Segundo dia em Miami – Parte 3

Quando o show terminou – não vou dizer que tudo que é bom dura pouco, pois durou o tempo necessário para se tonar inesquecível – devido a emoção do momento, não me atentei em voltar por onde entrei e fui seguindo o fluxo de pessoas. Estava muito trânsito fora do estádio, então fui seguindo numa direção que pensei ser a correta, no intuito de chamar um Uber onde estivesse mais tranquilo. Porém, a fila de carros se estendeu por alguns kilômetros e de repente começou a trovejar. Xiiii. ⚡️

Os trovejos em Miami parecem de filme de terror. Arrepia até a espinha. Não muito depois começou a chover. ? Por sorte, eu estava perto de uma cobertura e me abriguei embaixo dela, com mais um aglomerado de pessoas que esperavam o Uber. Meu sinal de internet estava ruim, então não consegui chamar um para mim também e decidi esperar a chuva passar para continuar com a minha caminhada.

Comecei a ficar inquieta de esperar ali e assim que a chuva regrediu para garoa, teimosamente saí de lá, seguindo numa direção que eu sequer sabia se era a certa. E não era. Me vi numa rua totalmente residencial e, pra variar, de repente a chuva voltou com tudo, muito, muito mais forte!

Fiquei desesperada, como podem imaginar. Eu tinha comprado uma revista da Taylor no final do show, que inutilmente tentei salvar colocando embaixo da minha blusa (que ainda por cima era transparente) então não adiantou. ? Olhei em volta procurando qualquer abrigo e nada! Só mato e residências.

Pensei: “Aguenta que vai passar, aguenta que vai passar” e a chuva não passava nunca, pelo contrário, ficava cada vez mais forte. Comecei a sentir muito frio e mal conseguia enxergar, tive que olhar para o chão. Poucas pessoas também estavam tomando essa chuva (que mais parecia tempestade), todos indignados com toda aquela falta de sorte.

Uma mulher que estava com a filha, deixou escapar um: “this is ridiculous” e realmente… era ridículo passar por aquela situação depois de um show incrível daqueles. ? Ainda mais para mim que estava ali a passeio, me sentindo (até então) num conto de fadas americano. Aquela chuva gelada dando uma surra no meu corpo magro foi como um choque de realidade.

Conforme a chuva intensificava, meu instinto de sobrevivência começou a gritar e invadi uma residência. ? Entrei num quintal que não havia porteira e me escondi no tetinho que se estendia da parede.

Pensei em ligar para aquele motorista de Uber brasileiro que me levou a Miami Beach de manhã (e me deu seu cartão para o caso de eu precisar de ajuda), mas, como achar o cartão dentro da minha bolsinha sem molhar tudo que estava dentro? Sem contar que as minhas mãos tremiam como se eu tivesse mal de parkinson de tanto frio que eu sentia.

Após alguns minutos de busca, enfim, achei o cartão e liguei pra ele! – Com medo de cair um raio na minha cabeça, enquanto eu falava ao celular. –  Mas, novamente a sorte não quis me ajudar, pois ele estava há duas horas de distância. ? O jeito foi esperar a chuva passar para tentar chamar um Uber dali mesmo.

 

00:45 e eu perdidinha em Miami. ? Por um milagre dos céus minha internet voltou a funcionar melhor quando a chuva amenizou e esperei, o que pareceu uma eternidade, o motorista chegar onde eu estava. Quando ele chegou e me olhou, percebi no seu semblante que não gostou nada. Afinal, eu estava pingando e molharia todo o seu carro.

Dei um sorriso amarelo, torcendo para que me deixasse entrar mesmo assim e após alguns segundos de hesitação, ele se deu por vencido e autorizou que eu entrasse, naquele tom de “fazer o que né?”. Me agachei no vão entre a poltrona da frente e a de trás (não queria de maneira alguma ser inconveniente e estragar seu carro), até que ele me cedeu uma camisa para que eu forrasse no banco e sentasse direito.

Como eu sonhava com o momento em que chegaria no hotel e entraria debaixo de um chuveiro quente. Ainda bem que apesar do hotel ser ruim, ficava há apenas dez minutos do estádio. O que é uma viagem sem um perrenguizinho, não é mesmo?

