em que ficamos “desabrigados” sem saber para onde ir e eu com meus dedos doendo horrores de tanto andar,  meu encanto por ele deu uma diminuída. Não estava sabendo lidar com as adversidades e passei a sentir uma pontinha de raiva dele por me fazer andar tanto, mesmo eu tendo avisado logo que saímos do boteco que estava de salto (não que fosse um salto alto, mas, em suma, nenhum salto costuma ser confortável).

Daí ele teve a ideia de irmos para um pub, já que havia um próximo de onde estávamos. E a cada passo que eu dava, conforme a borracha da sandália roçava esfolando a minha pele, sentia meu dedo queimar cada vez mais. Passei a olhar os táxis que passavam com apelo, mas, realmente não valeria a pena pegar um táxi para um trajeto que chegaríamos absurdamente mais rápido indo a pé.

Pedi por uma segunda parada um pouco mais a frente e me sentei num ponto de táxi. Não para esperar um táxi de fato, apenas para dar mais um descanso para os meus dedos. Outra vez cogitei ele me levar nas costas. Descartei a possibilidade pois, estava de vestido e não éramos mais adolescentes para fazer esse tipo de coisa na rua. Nesse momento até tirei a minha sandália para ver o estrago e provar-lhe que não era frescura minha. Revelei meus dedos vermelhos, ele viu e disse: “ihhh vai fazer bolha”. Imagino que do ponto de vista dele a situação também não estava mais tão atraente ou encantadora como inicialmente, mas fazer o que, né? Não tem como continuar plena sentindo a dor que eu estava sentindo. 

Retomamos a caminhada e após um tempo finalmente avistamos o pub na esquina. Para mim foi como ver um lago no meio do deserto. Homens nunca conhecerão as mazelas femininas de ter um pé machucado por conta de um infeliz calçado. Me senti a mulher mais feliz do mundo quando sentei numa cadeira. Tirei a sandália e por baixo da mesa fiquei com meus pés descalços curtindo a total liberdade que podiam.

Novamente pedimos algo para beber – ele um chop e eu um drink sugerido pela garçonete – e retomamos a conversa. O ambiente estava mesmo mais interessante. Talvez no fundo não tenha sido uma boa ideia minha abortar o pub pelo boteco. Ali tínhamos uma penumbra sexy, uma música de fundo mais agradável, ar condicionado funcionando direito, ou seja, bem mais promissor e provavelmente o primeiro beijo sairia a qualquer momento. 

Estávamos sentados numa mesa de três lugares – nos sentamos de frente uma para o outro – e após mais um tempo de conversa, de repente ele fez sinal para que eu me sentasse mais perto, na cadeira vazia que ficava ao nosso lado. Não cedi de primeira e pedi que ele que se aproximasse sentando naquela cadeira ao invés de mim – mandona – , mas ele venceu. Me sentei mais perto e então rolou, minha gente. Rolou o primeiro beijo! ?

Pausa para uma das músicas da trilha sonora que compôs meus momentos de inspiração, enquanto narrava essa história… ?

Que beijo foi aquele Brasil??! Encaixou muito! Em pleno pub comecei a ficar excitada. Não conseguia mais me imaginar voltando para casa sem antes transar com aquele homem. Um beijo, um único beijo foi capaz de me deixar toda animadinha. Continuamos conversando, intercalando beijos com conversas, mas, não muito depois, obviamente, decerto, com certeza, rumamos para o apê dele. Facinha, facinha. Eu com tesão sou pior que homem. ?

Nos comportamos no Uber. Alguns beijinhos aqui e ali, mas, nada que constrangesse o motorista. Até usamos cinto. A viagem demorou mais do que eu queria, uns vinte minutos, talvez? Confesso que não lembro. E quando chegamos, não foi aquela coisa insana de começar a se agarrar loucamente derrubando tudo que esbarrávamos pela frente. Pelo contrário. Foi como se tivéssemos retrocedido o tesão que nos levaste até ali. Ele fez algumas coisas primeiro, como ir ao banheiro, beber uma água, colocar uma música, trocar de roupa, bolar um beck e eu fiquei explorando o apartamento, olhando seus quadros, suas fotos, enfim, a decoração que estava a disposição para ser observada.

