Desaventuras Amorosas em Série – Parte 2

– Eu acho que vi um gatinho 🌚

Essa sou eu, interagindo no storie de um cara muito gato no Instagram, cujo derivou do Tinder, é claro. Não chegamos a dar match, mas na bio dele tinha o seu insta, então não perdi tempo. Após liberar a minha solicitação e me seguir de volta, esse storie foi sua primeira postagem, após nos adicionarmos. Se tratava de uma selfie no espelho do elevador. Lindo de corpo, lindo de rosto, ele definitivamente era o meu número! 

– 🌝 É tudo filtro. – Ele respondeu demonstrando bom humor. 

– Hahaha sabemos que não. 😏

– 👀 Ah é? Como tem certeza?

– Muito simples, não tem marcação de filtro no storie haha. Sua beleza é legítima. 

– Verdade, vc tem razão sobre o filtro. Mas quanto a beleza, sou apenas um cidadão brasileiro no meio da multidão. 

Gato e humilde! Conseguia ser ainda mais atraente! 

– Mas a gente pode marcar pessoalmente. Daí fica mais fácil vc tirar essa prova.

Encontrar aquele Deus Grego ao vivo? Era tudo o que eu queria! 🤩 

– Gosto da ideia! Pq tô achando que você não tá dando o real valor pra esse gatinho no espelho.

– Você é de Sp?

– Sim! E você?

Quando respondi, ele já tinha dormido, me respondeu no dia seguinte, 06:34 da manhã: 

– Bom dia. Ah sim, não é longe eu acho. Moro na zona sul, perto do shopping Ibirapuera.

– Como ele acorda cedo. Uau! Moramos perto, nada que um Uber não resolva rapidamente rs. Bom dia.

17:43

– Boaaa tarde. Tava na correria aqui do trabalho, hoje tive que ir pro escritório. Mas tenho o costume de acordar cedo, até quando não precisa.

20:11

– Eu também sou assim! Nos finais de semana é triste rs.

21:47

– Pois é haha. Queria conseguir ficar mais tempo na cama, mas meu corpo pede pra levantar. Vc tem algum animal de estimação? 

00:46

– No meu caso, o corpo quer dormir mais, mas o cérebro está super desperto, daí não consigo pegar no sono de novo rsrs. Tenho sim! Dois gatos!! E você? 🙂

Vejam que a conversa ia bem, leve, promissora.

Até que… 

… estagnou aí! 

A minha resposta não tinha sido visualizada, achei que talvez ele estivesse sem entrar no Instagram, porém, vi sua carinha ali nos visualizadores do meu storie! “Que estranho”, pensei. Será que ele esqueceu de entrar na nossa conversa? 🤔 Fiquei com essa dúvida. Daí, resolvi mandar uns olhinhos, para dar um refresh lá no nosso bate papo. 

– 👀

Ele respondeu imediatamente!

– O que foi? Kk. Foi mal mas vc demorou horas pra me responder. Ia te chamar pra fazer algo. Mas de boa kk, deixa quieto do jeito que tá.

Oi? Eu tava falando com a mesma pessoa?? 😮

– Do que você tá falando? – Perguntei confusa. 

– Só falei que parei de te seguir por esse motivo (eu nem sabia que ele tinha parado de me seguir). Sei lá, pra mim isso parece q a pessoa não tá afim. Só tenho esse ponto de vista.

Fiquei perplexa olhando para a tela do celular. 

– Eu te respondi, você que não entrou mais na conversa pra ver. Não entendi esse surto rs.

Eu jurava que alguém tinha entrado no Instagram dele e apagado a nossa conversa, algo que justificasse aquela acusação de não ter respondido ele. 

– Surto? Só disse que levou muito tempo pra responder. Isso não é surto, só ponto de vista.

Oi?????

– Rapaz, te respondi 3 horas depois pq tenho uma vida e não fico sempre no Instagram. Tô sendo cobrada por demorar pra responder numa rede social! 😨

– Ué respeito. Só não tô entendendo pq vc tá brava. 

Eu tava brava?? O cara rebatia meus argumentos com umas coisas nada a ver! 

– Quem tá bravo é você kkkk. Que temperamental. 

– Não cobrei em hora alguma, só acabo perdendo o interesse kkk. Não tá afim tudo bem.

Gente, nunca me deparei com isso na minha vida. Sério! 😮 Era inacreditável que o cara ficasse afetado porque demorei três horas para respondê-lo!

– Olha eu até estava, te respondi assim que pude, você cagou e não entrou mais na conversa pra ler, o que achei mega estranho, pq você continuou olhando meus stories, mandei os olhinhos achando que você talvez tivesse esquecido de abrir a conversa e me deparo com isso. Sério, estou assustada com esse comportamento. Quem não quer mais sou eu. Fique bem. Bjs.

– Kkkk. Ué dps perdi o interesse. Não sei pq tá assustada.

– Uma pessoa que perde o interesse pq alguém levou 3 horas pra responder é preocupante.

– Ué vc me responde de madrugada.

E daí???????? Tem protocolo de horário agora que eu não tô sabendo?!

– Pra você ver como ainda tive a consideração de te responder, não importasse o horário. Realmente esse mundo está muito imediatista.

– Ok não temos as mesma vibe. Tudo certo. 

Não mesmo! E ainda bem que não, porque a dele é pesadíssima! 

– Fique tranquilo, também deixei de te seguir. Bjs 😘

– Perfis diferentes apenas.

Fiquei com uma sensação horrível de maus tratos depois disso. O cara visivelmente tem problemas para se relacionar, quase me meti numa enrascada. Imagina sair com um cara desse? Imagina se relacionar com uma pessoa dessa?! Se o cara age dessa maneira com uma estranha, do qual não lhe deve nenhuma satisfação, imagina comprometido, lidando com situações ainda mais complexas? Primeira vez que me deparo com um louco desse, Jesus! 

O cara era muito gato, você não imaginaria que por baixo daquela aparência esculpida existisse uma pessoa tão pertubada. É preciso tomar muito cuidado com a internet e esses aplicativos de relacionamento. Só me resta agradecer por esse livramento. 

Confesso que dei uma leve broxada do Tinder depois disso. Um pouco traumatizada, sabe? Vou passando as fotos dos caras e só me vem o pensamento: “Será que esse cara é normal? Qual surto ele deve ter?” 🤔😰

O Perspicaz | Parte 6: O Retorno

Querido diário…

Enfim venho te rechear com novas histórias!! E volto com a segunda temporada de uma saga antiga, postada em março de 2020!

Quem aí se lembra do Perspicaz? Aquele meu ex crush do Tinder, que desconfiávamos dele saber que eu era acompanhante? Bom, quem não lembra (confesso que muitos detalhes nem eu mesma lembrava direito) recomendo relerem essa história em todas as suas instâncias (como quando reassistimos uma série antiga, após anunciarem uma nova temporada hehe).

Já vou deixar aqui na mão para vocês:

O Perspicaz | Parte 1: Pré-encontro

O Perspicaz | Parte 3: Pós-encontro

O Perspicaz | Parte 4: Segundo Encontro

O Perspicaz | Parte 5: O Príncipe Virou Sapo

Ele foi o último homem que fiquei antes de começar a namorar. Naturalmente deixei de segui-lo no Instagram durante esse período. No entanto, solteira novamente, decidi voltar a seguir, quando o notei curtindo uma foto minha recém postada e vi sua carinha olhando os meus stories. Pensei: “Quer saber? Por que não voltar a segui-lo?” e o gesto não passou despercebido:

– Poxa vida… nem me seguia mais…

– Veja pelo lado bom, voltei a seguir, rs.

– Que bom! Fico feliz!! Você é uma lembrança muito boa que eu guardo…

Oi? Eu estava falando com a mesma pessoa? Isso vindo de um boy que na época não me deu muita bola… ?

– Lembranças podem ser revividas. – Respondi audaciosa.

– Uau.. você continua sendo desconcertante! Eu adoraria revivê-las!

Apenas curti e não falei mais nada.

Sete horas depois veio o convite:

– Já tem rolê pra hoje?

Eu não conseguiria encontrá-lo. Ele me chamou para sair numa sexta e eu só poderia terça, da próxima semana.

– E quando você vai ter um tempinho livre? – Ele insistiu.

– Terça a noite. Que tal?

– Tá longe, mas ok! Combinado.

– Tá nada, terça tá logo aí rs.

Mais próximo do dia o chamei no whatsapp, até mesmo para relembrá-lo do meu número:

– Oie. Tudo bem? Vamos combinar por aqui depois sobre terça.

Ele respondeu uma hora depois:

– Hey! Sim! Vamos. Estou ansioso!

Tivemos mais algumas conversas esporádicas, mas nada relevante e diferenciado que merecesse destaque aqui.

Chegaste, então, a terça-feira e lhe contatei novamente:

– Bom dia. Confirmado hoje? Caso sim, não sei o que pensou, mas acho que seria legal sairmos pra comer em algum lugar. O que acha?

Novamente ele respondeu uma hora depois:

– Bom dia!! Confirmadíssimo. Acho uma boa! Tem alguma sugestão? Algum lugar novo para conhecer?

– Algumas opções: Bar dos Arcos, Restaurante Tantra, Eu Tu Eles Bar, Quintal do Espeto. Nunca fui em nenhum desses. – Respondi engajada.

Ele comentou sobre cada opção e decidimos pelo Bar dos Arcos, um que ele já conhecia e achava bacana. Combinamos para 20:30, direto no local.

Se preparem para esse reencontro! ?

Milagrosamente eu, que sempre sou a atrasada do rolê, cheguei pontualmente e antes dele. O vi descendo do Uber quatro minutos depois. O Bar dos Arcos estava com fila de espera (apenas três mesas na nossa frente) e ele já estava cogitando trocarmos para a Casa do Porco, o que não me agradou muito na hora, mas me mantive aberta às possibilidades. Por sorte, antes que conseguíssemos contato com o referido restaurante para saber sobre a sua lotação naquele momento, fomos chamados, pois a nossa mesa já estava disponível. Ufa.

Eu gostei demais do Bar dos Arcos! Me senti dentro de uma caverna medieval, foi bem legal! O ruim de lá é que as mesas não são individuais, na verdade, não são propriamente mesas e sim bancadas compartilhadas. Ficamos na quina de uma e ao meu lado tinha outro grupo de pessoas. Mas não atrapalhou, achei a composição bem descontraída. Pedi um drink chamado “Descalço”, que acertei muito, estava bem gostoso! Ele também pediu um drink para si e uma entrada para nós.

Conversa vai, conversa vem, estava agradável o papo, ainda que eu notasse uma certa incompatibilidade de assuntos. Como, por exemplo, quando ele veio falar de política. Não gosto de falar sobre política. Vamos falar de filmes, música, relacionamentos, sexo, assuntos leves, mas política não, por favor. Por sorte nessa hora eu ainda estava comendo o meu prato principal (um risotto de queijo com chorizo picado, delicioso!!) então só acenava com a cabeça, soltando pequenos argumentos, nada que me fizesse dizer algo fundamentado.

Ele ficou todo alegrinho com apenas um drink! ?

– Vamos fumar um? – Soltou em algum momento.

Homem de atitude, gosto assim!

– Você trouxe? – Dei corda.

– Tenho uma pontinha.

– Vamos fumar onde? – Perguntei só pra ver o que ele ia responder, pois já estava mal intencionada de levá-lo pra minha casa.

– Vamos lá pra casa. – Ele convidou e novamente gostei da iniciativa.

– Melhor irmos pra minha, é mais perto. – Falei.