Segundo dia em Miami

Alguém aí gosta de acordar cedo? Bom, eu detesto e é claro que em viagens gosto menos ainda rs. Então, nem ativei o despertador e acordei sobressaltada no dia seguinte com o som de uma sirene de polícia. Levei alguns segundos para me situar e assim que lembrei que estava num quarto de hotel em Miami, logo vasculhei minha mente em busca de algum compromisso que eu pudesse ter perdido por ter acordado aquela hora (que eu nem sabia qual era).

Lembrei do café da manhã do hotel que era somente até às 9h, dei um pulo da cama e corri para ver a hora no celular. Era exatamente 08:27. Ufa daria tempo! Escovei os dentes rapidamente, troquei a camisola de algodão por um vestido qualquer e corri para o coffe. ??‍♀️

Como a minha correria foi tanta, imagine quão foi a minha decepção quando me deparei com um café da manhã extremamente pobrinho, sem muitas opções e o principal: sem ovos mexidos e bacon, que eu tanto almejava. Frutas? Só banana. Bebidas? Só leite (nem um yougurtizinho tinha). Fiquei horrorizada.

Enquanto eu olhava a mesa com os escassos comes e bebes, mandei um áudio para o meu amigo D contando sobre o meu desapontamento e, de repente, me surpreendi com um rapaz ao meu lado, concordando com tudo que eu estava dizendo. Um brasileiro!! Uhuuu! Ficava feliz toda vez que encontrava alguém que falava meu idioma rs. ?

Enquanto pegávamos o que comer, começamos a conversar e ele justificou seus motivos por se hospedar num hotel ruim daquele (tinha a ver com o fato da sua mãe morar longe e se reunirem ali pela praticidade, não compreendi muito bem) e ainda teve a gentileza de me ensinar a fazer a massa do waffle. Não tomei café com ele, sentei numa mesa sozinha e ele voltou para a mesa dele com outro rapaz mais velho, que deveria ser seu pai.

Antes dele sair do cômodo, perguntei-lhe se realmente não havia outras opções de bebida (estava encafifada com isso) e ele revelou a existência de uma máquina de suco isolada num canto:

Fui até ela feliz, como se eu tivesse descoberto água no deserto e enchi meu copo com suco de laranja. Voltei para a mesa saltitante, faminta, louca para degustar aquele suco maravilhoso dos deuses e novamente despenquei na decepção. Que suco RUIM era aquele?!!!! ?

Como última salvação resolvi comer a banana e até ela tinha gosto diferente. Dei apenas uma única mordida e larguei. Péssimo café da manhã aquele, poderia ter dormido um pouco mais.

Voltei para o quarto, gravei uns stories pra vocês no Instagram contando da balada e daquele café da manhã horroroso (vocês acompanharam? ? Ainda estão lá, em “Destaques” de Miami! ???)

E então chamei o Uber rumo a Miami Beach! (Só um adendo: não encontrei nenhum carro em Miami que possuísse placa na frente do veículo, somente atrás, engraçado né? Rs.) Eu estava com sorte naquele dia, pois o motorista também era brasileiro e me deu várias dicas interessantes durante o trajeto. Uma delas foi sobre a existência de um aplicativo chamado “Airbnb” com a finalidade de hospedagem na casa dos outros.

A princípio achei um pouco estranho, mas após os relatos de suas experiências, me pareceu viável, como se eu fosse fazer intercâmbio em outro país e morasse na casa de uma família. Ele disse que era mais em conta e que minha experiência seria muito melhor. Comentou que até no Brasil tem isso. ?  Também falou de um aplicativo chamado “Turo” em que pessoas comuns alugam seus próprios veículos.

Ao final da corrida, assim como o motorista da noite anterior, também me deixou seu cartão de visita para o caso de eu precisar de alguma coisa e senti que foi sem malícia. Acho que era comum deles oferecerem ajuda aos passageiros estrangeiros.

