Teimoso

Cliente 207 – “O Teimoso”

Nosso diálogo foi bastante problemático desde o início. Ele é de outro estado e do nada me mandou a seguinte mensagem:

Parecia que estávamos continuando uma conversa inacabada rs, e fiquei boiando no porquê dessa satisfação para uma pessoa que ele nem conhecia, vindo de um número que nem foto tinha.

Passou-se uma semana e me enviou um arquivo em PDF. ?

Um mês se passou e dessa vez me enviou um vídeo, que obviamente nem baixei, apaguei e o bloqueei; visto que continuava sendo inconveniente, uma vez que deixei claro (e que ele já sabia) que detesto receber vídeos ou fotos de estranhos.

Mais três meses se passaram e me contatou por torpedo. Eu não sabia que se tratava da mesma pessoa. Foi objetivo, informou que viria para São Paulo e gostaria de agendar um encontro comigo, no hotel em que se hospedaria, próximo à Avenida Paulista. Seguimos a conversa amigavelmente e então revelou ser quem era:

Enfim. Lhe dei esse voto de confiança e o encontro aconteceu.

Ele estava muito animado para a nossa noite e fez mil planos. Queria me levar para jantar fora, antes de irmos para o quarto do hotel, e me enviou três links com opções de diferentes restaurantes. Claro que achei a iniciativa bacana e até me prontifiquei a dar uma olhada nas opções depois. Porém, de legal passou a ser chato, me enchendo de opções cada vez mais, sendo que nem ele sabia o que queria direito. ? Daí tirei meu time de campo e falei para decidir sozinho, o que resolvesse para mim estava bom.

Lição para a vida: Quem planeja demais, no final não cumpre nada do que planejou!

E foi exatamente o que aconteceu, teve tantas ideias e no final das contas não me levou em nenhum daqueles lugares. Alegou que perderíamos muito tempo no trânsito, sendo que o horário agendado nem era horário de pico rs. Então nos encontramos na catraca do metrô Consolação e seguimos direto para o hotel mesmo. ??‍♀️

Apenas nesse pequeno trajeto, já tive duas decepções: 1- Ele tinha um puta mal hálito, tão forte que eu sentia só de conversarmos andando na rua; ? 2- Ficou querendo que eu andasse de mãos dadas com ele em plena Avenida Paulista, um local super propício de eu encontrar alguém conhecido. Sem contar a grande diferença de idade entre nós, seria bastante constrangedor para mim dar a mão para ele, pois estava nítido que não era uma relação de pai e filha, que dirá de marido e mulher ou namorados.

Eu recusei obviamente e expliquei que não trocava carícias em público, pois tenho uma vida particular que poderia ser prejudicada se eu fizesse isso. Também acrescentei que para isso ocorrer, só estando num lugar totalmente diferente dos que costumo frequentar (em alguma viagem por exemplo).

Já no quarto, conversamos bastante primeiro, e quanto mais ele falava, mais aflita eu ficava, temendo pelo momento em que rolaria o beijo. É broxante beijar alguém com a boca fedendo. ?Como eu poderia sugerir que ele escovasse os dentes, sem ser grosseira? Fiquei maquinando algum plano na minha cabeça, até que tive uma grande ideia! ?

Milagrosamente lembrei do Ferrero Rocher que havia ganhado do cliente anterior! (Sim, o cliente 206, que até acabei esquecendo de citar no relato, que ele me deu um pacotinho com 3 Ferreiro Rocher dentro!) Esses chocolates me salvaram!! Lhe ofereci um, com o argumento que era bom beijar com gosto de chocolate na boca, e torci para que não recusasse rs. Felizmente deu certo, e ele aceitou! Ufa! ??

À essa altura, estava sentado ao meu lado no sofá, e começamos a trocar carícias durante o papo. Conversa vai, conversa vem… nos beijamos! Os beijos foram lentos e demorados, estava agradável. Daí tirou minha blusa, na sequência meu sutiã, e então fomos para a cama, com uma breve pausa antes, para terminarmos de nos despir. Permanecemos apenas com a parte de baixo e nos deitamos sobre o lençol. Mais beijos, daí tirou minha calcinha e me chupou na mesma hora.

Depois voltamos aos beijos e então foi a minha vez de fazer oral nele, que assim como com o cliente anterior, não durou muito e já quis transar. Peguei a camisinha, encapamos, passei o gel e pedi que viesse por cima (já que tinha pau grosso), e ressaltou que só fazia por cima mesmo. Então tá né rs. Entrou devagar e estocou por bastante tempo, ora rápido, ora devagar.

Eu sou uma pessoa que, apesar de em alguns pontos não me agradar com o cliente, na cama procuro curtir mesmo assim, e com ele não foi diferente. Estava gostoso, então comecei a me masturbar e tive uma gozada fantástica, quando ele alternou de papai e mamãe para frango assado. ? Continuou metendo por mais um tempo, até gozar também.

Depois ficamos deitados conversando, e às vezes o assunto não batia, principalmente quando ele insistia em dizer que era rude da minha parte reclamar de vídeos e fotos, além de muitas vezes insistir em saber o meu nome ou onde eu estudo, como se o fato dele morar em outro estado lhe garantisse alguma vantagem na resposta. ? Determinado momento seu celular tocou e avisou que era do trabalho. A ligação foi duradoura, e após alguns minutos sem fazer nada, resolvi aproveitar para tomar banho. Quando voltei do banheiro, ainda estava em ligação rs.