Logo pedimos a conta e fomos para o caixa. Ofereci divisão por educação, mas ele me surpreendeu positivamente quando pediu que passassem a maior parte no cartão dele. Enquanto o Uber não chegava, rolou o maior clima, achei que fosse ser beijada. Ele se aproximou da minha boca, mas se conteve no meio do caminho. Será que ele tinha algum problema em beijar em público? Não entendi muito bem, mas fiquei na minha. No uber fomos papeando com o motorista, então nada de amassos no carro também.

Quando chegamos no meu apê, já fui conectando meu celular na caixinha de som, colocando a minha playlist: Músicas Sensuais para tocar. Ele sacou o beck dele, que não era nenhuma pontinha e sim metade de um cigarro inteiro (como ele era modesto, rs) e foi para a varanda acender.

Enfim rolou o beijo!! Delicioso, excitante, com ele encostado na minha lavadora, enquanto dávamos o primeiro trago. Estava muito sensual aquele momento. Somente a luz da varanda acesa, aquela música tocando, um beijo extremamente sexy com amasso. Tinha me esquecido do quanto ele era envolvente. ?

Interrompi quando senti a embalagem do beck, que ele segurava, arranhando as minhas costas. Tal embalagem, por acaso, era do meu beck, que ele queria experimentar. E quando ele foi bolar, ocorreu uma situação bem quebra clima. Ele ficou extremamente indignado por eu não ter piteira! ? Mas indignado mesmo! O que achei um tanto exagerado na hora. Justifiquei que não sou uma fumante assídua como ele, que só fumo para escrever (me dá vários gatilhos de criatividade) e para assistir filme/série, justificativa essa que em nada amenizou a sua decepção.

– Como você é chato! – Soltei diante daquele piti todo.

– Ahhh eu sou mesmo! – Rebateu azedo.

Passado esse pequeno estresse, voltamos ao momento dos beijos. De repente comecei a ficar muito chapada (só tinha fumado o dele até então) e me dei conta que o seu era forte demais. Forte mesmo. Fiquei chapada de um jeito que não gosto. Travada e levemente paranoica. Estávamos nos beijando e tive que interromper para entender aquela brisa. “Nossa, seu beck é muito forte”, externei e, nesse momento, ele, delicadamente, se afastou, indo para a sala.

– Onde você vai?

– Dar espaço pra você respirar. – Respondeu compreensivo.

Eu não queria ficar daquele jeito. Pouco tempo depois ele voltou para onde eu estava e retomei os beijos, afinal, é melhor brisar beijando, do que paranoica com os meus pensamentos. A transa foi desenrolando. Ele se sentou na minha cama, me sentei ao seu lado e voltamos aos beijos.

Uma coisa que eu gosto muito nele é a sua energia masculina. Ele domina na cama. Em todas as instâncias, quem dava o primeiro passo era ele. Depois de alguns beijos já deitados, com ele inclinado por cima de mim, se voltou para o meu decote e sem tirar o meu cropped, afastou o sutiã para chupar os meus seios. Ai que gostoso. Adoro quando chupam os meus peitos!! Depois voltou a me beijar e então foi tirando a minha parte de baixo. Também não me lembrava de que ele chupava tão bem! Percebi que mudava o jeito várias vezes, provavelmente tentando descobrir de qual eu gostava mais. Sinceramente, eu estava gostando de todas as formas que ele fazia, um jeito era mais gostoso que o outro! No entanto, como eu estava muito chapada, não consegui relaxar para gozar. ?

Depois que voltamos a nos beijar, interrompi para pegar um copo de água. Minha boca estava sequíssima! Ele veio atrás de mim e retomamos a pegação na cozinha. Nessa hora o danadinho conduziu para que eu o chupasse, dizendo que uma coisa que ele não esquecia, era como eu chupava bem! ? E enquanto terminava de dizer a frase, já foi abrindo a calça, ao mesmo tempo. Achei aquela cena muito sexy!! ? Me ajoelhei no chão da cozinha, entre o fogão e a pia, e o abocanhei por completo! ? Depois de um reconhecimento daqueles, é claro que eu capricharia! Chupei por um tempo e só parei quando ele mesmo me levantou, me conduzindo de volta para a cama.

Ele pediu pela camisinha e enquanto encapava, apreciei a visão daquele homem pelado na minha frente, se preparando para me comer bem gostoso. Veio por cima de mim. Ele sequer colocou a mão no pau para direcionar ao caminho certo, sem precisar olhar, mirou na bucetinha e veio de uma vez, todo confiante! Que precisão!! ? Que transa maravilhosa! Mesmo mais chapada do que eu gostaria, eu conseguia sentir o quanto aquilo estava gostoso. Ele metia muito bem. E ainda que o meu corpo acompanhasse os seus movimentos, ele fazia tudo praticamente sozinho, eu só tinha o trabalho de curtir e relaxar.

Ele acelerava como se fosse gozar, até que, de repente, retrocedia e recomeçava todo o percurso novamente, uma nuance perfeita! Ele ofegava bastante, mas em nenhum momento pediu arrego, também não me ofereci para ir por cima, deixei que ele conduzisse tudo do seu jeito. Após um tempo me comendo naquela posição, pediu que eu ficasse de quatro. Que tesão! Sem ter a menor ideia, ele me comia nas minhas duas posições preferidas! ?

Quando ele me penetrou de quatro, meu tesão aumentou muito! Eu o assistia pelo espelho da minha cabeceira, o que só realçava as sensações. Visual e sensorial unidos. Quando o percebi acelerando, pedi que não gozasse ainda e perguntei se podia pegar meu brinquedinho, ao que ele respondeu: “Estranhei que você não tinha pegado ainda”. Maroto.

A única parte ruim desta transa é que ele não conseguiu me esperar para gozar e foi antes de mim. ? Também não continuou depois. Triste. ? Mas a transa tinha sido muito boa e não fiquei chateada por isso. Ele saiu de dentro de mim e desmaiou por dois minutos ao meu lado. Depois, repentinamente, voltou a abrir os olhos, levantou a cabeça e disse: “Voltei!”. Achei engraçado, rs.

Daí ficamos conversando sobre relacionamentos. Perguntei se ele já tinha se apaixonado muitas vezes e me respondeu que não gosta de se apaixonar, pois, das poucas vezes que ocorreu, não foi correspondido. Daí filosofamos sobre como ficamos idiotas quando estamos apaixonados por alguém. Nosso comportamento muda completamente, não conseguimos ser nós mesmos e se a pessoa não está na mesma sintonia, é só pagação de mico. Ele disse que agora estava blindado. Não que eu quisesse que ele se apaixonasse por mim, só buscava entender toda aquela independência de envolvimento. Ele também namorou, enquanto eu estava namorando, e disse que achava que só deu certo porque no fundo ele sabia que tinha prazo de validade, já que em determinada data ela iria embora do Brasil e consequentemente terminariam.

Após um tempo de conversa, começou a atacar a sua alergia (tenho gatos), ele não quis tomar o antialérgico que eu tinha e anunciou que dali a pouco iria embora. Não pedi que ficasse. Já estava tarde, eu sabia que não rolaria segunda rodada e também não queria dividir a minha cama.

Quando ele estava saindo, quase não me deu beijo de despedida, um selinho fajuto que reclamei, mas, me explicou que seu nariz estava começando a escorrer por conta da alergia kkkkk. Muito sincero! ?

 Uma semana depois combinamos mais um encontro.

– E aí, quando vamos ter um remember? – Intimei o boy.

– Hey! Essa semana apesar do feriado, está corrida. Vamos combinar, semana que vem!! Levo um beck meu diferente pra você experimentar.

Aguardem os próximos capítulos… ?

Réveillon no Rio – Parte 4

Hello meus lindos! Olha eu aqui de novo!! Tudo bem com vocês??

Não queria lhes deixar na curiosidade da continuação por tanto tempo, mas final de ano, sabem como é, né? Viajei na última semana de dezembro, retornei esta segunda e precisei desses dias para reorganizar a minha vida.

Bom… sem mais delongas, vamos lá!

Mulheres Sofredoras

Mulher apaixonada e de coração partido é uma coisa muito triste e ao mesmo tempo engraçada. Fazemos coisas ridículas em busca daquela atenção masculina que tanto almejamos. Minha amiga estava tão desesperada para conseguir, de alguma maneira, reatar seu namoro, que ainda que estivéssemos no Rio, prospectando no Tinder e conhecendo rapazes promissores na praia, teve o empenho de pagar o Tinder Gold, colocar a localização do ex e ficar na investigação se ele também estava cadastrado no aplicativo.

Adivinhem só, ele estava! O intuito dela era lhe causar ciúmes, caso ele também a visse, porém, o tiro saiu pela culatra. Ele ligou para ela e a excomungou por ser tão fria de já estar na caça. – Sendo que ele também estava, né?! –  Eu, como boa amiga que sou, filmei ela discutindo com ele no telefone, chorando, se exaltando – apenas para arquivo pessoal – e hoje, quando lhe mostro o vídeo, sente a maior vergonha de si mesma. Pra você ver ao que nos sujeitamos!

Já eu, ficava toda hora trocando a foto do WhatsApp, na tentativa frustrada de que alguma das que eu colocasse, despertasse a vontade de um certo alguém puxar assunto comigo. Não, não me refiro ao Moreno Gato que estava pendente de encontrar o meu brinco, mas ao outro que eu realmente nutria algum sentimento, aquele que citei na primeira postagem, o que precisou parar de sair comigo por motivo de força maior. Você tenta encontrar uma nova distração, mas quando vê que não vai adiante com o novo que apareceu, volta a sofrer pelo antigo.

Novamente a viagem não estava sendo tão promissora quanto merecíamos. A caça no Tinder permanecia, eu e a Gabi dávamos match com praticamente os mesmos caras, rs.

Teve um que estava hospedado no mesmo hotel que nós, um gringo que me secou de tal maneira no elevador ao ponto de me deixar constrangida. Poucos minutos depois lá estava ele me dando super like no Tinder – isso que dá usar as mesmas roupas das fotos – , pelo jeito não era só nós que estavámos tentando a sorte no aplicativo, rs, deslizei o dedo para a esquerda.

Ainda tive um pequeno estresse com outro meliante que se achava o Don Juan. Este aqui deu match primeiro comigo e começamos a combinar logo um encontro. Quando chegou no ponto de definirmos o horário e local, ele acabou dando match com a Gabi também.

Nesse momento, eu já previra que ele seria cafajeste com uma das duas e fomos dando corda para ver até onde ele iria. Falamos de marcar encontro para o mesmo dia e aguardamos ver como ele se sairia dessa. Daí o cretino simplesmente parou de me responder e passou a combinar com a Gabi o que antes estava combinando comigo. Arrrgh, não queiram conhecer a fúria de uma ariana!!! ???

Demos o troco que ele merecia. Mandei mensagem para ele dizendo que sabia que ele estava combinando algo com a minha amiga – surpreendentemente ele voltou a me dar atenção imediatamente – e que só para ele saber, não gostávamos de homens baixinhos, que só fomos dando corda para ver com qual das duas ele seria um cuzão. Ele respondeu algo entre risos, tentando se justificar, mas já era tarde demais. As duas desfizeram o match e ele ficou sem ninguém.

Gabi conseguiu marcar encontro com outro rapaz e ele levou um amigo também. Fomos numa lanchonete. Ambos eram bonitos, mas estava nítido que o tal amigo que ele levou para me conhecer tinha muito mais a ver com a Gabi, enquanto ele, por sua vez, tinha mais a ver comigo.

Concordávamos nos mesmos assuntos, enquanto a Gabi também tinha mais sintonia com os gostos e o jeito do amigo dele. Não haveria o menor problema invertermos os casais, porém, contudo, todavia, na hora de nos despedirmos – os rapazes sequer pagaram a conta, tudo foi dividido – faltou atitude.