Me deixou em “Art Deco” para que eu fosse explorando a vista até chegar na praia e lá fui eu andando maravilhada naquele calor de 30º (amo o calor ❤️). Ouvia no fone de ouvido uma playlist com as músicas que eu mais gosto da Taylor Swift (já entrando no clima do show que ocorreria mais tarde) e novamente me senti dentro de um clipe. Uma delícia estar naquele cenário ouvindo de fundo músicas como:Wildest Dreams” eStyle, por exemplo. ?

Cheguei à praia e se eu pudesse com certeza teria entrado naquela água maravilhosa, mas como estava sozinha, não confiaria de deixar minhas coisas na areia, né? Apesar de lá parecer bem mais seguro e confiável do que aqui. Então fui andando pela beira da praia apenas molhando meus pés e admirando aquela água cristalina.

Dei a volta na praia mais de uma vez (estava muito bom para ir embora), mas fui ficando com fome (quem sobreviveria por muito tempo com um café da manhã daqueles?) e não vi um vendedor ambulante sequer para que eu pudesse comprar algo para comer. Então tive que abandonar a areia e procurar um estabelecimento para me alimentar direito.

Como Miami é muito quente o tempo inteiro, (eis a prova):

Felizmente todos os estabelecimentos tinham ar condicionado (geladíssimo), o que deveria fazer um certo mal, já que ora as pessoas estavam no quente, ora no frio. Né? ?

Entrei num pub, chamado: “Finnegan’s” (depois descobri que tem aqui no Brasil também rs) e pedi um lanche ? com nada mais, nada menos que Pina Colada para acompanhar. ? Não aguentei comer tudo.

Depois segui para o Museu de Arte Erótica (WEAM – World Erotic Art Museum), parando antes em uma perfumaria para comprar protetor solar (percebi que o meu tinha vencido, pois estava me dando alergia) e aproveitei para comprar umas lembrancinhas também! ?(Sempre que viajo é de lei trazer ímãs de geladeira e chaveiros.)

O museu não foi de graça e custou US$ 20. Lá tinha DE TUDO! Cada seção retratava o sexo em determinada cultura  (tinha até seção gay) e logo num dos primeiros cômodos que entrei, levei um susto com tanta bizarrice:

Não lembro ao certo quanto tempo fiquei lá, mas foi tempo suficiente para que um dos meus celulares descarregasse (justo o que tinha a câmera melhor e que eu usava para rotear a internet no outro).

Quando voltei para a entrada do museu, o recepcionista estava conversando com outro rapaz, que me cantou na maior cara de pau. Como essa foi a primeira vez que um nativo deu em cima de mim, achei que sua audácia se deu pelo fato de eu estar num museu com aquela temática, mas, no decorrer da viagem, percebi que independente do lugar, eles gostavam de paquerar quando percebiam que a pessoa não era dali.

Perguntei ao recepcionista se havia Wi-Fi para que eu pudesse chamar um Uber e ele gentilmente roteou a internet dele comigo. Daí esse outro rapaz, ao perceber o meu inglês nada fluente, perguntou de onde eu era. Respondi que era do Brasil e ele, traduzindo para vocês: “Ahh, o Brasil é um país incrível, só tem mulher bonita!” e me olhou com um olhar lascivo. Dei uma risadinha sem graça e ele: “Você ri, né?” (Queria que eu chorasse? ?)

Daí ficou aquele silêncio constrangedor enquanto eu chamava o Uber e para quebrar o gelo, perguntei se ele já tinha ido para o Brasil. Por que fui perguntar? Novamente ele veio com gracinha, dizendo: “Não, nunca fui, mas quero muito ir, capaz de eu nunca mais voltar”, finalizando mais uma vez com aquele olhar de cadela no cio. Isso costumava funcionar pra eles? ? Me calei depois dessa.

De volta ao hotel, coloquei o celular para carregar e descansei um pouco. Dali uma hora teria que começar a me arrumar para o show da Taylor e precisava estar 100% da andança. Mais tarde, eu descobriria que até aquele momento eu não sabia o que era um show de verdade, até assistir ao melhor show da minha vida!!  ? ?