Depois também fui ao banheiro e me surpreendi quando vi um pacote de lenços umedecidos em cima da caixinha da descarga. Homem que se preocupa com esse tipo de coisa é louvável. ?? Aproveitei e dei aquela renovada na minha menina e sorrateiramente também já tirei o meu sutiã – como usava um vestido tomara que caia, o sutiã não era nada atraente, daquele que gruda na teta, sabe? – , seria muito estranho ele tendo que descolar aquilo de mim como se tivesse removendo um esparadrapo. ?

Saindo do banheiro, disfarçadamente fui até a minha bolsa e guardei o sutiã – no maior cuidado para um lado não grudar no outro – e guardei a calcinha junto – sei lá, fez mais sentido tirar logo tudo rs – e me juntei a ele no sofá. Iniciamos uma nova sessão de beijos…

Pausa para uma música de outra playlist mais condizente… ?

Conforme nos beijávamos, sua mão ia subindo pelas minhas pernas e ele se surpreendeu quando viu que eu estava sem calcinha – achei até um tanto curioso que ele tivesse percebido antes mesmo da sua mão chegar onde estaria o mísero pedaço de pano – .

-Você estava o tempo inteiro sem calcinha?

-Não rs. – Poderia ter dado uma resposta mais provocadora, mas não me ocorreu nada na hora.

Nos calamos com mais beijos, até que abaixou meu vestido, despindo os meus seios, para logo na sequência levar sua boca até eles. Depois me deitou no sofá e veio por cima de mim. Ahh como eu adoro quando o homem conduz as coisas!! ? Nos beijamos muito naquele sofá. 70% do tempo dispensado com as preliminares foram naqueles beijos. Beijos repletos de tesão e desejo, mas também havia carinho. Aquele tipo de beijo sem a menor pressa de acabar, sabe? Nossa… beijar é bom demais… ?

Após bastante tempo apenas nos beijando, ele me pegou no colo e me levou para seu quarto. Delicadamente me deixou na cama, continuou me beijando, até que desceu para me chupar. – Homem que faz as coisas primeiro na mulher para depois pensar em si próprio também é algo extremamente louvável! ?? – E quando sua língua encostou na minha menina, revirei os olhos de prazer. Que chupada deliciosa. Ou ele realmente era muito bom no que estava fazendo ou eu que estava menos exigente por conta do álcool já ingerido rs.

Me chupou com maestria por algum tempo, mas, não consegui gozar pois, estava muito eufórica. Anunciei que também queria chupá-lo e ele pareceu se surpreender com a minha iniciativa. Eu estava mega curiosa para conhecer seu pau, ainda não tínhamos sido apresentados. Comecei a chupá-lo com a maior dedicação, não muito diferente de quando estou atendendo alguém. Meu capricho não passou despercebido da sua perspicácia e me elogiou, dizendo que eu chupava muito gostoso. Internamente eu sorria de satisfação. Modéstia à parte, sei que mando bem no oral. ?

Depois me reteve por estar quase gozando e se levantou para pegar um preservativo dentro de uma gaveta. Nas poucas vezes que tive transas fora do profissional, quase nunca essa iniciativa partia do homem (a preocupação pela camisinha). Mais uma vez ele ganhou pontinhos. Encapamos e ele veio por cima, do jeito que eu gosto, no papai e mamãe. Foi uma transa deliciosa meus senhores. Depois de um tempo invertemos para que eu fosse por cima e nesse momento ele até acendeu a luz, pois, disse que queria me ver gozando. Safadinho.

Me masturbei ao mesmo tempo em que transávamos e gozei deliciosamente. Depois que fiquei com as pernas bambas demais para continuar conduzindo alguma coisa, ele me colocou de quatro e seguiu com as estocadas até o seu gran finale. Essa parte sexual não fugiu muito do que já tenho com os clientes. Fala se não sou  uma pessoa privilegiada?! ?