Mesmo tendo ficado claro que rolou mais afinidade comigo, ele preferiu não trocar o que considerava certo pelo duvidoso – afinal, o match pelo aplicativo tinha sido com a Gabi – e pediu para ficar com ela, quando a mesma também se decepcionou pela falta de iniciativa do amigo dele em investir nela. Ficamos todos no zero a zero.

O jeito foi nos aventurarmos de outras maneiras…

Aventura de verdade

Trilha Pedra da Gávea

Agora vou lhes contar duas coisas sobre mim. Não sou o tipo de mulher que curte fazer trilhas. Já fiz algumas vezes, o bastante para saber que prefiro a tranquilidade de um sítio, campo ou fazenda. Quando estou em contato com a natureza, gosto de relaxar, apreciá-la bem quietinha enquanto leio um bom livro, ouvindo o canto dos pássaros.

Também detesto acordar cedo, ainda mais estando de férias. Sabe quando o Seu Madruga diz em algum dos episódios do Chaves: “Quem ousa me acordar às 10h da madrugada?”, então, essa frase me define, essa sou eu, rs. Gosto de acordar sem despertador, não há maneira melhor de começar o dia! No entanto, a Gabi insistiu muito para que fizéssemos esse passeio e o que os nossos amigos não nos pedem sorrindo que não fazemos chorando?

Lá estávamos nós, saindo de Copacabana super, hiper, mega cedo, pois tínhamos que estar na Barra da Tijuca às 7h. Durante os dates que tivemos no Rio, sempre que falávamos que faríamos essa trilha, os rapazes faziam uma careta e diziam que éramos corajosas. Não entendíamos muito bem o que aquilo significava. Depois a Gabi descobriu que fechou a trilha errada. Ela pensou se tratar da Pedra do Telégrafo, uma trilha muito mais rápida e tranquila, quando, na verdade, estava nos levando para a trilha do mal.

Esperávamos pelo guia num bar qualquer. Eu encostei minha cabeça na mesa e aproveitei para tirar um belo cochilo enquanto o cara não chegava. Logo mais ele chegou, um rapaz simpático, mas franzino, me deixando não muito segura quanto à sua força em nos amparar caso fosse preciso. Gabi estava toda animada e sua empolgação tomou forma quando saímos do bar. Ao sair do estabelecimento, sem mais nem menos, ela caiu de joelhos no chão, se ralando toda, já queimando a largada. Não tive como não rir! ??? Não é todo dia que vemos uma beldade daquelas se estatelando no chão. ??

Eu já estava com preguiça da trilha antes mesmo de começar, mas em determinado momento dei aquele gás, com o pensamento de que quanto mais rápido andássemos, mas rápido terminaríamos. Doce ilusão. Quanto mais andávamos, mais distante o topo parecia. Não desejo a ninguém aquela trilha. O guia nos perguntou: “Vocês querem com emoção ou sem emoção?”, é injusto perguntar isso para alguém que não tem a menor noção do que está sendo perguntado. Ele pegou o caminho da emoção. Coitadas de nós!

Essa trilha só foi interessante por uma razão: Autoconhecimento. Eu, que detestava trilha, que preferia estar na cama do hotel dormindo, acabei me saindo melhor que a Gabi. Algo que surpreendeu a nós duas. Em muitos trechos ela precisou de ajuda e eu, querendo que aquilo acabasse logo, ia subindo sozinha antes que o guia voltasse para me ajudar a subir também, pois não queria perder tempo.

O rapel foi apavorante!!! Eu tenho medo de altura, então imaginem como foi. Gabi foi primeiro e lá de cima ficou tensa me assistindo subir. Ficava ainda mais chocada quando topávamos com pessoas fazendo aquela trilha sem um guia. Muito perigoso!!

Posso dizer que quase morri num trecho logo após o rapel da subida. Estávamos num penhasco muito, mas muito alto, só se via o verde da natureza e morros em volta. Estávamos escalando uma parte de terra pisando e segurando em apenas algumas pedras que estavam grudadas na terra. Teve uma hora, enquanto eu me segurava numa dessas pedras, que a mesma saiu na minha mão!! O que me salvou foi os meus pés estarem firmes em outra pedra mais abaixo. Fiquei apavorada quando isso aconteceu. Comecei a subir cada vez mais rápido para sair logo dali, ao passo que a minha amiga ficava para trás com o guia a ajudando.

Gabi sofreu ainda mais. Já estava ralada e com os joelhos ardendo do tombo inicial, fora os escorregões e tropeços que vieram depois. Ela também passou por sufocos naquele mesmo ponto que a pedra saiu na minha mão ao ponto de chorar de medo. Mesmo com guia a trilha é perigosíssima!

Enfim chegamos no topo, a primeira parte do desafio tinha sido concluída!

Vista do topo, trilha Pedra da Gávea

Depois de todo aquele sufoco, você me pergunta: “Valeu a pena, não valeu? Aquela vista não é mesmo maravilhosa?” Sim, a vista é perfeita, nos rendeu fotos incríveis, mas se me dissessem que seria aquele nível de dificuldade para chegar até lá, eu, com certeza, teria recusado. Minha vida vale muito mais que uma visão de cima do Rio e eu quase morri real naquela bendita pedrinha.

A descida foi um pouco, só um pouco mais tranquila, mas ainda assim teve seus desafios horrorosos. Se eu já tinha achado aterrorizante o rapel da subida, imagine o da descida em que você precisa descer de costas, sem saber direito onde está pisando??! Eu gritava desesperada, queria que um helicóptero estivesse ao meu dispor para me tirar dali. Depois daquilo ainda tiveram pedras gigantes extremamente inclinadas, dificílimas de descer.

Bom, meus caros, ficamos naquela trilha por pelo menos nove horas. Nove horas em atividade física direto, sem uma refeição decente, apenas a base de barras de cereais, água e frutas, que levamos. Às 7h00 tiramos uma foto na entrada da trilha, pleníssimas, e às 16h00 tirávamos outra foto, no mesmo ponto, completamente destruídas. – Fiz questão de deixar até mesmo a foto desfavorável no meu destaque do Instagram (pessoal), para que todos vissem, em nossas fisionomias e aparência, como foi difícil! – 

Ao final de tudo, até mesmo a Gabi, que insistiu tanto por aquele passeio, reconheceu que não foi uma boa escolha. Só nos restou dar risada pelo apuro que tínhamos passado e darmos graças a Deus por ter acabado e termos sobrevivido.

A próxima parte da história será a última. O gran finale com o desfecho fantástico do nosso réveillon – que não foi tão fantástico assim, rs – . Prometo não demorar tanto para postar! ?

P.S. Comentários são sempre bem vindos, me motivam a continuar escrevendo e postando! ❤️

O Perspicaz | Parte 4: Segundo Encontro

-Que gostoso, que bonito acordar e as primeiras coisas a ler serem essas palavras tão doces e carinhosas, muito gostoso. Obrigada ********** (disse meu nome no diminutivo e depois deu uma risadinha). …Ô, mas deixa de ser palhaça, sabe que tudo isso aí não é verdade, que eu não sou isso, que eu não estou te tratando assim. É só porque é carnaval né, carnaval é diferente. Mas eu quero muito te ver. O que é que você vai fazer hoje?

Não imaginava que a minha mensagem da noite anterior fosse me render um áudio – positivo – de 30 segundos!! Fiquei bastante feliz com o resultado!!! ?

-Agora ele vem querendo me reconquistar jogando todo o seu charme sonoro pra cima de mim! Ai ai. – daí enviei uma figurinha com os seguintes dizeres: – Hoje eu to disponível! Amanhã também…

-Hahaha. Boa! Quando eu sair do trabalho te aviso.

-Que seria mais ou menos que horas?

-Eu saio tal hora. Quero comprar uma camisa de carnaval, bora?

Me chamando para ir às compras com ele?? Interessante… ?

-Topo! Vou te convencer a comprar uma bem feia e cafona pra não fazer tanto sucesso nesses bloquinhos.

-Hahahaha.

E assim fomos combinando o nosso segundo encontro…

Ele falou de irmos numa loja que, a propósito, ficava muito perto da minha humilde residência, fazendo com que ideias de trazê-lo para conhecer o meu cafofo brotassem na minha mente. Porém, acabamos não indo para a tal loja, por conta da repentina chuva que acometeu São Paulo. No entanto, ele foi para a minha casa, algo que me rendeu uma certa adrenalina!

Quando ele estava pegando o Uber, saindo do trabalho dele, eu também estava dentro de um Uber, voltando de um cliente. Ele saiu antes do previsto. Cheguei em casa toda esbaforida, fui direto para o chuveiro e com o tempo que me restou dei uma ajeitada mais severa no apartamento, camuflando possíveis pistas que ele não poderia descobrir (tão já) a meu respeito.

Interfone tocou. O boy já estava na portaria. Vocês  também sentem um friozinho na barriga sempre que recebem alguém na sua casa pela primeira vez? Confesso que não me sinto tão confortável sendo a anfitriã, prefiro muito mais ser a hóspede, mas, lá estava eu, apresentando a ele o meu paraíso particular. Esperei por ele na porta e assim que saiu do elevador, o vi se direcionar para o lado contrário rs. Estudou e andou pelo meu apartamento como se aqui fosse um museu. Viu minha estante de livros e filmes, comentou sobre certos quadros na parede e até o banheiro dos meus gatos virou pauta de assunto. Depois de todo “esse tour”, se sentou no sofá e me sentei no colo dele.

Sentiu saudade? – Ele perguntou.

-Me diz você… – Não entreguei o jogo.

-Hahaha, olha como você é… toda misteriosa… – pausa – senti sim.

Nos beijamos. Aquele costumeiro beijo gostoso e, por um segundo, achei que as coisas fossem desenrolar ali. Mas, não. Ele puxou mais assunto e entendi que não queria transar tão rápido. Daí falei de um texto que precisei desenvolver para a aula – o teatro também trazendo à tona os meus talentos como escritora – e levantei para buscar o meu caderno de estudo. Primeiro li para ele o texto que me foi dado como referência e depois o meu, que desenvolvi orgulhosamente. Quando terminei a leitura, olhei para ele e perguntei o que tinha achado. Ele pareceu impressionado e pegou a folha da minha mão, relendo direto da minha escrita. Fiquei mais uma vez orgulhosa com aquele texto, acho que consegui impressionar o boy. ?

Depois a conversa caminhou naturalmente para outros assuntos e dali a pouco, quando eu menos esperava, ele se voltou para o meu caderno que estava abandonado do seu lado. O meu caderno de estudo, devo alertá-los, é um mini diário de bordo, pois, muitos textos postados aqui foram primeiramente rascunhados lá. Então imaginem o meu pequeno pânico interior, quando ele começou a folhear as páginas, temendo que ele caísse ou chegasse numa página errada. ?

O texto “Eu, Tu e Ela”, por exemplo, também nasceu lá e de todos que escrevi era o mais destacado, escrito em caneta vermelha, com o gritante título: “Ménage à trois”. Ao mesmo tempo já comecei a pensar num plano de fuga, caso o pior acontecesse e decidi que se fosse preciso eu tomaria o caderno da mão dele repentinamente, com alguma desculpa que ainda não tinha conseguido elaborar.

Eu sei que não deveria escrever esse tipo de coisa num espaço destinado para outras finalidades, mas, sempre aproveito os momentos de inspiração onde quer que eu esteja. Imaginem só, a professora explicando sobre determinado conceito que, por acaso está me entediando, e eu lá dissertando sobre algo completamente inapropriado. ??

Felizmente não foi preciso nenhuma atitude desesperadora da minha parte, ele folheou as páginas por mais um tempo na ordem que as folhas se apresentavam e perdeu o interesse antes de chegar no primeiro rascunho. Nos beijamos mais uma vez e quando voltamos a nos olhar, ele me observou por tempo que considerei demais em silêncio. Acabei lhe perguntando: “o que foi?” e ele, inesperadamente disse que eu tinha “alguma coisa”. 