SET

Primeira noite em Miami

Enquanto eu tomava banho mentalizando boas energias, ao fechar o chuveiro, vi uma pequena poça nos meus pés. Aff. ? Banheira entupida ninguém merece. Me sequei e quando chegou a vez de secar os meus cabelos, o secador do hotel também não funcionava. Dai-me paciência. ??‍♀️ Ainda bem que com jeitinho consegui fazer aquele treco com mau contato funcionar. ??

Me produzi lindamente e fiquei na dúvida de qual balada iria. Pelas minhas pesquisas estava entre a LIV ou Set NightClub. Decidi pela Set (a princípio). Chamei o Uber e lá fui eu rumo as badalações de Miami. Uhuu!! ?

Eu nem queria conversar com o motorista para que ele não percebesse que eu era de fora (sei lá, as vezes as pessoas se aproveitam quando vê que você não é da região), mas ele começou a puxar assunto e eu não tive como não ser educada. Conversamos o trajeto inteiro praticamente. Disse que eu era muito corajosa de fazer uma viagem daquelas sozinha e ao final me deu seu cartão de visita para o caso de eu precisar de “alguma coisa” rs.

Me deixou no endereço da balada, mas antes aproveitei para conhecer a região e encontrei um restaurante incrível, chamado: Tapélia:

Não consegui estudar o cardápio, pois (obviamente) estava todo em inglês e me daria muito trabalho. Então pedi a garçonete uma sugestão de prato que houvesse camarão (mais chance de não ter erro) e ela trouxe um MA-RA-VI-LHO-SO! Mandou bem! ?

Não me lembrava de ter comido um arroz tão gostoso como aquele!! Para beber, resolvi fazer diferente (sempre peço caipirinha) e me arrisquei numa bebida que eu nunca tinha tomado. Lembrei da cena do filme: “De Repente 30” em que Jenna Rink pede Piña Colada:

Pedi o mesmo e não me decepcionei!! ? Depois disso, durante toda a minha estada em Miami, sempre que precisava escolher um drink, a resposta já estava na ponta da língua! ?

Nesse restaurante tocava música e de repente, vocês não vão acreditar no que começou a tocar!! Fiquei impressionada!

Mc Kevinho tocando num restaurante bacana em Miami. Por essa eu não esperava! ??

Enfim paguei pela minha refeição e saí em busca de um lugar que vendesse adaptador de tomada. Entrei num mercadinho qualquer e felizmente encontrei o que eu precisava. O problema é que aquele pequeno cubinho não coube na minha bolsinha de balada e passei a noite inteira segurando aquilo na mão. ? O que não nos sujeitamos pela necessidade? Kkkkk.

O tal mercadinho ficava quase ao lado da Set NightClub, então, com o adaptador em mãos, segui para lá. Mal parei na fila e já fui elogiada pela menina que estava na minha frente. Disse que eu era “pretty” e retribui dizendo que ela também, apesar de nem tê-la olhado direito rs.

Assim que me situei naquela fila, fui me dando conta que o lugar parecia meio caído. Começando por essa fachada de puteiro (foto capa do post). Nada contra né, quem sou eu? ? Mas queria ir numa balada com cara de balada e aquela não me impressionou. Depois reparei nas meninas que estavam na fila e também não eram tão atraentes. Me senti arrumada demais para aquele lugar e resolvi ir para a LIV. Chamei um novo Uber e lá fui eu. ??

De fato a LIV era outro nível. Você percebia isso de longe. Congestionamento de carros, ficava num hotel, gente mais bonita e arrumada, fui para o lugar certo!

Ao entrar no hall me encaminhei para uma fila que não andava nunca, até eu descobrir que não era bem uma fila. Chegamos na parte que narrei no vídeo do início do post. Após falar com dois seguranças que me esnobaram completamente, comecei a ficar desanimada. Modéstia a parte eu sabia que estava atraente e não entendi toda aquela rejeição. Usava um vestidinho curto preto de paetês, sandália de salto preta, estava maquiada… e eu achando que mulher bonita não precisava de esforço para entrar em balada. Será que a culpa tinha sido dos meus óculos e rabo de cavalo??