Felizmente a proposta do jantar ainda estava de pé! Só não ocorreria naqueles diversos lugares que ele cogitou rs. Sugeri um restaurante nas redondezas, que havia ido com o Cliente 84, chamado Cantina do Piero, mas acabamos deixando para lá, já que eu não lembrava o caminho e ele também não se prontificou em chamar um táxi.

Era muito indeciso e não conseguia definir se era melhor comermos no restaurante do hotel ou tentarmos algum outro lá fora. Como gosto de homens decididos e que se informam das coisas antes, sugeri de comermos no quarto mesmo, pois toda aquela indecisão estava me deixando sem paciência. Por um momento ele aceitou (relutante), e até tentamos pedir, mas voltou atrás devido a bebida que ele queria pedir junto, não ser feita com determinado complemento de sua preferência. Daí me disse que tinha visto um restaurante italiano na esquina, e fomos até lá dar uma olhada. A comida na verdade era mineira e por kilo rs, voltamos para o ponto de partida. No final de toda aquela novela, decidiu que comeríamos no restaurante do hotel. Pegamos o elevador e fomos até o terraço.

Imediatamente parecia que estávamos em outro lugar! O restaurante era divino! Com música ao vivo, ambiente agradável e gente bonita. Podíamos ter evitado toda aquela perda de tempo e ido direto para lá. Quando o garçom veio nos atender, me perguntou se o acompanhava numa Caipirinha. Respondi que sim.

Daí voltou aquele climinha chato, e ele comentou insatisfeito que eu continuava fria. Perguntei por que estava com essa impressão. Seu embasamento se deu ao fato de eu continuar relutante em trocar carícias em público ? e acrescentou que achava ser por conta da nossa diferença de idade (ele devia ter uns 55/60). Realmente ali onde estávamos naquele momento, dificilmente eu encontraria algum conhecido, mas confesso que ainda assim não me senti à vontade para tal.

Não tínhamos essa intimidade e se não sou de fingir gemidos, porque haveria de fingir um sentimento que não era real? As poucas vezes que troquei carícias em público – com clientes – foram espontâneas, tínhamos uma certa afinidade para isso e não ocorreram em primeiros encontros. Não adiantava eu lhe explicar tudo isso, e continuei com o discurso que poderia encontrar algum conhecido ali.

A Caipirinha foi feita à base de cachaça (e não vodka ou saquê) então em poucos goles já comecei a ficar mais alegrinha e sorridente rs. O papo foi ficando mais light e ele até comentou que seus planos eram justamente me levar para jantar primeiro, para que depois de beber e conversar, fôssemos para o quarto mais entrosados, como estávamos naquele momento. Pena que ele não teve atitude desde o início, e deixou que a indecisão conduzisse as coisas.

Infelizmente não aguentei comer toda a comida, nem terminar a bebida do copo. E por volta das 22h, chamamos o Uber para que eu fosse embora. Ele já havia me pagado desde que entramos no quarto, e na hora de ir embora, ainda me deu dinheiro a mais para pagar o motorista (a corrida ficaria em torno de R$60 e me deu R$100). O encontro foi de 3 horas e acabei lhe dando um beijo de despedida na rua.

Apesar de todo o contexto e do seu insuportável mau hálito, em suma gostei bastante do encontro, e cogitava colocá-lo em Clientes que Gostei. Porém, voltamos a nos desentender no WhatsApp alguns dias depois, e a balança pesou para o lado contrário.

Como podem ver, novamente iniciou uma conversa falando nada com nada. E na verdade, se respeitasse mesmo, não insistiria em mandar vídeos contra a minha vontade, não é mesmo?! Ainda entrou em contradição, quando disse que “não mandaria mais outro” e seis dias depois… adivinhem? Foi a gota d’Água pra mim! ?

Podem me achar uma chata, por estar reclamando de algo assim, mas porra, qual a dificuldade de entender que eu NÃO GOSTO DE RECEBER VÍDEOS?! É difícil respeitar minha vontade, uma vez que estamos falando do MEU celular??! Se ainda estivéssemos conversando sobre algo e o vídeo fosse condizente com o assunto, eu até relevaria, mas sequer mantivemos contato, e de tempos em tempos ficava me incomodando com isso. O que o assunto “autismo” tem a ver comigo?! Com todo o respeito aos autistas e seus familiares, mas o que me importa que o dia da mentira também seja o dia do autista?! Qual a ligação de um vídeo desse com o meu dia a dia de GP?! A pessoa já havia sido bloqueada por conta disso uma vez, e ainda assim não conseguia aprender?! Só porque saiu comigo uma vez, já achava que mudaria o que eu penso sobre esses envios?!

E sabe o que me deixou ainda mais puta?! Ele ter se ofendido e me bloqueado! Me bloqueou por algo que ele estava ciente desde outubro do ano passado! Cada vez mais, gosto menos de atender homens muito velhos. Essa terceira idade é mesmo INCAPAZ de evoluir com os seus erros e de RESPEITAR a diversidade, que não se agrada com as mesmas coisas que eles!