Daí ele foi se banhar e depois retornamos para a cama. Conversamos bastante. Contei da minha primeira vez, do vaginismo e mais assuntos pessoais que não convém expor aqui. Até que acabou rolando o segundo round. ? Mas, infelizmente essa nova transa não deu pé. Eu, com essa minha constante preocupação em agradar (hábito adquirido com a profissão), acabei cortando o clima num momento em que falei pra ele que se tivesse cansado (ele estava bombando há bastante tempo), eu poderia ir por cima. Ele saiu de cima de mim um pouco incomodado, dizendo que eu precisava relaxar e deixar rolar, sem ficar me preocupando com isso, que não tinha maneira melhor de “morrer” de cansaço do que transando. Preciso relaxar mais mesmo. 

Depois fui tomar um banho e nesse momento fui surpreendida com mais um elogio seu:

-Nossa, sou apaixonado por pelos loiros! – Eu estava com alguns pelinhos pubianos (já me encontro devidamente depilada) e sinceramente nunca achei que meus pelos fossem loiros. ?

Já ia me preparar para ir embora, quando ele monopolizou o meu vestido e me puxou para o sofá junto dele. Eu não estava com pressa de ir (na verdade, também queria ficar mais), então me permiti ficar mais um pouco. Enquanto isso, ele vasculhava o IFood por algo para comermos e eu, já me sentindo de casa, peguei o controle da TV e comecei a buscar por filmes. 

-Você disse que ainda não assistiu “Divertidamente”, né?! – Perguntei despretensiosamente.

Não assisti não. Coloca aí! – Ele topando assistir desenho numa boa?! Fiquei impressionada! ?

E lá estávamos nós, assistindo Divertidamente no pós-sexo. Dá para acreditar? Achei muito amorzinho esse rolê. ❤️ Quando o IFood chegou e ele desceu para buscar, eu aproveitei para vestir minha roupa, o que não passou despercebido por ele, que já voltou interrogando:

-Quem mandou você colocar a roupa? 

-Não vou comer pelada rs.

Depois que comemos, ele deitou com a cabeça no meu colo e terminamos de assistir o desenho daquele jeito. Foi uma delicinha, rolou muita sintonia entre nós e quando vi já tínhamos piadas internas. Por exemplo, teve uma hora que eu estava lhe fazendo um cafuné e numa parte tensa da história do filme, cravei minhas unhas no cabelo dele inconscientemente (e olha que eu já tinha assistido antes e sabia o que ia acontecer rs). Ele resmungou que eu estava puxando seu cabelo, pedi desculpas, mas, dali a pouco fiz de novo sem querer.

– Você está arrancando os meus últimos fios de cabelo. – Ele se fez de bravo, mas via-se que não estava falando sério.

-Me deixa, que eu tenho tesão em careca! – Brinquei também. ?

Um outro momento que novamente ficamos de brincadeiras bobas desse tipo, foi quando estávamos no hall do prédio esperando meu Uber chegar. Eu estava sentada no seu colo e queria beijá-lo mais, mas, ele não compartilhava da minha vontade. Daí, com a minha cara de pau de quem não se contenta em não conseguir o que quer, perguntei se ele não queria beijar mais e ele disse que não, que estava sem cueca e não podia ficar de pau duro. Daí, dois segundos depois eu levantei seu queixo a força e enfiei a minha língua na boca dele, sem pedir permissão. Ousada ela. ??‍♀️

-Minha boca foi estuprada? É isso mesmo? – Ele se divertiu.

Foi gostoso. Ele até me convidou para dormir lá, mas, eu tinha coisas para fazer no dia seguinte pela manhã e dormir assim logo de cara foge das minhas regras. Além do que, já tínhamos passado muito tempo juntos. Voltei para casa duas horas da manhã. 

 

Continua…

 

O Perspicaz | Parte 1: Pré-encontro

Hello meus amores!