A Minha última cartada foi tentar entrar com esse grupo de meninas que vocês me ouviram narrar no vídeo. Aí sim deu certo, pois elas tinham um contato lá dentro. Passei pelo segurança que não me deixou entrar e quase mandei beijinho rs.

Enfim estava dentro!!! ??  Hora de conferir se a balada era tudo aquilo mesmo.

Simmmmmm. O lugar era incrível e estava LOTADÉRRIMO! As meninas se acomodaram na parte de cima, sentamos num estofado e pediram bebida. Me convidaram a ficar com elas e como eu estava sozinha, aceitei de bom grado. Fiquei um tempão papeando com uma das que falavam português e foi muito gostoso estar ali.

Tocaram músicas que eu conhecia, mas que eu não sabia cantar a letra, então apenas observei o povo empolgado cantando. ? Infelizmente não consegui ficar bêbada com a bebida que elas compraram (suco de laranja com vodka, será?) e quando tentei comprar algo para mim, a menina do bar não me deu atenção, o que me fez pegar birra e desistir de pedir. O jeito foi ficar caretona mesmo e eu careta em balada não rendo.

Certa hora descemos para dançar na pista e foi meio péssimo. O lugar estava tão lotado que não dava nem para se mexer direito e mesmo assim elas dançavam sorrindo empolgadas. Como alguém conseguia sorrir, dançando naquele aperto?? Tentei disfarçar a minha insatisfação para não parecer chata, mas que tava uó dançar ali estava.

De repente um cara horroroso parou atrás de mim e tive que me policiar para não roçar nele. Certa altura, esse mesmo rapaz se aproximou do meu ouvido e disse: “I like your glasses”. Coitado, aposto que esperou desenrolar alguma coisa comigo depois desse elogio, mas apenas agradeci e continuei olhando para a frente. ?

Cheguei no meu limite de ficar sendo espremida e inventei que queria ir no banheiro. Apenas a que falava português me acompanhou, dizendo também estar aliviada de sair dali. No banheiro apenas retoquei o batom e voltamos para os estofados.

Finalmente começou a tocar uma música que eu sabia cantar!!! Pulei do assento e por três minutos parecia que eu tinha bebido rs.

Depois fui informada que viram a Kim Kardashian lá!! Oi??? A Kim??? Não era possível! Como sou igual São Tomé que só acredita vendo, exigi pela foto que a menina disse que tinha tirado. Choquei! Era a Kim mesmo! Ela nos levou até o ponto em que dava para ver a Kim na parte de baixo e lá fui eu dar uma de paparazzo também rs. (Foto no primeiro vídeo do post.)

Por volta das três da manhã, meus pés estavam doendo demais e me preocupei em descansar para o show da Taylor que ocorreria mais tarde. A maioria das meninas já estavam bêbadas e justo uma das bêbadas seria a motorista. ? Troquei insta com a que mais conversei e me despedi, antes que meu celular descarregasse e eu não conseguisse chamar o Uber.

Daí você me pergunta: “E não beijou ninguém Sara?”, sabe que até eu fiquei impressionada com o meu desapego? ? Sei lá, estava numa vibe de curtir o passeio apenas. Voltei para o hotel podre de cansada, nem que eu quisesse teria ânimo para ficar com alguém. ?

Miami

Primeiro dia em Miami

Enfim chegou o grande dia! ?

E eu sequer dormi na véspera da viagem. Tanto pela empolgação, como para ficar bastante cansada e dormir durante toda a duração do voo, se possível. No aeroporto não consegui ficar tão empolgada como eu imaginei que estaria, mas atribuí ao cansaço de estar virada e a gastrite que teimou em se manifestar devido a ansiedade.

Comi um croissant de presunto e queijo com chocolate quente no Starbucks e o tempo de espera até o horário do embarque foi um verdadeiro martírio. Continuei a ler o livro “Subindo Pelas Paredes” da Alice Clayton e de repente senti muito, mas muito sono ao ponto de “pescar” várias vezes. Sabe quando as pessoas falam que estão tão cansadas ao ponto de dormirem acordadas? Eu não acreditava nisso, mas era realmente o que estava acontecendo comigo. De repente meu corpo estremecia como se eu tivesse pegado num sono rápido, sem eu sequer ter fechado os olhos direito. Foi muito estranho rsrs. Virar a noite acordada não tinha sido uma boa ideia, afinal.