-Como assim, alguma coisa? – Perguntei confusa e curiosa ao mesmo tempo.

-Sei lá, alguma coisa. Alguma coisa não encaixa em você.

-Como assim?? Rs. – Que papo mais estranho era aquele?

-Sei lá, talvez você seja mesmo uma louca.

-Louca??! Como está na minha frase do Tinder? – O tal texto fora da casinha que bolei.

-Sim.

-Hahahahahaha. Já pensou??

O boy estava desconfiado. Disse que me achava misteriosa demais e que alguma coisa havia. E realmente havia, afinal, um segredo muito importante sobre mim estava sendo ocultado dele e, de alguma maneira, na sua visão coisas em mim não estavam encaixando. Talvez fosse a minha independência mesmo parecendo tão nova, sei lá, ele não foi mais claro e eu tratei de mudar de assunto.

Daí começamos a conversar sobre música e acabei colocando um videoclipe da Lana Del Rey que é brisa total:

Depois tivemos a ideia de assistir um filme e o escolhido foi: “Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças”. Durante a sessão sugeri fazermos brigadeiro de panela e coloquei o boy para “cozinhar” pra mim. ? O brigadeiro dele não ficou tão bom quanto o dos meus amigos, mas, ainda assim estava gostoso. (Qual brigadeiro consegue ser ruim??)

Em determinada parte do filme, fiquei com vontade de fazer uma pausa para intercalarmos com alguma outra atividade juntos (tipo sexo) e joguei a isca:

-Você não quer deitar mais o sofá?

-Não, melhor não, senão vou ficar com vontade de te agarrar e quero terminar de assistir o filme – Mas era justamente esse o intuito!

-Ahh, mas o filme dá pra pausar e voltar… – Fiz minha última tentativa, que ele ignorou.

Fiquei levemente desapontada, pois, não havíamos nos beijado pra valer ainda, muito menos transado e pelo visto somente eu estava preocupada com isso. Não forcei a barra e voltei a prestar atenção no filme, ainda que eu estivesse subindo pelas paredes. ?

Quando enfim o filme terminou, fomos para a minha cama de uma maneira um tanto ensaiada e me senti um pouco estranha, como se ele só quisesse seguir um script e não porque estivesse realmente excitado. Foi gostoso porque eu estava com muita vontade, mas, de longe via-se que não houve a mesma dedicação do primeiro encontro. Tomamos um banho, voltamos para a cama e fiquei na expectativa de um segundo round. Que não veio. Ele conseguiu perceber a minha empolgação por mais uma rodada e me jogou um grande balde de água fria, dizendo:

-Você é taradinha, né?

-Sou?

-Sim, você é muito sexual.

-Por que você diz isso?

-Aquele dia na minha casa, logo que terminamos de transar você já disse que queria de novo (verdade, eu disse mesmo) e antes de ir embora ficou querendo uma terceira…

-Ué, você que ficou me provocando antes de eu ir…!

-Eu estava só brincando… e agora durante o filme de novo você deu uma investida.

-Isso é ruim? – Fiquei realmente confusa já que ele percebia e não correspondia ao meu ritmo.

– Não, mas, às vezes me sinto pressionado.

Oi???? Eu não acreditei no que estava ouvindo. A gente mal se via e estávamos nos conhecendo, era completamente normal que rolasse muito tesão de ambas as partes no começo, ou pelo menos de alguma parte, já que o tesão aparentemente só vinha do meu lado. Estranho, muito estranho…

Dito isso, não rolou o segundo round que eu gostaria e saímos para comer fora. Os olhos dele estavam irritadíssimos da alergia dos meus gatos, então descartamos a possibilidade de pedir algo para comer no apartamento. Fomos numa pizzaria que não lembro o nome agora – uma que fazia pizza sem glúten – e foi engraçado nos depararmos com um público tão diferente de nós. Somente famílias e gente mais velha, sendo nós o único casal no estabelecimento.

Ele não gostou da pizza, achou mal servida e cara. Já eu, que estou acostumada com coisa boa, achei m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a. Ele não me deixou contribuir no momento de pagar a conta (ainda que tivesse reclamado do valor, dizendo que eu pagaria só na próxima) e em contrapartida pediu apenas que eu chamasse o Uber para nós, dali até a sua casa, que era bem mais perto de onde estávamos do que voltar para a minha.

Para a minha infelicidade, o que já estava lento parou de vez. Não transamos de novo em sua casa, ele colocou um filme para nós (um bastante sinistro, chamado: “Demônio de Neon”) e adormeceu com a cabeça deitada sobre as minhas pernas.

Após algum tempo que ele dormiu, pausei o filme e fui para o celular bombardear as minhas amigas de mensagens…

Para amiga 1:

Sim, minhas amigas sabem o que faço!
Sou mesmo muito detalhista, relatório completo!

Para a amiga 2:

Quando o filme acabou fomos para a cama, dormimos juntos naquela noite, porém nada de conchinha. Ele estava capotado. Dormi depois dele e acordei primeiro.

Amiga 1:

Esperei ansiosamente ele acordar para termos um matinal de respeito – já que não transamos na noite anterior, quando voltamos da pizzaria – e para o meu grande desapontamento, o matinal foi bem sem graça. Novamente fiquei com aquela sensação estranha de que ele estava executando a atividade somente por minha causa e não porque quisesse de fato.

Teve uma hora que fui por cima e ele fechou os olhos. Achei aquilo péssimo. Enquanto no primeiro encontro ele até acendeu a luz para me assistir gozar, agora ele ficava de olhos fechados, enquanto eu, lindamente, dava o meu melhor em cima dele. Gosto de olhar para a pessoa que estou transando e gosto mais ainda quando o outro também retribui o olhar. Fechar os olhos em algum momento ok, agora, permanecer o tempo inteiro de olhos fechados é broxante! Como se durante aquele tempo contínuo de ausência visual estivesse se utilizando da própria imaginação para pensar em outra pessoa. Me pareceu desinteresse e não me contive em interromper a transa. Saí de cima dele e falei que achava melhor fazermos uma pausa. Ele ficou sem entender, já que, afinal, a taradinha aqui parece estar sempre disposta e interessada.

Depois ele foi no mercado comprar algumas coisas para o nosso café da manhã e eu voltei a dormir mais um pouco. Não sei ao certo quanto tempo ele demorou para voltar, mas, tive a sensação que foi muito. Quando ele chegou, acordei na mesma hora com o barulho. Perguntei sobre a demora – apenas para me certificar que não era impressão minha – e ele disse que tal mercado estava fechado, fazendo com que precisasse ir até outro mais distante.

Fiz panqueca para nós, que não ficou das melhores já que alguns ingredientes tiveram que ser substituídos, mas, ele elogiou e comeu toda a sua parte. Durante a digestão do café da manhã assistimos a mais um filme – o convenci a assistirmos “A Família do Futuro” – e durante o filme rolou um negocinho!!!

De repente começou a rolar uma troca de carinhos. Talvez para ele fossem carinhos inocentes, mas, para mim pareceu uma abertura para algo mais, até porquê percebi que ele estava duro. Então abaixei a sua bermuda e comecei a chupá-lo. Ele entrou no clima e começou a me masturbar. Estava gostoso. Eu estava toda molhada. Ficamos naquela delícia por alguns minutos, até que interrompi para ir ao banheiro. Eu estava um pouco apertada e como todo o mundo sabe, transar com a bexiga cheia é mega desconfortável. Fui logo então, enquanto ainda estávamos nas preliminares ao invés de deixar para a hora H.

Daí, quando voltei, meus senhores, ele havia vestido a bermuda de volta!! Todo o clima tinha se dissipado e compreendi que não daria para retomar nada naquele momento. “Ok, vamos esperar o filme acabar”, pensei esperançosa. Lhes desafio a adivinhar o que aconteceu depois. Sim, acertou você que disse “nada”, absolutamente nada! Trocamos apenas alguns beijos e ele disse que também gostava só de carinhos, como se eu fosse uma ninfomaníaca que quisesse transar a todo momento. 

Nem tentei fazer a seduzente para conseguir alguma coisa, pois, naquele contexto seria como implorar e eu não precisava disso. Queria ser conquistada e não ter que conquistar alguém, ainda mais alguém que parecia tão inacessível sexualmente. Nunca imaginei que um boy da vida real me negaria fogo desse jeito. Sou de áries, gosto de intensidade! ? Emoções fortes! ? Coisas mornas não me encantam. Por acaso estávamos casados há mais de dez anos para já estar escasso daquele jeito?!

Aceitei as considerações dele numa boa e dali a pouco me vesti para ir embora, o que já estava previsto, independente de rolar uma nova transa ou  não. Ele gentilmente desceu comigo até a portaria e se despediu com o seu costumeiro: “tchau gata”.

Fui embora de lá sem uma saideira completamente frustrada! Como um cara que é apenas três anos mais velho do que eu, pode ter um ritmo sexual tão diferente?!

Amiga 2:

Maaaaaaaaaaas… apesar dos pesares, a história ainda não termina aqui! Ficamos juntos mais duas vezes e a próxima parte, que será a parte finalsim, acrescentei mais uma! – está ainda mais e-n-i-g-m-á-t-i-c-a!

Vocês não perdem por esperar! 

Enquanto isso… gostaria que continuassem compartilhando aqui qual a opinião de vocês a respeito de tudo que viram até o momento.

Seria eu uma tarada incorrigível? Precipitada e eternamente insatisfeita? Ou estaria ele exagerando por simplesmente não ter o mesmo apetite, não ser tão compatível ou qualquer outra discriminação que só quem está de fora poderia analisar? Quero saber!! Estou amando a interação de vocês nas postagens!! Continuem comentando!! ❤️❤️❤️

O Perspicaz | Parte 3: Pós-encontro

-Bom dia ******, chegou bem em casa?

-Bom dia ****, fui sequestrada! ?

-? Caramba! O que houve? Fala comigo! Tô preocupado!

-Estou brincando!! Hahahaha.
-?

Para mim, mais importante do que o pré e o durante, é o pós! Tão importante quanto todo o resto, pois, é nesse momento que você descobre quais são, de fato, as reais intenções do sujeito. O nosso “pós-encontro” começou bem, mas, foi enfraquecendo, o que me deixou mega frustrada. Quando me dei conta, as nossas conversas estavam ficando cada vez mais mornas. O que eu esperava também? Trocas de mensagens a cada vinte minutos? Nem antes de sairmos não foi assim e o rapaz tem um trabalho convencional, não é todo mundo que tem essa disponibilidade que eu tenho para responder mensagens…

Ignorem o erro de português, estava nervosa! Rs

Não é que eu esteja atrás de um namorado, ou marido, ou pai dos meus filhos (ou talvez esteja inconscientemente), mas, me causa um certo desapontamento quando vejo que alguém aparentemente promissor nada mais foi que um encontro vazio e supérfluo. Sei que há quem diga que no Tinder só se encontra isso, porém, discordo. As exceções existem em todos os âmbitos e situações, só não me deparei com elas ainda.

Nem mesmo nas duas vezes que tive autocontrole e fiz a difícil, não transando no primeiro encontro, nem assim os caras permaneceram interessados. O que funciona para um, não necessariamente funciona para outros, não é mesmo? Então confesso, fiquei sim um pouco chateada, pois, pareceu que ele também tinha curtido e se tinha sido legal e gostoso para ambos, por que não continuar e repetir?

Entrei em conflito por um tempo, mas, depois cheguei a conclusão que estava dando importância demais para alguém que acabara de conhecer. Por acaso eu estava perto do meu período menstrual para estar tão emotiva e sentimental? Precisava ser mais prática. Então, dois dias depois do nosso encontro joguei a isca para descobrir se ele ainda estava interessado. Não que ele não fosse legal comigo no WhatsApp, mas, ele demorava horas para me responder e sua simpatia, a distância, não me permitia saber se era sincera ou apenas uma mera formalidade.