Sumi né? 

Tenho recebido algumas mensagens de pessoas preocupadas com o meu sumiço. Calma, está tudo bem! Continuo atendendo normalmente e tá tudo lindo! Entretanto, também estão acontecendo algumas coisas (boas) na minha vida pessoal, que, no momento, requerem minha dedicação muito mais que alimentar conteúdo no Twitter ou aqui no blog (esse último me chateia um pouco, pois, AMO escrever pra vocês ❤️).

O que de certa maneira está sendo bom! Passei muito tempo da minha vida focada apenas no meu lado profissional e agora estou me dedicando também a mim mesma, a essa pessoa doce que está por trás do pseudônimo “Sara”, que poucos conhecem de verdade. Mas, repito: continuo atendendo normalmente, isso não quer dizer que vou ou estou abandonando isso aqui (pelo menos não no momento rs).

Dito isso, vim compartilhar com vocês mais uma experiência que tive com o Tinder! Lhes aviso de antemão que esse post está ENORMEEEEE, contudo, como não estou mais postando com a mesma frequência de antes, podem ler um pouquinho a cada dia e assim lhes farei companhia até a próxima postagem! ?

Lembrando que: Comentários ao final de cada post são sempre bem vindos! Me motivam a continuar e mostram se estou no caminho certo ou não com essa nova abordagem de conteúdo aqui no blog. Então não se acanhem!

Por hora, pretendo dividir as postagens sobre esta experiência em quatro partes:

  • Pré-encontro
  • Primeiro Encontro
  • Pós-encontro
  • Segundo Encontro

Vamos lá então?! ?

Sobre ele:

Pele bronzeada, uma leve barba e óculos de armação grossa.

Sua frase do “sobre mim”:

Quero um coração leve!

1,77m (mais alto que eu, gosto)

Vamos ao diálogo:

-Hey! 🙂 – Ele tomou a iniciativa.

Hello stranger! ??‍♀️

Hello psycho! Tudo bem aí? – O “psycho” imagino que seja por conta da minha descrição nada convencional do sobre mim (alterei desde a última vez para algo mais louco e fora da casinha rs). 

-Hahaha. Por aqui tudo bem e por aí?

-Sim, mais um domingo preguiçoso. E vc? O que aprontou no fds?

-Nem me fale de preguiça, vim tomar café numa padaria só agora. Sobre o fds, bom, apresentei uma peça ontem do núcleo de teatro que faço parte, quase saí pra noite com uns amigos depois, mas, fiquei tão cansada que acabou em pizza rs. E você? Aprontou muito?

-Que legal! Me conte mais da peça! Qual é o seu personagem? Qual é a história?

** Informações confidenciais **

Que legal! Eu quero assistir, tem como? O meu fds foi tranquilo, ontem fui num barzinho com uns amigos e só. Hj to curtindo a preguiça, mas daqui a pouco vou passar roupa! ?

Pausa para uma observação: reparem no interesse dele em me assistir desde a primeira conversa. Mais para frente entenderão o porquê deste adendo.

Passar roupa??? Fazia tempo que eu não via um homem dizendo / fazendo isso! Rsrs. Ai que delícia, que barzinho foram? E sobre a peça, quem sabe? Ficarei em cartaz todos os ****** de fevereiro. Quem sabe se conseguirmos nos conhecer até lá. Rs. – Afinal, não chamaria um estranho para assistir a minha peça.

-Pois é, tô sem diarista. Haha legal, tomara que eu consiga te conhecer / ver a peça.

… Enfim, não vou ficar me prolongando nessa conversa inicial, pois, muita coisa ainda está por vir. Ele disse onde trabalhava, onde morava e sugeriu marcarmos um happy hour qualquer dia desses. Trocamos instagram, tentamos combinar o encontro por lá, mas, como o papo demorava a fluir, de ambos os lados, por ser um insta e não whatsapp, chegou o grande momento em que trocamos números de telefone.