Em pouco mais de uma hora iniciou o embarque e tive que esperar chamarem o meu grupo, que demorou um pouco, pois era o 7. Não via a hora de sentar dentro do avião e poder dormir. Enfim chegou a minha vez. Momentos de emoção! De repente meu sono passou, dando lugar a um misto de alegria e curiosidade. Quando já estava dentro do avião, esperando na fila para seguir para a minha poltrona, coloquei meu fone de ouvido na música “End Game” da Taylor Swift e de repente o brilho da viagem voltou, parecendo que eu estava dentro de um clipe. 

Me acomodei numa fileira de 4 assentos que não havia janela. Minha poltrona era corredor e na outra ponta sentou um casal de japoneses. Fiquei empolgada esperando que alguém interessante sentasse do meu lado, mas adivinhem? Ninguém mais apareceu! Acho que a pessoa perdeu o voo rs. 

Continuei ouvindo as músicas da Taylor que se seguiriam, enquanto observava o restante dos passageiros se acomodarem em seus lugares e o que senti nesse meio tempo foi só emoção! ❤️ Me emocionava estar viajando sozinha, sem precisar de ninguém e depender apenas de mim mesma; me emocionava estar indo para o país que eu sempre sonhei em conhecer e mais ainda ter o show da Taylor como evento principal. Sempre quis ir num show dela e lamentava demais saber que ela nunca viria, pois a empresa que organiza seus shows, não trabalha com o Brasil.

O ar condicionado estava tão forte que até ventava no meu cabelo. Gente como detesto sentir frio!! Aproveitei que não sentou ninguém do meu lado e depois que o avião decolou, afanei o cobertor do vizinho. ? Cobertor era modo de dizer né, aquilo estava mais para mantinha flanelada rs. Depois desliguei a música para conseguir pegar no sono e deu super certo. Cochilei e quando acordei estavam servindo o almoço. “Lunch or bife?” Ouvi a comissária perguntar. Fiquei atônita do que seria “lunch”, pois até onde eu sei essa palavra em inglês significa almoço. Estaria ela então dizendo: “Almoço ou bife”? ? Ainda sonolenta, só respondi: “Yes” e ela entendeu que era bife. Tá ótimo, era isso mesmo que eu queria. ?

Gostosinho, para uma comida de avião estava ótimo. Depois tratei de voltar a dormir, pois queria chegar em Miami super descansada. Não que isso fosse plenamente possível, pois dormir em avião é muito desconfortável rs, mas um cochilo aqui e ali ajudaram. Tivemos duas refeições durante o voo, o almoço e pouco antes de chegarmos, café da tarde:

Após a segunda refeição permaneci acordada e assisti: “A Ilha dos Cães” na tela da poltrona. Legalzinho mas não deu para assistir até o fim. Chegou o momento do pouso. Ai que emoção!

Novamente coloquei meu fone de ouvido (gosto de trilhas sonoras rs), dessa vez na música “Art Deco” da Lana Del Rey, em homenagem a um lugar em Miami com esse mesmo nome, próximo de Miami Beach, que eu iria conhecer. ?

Saindo do avião, super emocionada, percebi que todos seguiam para uma fila de totem. Uma fila gigantesca responsável por congelar, por alguns minutos, a minha emoção de estar ali. Quem fica feliz enfrentando uma fila? Rsrs. Perguntei a uma senhora atrás de mim sobre o que se referia e ela explicou que era para preencher o formulário de imigração.

Tive um pouco de dificuldades quando chegou a minha vez e um rapaz muito simpático me ajudou. Daí fomos conversando até a outra fila de passar pela Polícia Federal. Ele era brasileiro, mas morava em Montreal. Estava no Brasil visitando a família em Curitiba, fazia seis anos que não via seus pais. Tinha duas filhas que naquele momento estavam na Disney com a mãe (era separado) e sua atual namorada morava em Montreal também. Seu nome era Christian e tinha 39 anos. Por que lhes contei tudo isso? Pra vocês verem o tanto que se pode descobrir de uma pessoa em poucos minutos de fila rs. Nos despedimos logo mais a frente, quando ele foi pegar o voo de conexão e eu me direcionei a saída do aeroporto. Muito legal ele, espero que tenha dado tudo certo na sua viagem. ?