-Oie, tudo bem? Vai me assistir tal dia mesmo? (Convite formalizado)

Ele respondeu seis horas depois.

-Boa tarde gata! Gata?? – Como você tá? Olha só que convite maneiro esse! Que horas é a peça?

-X hora.

-Então, eu quero muito ir. Mas, tenho que ir no bloquinho – é obrigado?? – com meu amigo que vai passar o carnaval aqui. Então se eu ficar muito louco e não ir vai ficar feio né? – À essa altura nem preciso dizer que achei a resposta dele péssima, né?! ?

-Muito feio, digno de separação! – Fiz a brincalhona, ainda que estivesse bem séria olhando para a tela.

-Hahahahaha.

E acabou aí. The end, game over, ele não disse absolutamente mais nada sobre o assunto. Fiquei decepcionadíssima! Desde a primeira conversa se mostrou tão interessado em me assistir e quando finalmente tinha a chance, me trocava por bloquinhos??! Faça-me o favor! Francamente! Onde já se viu?! ?

Naquela noite, antes de dormir, refleti demais sobre tudo aquilo. Refleti tanto, ao ponto de cair em mim, que eu estava exagerando. Só tínhamos saído uma única vez e era completamente normal que eu não fosse prioridade na sua vida. Eu mesma, não deixei de sair com uma amiga por causa dele, lá atrás, quando cancelei com ele repentinamente, antes mesmo de conhecê-lo. E daí que ele preferia ir para bloquinhos? Eu era o amor da vida dele por acaso? Não, né! E nem ele era o meu, então pra quê tanto drama?

Também estudei todo o nosso histórico de conversa desde o começo e cheguei a conclusão que quase sempre ele demorava para me responder do mesmo jeito e nunca fomos de conversar tanto no WhatsApp. Claro que, eu esperava que após nos conhecermos isso mudasse, mas não aconteceu, paciência.

Daí, como ariana teimosa e persistente que sou, dei a última cartada. Sim, eu sei que já disse lá em cima que tinha jogado a isca, mas, agora sim seria minha última tentativa. Revisitando nossas conversas, me deparei com uma brincadeira que ele fez comigo quando cancelei com ele da primeira vez (vide nesse post) e resolvi usar seus próprios truques contra si mesmo:

Não sei não, eu to muito confusa com tudo isso que tá acontecendo. Homens são todos iguais. Prometem mundos e fundos antes da primeira transa e depois que rola partem em busca de novos contatinhos em bloquinhos. Te negam um terceiro round com a desculpa de se guardar para o próximo encontro e esse fica só na promessa. Homens, quem precisa deles??

Vocês homens sempre dizem isso, mas sei que não é verdade… Eu me dediquei, me anulei por vc, pus nosso relacionamento acima de tudo, mas nunca houve reciprocidade.. agora eu entendo que pra vc eu sempre fui apenas um contatinho…

Se lembram disso? Mudei algumas palavras, encaixando no meu contexto, mas, em suma a base textual veio toda dele, o que me permitia brincar sem medo de parecer uma louca obsessiva kkkk.

Agora eu lhe pergunto: será que teve um efeito positivo? Se coloque no lugar dele e me diga nos comentários qual seria a sua resposta, se esta mensagem tivesse sido direcionada a você!

Quanto a resposta dele…  bem… farei um suspense até a próxima postagem. ?

CONTINUA…

O Perspicaz | Parte 2: Primeiro Encontro

Dezesseis horas. Foi esse o horário que combinamos de nos encontrarmos em um boteco pelas redondezas da Av. Paulista. A escolha do lugar foi ideia minha. A princípio sugeri um pub, mas, por ainda ser dia, reconsiderei. Cheguei a conclusão que encontrá-lo a luz do dia num lugar escuro e fechado, seria o mesmo que sabotar a mim mesma. Afinal, pouca maquiagem em lugar com pouca iluminação não é uma boa combinação. Minha make não seria valorizada e maquiagem forte seria muito over para o momento. Mulheres… sempre pensando nos detalhes.

Ele chegou antes de mim, pontual. Já eu, me atrasei dez minutos. O boteco estava completamente vazio, só dava ele lá me esperando. Entrei um pouco esbaforida pois, o motorista parou mais a frente e estava começando a chover. Ele se levantou para me cumprimentar e tenho que admitir… gostei do que vi. Fidedigno as fotos (tô parecendo alguns clientes falando agora rs). Pedimos algo para beber – ele cerveja e eu caipirinha de limão (não tinha outro sabor) – e então começamos a conversar.

Primeiros encontros para mim são como entrevistas de emprego. Você precisa causar uma boa impressão logo de cara, se esforça para mostrar que é bom o suficiente, o tempo inteiro é avaliado e ainda precisa lidar com o nervosismo. Eu pelo menos costumo ficar bastante nervosa quando, a primeira vista, a pessoa do outro lado da mesa me causa um certo interesse. Se eu não gostar do tal “pretendente” foda-se, vou ser eu mesma sem o menor pudor. Agora se gosto, fico ansiosa, tomando o maior cuidado para não cometer nenhuma gafe e objetivando me tornar o mais interessante possível aos olhos do outro. Chega a ser ridículo isso, pois é quando estamos mais relaxados que nos tornamos mais atraentes naturalmente. Que ironia da vida. Tão confiante na presença de um cliente, ainda que desconhecido, lidando com a nudez alheia e a minha própria da maneira mais tranquila e orgânica possível e em encontros da vida real sou a timidez em pessoa.

E você acredita que em pouco tempo de conversa, ele já me constrangeu??!

Por que você está nervosa?

-Eu não estou nervosa. Por que você acha que estou nervosa? – Levemente nervosa.

-Porque você está balançado sua perna.

Droga! Contra linguagem corporal não há argumentos! Como ele sentiu minha perna balançando por baixo daquela mesa de madeira que não nos dava nenhuma visão do que tinha embaixo? Será que eu estava encostando nele e nem percebi? O rapaz era esperto mesmo! Foi aí que ganhou o adjetivo de Perspicaz (além de outras situações que descobrirão no decorrer das postagens seguintes). O jeito foi admitir o crime e justificar elegantemente:

-Estou um pouco pois, não estou acostumada com esse tipo de situação. Foram poucas as vezes que tive encontros derivados do Tinder.

-Por que?

E assim foi, um assunto trazendo outro. Daí, mais a frente na conversa, ele solta outra avaliação a meu respeito:

-Não achava que você fosse tímida assim, nas redes (Instagram, ele quis dizer) parece tão solta.

-Ahh é diferente quando estou na presença de amigos ou pessoas que já conheço. Em situações como essa me sinto menos a vontade.

-Por que não está a vontade agora?

Ou seja, sempre me lançando as perguntas cabulosas. Parecia um psicólogo me avaliando o tempo inteiro.

-Se bem que você é atriz, né? Como vou saber se não está aí interpretando uma personagem para mim? A tímida misteriosa…

Nesse momento dei apenas uma risadinha igualmente misteriosa. Queria eu que fosse isso e não a realidade dos fatos. Mas, que bom que ele especulou ser apenas um “charminho” meu rs.

No entanto, não vou dizer que ele também não estava sendo avaliado. Aliás, antes de ser atriz, também sou jornalista e como já dizia Truman Capote: “Deus está nos detalhes”. Não foram 100% das coisas que saíram dos seus lábios que me agradaram. Gostei menos ainda quando ele revelou ser um homem promíscuo, que não teve relacionamentos longos (menos de oito meses) e que não acredita em exclusividade sexual.

-Não sou um cara para namorar! Foram exatamente essas palavras que ele usou.

-Poxa vida, só porque estou procurando o pai dos meus filhos? O que farei agora? – Zombei.

-Mas posso ser o pai dos seus filhos, não precisamos casar para isso. – E eu lá sou mulher de ser mãe solteira?!

O cara que diz isso logo de cara num primeiro encontro, está nitidamente dizendo: “só quero te comer”. Não precisa disso. Por acaso ele achou que eu me apaixonaria por ele perdidamente se já não me desse esse alerta de antemão? Relevei. Afinal, ele não sabia o que eu estava buscando no Tinder e preferiu ser transparente desde o princípio. Me desapontou um pouco, confesso, pois, caso viéssemos a sair mais de uma vez, eu teria que me policiar para não me envolver, o que é difícil. Mulheres costumam se envolver com maior facilidade do que os homens.

Conforme a bebida subia, ficamos com calor dentro daquele estabelecimento e o ar condicionado pelo visto não estava funcionando. Ele sugeriu sairmos de lá e darmos uma volta, irmos até o parque Trianon. Gostei da ideia de sair do boteco, mas, não tanto de ir para o parque, pois, sabia que requereria uma caminhada e eu estava de sandália, aquele tipo de sandália que você usa pra ficar mais bonita e não porque é confortável.

Pediu a conta e eis que chega um dos momentos em que o homem é extremamente avaliado. Será que ele vai pagar a conta sozinho ou vai aceitar minha sugestão de divisão? Particularmente não sou o tipo feminista e acho bacana sim o cara pagar a conta num primeiro encontro (ou demais encontros) como demonstração de gentileza. Sou das antigas. Cheguei a pegar o meu cartão na bolsa, mas ele se antecipou e entregou o dele para o garçom, sem mencionar qualquer divisão. Nesse momento perguntei se ele não queria dividir, ele apenas fez um careta que não e perguntou se eu tinha algum problema com isso. “Problema nenhum! Até prefiro!” pensei. Daí pedi licença para ir ao banheiro e o deixei colocando a senha do cartão.

Quando saímos do boteco e paramos para avaliar em qual direção deveríamos ir, ele lançou uma brincadeira um tanto boba, para conseguir um beijo meu. Eu dizia que o parque era para tal lado e ele dizia que era para o outro.

-Vamos apostar?

-Apostar o que?

-Apostar dinheiro seria feio, né? – Ele perguntou, já sabendo a resposta.

-Óbvio.

-Vamos apostar então que se você estiver errada terá que me dar um beijo. – Como se fosse preciso toda essa elaboração para eu ter que beijar ele rs.

Mas ele também me enganou nas informações transmitidas. Me fez acreditar que a Paraíso ficava para o lado contrário ao que ele estava indicando, fazendo com que eu apostasse num palpite fadado ao fracasso. Debati que nesse caso a aposta estava anulada, já que ele me sacaneou com fake news, mas, ele repetia que “aposta era aposta” rs.

Mas a brincadeira perdeu a graça quando nos deparamos com o parque fechado. Por algum motivo que desconhecemos. Nessa altura meus dedos dos pés começaram a doer naquela sandália linda, porém nada funcional, e pedi que fizéssemos uma pausa, momento esse em que até cogitei ele me carregar nas costas.

Durante esses minutos em que ficamos “desabrigados” sem saber para onde ir e eu com meus dedos doendo horrores de tanto andar,  meu encanto por ele deu uma diminuída. Não estava sabendo lidar com as adversidades e passei a sentir uma pontinha de raiva dele por me fazer andar tanto, mesmo eu tendo avisado logo que saímos do boteco que estava de salto (não que fosse um salto alto, mas, em suma, nenhum salto costuma ser confortável).

Daí ele teve a ideia de irmos para um pub, já que havia um próximo de onde estávamos. E a cada passo que eu dava, conforme a borracha da sandália roçava esfolando a minha pele, sentia meu dedo queimar cada vez mais. Passei a olhar os táxis que passavam com apelo, mas, realmente não valeria a pena pegar um táxi para um trajeto que chegaríamos absurdamente mais rápido indo a pé.