No começo o meu nível de interesse por ele era médio. O achava bonito, o papo, apesar de não ser grande coisa, estava fluindo, mas, o que fez dar um salto no meu alerta interior, do tipo que me fizesse pensar: “humm esse cara parece ser mais interessante do que eu pensava”, foi quando ele reagiu de maneira extremamente brincalhona a um cancelamento da minha parte.

Por motivos pessoais precisei cancelar nosso date avisando-o no mesmo dia. Me desculpei dizendo que não lembrava do nosso encontro (realmente não lembrava) e ele ainda me mandou um print da nossa conversa na parte em que eu dizia para irmos tal dia e horário em tal lugar, me parecendo até um pouco chateado pelo cancelamento repentino. Daí, quando finalizei com um: “Me desculpe”, ele me surpreendeu demais com o seu bom humor:

-Não sei não, eu tô muito confuso com tudo isso que tá acontecendo. Para mim confiança é que nem um cristal, sabe? E agora você quebrou esse cristal. Não sei como encarar nosso relacionamento agora. Acho que vou precisar de um tempo. Um tempo para cuidar de mim. Tenho que parar de priorizar os outros e focar em mim mesmo.

Me conquistou. Ele poderia ter respondido somente um “tudo bem, remarcamos para outra data”, mas, foi além, fez piada com a situação. E se tem uma coisa que eu adoro em um homem é bom humor e jogo de cintura. Entrei na brincadeira dele:

-Não me julgue por apenas uma falha minha, nunca pisei na bola contigo, prometo que não vai se arrepender de dar uma segunda chance para o nosso relacionamento. Merecemos isso! Não jogue fora nossos 5 dias juntos!

E ele continuou:

-Vocês homens sempre dizem isso, mas, sei que não é verdade. Eu me dediquei, me anulei por você, pus nosso relacionamento acima de tudo, mas nunca houve reciprocidade… agora eu entendo que pra você eu sempre fui apenas um contatinho…

-Será que vossa senhoria me permitiria me redimir com você amanhã? Ou semana que vem?

-Não sei, vou ver e te aviso (agora vou fazer charme hahaha)

O respondi com uma figurinha, ele respondeu com outra e não nos falamos mais naquele dia (era 17h25).

No manhã seguinte, às 08:48, ele já me mandou msg de bom dia. Conversamos no decorrer do dia sobre algumas coisas, fui presenteada com uns dois áudios dele (diga-se de passagem que adorei a sua voz) e ele perguntou se poderíamos nos encontrar naquela tarde, já que na mensagem do dia anterior eu sugeri jogarmos nosso encontro para o dia seguinte. Mas, como quando eu tinha proposto ele fez aquele tal charme, não contei com o date e marquei outro compromisso. Ia jantar com uma amiga que não via há tempos e me recusava a cancelar com ela por causa de macho.

A velha dicotomia dos sexos né… se fosse entre homens, não precisava nem perguntar, era só avisar: “Brother, apareceu uma ocorrência do Tinder, preciso atender. Depois a gente marca!”. E o amigo responderia: “Caramba, se deu bem hein sua bichona? Deixa eu ver quem é! E depois me conta como foi”. – Novamente me brindando com seu bom humor.

-Sendo assim, apesar de querer muito te conhecer hoje (e eu queria mesmo), não posso dar mancada com ela. Vamos combinar nosso encontro para x dia da semana que vem? Sem falta, exceto com atestado de óbito de ambas as partes.

-Tá bom, mas, já prevejo um atestado de óbito forjado. – Todo engraçadinho.

-Posso marcar aqui na agenda então? Ou acha que até lá perdeu o interesse? Rs.

-Então… temos um fds de bloquinhos pela frente né… Hahaha.

Aff fiquei furiosa com a insinuação. Onde já se viu, me comparar com mulheres bêbadas e facinhas de bloquinhos?! Sou muito mais interessante que isso! Não consegui disfarçar o meu ressentimento:

-Péssima resposta rs. Então tá, deixarei minha agenda livre e caso você decida depois, pode acontecer de novo o que aconteceu hoje e eu já ter marcado algo. Um bom fim de semana e boa sorte com os bloquinhos.