Peguei um táxi para o hotel (decidi testar o Uber só mais tarde, fora do aeroporto) e o percurso não foi muito longo, pois peguei um com uma localização conveniente entre o aeroporto e o estádio em que ocorreria o show (Hard Rock Stadium). O taxista aparentemente era haitiano e nos comunicamos um pouco. Ele perguntou de onde eu era e disse que eu era muito branca rsrs. Me deixou seu contato para outras corridas que eu pudesse precisar fazer, mas depois que descobri que o Uber funcionava normalmente lá fora, optei por pagar mais barato rs.

Cheguei no hotel (não direi o nome pois pretendo avaliá-lo no Tripadvisor depois ?) e lá vou eu fazer o check-in. Me hospedaram na suíte 522. Enquanto estava na recepção não deu para reparar direito no lugar, estava muito entusiasmada, mas, quando me encaminhei para o quarto, olhando aquele corredor de carpete horroroso, fui me dando conta do buraco onde me enfiei rs. De fato eu não tinha visto suas qualificações na internet, olhei apenas o preço, a localização para o show da Taylor e que tinha 3 estrelas. Achei que 3 estrelas seria um hotel razoável, mas não era rs. Hoje olhando no Tripadvisor, ele está com 36 avaliações para horrível, 26 para ruim, 35 para razoável, 16 para muito bom e 2 para excelente. Quem foram esses doidos que o avaliaram como “Muito Bom” e “Excelente”???? ???

Admito que fiquei um pouco desanimada ao me deparar com aquele muquifo, mas procurei focar na viagem, até porque mal ficaria no hotel. Resolvi ligar minha caixinha de som para espantar as más energias, mas aí me dei conta que não tinha levado o adaptador de tomada. ??‍♀️  Nem ouvir minhas músicas seria possível, pois a minha caixinha estava descarregada, assim como o meu celular que também estava morrendo e precisaria economizar o máximo de bateria possível. Droga.

O jeito foi ligar a TV e ficar ouvindo a programação em inglês (estava passando um filme antigo). Fui me banhar com o pensamento positivo que eu não deixaria esses detalhes estragarem a minha viagem. Sairia para jantar, encontraria um lugar que vendesse o tal adaptador e depois seguiria para a balada. Esses eram os planos…

Será que eu consegui??

Aguardem os próximos capítulos…!

Avião

Viajando sozinha para os States

Oi oi oi! Já estou de volta e como previra cheia de histórias para contar!! ?

Sabe, eu fiquei bastante em dúvida se deveria postar contando sobre essa viagem, pois não foi uma viagem a trabalho, mas sim a lazer e também por não saber ao certo, qual o grau do interesse de vocês para assuntos que não envolvam sexo aqui no blog. ?

Mas aí pensei: poxa, essa viagem foi uma conquista da Sara. Sem a minha renda com os programas, nem a ajuda que tive de um cliente para tirar o visto, dificilmente eu conseguiria realizar o meu sonho de conhecer os Estados Unidos tão cedo, concordam? Então por que não compartilhar esse momento com vocês também? ?

Aliás, antes de qualquer coisa gostaria de agradecer imensamente ao meu cliente 309 (O Avaliador) por ter me ajudado a tirar o visto!!! ❤️ Apesar de no último encontro ele ter dito que não sairíamos mais, há algumas semanas me fez o convite para uma viagem internacional e graças a esse convite (que talvez não vá se consumar), o processo do meu visto deu certo!

Desde que me conheço por gente, sempre tive o sonho de princesa de viajar para os Estados Unidos, mas com a minha atual condição (profissional autônoma sem vínculo empregatício), jamais conseguiria o visto, sendo eu uma potencial imigrante ilegal rs. Então arquivei esse sonho, sem imaginar que de uma hora para outra se tornaria possível!?