Pedi por uma segunda parada um pouco mais a frente e me sentei num ponto de táxi. Não para esperar um táxi de fato, apenas para dar mais um descanso para os meus dedos. Outra vez cogitei ele me levar nas costas. Descartei a possibilidade pois, estava de vestido e não éramos mais adolescentes para fazer esse tipo de coisa na rua. Nesse momento até tirei a minha sandália para ver o estrago e provar-lhe que não era frescura minha. Revelei meus dedos vermelhos, ele viu e disse: “ihhh vai fazer bolha”. Imagino que do ponto de vista dele a situação também não estava mais tão atraente ou encantadora como inicialmente, mas fazer o que, né? Não tem como continuar plena sentindo a dor que eu estava sentindo. 

Retomamos a caminhada e após um tempo finalmente avistamos o pub na esquina. Para mim foi como ver um lago no meio do deserto. Homens nunca conhecerão as mazelas femininas de ter um pé machucado por conta de um infeliz calçado. Me senti a mulher mais feliz do mundo quando sentei numa cadeira. Tirei a sandália e por baixo da mesa fiquei com meus pés descalços curtindo a total liberdade que podiam.

Novamente pedimos algo para beber – ele um chop e eu um drink sugerido pela garçonete – e retomamos a conversa. O ambiente estava mesmo mais interessante. Talvez no fundo não tenha sido uma boa ideia minha abortar o pub pelo boteco. Ali tínhamos uma penumbra sexy, uma música de fundo mais agradável, ar condicionado funcionando direito, ou seja, bem mais promissor e provavelmente o primeiro beijo sairia a qualquer momento. 

Estávamos sentados numa mesa de três lugares – nos sentamos de frente uma para o outro – e após mais um tempo de conversa, de repente ele fez sinal para que eu me sentasse mais perto, na cadeira vazia que ficava ao nosso lado. Não cedi de primeira e pedi que ele que se aproximasse sentando naquela cadeira ao invés de mim – mandona – , mas ele venceu. Me sentei mais perto e então rolou, minha gente. Rolou o primeiro beijo! ?

Pausa para uma das músicas da trilha sonora que compôs meus momentos de inspiração, enquanto narrava essa história… ?

Que beijo foi aquele Brasil??! Encaixou muito! Em pleno pub comecei a ficar excitada. Não conseguia mais me imaginar voltando para casa sem antes transar com aquele homem. Um beijo, um único beijo foi capaz de me deixar toda animadinha. Continuamos conversando, intercalando beijos com conversas, mas, não muito depois, obviamente, decerto, com certeza, rumamos para o apê dele. Facinha, facinha. Eu com tesão sou pior que homem. ?

Nos comportamos no Uber. Alguns beijinhos aqui e ali, mas, nada que constrangesse o motorista. Até usamos cinto. A viagem demorou mais do que eu queria, uns vinte minutos, talvez? Confesso que não lembro. E quando chegamos, não foi aquela coisa insana de começar a se agarrar loucamente derrubando tudo que esbarrávamos pela frente. Pelo contrário. Foi como se tivéssemos retrocedido o tesão que nos levaste até ali. Ele fez algumas coisas primeiro, como ir ao banheiro, beber uma água, colocar uma música, trocar de roupa, bolar um beck e eu fiquei explorando o apartamento, olhando seus quadros, suas fotos, enfim, a decoração que estava a disposição para ser observada.

Depois também fui ao banheiro e me surpreendi quando vi um pacote de lenços umedecidos em cima da caixinha da descarga. Homem que se preocupa com esse tipo de coisa é louvável. ?? Aproveitei e dei aquela renovada na minha menina e sorrateiramente também já tirei o meu sutiã – como usava um vestido tomara que caia, o sutiã não era nada atraente, daquele que gruda na teta, sabe? – , seria muito estranho ele tendo que descolar aquilo de mim como se tivesse removendo um esparadrapo. ?

Saindo do banheiro, disfarçadamente fui até a minha bolsa e guardei o sutiã – no maior cuidado para um lado não grudar no outro – e guardei a calcinha junto – sei lá, fez mais sentido tirar logo tudo rs – e me juntei a ele no sofá. Iniciamos uma nova sessão de beijos…

Pausa para uma música de outra playlist mais condizente… ?

Conforme nos beijávamos, sua mão ia subindo pelas minhas pernas e ele se surpreendeu quando viu que eu estava sem calcinha – achei até um tanto curioso que ele tivesse percebido antes mesmo da sua mão chegar onde estaria o mísero pedaço de pano – .

-Você estava o tempo inteiro sem calcinha?

-Não rs. – Poderia ter dado uma resposta mais provocadora, mas não me ocorreu nada na hora.

Nos calamos com mais beijos, até que abaixou meu vestido, despindo os meus seios, para logo na sequência levar sua boca até eles. Depois me deitou no sofá e veio por cima de mim. Ahh como eu adoro quando o homem conduz as coisas!! ? Nos beijamos muito naquele sofá. 70% do tempo dispensado com as preliminares foram naqueles beijos. Beijos repletos de tesão e desejo, mas também havia carinho. Aquele tipo de beijo sem a menor pressa de acabar, sabe? Nossa… beijar é bom demais… ?

Após bastante tempo apenas nos beijando, ele me pegou no colo e me levou para seu quarto. Delicadamente me deixou na cama, continuou me beijando, até que desceu para me chupar. – Homem que faz as coisas primeiro na mulher para depois pensar em si próprio também é algo extremamente louvável! ?? – E quando sua língua encostou na minha menina, revirei os olhos de prazer. Que chupada deliciosa. Ou ele realmente era muito bom no que estava fazendo ou eu que estava menos exigente por conta do álcool já ingerido rs.

Me chupou com maestria por algum tempo, mas, não consegui gozar pois, estava muito eufórica. Anunciei que também queria chupá-lo e ele pareceu se surpreender com a minha iniciativa. Eu estava mega curiosa para conhecer seu pau, ainda não tínhamos sido apresentados. Comecei a chupá-lo com a maior dedicação, não muito diferente de quando estou atendendo alguém. Meu capricho não passou despercebido da sua perspicácia e me elogiou, dizendo que eu chupava muito gostoso. Internamente eu sorria de satisfação. Modéstia à parte, sei que mando bem no oral. ?

Depois me reteve por estar quase gozando e se levantou para pegar um preservativo dentro de uma gaveta. Nas poucas vezes que tive transas fora do profissional, quase nunca essa iniciativa partia do homem (a preocupação pela camisinha). Mais uma vez ele ganhou pontinhos. Encapamos e ele veio por cima, do jeito que eu gosto, no papai e mamãe. Foi uma transa deliciosa meus senhores. Depois de um tempo invertemos para que eu fosse por cima e nesse momento ele até acendeu a luz, pois, disse que queria me ver gozando. Safadinho.

Me masturbei ao mesmo tempo em que transávamos e gozei deliciosamente. Depois que fiquei com as pernas bambas demais para continuar conduzindo alguma coisa, ele me colocou de quatro e seguiu com as estocadas até o seu gran finale. Essa parte sexual não fugiu muito do que já tenho com os clientes. Fala se não sou  uma pessoa privilegiada?! ?

Daí ele foi se banhar e depois retornamos para a cama. Conversamos bastante. Contei da minha primeira vez, do vaginismo e mais assuntos pessoais que não convém expor aqui. Até que acabou rolando o segundo round. ? Mas, infelizmente essa nova transa não deu pé. Eu, com essa minha constante preocupação em agradar (hábito adquirido com a profissão), acabei cortando o clima num momento em que falei pra ele que se tivesse cansado (ele estava bombando há bastante tempo), eu poderia ir por cima. Ele saiu de cima de mim um pouco incomodado, dizendo que eu precisava relaxar e deixar rolar, sem ficar me preocupando com isso, que não tinha maneira melhor de “morrer” de cansaço do que transando. Preciso relaxar mais mesmo. 

Depois fui tomar um banho e nesse momento fui surpreendida com mais um elogio seu:

-Nossa, sou apaixonado por pelos loiros! – Eu estava com alguns pelinhos pubianos (já me encontro devidamente depilada) e sinceramente nunca achei que meus pelos fossem loiros. ?

Já ia me preparar para ir embora, quando ele monopolizou o meu vestido e me puxou para o sofá junto dele. Eu não estava com pressa de ir (na verdade, também queria ficar mais), então me permiti ficar mais um pouco. Enquanto isso, ele vasculhava o IFood por algo para comermos e eu, já me sentindo de casa, peguei o controle da TV e comecei a buscar por filmes. 

-Você disse que ainda não assistiu “Divertidamente”, né?! – Perguntei despretensiosamente.

Não assisti não. Coloca aí! – Ele topando assistir desenho numa boa?! Fiquei impressionada! ?

E lá estávamos nós, assistindo Divertidamente no pós-sexo. Dá para acreditar? Achei muito amorzinho esse rolê. ❤️ Quando o IFood chegou e ele desceu para buscar, eu aproveitei para vestir minha roupa, o que não passou despercebido por ele, que já voltou interrogando:

-Quem mandou você colocar a roupa? 

-Não vou comer pelada rs.

Depois que comemos, ele deitou com a cabeça no meu colo e terminamos de assistir o desenho daquele jeito. Foi uma delicinha, rolou muita sintonia entre nós e quando vi já tínhamos piadas internas. Por exemplo, teve uma hora que eu estava lhe fazendo um cafuné e numa parte tensa da história do filme, cravei minhas unhas no cabelo dele inconscientemente (e olha que eu já tinha assistido antes e sabia o que ia acontecer rs). Ele resmungou que eu estava puxando seu cabelo, pedi desculpas, mas, dali a pouco fiz de novo sem querer.

– Você está arrancando os meus últimos fios de cabelo. – Ele se fez de bravo, mas via-se que não estava falando sério.

-Me deixa, que eu tenho tesão em careca! – Brinquei também. ?

Um outro momento que novamente ficamos de brincadeiras bobas desse tipo, foi quando estávamos no hall do prédio esperando meu Uber chegar. Eu estava sentada no seu colo e queria beijá-lo mais, mas, ele não compartilhava da minha vontade. Daí, com a minha cara de pau de quem não se contenta em não conseguir o que quer, perguntei se ele não queria beijar mais e ele disse que não, que estava sem cueca e não podia ficar de pau duro. Daí, dois segundos depois eu levantei seu queixo a força e enfiei a minha língua na boca dele, sem pedir permissão. Ousada ela. ??‍♀️

-Minha boca foi estuprada? É isso mesmo? – Ele se divertiu.

Foi gostoso. Ele até me convidou para dormir lá, mas, eu tinha coisas para fazer no dia seguinte pela manhã e dormir assim logo de cara foge das minhas regras. Além do que, já tínhamos passado muito tempo juntos. Voltei para casa duas horas da manhã. 

 

Continua…

 

O Perspicaz | Parte 1: Pré-encontro

Hello meus amores!

Sumi né? 

Tenho recebido algumas mensagens de pessoas preocupadas com o meu sumiço. Calma, está tudo bem! Continuo atendendo normalmente e tá tudo lindo! Entretanto, também estão acontecendo algumas coisas (boas) na minha vida pessoal, que, no momento, requerem minha dedicação muito mais que alimentar conteúdo no Twitter ou aqui no blog (esse último me chateia um pouco, pois, AMO escrever pra vocês ❤️).

O que de certa maneira está sendo bom! Passei muito tempo da minha vida focada apenas no meu lado profissional e agora estou me dedicando também a mim mesma, a essa pessoa doce que está por trás do pseudônimo “Sara”, que poucos conhecem de verdade. Mas, repito: continuo atendendo normalmente, isso não quer dizer que vou ou estou abandonando isso aqui (pelo menos não no momento rs).