Minha alfinetada não passou despercebida de um homem inteligente como ele.

-Hahahaha não precisa apelar. Pode reservar, tenho certeza que teremos um encontro divertido!

Mais tarde, no mesmo dia, voltamos a conversar:

-Como tá indo o plano B para hoje? Salvou a noite? – Perguntei curiosa, já que mais cedo, quando ele perguntou se poderíamos nos encontrar, disse que se eu não pudesse, ele teria que pensar num plano B para aquela noite.

-Nenhuma oferta tentadora suficiente para me tirar de casa ainda. Vou fumar um e ver filme, amanhã o dia será movimentado.

Fumar um? Sincerão ele! Gostei.

Humm então você também curte fumar um? Interessante… Se quiser posso te indicar algum filme.

-Eu gosto, me cativa mais que álcool. Pois me indique, vejamos se você tem bom gosto. – Claro que tenho bom gosto, querido!

-Vou te indicar um incrível do Will Smith, se é que você já não assistiu também. Se chama “Beleza Oculta”. Tem na Netflix.

-Já assisti.

-E o que achou?

-Bom. Nota 7,5.

-Não concordo com a sua nota. Mas, vou respeitar. Me indica algum que você gosta pra eu entender o seu gosto.

-Muito bem. Democracia é isso. Me diz 10 filmes que você indicaria pra qualquer pessoa. 1- Beleza Oculta. – Já preenchendo o que seria a primeira indicação da minha lista rs. Abusado!

Você também. – E insisti para que ele enviasse a lista dele primeiro.

E lá veio ele com seu ranking requintado:

  1. Bastardos Inglórios
  2. Pulp Fiction
  3. Clube de Luta
  4. Edukators
  5. A Vida dos Outros
  6. Férias Frustradas
  7. Forrest Gump (mas todo mundo já assistiu)
  8. A Banda

– … Depois eu coloco mais dois que já acendi o beck. Cadê a sua lista?

Confesso que fiquei até um pouco envergonhada de mandar a minha playlist de filmes depois de uma lista dessas, mas, pensei: “foda-se, não vou fingir ser algo que não sou, se for pra gostar de mim, terá que gostar exatamente assim.” E enviei a minha lista nada exigente, nem tão adulta, quanto a dele:

  1. Beleza Oculta (história criativa, diferente e tocante)
  2. Efeito Borboleta (simplesmente incrível)
  3. Diário de Uma Paixão (o melhor romance que já fizeram)
  4. Garota Exemplar (gosto de filmes de psicopatas também)
  5. Meninas Malvadas (é adolescente, porém um clássico)
  6. Divertidamente (amo desenhos)
  7. O Lobo de Wall Street
  8. Eu os declaro marido e Lary (uma comédia incrível)
  9. Chamada de Emergência (suspense)
  10. O preço do amanhã

-O Preço do Amanhã tem um excelente argumento, mas, o roteiro não desenvolveu bem. Acho que vou assistir um ep de Dark mesmo – Ou seja, achou a minha lista uma bosta haha.

Bem nesse momento eu estava quase chegando onde ia encontrar minha amiga também e nos despedimos. Achei que não nos falaríamos mais até o dia do encontro, mas, no fim de semana recebi sua mensagem:

-Boa sorte na apresentação! 😉 – Fofo!

-Obrigada! Só vai restar mais duas oportunidades pra você vir, hein!

-Tô esperando o convite!

-Se um certo alguém não apresentar nenhum atestado de óbito no dia do nosso encontro, pode ser que role o convite. 😉

-Não apresentarei nenhum atestado.

E enfim chegou a data do encontro…

-Você só tem até o meio dia para apresentar o atestado, viu? – Ele começou a conversa.

-E você só até às 11h. Te resta  apenas 4 minutos.

Nenhum dos dois cancelou.

 

Continua…