O processo de aprovação foi mais fácil do que eu esperava, mas também, por que negariam o visto a uma mulher que está indo acompanhar seu “namorado” numa viagem de trabalho? ? E apesar da minha viagem com o Avaliador não ser mais uma coisa certa, ainda assim ele me deu um presente gigantesco: a chance de viajar para o lugar dos meus sonhos! ✨

Essa viagem não foi nada planejada. Viajei numa sexta e comprei as passagens na terça (coisa de ariano que age por impulso rs). Aliás, aqui entra um segundo agradecimento: dessa vez ao meu querido amigo D! ❤️ Pois se não fosse pelo seu incentivo e encorajamento, eu não sei se teria me permitido a uma loucura dessas nesse momento rsrs. 

Foi durante uma conversa descompromissada, na cozinha da minha casa, que tudo desenrolou. Eu estava lhe contando da conquista do visto graças a um cliente meu e comentei, assim por acaso, sobre o show da Taylor Swift, cuja cantora sou muito fã e ela nunca veio (nem há pretensões de vir) para o Brasil. 

– Bicha, agora você pode ir para os Estados Unidos a hora que você quiser!! – Constatou ele empolgado.

– Simmmmm!! ? Tava até pensando em ir no show da Taylor agora que ela está em turnê. Esses dias vi que ela fez um show exatamente onde eu ia com o cliente!

– Vamos ver os lugares que ela vai fazer show. – Ele se propôs enquanto eu continuava fazendo as minhas coisas (lavando a louça mais precisamente).

Até que ele gritou:

– BICHA ELA VAI FAZER UM SHOW EM MIAMI ESSE SÁBADO!!!

– Sério?? ? Nossa mas sábado está muito em cima! Vou ver algum dia do mês que vem.

– Que mês que vem viado, vai agora que ela estará em Miami!! – Sim, ele me chama de viado rs.

– Você tá louco? Agora tá muito em cima, deve estar caríssimo! ?

– Vamos orçar as passagens e hotel pra ver! 

Ele se empenhou de uma forma, como se ele mesmo que fosse viajar. ? Em um orçamento preliminar, conseguimos as passagens e hotel num pacote da Decolar por apenas R$3.370 para uma viagem dali a três dias. Viajando com a American Airlines (a princípio ida e volta por Miami), me hospedando num hotelzinho 3 estrelas. Estava mesmo muito barato, se tratando de uma viagem internacional tão em cima da hora. 

– Ai meu Deus, será?? – Comecei a ficar empolgada, me imaginando no exterior no show da minha cantora predileta. ?

Daí fui ver o valor do ingresso, o melhor lugar possível, é claro, pois queria vê-la de perto. Socorro, que ingresso caro era aquele?! Kkkk. U$469 (em torno de R$1.800). A Taylor me sairia mais cara que o resto. ?

“Quer saber, eu vou!” Pensei decidida. De que adianta ser uma acompanhante de luxo se não puder me dar esses luxos de vez em quando? ? 

Então como podem ver foi tudo muito rápido. E devo dizer: foi uma das melhores decisões que já fiz em minha vida! ❤️

Além de ser a minha primeira vez no país dos meus sonhos e primeira vez no show da minha cantora preferida (tão fã que já gravei dois vídeos sensuais com as músicas dela: esse e este aqui), também teria um desafio extra: seria a minha primeira viagem em que iríamos somente eu e Deus! ? Já fiz viagens com namorado, clientes, amigos, familiares, mas sozinha desse jeito (ainda mais para outro país) nunca! ?

Claro que deu aquele medinho de bater uma solidão ou de a viagem não ser tão incrível assim pela ausência de alguém para curtir comigo, mas, logo esse medo passou. Viajar só quando você está bem consigo mesmo é uma delícia.

Quando coloquei meus pés para fora do hotel na primeira noite rumo às badalações de Miami, percebi que eu só dependia de mim mesma para aquela viagem ser inesquecível (como realmente foi). ✨

Simmm, eu estava chocada mas também mega focada. Ainda não tinha caído a ficha do que eu viveria nos próximos dias… ??