Dito isso, vim compartilhar com vocês mais uma experiência que tive com o Tinder! Lhes aviso de antemão que esse post está ENORMEEEEE, contudo, como não estou mais postando com a mesma frequência de antes, podem ler um pouquinho a cada dia e assim lhes farei companhia até a próxima postagem! ?

Lembrando que: Comentários ao final de cada post são sempre bem vindos! Me motivam a continuar e mostram se estou no caminho certo ou não com essa nova abordagem de conteúdo aqui no blog. Então não se acanhem!

Por hora, pretendo dividir as postagens sobre esta experiência em quatro partes:

  • Pré-encontro
  • Primeiro Encontro
  • Pós-encontro
  • Segundo Encontro

Vamos lá então?! ?

Sobre ele:

Pele bronzeada, uma leve barba e óculos de armação grossa.

Sua frase do “sobre mim”:

Quero um coração leve!

1,77m (mais alto que eu, gosto)

Vamos ao diálogo:

-Hey! 🙂 – Ele tomou a iniciativa.

Hello stranger! ??‍♀️

Hello psycho! Tudo bem aí? – O “psycho” imagino que seja por conta da minha descrição nada convencional do sobre mim (alterei desde a última vez para algo mais louco e fora da casinha rs). 

-Hahaha. Por aqui tudo bem e por aí?

-Sim, mais um domingo preguiçoso. E vc? O que aprontou no fds?

-Nem me fale de preguiça, vim tomar café numa padaria só agora. Sobre o fds, bom, apresentei uma peça ontem do núcleo de teatro que faço parte, quase saí pra noite com uns amigos depois, mas, fiquei tão cansada que acabou em pizza rs. E você? Aprontou muito?

-Que legal! Me conte mais da peça! Qual é o seu personagem? Qual é a história?

** Informações confidenciais **

Que legal! Eu quero assistir, tem como? O meu fds foi tranquilo, ontem fui num barzinho com uns amigos e só. Hj to curtindo a preguiça, mas daqui a pouco vou passar roupa! ?

Pausa para uma observação: reparem no interesse dele em me assistir desde a primeira conversa. Mais para frente entenderão o porquê deste adendo.

Passar roupa??? Fazia tempo que eu não via um homem dizendo / fazendo isso! Rsrs. Ai que delícia, que barzinho foram? E sobre a peça, quem sabe? Ficarei em cartaz todos os ****** de fevereiro. Quem sabe se conseguirmos nos conhecer até lá. Rs. – Afinal, não chamaria um estranho para assistir a minha peça.

-Pois é, tô sem diarista. Haha legal, tomara que eu consiga te conhecer / ver a peça.

… Enfim, não vou ficar me prolongando nessa conversa inicial, pois, muita coisa ainda está por vir. Ele disse onde trabalhava, onde morava e sugeriu marcarmos um happy hour qualquer dia desses. Trocamos instagram, tentamos combinar o encontro por lá, mas, como o papo demorava a fluir, de ambos os lados, por ser um insta e não whatsapp, chegou o grande momento em que trocamos números de telefone.

No começo o meu nível de interesse por ele era médio. O achava bonito, o papo, apesar de não ser grande coisa, estava fluindo, mas, o que fez dar um salto no meu alerta interior, do tipo que me fizesse pensar: “humm esse cara parece ser mais interessante do que eu pensava”, foi quando ele reagiu de maneira extremamente brincalhona a um cancelamento da minha parte.

Por motivos pessoais precisei cancelar nosso date avisando-o no mesmo dia. Me desculpei dizendo que não lembrava do nosso encontro (realmente não lembrava) e ele ainda me mandou um print da nossa conversa na parte em que eu dizia para irmos tal dia e horário em tal lugar, me parecendo até um pouco chateado pelo cancelamento repentino. Daí, quando finalizei com um: “Me desculpe”, ele me surpreendeu demais com o seu bom humor:

-Não sei não, eu tô muito confuso com tudo isso que tá acontecendo. Para mim confiança é que nem um cristal, sabe? E agora você quebrou esse cristal. Não sei como encarar nosso relacionamento agora. Acho que vou precisar de um tempo. Um tempo para cuidar de mim. Tenho que parar de priorizar os outros e focar em mim mesmo.

Me conquistou. Ele poderia ter respondido somente um “tudo bem, remarcamos para outra data”, mas, foi além, fez piada com a situação. E se tem uma coisa que eu adoro em um homem é bom humor e jogo de cintura. Entrei na brincadeira dele:

-Não me julgue por apenas uma falha minha, nunca pisei na bola contigo, prometo que não vai se arrepender de dar uma segunda chance para o nosso relacionamento. Merecemos isso! Não jogue fora nossos 5 dias juntos!

E ele continuou:

-Vocês homens sempre dizem isso, mas, sei que não é verdade. Eu me dediquei, me anulei por você, pus nosso relacionamento acima de tudo, mas nunca houve reciprocidade… agora eu entendo que pra você eu sempre fui apenas um contatinho…

-Será que vossa senhoria me permitiria me redimir com você amanhã? Ou semana que vem?

-Não sei, vou ver e te aviso (agora vou fazer charme hahaha)

O respondi com uma figurinha, ele respondeu com outra e não nos falamos mais naquele dia (era 17h25).

No manhã seguinte, às 08:48, ele já me mandou msg de bom dia. Conversamos no decorrer do dia sobre algumas coisas, fui presenteada com uns dois áudios dele (diga-se de passagem que adorei a sua voz) e ele perguntou se poderíamos nos encontrar naquela tarde, já que na mensagem do dia anterior eu sugeri jogarmos nosso encontro para o dia seguinte. Mas, como quando eu tinha proposto ele fez aquele tal charme, não contei com o date e marquei outro compromisso. Ia jantar com uma amiga que não via há tempos e me recusava a cancelar com ela por causa de macho.

A velha dicotomia dos sexos né… se fosse entre homens, não precisava nem perguntar, era só avisar: “Brother, apareceu uma ocorrência do Tinder, preciso atender. Depois a gente marca!”. E o amigo responderia: “Caramba, se deu bem hein sua bichona? Deixa eu ver quem é! E depois me conta como foi”. – Novamente me brindando com seu bom humor.

-Sendo assim, apesar de querer muito te conhecer hoje (e eu queria mesmo), não posso dar mancada com ela. Vamos combinar nosso encontro para x dia da semana que vem? Sem falta, exceto com atestado de óbito de ambas as partes.

-Tá bom, mas, já prevejo um atestado de óbito forjado. – Todo engraçadinho.

-Posso marcar aqui na agenda então? Ou acha que até lá perdeu o interesse? Rs.

-Então… temos um fds de bloquinhos pela frente né… Hahaha.

Aff fiquei furiosa com a insinuação. Onde já se viu, me comparar com mulheres bêbadas e facinhas de bloquinhos?! Sou muito mais interessante que isso! Não consegui disfarçar o meu ressentimento:

-Péssima resposta rs. Então tá, deixarei minha agenda livre e caso você decida depois, pode acontecer de novo o que aconteceu hoje e eu já ter marcado algo. Um bom fim de semana e boa sorte com os bloquinhos.

Minha alfinetada não passou despercebida de um homem inteligente como ele.

-Hahahaha não precisa apelar. Pode reservar, tenho certeza que teremos um encontro divertido!

Mais tarde, no mesmo dia, voltamos a conversar:

-Como tá indo o plano B para hoje? Salvou a noite? – Perguntei curiosa, já que mais cedo, quando ele perguntou se poderíamos nos encontrar, disse que se eu não pudesse, ele teria que pensar num plano B para aquela noite.

-Nenhuma oferta tentadora suficiente para me tirar de casa ainda. Vou fumar um e ver filme, amanhã o dia será movimentado.

Fumar um? Sincerão ele! Gostei.

Humm então você também curte fumar um? Interessante… Se quiser posso te indicar algum filme.

-Eu gosto, me cativa mais que álcool. Pois me indique, vejamos se você tem bom gosto. – Claro que tenho bom gosto, querido!

-Vou te indicar um incrível do Will Smith, se é que você já não assistiu também. Se chama “Beleza Oculta”. Tem na Netflix.

-Já assisti.

-E o que achou?

-Bom. Nota 7,5.

-Não concordo com a sua nota. Mas, vou respeitar. Me indica algum que você gosta pra eu entender o seu gosto.

-Muito bem. Democracia é isso. Me diz 10 filmes que você indicaria pra qualquer pessoa. 1- Beleza Oculta. – Já preenchendo o que seria a primeira indicação da minha lista rs. Abusado!

Você também. – E insisti para que ele enviasse a lista dele primeiro.

E lá veio ele com seu ranking requintado:

  1. Bastardos Inglórios
  2. Pulp Fiction
  3. Clube de Luta
  4. Edukators
  5. A Vida dos Outros
  6. Férias Frustradas
  7. Forrest Gump (mas todo mundo já assistiu)
  8. A Banda

– … Depois eu coloco mais dois que já acendi o beck. Cadê a sua lista?

Confesso que fiquei até um pouco envergonhada de mandar a minha playlist de filmes depois de uma lista dessas, mas, pensei: “foda-se, não vou fingir ser algo que não sou, se for pra gostar de mim, terá que gostar exatamente assim.” E enviei a minha lista nada exigente, nem tão adulta, quanto a dele:

  1. Beleza Oculta (história criativa, diferente e tocante)
  2. Efeito Borboleta (simplesmente incrível)
  3. Diário de Uma Paixão (o melhor romance que já fizeram)
  4. Garota Exemplar (gosto de filmes de psicopatas também)
  5. Meninas Malvadas (é adolescente, porém um clássico)
  6. Divertidamente (amo desenhos)
  7. O Lobo de Wall Street
  8. Eu os declaro marido e Lary (uma comédia incrível)
  9. Chamada de Emergência (suspense)
  10. O preço do amanhã

-O Preço do Amanhã tem um excelente argumento, mas, o roteiro não desenvolveu bem. Acho que vou assistir um ep de Dark mesmo – Ou seja, achou a minha lista uma bosta haha.

Bem nesse momento eu estava quase chegando onde ia encontrar minha amiga também e nos despedimos. Achei que não nos falaríamos mais até o dia do encontro, mas, no fim de semana recebi sua mensagem:

-Boa sorte na apresentação! 😉 – Fofo!

-Obrigada! Só vai restar mais duas oportunidades pra você vir, hein!

-Tô esperando o convite!

-Se um certo alguém não apresentar nenhum atestado de óbito no dia do nosso encontro, pode ser que role o convite. 😉

-Não apresentarei nenhum atestado.

E enfim chegou a data do encontro…

-Você só tem até o meio dia para apresentar o atestado, viu? – Ele começou a conversa.

-E você só até às 11h. Te resta  apenas 4 minutos.

Nenhum dos dois cancelou.

 

Continua…

 

O Tarado do Tinder

Voltei para o Tinder!

Vira e mexe, quando me dá um siricutico, eu vou e crio uma nova conta. Depois, após algumas decepções, eu deleto a conta de novo. Não que eu espere encontrar o meu príncipe encantado lá (estatísticas apontam que apesar de improvável não é impossível), esse não é o meu objetivo (se acontecer, aconteceu).

Então o que estou buscando? Sei lá, conhecer gente nova? Um sexo casual quando não tiver cliente e quiser escolher ao invés de ser escolhida? Enfim, não me julguem.

Já tive demasiadas experiências engraçadas e interessantes derivadas do citado aplicativo e resolvi que sempre que aparecer algo fora do normal, engraçado ou muito interessante, irei compartilhar aqui. ?

Criei um novo cadastro essa terça.

Selecionei cinco fotos minhas (atuais) que mais gosto, peguei um textinho do Google para colocar no “sobre mim” (prefiro escritos autorais, mas estava sem criatividade) e para fechar coloquei uma das músicas que tem na minha playlist “Músicas Sensuais” do Spotify. A propósito, se você ainda não conhece tal playlist, lhe apresento:

Voltando ao Tinder…

Em poucos minutos de likes já tive o meu primeiro match. “Hummm. Ele deve estar se empenhando aqui, foi o match mais rápido da história para uma conta recém criada”, pensei. E realmente ele estava. Desde o princípio tentando trazer o assunto para a putaria. Me esquivei no começo (não queria que tivesse uma ideia errada sobre mim), mas chegou uma hora que entrei no jogo. Acompanhem!

Sobre ele:

Rapaz barbudo (nenhum Bin Laden, uma barba charmosa e bem cuidada), cara de nerd.

Sua frase do sobre mim:

Wifi grátis aqui em casa! – achei engraçado e criativo.

Vamos ao diálogo:

-Olá linda. Como vai?

-Vou bem Fulano (o chamei pelo nome) e você? 🙂

-Tudo na paz. O que faz acordada aí? 3km é perto de mim. 🙂

-Estou procrastinando pra assistir uma série. E você? O que faz acordado a essa hora da noite, além de estar no Tinder? Rs.

-Tô deitado aqui no escuro kkk. – Começou com a primeira tentativa de trazer o assunto para a putaria.

-No escuro? Então já está quase dormindo… Vai acabar sonhando comigo hein rs. – Não resisti  dar uma provocada também rs.

-Nossa, nem me fala que já tô aqui sonhando acordado. 😛 – Sutil.

-Se sonhar, será missão obrigatória me contar como foi esse sonho depois. – Entrando no jogo dele aos pouquinhos.

-Talvez não possa pq vai que rola um sonho proibido kkk. – SAFADO!!

Nesse momento respondi com o emoji do macaquinho tampando os olhos envergonhado. E ele foi adiante:

-Sabe que minha imaginação é bem fértil. Então já viu né…

-Não sabia que sua imaginação era fértil. Me conta mais. – Instiguei.

-Bom seria se vc estivesse aqui, aí te contava de perto.

-Que rapidinho você, já está querendo me induzir a usar o seu wifi rs. – Brinquei.

-Eu estou sim. Com muito prazer. E você? Quer vc, usar tudo? – Já chamando na Xinxa.

-Quem sabe…

-Já fico excitado só de pensar.

-Que safadinho… gosto. – Incentivei.

-Caramba. Pena que você não pode ver por aqui. Me add no whatsapp. – Olha que safado já querendo me enviar uma foto do pinto!

Não gosto de receber nudes de estranhos que me contatam no intuito de um programa, mas, nesta situação fiquei curiosa em ver o pau dele. Deixei que migrássemos para o whatsapp. E ele já foi direto ao assunto:

-Você ficou curiosa pra ver como eu tô excitado só de imaginar você usando minha internet aqui?

-Fiquei sim muito curiosa. Só que não me interessa ver volume por cima de roupa rs. Se é que você me entende… rs. – Fui bastante ousada eu sei, precisava incentivar o boy a mostrar o pau logo.

-Mas eu vou querer ver também. Posso? – Esperto!

-Quem sabe.

-Quero ver também. – Insistiu.

-Você que chegou dizendo que queria mostrar rs. Só mostro ao vivo. – Fazendo a difícil.

-Quando?

Respondi com uma figurinha do Mickey andando e assoviando. Ou seja, desconversando. Daí o danadinho apelou e me enviou a foto do pênis dele… Achei um pau interessante, confesso, o ângulo estava favorável.

-Tá bom assim? – Ele perguntou depois da foto reveladora.

Respondi com uma figurinha sexy de uma boca passando a língua nos dentes.

-Quando você quer ver ele de perto? – E enviou uma outra foto do pau, com uma gotinha de baba saindo da cabeça, mais a seguinte legenda: “coloca sua boquinha aqui”. Se empolgou o rapaz.

-Uau. Já está assim sem eu ter mandado nada? – Indaguei.

-Já. Você viu como ele fica molhado? Tô imaginando você chegando por aquela porta e me pegando de jeito, sentando nesse pau pra me sentir todinho. Colocando ele todo na boca.

-Uma delicinha. Que mais? 

-Sentindo seu cheiro, seu gosto. Te abrindo toda. – Me abrindo toda?? Como assim?? Vai me deixar arrombada?? Kkkkk. Fiquei com vontade de perguntar. Ao invés disso, só disse:

-Que tesão.

-Você também é muito molhada?

-Sim. Meus dedos até escorregam quando estou me masturbando. – Dei corda pro boy.

-Quero ver isso!!! – Ele respondeu animado.

-Me pegaria de quatro também? – Continuei atiçando.

-Te colocaria de quatro e te chuparia inteira. Vou socar a língua nesse rabo e nessa buceta até você pedir meu pau. – Achei um pouco vulgar esse linguajar dele. Socar? Rabo? – Você gosta de anal também?

-Não.

-Mas socar a minha língua em você todinha eu posso?

-Deve.

-Vou te abrir toda só com a minha língua primeiro.

-Promessa é dívida hein.

-Com certeza! Quando gozar vou filmar pra você ver ele jorrando porra pra você. Aí você imagina ele gozando dentro de você.

-Pode filmar, vou adorar. – Obs.: Isso não quer dizer que estranhos podem me enviar esse tipo de vídeo, ok? Se enviarem serão bloqueados. – Vou sentar bem gostoso em você quando nos encontrarmos. – Dei aquela provocadinha básica.

-Vem amanhã.

-Vou me masturbar enquanto você tiver me comendo e vamos gozar juntos. Será uma delícia. – Meu momento de inspiração erótica rs.

-Vamos mesmo. Vou lavar essa buceta de porra. Posso? – Choquei com ele falando de sexo sem proteção fácil desse jeito.

-Quero ver você gozando no vídeo imaginando essa cena. – Desconversei.

-Vou filmar já já. Tô aqui batendo pra você. Você quer vir amanhã?

-Que horário?

-De manhã ou de noite. Quer vir antes das 11?

-De manhã não rola. A noite talvez.  – Menti.

Daí ele enviou o vídeo dele gozando. Um vídeo até que excitante, devo confessar.

-Imagina essa porra toda dentro de você amanhã. – Ele falou logo depois de enviar o vídeo.

-Nossa que jorrada deliciosaaaa. – Elogiei.

-Quero você.

-Também fiquei com vontade de você. Quero conferir esse pau pessoalmente e sentir ele. Vamos combinar sim, mas, amanhã meu dia está um pouco incerto, vamos nos falando no decorrer. Vai que você perde a vontade quando acordar também rs.

-Caralho, assim eu não aguento. Eu também quero muito sentir você molhando ele todinho. Claro que não vou perder a vontade! Só se você perder.

-Vou chupar ele bem babado. Você terá que se controlar para não gozar na minha boca. Eu não irei perder a vontade também, quem gozou aqui foi você, eu não. Então estarei na vontade. – Continuei correspondendo toda animada.

-Nossa, não faz isso comigo. Fica me prometendo e depois some. – Pelo jeito fazem isso com ele com frequência rs. – Quero você cuspindo nele até escorrer e me engolindo.  – Me surpreendi que ele ainda tivesse no pique de falar putaria mesmo depois de já ter gozado.

-Safada delícia você. Vai me deixar louco.

-Olhando pra essa sua carinha também não imaginei que fosse tão safado. Vai dormir agora depois da gozada? – Tentei finalizar a conversa.

-Muito menos eu, você com essa carinha de ingênua.

-Nunca ouviu dizer que as santinhas são as piores? Rs.

-Quero gozar e dormir com ele dentro de você.

-Não fala isso que quem ficará louca sou eu. Dormir de conchinha com ele dentro? E recomeçar no meio da noite? – Resolvi deixar ele feliz entrando ainda mais na brincadeira.

-Sim, todo gozado e ela escorrendo minha porra. – Ele não ia dormir não??

-Safado. Vou querer sentir bem quentinho.

-Assim mesmo! Safada. Vou te esperar amanhã hein.

-Vamos combinar, quero muito ir. Sentir você de verdade. Vou assistir a série agora. – Tentei finalizar a conversa mais uma vez.

-Então vem amanhã, pra mim já está mais do que certo.

-Precisa me passar seu endereço depois.

-Até amanhã hein, não foge. – E já me enviou seu endereço. – Boa noite delícia.

-Não fugirei, se não der certo amanhã – que eu já sabia que não ia dar – até o final dessa semana combinaremos com certeza – sem ter tanta certeza assim rs -, seu vídeo me deixou com muita vontade. Quero sentir você.

-Eu também! Pense nele que você vai conseguir vir amanhã hahaha.

-E sonha comigo esquentando a sua cama. Um beijo.

-Fui, delícia.

E encerramos a conversa exatamente a uma e quarenta e nove da madrugada.

Pensei em desfazer o match e bloquear seu contato. O achei muito tarado. E todo aquele papo de gozar dentro e escorrer? Não me pareceu alguém preocupado em preservar a própria saúde. E se eu fosse uma estranha com AIDS? Claro que ele dizendo todas aquelas coisas não queria dizer que pessoalmente seria exatamente daquele jeito, mas sei lá, não me inspirou confiança. Não levou nem alguns dias de conversa para chegar naquele nível de intimidade. Enfim…

Desfiz o match? Bloqueei?

Não. ?

E às 09:26 da manhã seguinte, recebi a mensagem de bom dia dele:

-Minha delícia, bom dia.

Respondi com uma figurinha de “Bom dia”.

-Nossa, acordei querendo você com força. Deixa eu te ver meu tesão? – Logo cedo, gente??!

-Não rs.

Uma hora depois ele puxou assunto de novo:

-O que está fazendo de bom aí?

Respondi meia hora depois:

-Trabalhando e você? – Não necessariamente, mas quis mostrar que estava ocupada fazendo algo útil e produtivo.

-Eu também. O que você faz? – Até que enfim uma pergunta que não envolvesse sexo.

-Sou jornalista. E você? – Como sempre não entrei em muitos detalhes.

-Legal. Eu sou designer, trabalho numa produtora de filmes publicitários na parte de computação gráfica.

-Já temos um pezinho ali na comunicação rs.

-Sim. Meu, tô com muito tesão de pensar em você. – Quando eu penso que o assunto vai tomar um caminho diferente, ele trás de novo para a putaria! Fiquei sem paciência…

-Não te atrapalha ficar pensando em sexo tendo que trabalhar? – Nem eu que trabalho com sexo não sou tão tarada assim! ?

-Não. De tarde te mostro ele no banheiro. Quer?

Eis que cheguei no meu limite e dei um chega pra lá no taradinho.

-Acho que te passei uma ideia errada sobre mim. Curto falar putaria, mas não o tempo inteiro assim. Então não.

-Calma. Só achei que vc também estivesse na mesma vibe. – Em pleno horário de almoço?? Só se eu estivesse num motel sendo chupada por algum cliente – Não vou mandar não. Você vai me ver de noite? – Olha ele querendo ter certeza que não estava tudo perdido rs.

-Não sei se consigo hoje. Como te disse ontem, hoje meu dia está meio complicado.

-Entendo. Se você conseguir me fala, tá?

-Claro.

Chega a ser cansativo uma pessoa tão sexual desse jeito. Não vou mentir que em algum momento da nossa conversa na noite anterior eu não tenha ficado excitada e com tesão em dar pra ele. Gosto de homens tarados, eu também tenho meu lado tarada, mas tudo tem seu momento né? Falar de sexo A TODO MOMENTO é um pouco demais.

Bom… se vou transar com ele em alguma oportunidade que venha a surgir, sinceramente não sei. Quem sabe num dia em que eu estiver com muito tesão e, por acaso, não houver nenhum cliente agendado para poder saciar a vontade unindo o útil  ao agradável. ? Se rolar, lhes contarei se ele foi tudo isso pessoalmente também nos próximos capítulos…